Tudo Sobre a Bíblia
Introdução:
Velho Testamento [ Lucas 24:27 ]
“Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”. ( I Coríntios 10:11 ).
“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”. ( Romanos 15:4 ).
Novo Testamento [ Lucas 24:27 ]
Por quase quatrocentos anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer “assim diz o Senhor“. Em todo este tempo nenhum escritor inspirado apareceu. Por isso este tempo é chamado “Os Anos Silenciosos” ou “O Período Negro”.
Os quatro evangelhos não têm a intenção de dar uma biografia completa de Cristo. “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. ( João 20.31 )
Mesmo que os quatro se complementassem, um ao outro, mostrando partes da vida de Cristo que o outro não relatou, os quatro testemunham, juntamente, em pelo menos dez áreas, assim revelando a ênfase dos escritos dos evangelhos que é a vida de Cristo e a Sua obra salvadora completa para o homem pecador. São elas:
1a. Cristo visto
2a. Ministério de João Batista
3a. Alimentação dos cinco mil
4a. Cristo como Rei – ( Zacarias 9:9 )
5a. Traição de Judas
6a. Negação de Pedro
7a. Julgamento e crucificação
8a. A ressurreição corporal
9a. 40 dias após a ressurreição
10a. Segunda vinda predita (parúsia ou parousia)
O que é a Bíblia Sagrada?
A definição canônica mais curta da Bíblia é a revelação de Deus à humanidade.
Tudo o que Deus tem preparado para o homem, bem como o que Ele requer do homem, e tudo o que o homem precisa saber espiritualmente da parte d’Ele quanto a sua redenção e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar a Palavra de Deus e apropriar-se dela pela fé.
O autor da Bíblia é Deus; seu real intérprete é o Espírito Santo, e seu assunto central é o Senhor Jesus Cristo. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo ou santificado. A coleção completa dos livros divinamente inspirados constituindo a Bíblia é chamada de cânon.
Os nomes canônicos mais comuns do Livro Sagrado são:
Escrituras: ( Mateus 21:42 ); ( I Coríntios 3:4 ).
Santas Escrituras: ( Romanos 1:2 ).
Livro do Senhor: ( Isaías 34:16 ).
A Palavra de Deus, ( Marcos 7:13 ); ( Lucas 11:28 ); ( Hebreus 4:12 ).
Oráculos de Deus, ( Romanos 3:2 ); ( Hebreus 5:12 ).
Materiais Originais
Papiro: Material extraído de uma planta aquática desse mesmo nome. Há várias menções dele na Bíblia, como por exemplo, ( Jó 8:11 ).
De papiro deriva o termo papel. Seu uso na escrita vem de 3.000 a.C., no Egito.
Pergaminho: É a pele de animais, curtida e preparada para escrita. É material superior ao papiro, porém de uso mais recente do que aquele.
Teve seu uso generalizado, a partir do início do século I, na Ásia Menor. É também citado na Bíblia, exemplo: ( II Timóteo 4:13 ).
Línguas Originais
Hebraico: Para o Antigo Testamento.
Grego: Para o Novo Testamento.
Antigo Testamento foi escrito em Hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes; a não ser Esdras de 4:8 a 6:18; ( 7:12-16 ); ( Jeremias 10:11 ); Daniel 2:4 a 7:8, que foram lavrados em Aramaico.
A palavra “Hebraico” vem de “Hebrom”, região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur; Estas são as duas línguas principais em que a Bíblia foi inspirada e escrita.. As traduções só conservam a inspiração quando reproduzem fielmente o original.
Manuscrito: Tudo era feito pelos escribas de modo laborioso, lento e oneroso. Desse tempo para cá, Deus tem abençoado maravilhosamente a difusão do Seu Livro, de modo que hoje em dia milhões de exemplares são impressos em muitos pontos do globo com rapidez e facilidade em modernas impressoras.
Escritores da Bíblia
A existência da Bíblia, abrangendo seus escritores, sua formação, composição, preservação e transmissão, só pode ser explicada como milagre de Deus, ou melhor: Deus é seu autor. Foram cerca de quarenta os escritores da Bíblia. Deste modo, a Palavra Escrita de Deus foi nos dada por canais humanos, assim como o foi a Palavra Viva – Cristo, ( Apocalipse 19:13 ).
Esses homens pertenceram às mais variadas profissões e atividades, escreveram e viveram distantes uns dos outros em época e condições diferentes. Levaram 1500 anos para escrever a Bíblia. Apesar de todas estas dificuldades, ela não contém erros nem contradições. Há sim dificuldades na compreensão, interpretação, tradução, aplicação, mas isso do lado humano, devido a nossa incapacidade em todos os sentidos.
A Origem do Nome Bíblia
Este nome consta apenas da capa da Bíblia, mas não o vemos através o volume sagrado. Foi primeiramente aplicado por João Crisóstomo, grande reformador de Constantinopla. (398 – 404 A.D). O vocábulo “Bíblia” significa etimologicamente “coleção de livros pequenos”, isto porque os livros da Bíblia são pequenos, formando todos um volume não muito grande como tão bem conhecemos. De fato, a Bíblia é uma coleção de livro. Porém, perfeitamente harmônicos entre si. É devido a isso que a palavra Bíblia sendo plural no grego passou a ser singular nas línguas modernas.
À folha de papiro do século XI a.C. preparada para a escrita, os gregos chamavam de “biblos”. Ao rolo pequeno de papiro, os gregos chamavam “biblion”, e ao plural deste chamavam “biblos”.
Portanto o vocábulo Bíblia deriva da língua grega. Os vocábulos bíblia e biblion” constam do Novo Testamento grego, mas não referente à própria Bíblia:
Bíblia : ( João 21:25 ); ( II Timóteo 4:13 ); ( Apocalipse 20:12 ); ( Daniel 4:2 ).
Biblion: ( Lucas 4:17 ); ( João 20:30 ).
Ao comparar as diferentes cópias do texto da Bíblia entre si e com os originais disponíveis, menos de 1% do texto apresentou dúvidas ou variações, portanto, 99% do texto da Bíblia é puro. Vale lembrar que o mesmo método (crítica textual) é usado para avaliar outros documentos históricos, como a Ilíada de Homero, por exemplo; É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 12 milhões de exemplares na versão integral, 13 milhões de Novos Testamentos e ainda 450 milhões de brochuras com extratos dos textos originais; Foi a primeira obra impressa por Gutenberg (séc. XV), em seu recém inventado “prelo manual”, que dispensava as cópias manuscritas;
O prelo de Gutenberg (séc. XV), onde pela primeira vez foram utilizados os caracteres móveis, é o início duma longa história da tecnologia gráfica. Contudo, só passados cerca de quatro séculos (final do séc. XIX), com a construção do prelo de Stanhope, totalmente em ferro, é que a tipografia evoluiu acentuadamente. Senefelder tinha já inventado um novo processo de impressão, sem semelhança com nenhum anterior – a Litografia.
Manuscritos Originais
Manuscritos originais, isto é, saídos das mãos dos escritores, não existe nenhum conhecido no momento. Deus na Sua providência permitiu isso. Se existisse algum, os homens o adorariam mais do que o seu divino Autor. A serpente de metal posta entre os israelitas como meio de auxilio à fé em Deus ( Números 21:8-9 ); ( Isaías 45:22 ), foi depois idolatrada por eles ( II Reis 18:4 ).
Deus cuidou do sepultamento de Moisés e ocultou o seu local porque certamente o povo adoraria seu corpo, ( Deuteronômio 4:5-6 ). O Diabo tinha interesse na idolatria e contendeu com o arcanjo que procedeu ao funeral de Moisés (Judas 9 ). Milhões, em muitas terras adoram a cruz de Cristo, ao invés do Cristo da cruz. É também o caso da virgem mãe de Jesus Cristo, que milhões adoram-na mais do que ao filho. Além disso, temos a considerar o seguinte, historicamente, quanto a inexistência de manuscritos originais:
1. Era costume dos judeus enterrar os manuscritos estragados pelo uso ou qualquer outra causa, para evitar sua mutilação ou interpolação espúria.
2. Os reis idólatras e ímpios de Israel, podem ter destruído muitos ou contribuído para isso, como é o caso descrito em Jeremias 36:20-26.
3. O monstro Antíoco Epífanes, rei da Síria (175 – 164 a.C.), durante seu reinado dominou sobre toda a Palestina. Foi homem extremamente cruel. Tinha prazer em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em 168 a.C profanando o templo e destruindo todas as cópias que achou das Escrituras.
4. Nos dias do feros imperador romano Diocleciano ( 284 – 302 A.D. ), os perseguidores dos cristãos destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante dez anos Diocleciano mandou vasculhar o império visando destruir todos os escritos sagrados. Chegou a crer que tivesse destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória.
A literatura judaica afirma que a missão da chamada Grande Sinagoga, presidida por Esdras, foi reunir e preservar os manuscritos originais do Antigo Testamento – os de que se serviram os Setenta no preparo da Septuaginta – a primeira tradução da Escrituras.
Os textos em línguas originais de que utilizam os atuais eruditos no preparo das modernas versões, são reproduções da atuais cópias de originais.
Cópias de manuscritos originais. Há inúmeras, em várias partes do mundo. Discorrer sobre elas, foge ao escopo desta obra. Esses manuscritos existentes harmonizam-se admiravelmente, assegurando-nos assim da sua autenticidade. Uma confirmação disso vemos nos manuscritos do Mar Morto. Resumo: Em 1947, próximo ao Mar Morto foi descoberto um manuscrito do profeta Isaías, em forma de rolo, escrito em hebraico, datado do ano 100 a.C., sendo assim mais velho que o mais antigo manuscrito bíblico até então conhecido! (Muitos outros foram também encontrados, e centenas de fragmentos de outras obras). Pois bem, o texto desse manuscrito quando comparado com o das nossas Bíblias, concorda plenamente. Esta é uma prova singular da autenticidade das Escrituras, ao considerarmos que o citado manuscrito de Isaías tem a agora mais de 2.000 anos de existência! Os manuscritos bíblicos são sempre indicados pela abreviatura MS.
A Bíblia em suas línguas
A Bíblia em Hebraico
Consiste apenas do nosso Antigo Testamento.
É essa a Bíblia dos judeus. Lá, o arranjo dos livros é diferente, e o total é 24 em vez de 39, porque vários grupos de livros são contados como um só livro.
O texto é sempre o mesmo. Os 24 livros estão classificados em 3 grupos a que Jesus referiu-se em Lucas 24:44 – LEI, PROFETAS, ESCRITOS. Os Salmos eram o primeiro livro do último grupo, talvez por isso citados em Lucas 24:44, querendo indicar todo o grupo.
A Bíblia em Português
A primeira tradução da Bíblia em português, foi feita por um evangélico: o pastor João Ferreira de Almeida.
Fato interessante é que o trabalho foi realizado fora de Portugal. A Cidade foi Batávia, na Ilha de Java, no Oceano Índico. Hoje, essa cidade chama-se Djacarta, capital da República da Indonésia. Almeida foi ministro do Evangelho da Igreja Reformada Holandesa, a mesma que evangelizou no Brasil, com sede em Recife durante a ocupação holandesa, no século XVII . Nasceu em Torre de Tavares, perto de Lisboa – Portugal, em 1628. Faleceu em Java em 1691.
A Igreja Católica através do tribunal da inquisição, não tendo podido queimá-lo vivo queimou-o em estátua em Goa, antiga possessão portuguesa na Índia. Essa Igreja nem mesmo agora, no chamado Ecumenismo se, desculpou de tais coisas.
1. A Versão de Almeida. O Novo Testamento. Almeida traduziu primeiro do Novo Testamento, o qual foi publicado em 1681 em Amsterdã, Holanda. Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, há um exemplar da 3a. Edição do Novo Testamento de Almeida, feita em 1712.
O Antigo Testamento. Almeida traduziu o Antigo Testamento até o livro de Ezequiel. A essa altura Deus o chamou para o lar celestial, em 1691. Ministros do Evangelho, amigos seus terminaram a tradução, a qual foi publicada completa em 1753.
A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, de Londres, começou a publicar a tradução de Almeida em 1809, apenas o Novo Testamento.
A Bíblia completa num só volume, a partir de 1819.
O texto em apreço foi revisado em 1894 e 1925.
A Bíblia de Almeida foi publicada a primeira vez no Brasil em 1944 pela Imprensa Bíblica Brasileira, Organização Batista.
A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira tem sido maravilhosamente usada por Deus na disseminação da Bíblia em português, em trabalho pioneiro e continuado.
A Versão ARC (= Almeida Revisada e Corrigida). A Imprensa Bíblica Brasileira publicou em 1951 a edição revista e corrigida, abreviadamente conhecida por ARC.
A Versão ARA (= Almeida Revista e Atualizada). Uma comissão de especialistas brasileiros trabalhando de 1945 a 1955 preparou a Edição Revisada e Atualizada de Almeida, conhecida abreviadamente por ARA.
É uma obra magnífica, com melhor linguagem e melhor tradução. O Novo Testamento foi publicado em 1951. O Antigo Testamento, em 1958. A publicação é da Sociedade Bíblica do Brasil.
Foi usado o texto grego de Neste para o Novo Testamento e o hebraico do Brasil.
Comissão Permanente Revisora do ARA.
Revisão é uma atualização do texto em vernáculo, para que se o entenda melhor.
Razão: uma língua viva evolui como todas as coisas vivas. Há uma comissão viva permanente de revisão da ARA, mantida pela Sociedade Bíblica Brasileira, acompanhando os progressos da crítica textual.
2. Antônio Pereira de Figueiredo. Padre católico romano. Grande latinista. Editou o Novo Testamento em 1778 e o Antigo Testamento em 1790. Tradução feita em Portugal.
3. A “Tradução Brasileira” Feita por uma comissão de teólogos brasileiros e estrangeiros. O Novo Testamento foi publicado em 1910 e o Antigo Testamento em 1917. É tradução mui fiel ao original Esgotada.
4. Huberto Rhoden. Padre brasileiro, de Santa Catarina. Foi publicada em 1935. Esse padre deixou a igreja Romana. E versão muito usada na crítica textual. Esgotada.
5. Matos Soares. Também padre brasileiro. Traduziu da Vulgata. Foi publicada no Brasil em 1946. Já o era em Portugal desde 1933. É a Bíblia popular dos católicos romanos de fala portuguesa. Um grave inconveniente são os itálicos que às vezes são mais extensos do que o texto em si, e conduzem a preconceitos e tendências.
6. A versão da Imprensa Bíblica Brasileira. A IBB lançou em 1968, após anos de cuidadoso trabalho, uma nova versão em português, conhecida como VIBB, baseada na tradução de Almeida. A edição de 1968, após longos anos de cuidadoso trabalho, uma versão em português, conhecida como VIBB, baseada na tradução de Almeida. A edição de 1068 apareceu apenas em formato de púlpito. Em 1972 foi lançado o formato popular, comum, Nessa versão foram utilizados os melhores textos em hebraico e grego. Ótima versão.
7. Outras Versões. A igreja Católica Romana tem publicado mais edições dos Evangelhos e Novo Testamento Os itálicos, notas e apêndices, conduzem, é claro, às doutrinas daquela Igreja. Os Testemunhas de Jeová publicam uma versão falsificada de toda a Bíblia – “a Tradução Novo Mundo”. O texto é mutilado e cheio de interpolação. Foi preparado para apoiar as cenas anti-bíblicas dessa seita falsa.
8. A importância da Bíblia em português. A língua portuguesa é falada em todos os continentes, fato que revela a importância da Bíblia em português, em todos os sentidos.
A Bíblia Católica Romana
Estas têm 7 livros a mais, perfazendo 73 ao todo. Esses livro a mais são os chamados “apócrifos” , palavra que no sentido religioso significa não genuíno. São livros não inspirados por Deus.
Os 7 apócrifos estão inseridos todos no Antigo Testamento. Isso foi feito muito depois de encerrado o cânon do Antigo Testamento, por conveniência da igreja Romana.
A aprovação deles, por essa igreja deu-se no Concílio de trento em 1546 em meio a muita controvérsia. Seus títulos são: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (Não confundir com o livro canônico Eclesiastes), Baruque, I Macabeus, II Macabeus, Ester (Ao livro de Ester), Cântico dos três Santos Filhos (Ao livro de Daniel), História de Suzana (Ao livro de Daniel), Bel e o Dragão (Ao livro de Daniel), As Bíblias católicas têm livros cujos nomes daqueles empregados nas edições evangélicas. Essas diferenças não têm grande importância.
Entretanto. Como os protestantes usam também Bíblias de edição católica, é bom que se dê um quadro explicativo, que os auxilie no manejo das diferentes edições:
Bíblia CatólicaI, II Reis |
Bíblia ProtestanteI, II Samuel |
Como se vê é simples questão de nomes, mais ou menos apropriados, seguindo o critério das autoridades que dirigem as edições, e para todos eles há justificativas histórica e tradicional.
Notam-se também variações na numeração dos Salmos Vejamos essas variações num quadro. Assim:
Bíblia CatólicaSalmos 9,10 |
Bíblia ProtestanteSalmos 9 |
Conclusão:
Cancelados os livros apócrifos, as Bíblias católicas e protestantes são substancialmente idênticas. Basta conferí-las.
Aparecem naturalmente variações na linguagem e até mesmo de sentido, o que é inevitável, em qualquer obra de tradução.
A causa às vezes, está na diferença de competência do tradutor, outras vezes nas variações das fontes originais.
Os nossos 39 livros do Antigo Testamento, os católicos chamam protocanônicos. Os que chamamos pseudoepigráficos, eles chamam apócrifos. (Os evangélicos chamam de pseudoepigráficos a um grupo de livros espúrios, nunca reconhecidos pela Igreja Católica. A esses, essa Igreja chama apócrifos).
A Estrutura da Bíblia
Estudaremos neste ponto um resumo da estrutura da Bíblia quanto a sua composição em partes principais, livros, classificação dos livros por assuntos, divisão dos livros em capítulos e versículos, e certas particularidades indispensáveis.
1. Divisão em partes principais. São duas: Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento é três vezes mais volumoso do que Novo Testamento.
2. Composição quanto a livros. São 66, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. O maior livro é o dos Salmos; o menor é III João.
3. Divisão em capítulos. São 1.189, sendo 929 no Antigo Testamento e 260 no Novo Testamento. O maior capítulo é o Salmo 119; e o menor é o Salmo 117 e, acredite ou não, o Salmo 118 é o Centro da Bíblia. Para ler A Bíblia toda em um ano basta ler % capítulos aos domingos e 3 nos demais dias da semana. Nosso sistema moderno de capítulos foi introduzido em 1250 AD por Hugo de Saint Cher, abade dominicano, estudioso das Escrituras que morreu em 1263. As divisões da Bíblia facilitam a memorização.
4. Divisão em versículos.
Página da Bíblia Hebraica Impresso por Robert Stephanus em Paris, 1543. Da coleção Sulzberger no Seminário Teológico Judeu da América, em Nova York.
São 31.173, sendo 23.214 no Antigo Testamento e 7.959 no Novo Testamento. O maior versículo está em ( Ester 8:9 ) e o menor em ( Êxodo 20:13 ), na ARC (Almeida Revisada e Corrigida); em ( Lucas 20:30 ) na TRBR (Tradução Brasileira); em Jó 3:2 na ARA (Almeida Revisada e Atualizada).
Como se vê, depende da Versão. Noutras línguas varia também. Isso não tem muita importância. Foi dividida em versículos em duas etapas: Antigo Testamento em 1445 pelo Rabi de Paris ( Robert Stephanus ) que publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555 ( * ), sendo esta a Vulgata Latina.
A divisão nem sempre é feita sabiamente, e em inúmeros casos, essas divisões são inexatas, bipartindo o texto e alterando a linha do pensamento. Estas divisões além de serem utilíssimas na localização de qualquer fração do texto, tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus; Foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica.
5. Classificação dos livros. Os 66 livros estão classificados ou agrupados por assuntos, sem ordem cronológica. É bom ter isso em mente ao estudar A Bíblia, pois evitará muito mal entendido, especialmente na esfera da história, da profecia bíblica e no desenvolvimento da doutrina. A classificação dos livros do Antigo Testamento, por assuntos, acima, vem da ordem cronológica dos mesmos, o que para os leitores menos avisados, dá lugar a não poucas confusões quando o mesmo procura agrupar os assuntos cronologicamente.
O Antigo Testamento
Seus 39 livros estão divididos em 4 classes: LEI, HISTÓRIA, POESIA, PROFECIA (Profetas Maiores e Menores).
Os livros de cada classe são os seguintes.
LEI (Tóra): Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento, ou cinco livros de Moisés. esses cinco livros são chamados Pentateuco. Tratam de toda a criação e da LEI.
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio
HISTÓRIA: 12 livros. Contém a história do povo escolhido: Israel.
Josué, Juízes, Rute, I Samuel e II Samuel, I reis e II Reis, I Crônicas e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester
POESIA: 5 livros. São chamados poéticos devido ao gênero do seu conteúdo e não por outra razão.
Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos (Cantares)
PROFECIA: 17 livros – de Isaías a Malaquias. Os nomes maiores “maiores e menores” referem-se ao volume de matéria dos livros e extensão do ministério profético. Na Bíblia hebraica (o nosso Antigo testamento), a divisão dos livros é bem diferentes como já falamos.
Profetas Maiores: 5 livros, Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel
Profetas Menores: 12 livros, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias
O Novo Testamento
Seus 27 livros também estão divididos em quatro classes: BIOGRAFIA, HISTÓRIA, DOUTRINA, PROFECIAS.
Os livros de cada classe são os seguintes:
BIOGRAFIA: São os quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena do Senhor Jesus e o Seu glorioso ministério entre os homens. Os três primeiros são chamados Sinópticos dos Evangelhos fala também da sua universalidade, por serem quatro os pontos cardeais.
HISTÓRIA: 1 livro. Registra a história da Igreja Primitiva, seu viver e agir. O livro mostra que o segredo do progresso da Igreja é a plenitude do Espírito Santo.
DOUTRINA: 21 livros chamados Epístolas ou Cartas. Umas são dirigidas a igrejas e outras a indivíduos, etc.
Cartas de Paulo ou Epístolas Paulinas: 13 livros
Romanos, I Coríntios e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses e II Tessalonicenses, I Timóteo e II Timóteo, Tito e Filemon
Cartas Universais ou Epístolas Gerais: 8 livros
Hebreus, Tiago, I Pedro e II Pedro, I João, II João, e III João e Judas.
PROFECIAS: 1 livro. A palavra Apocalipse significa revelação. Trata da volta pessoal do Nosso Senhor e Salvador Jesus à terra, é o inverso do livro de Gênesis. Lá narra como tudo começou; aqui, como tudo findará.
Há outras modalidades de classificação, mas a que vai acima, parece-nos bastante simples e prática.
A disposição dos 66 livros. Os que organizaram a presente disposição dos livros foram sem dúvidas guiados por Deus, porque se nota uma gradativa correlação doutrinária entre os mesmos. Exemplo disso: Antigo Testamento há uma linda relação entre o livro dos Salmos e o de Provérbios. Nunca poderiam vir separados. Os Salmos tratam do nosso andar com Deus; Provérbios: o nosso andar com os homens. Esses livros não podiam estar distantes.
Exemplo em o Novo Testamento: As Epístolas. Vejamos:
Romanos, fala da Salvação.
I Coríntios e II Coríntios, fala da Vida Cristã Disciplinada.
Efésios, Filipenses, Colossenses, falam da Vida Consagrada.
I Tessalonicenses e II Tessalonicenses, falam da Vinda de Jesus.
I Timóteo e II Timóteo, Tito falam de Obreiros e Ministério.
I Pedro e II Pedro, falam de Provas e Tribulações.
Não se deve pensar que somente os proféticos têm profecia, ou os poéticos só têm poesia, ou os doutrinários (Epístolas) só doutrinas; da mesma forma os históricos não são apenas para relatar fatos históricos. Cada livro da Bíblia deve ser estudado convenientemente para que o seu ensino seja apreendido. Sem dúvida alguma a Bíblia é uma biblioteca extraordinária!
Fatos e Peculiaridades
O Salmo 119 tem em hebraico 22 seções de 8 versículos cada. O número 22 corresponde ao de letras do alfabeto hebraico. Cada uma das 22 seções inicia com uma letra do referido do alfabeto, e em cada seção dos versículos começam com a letra da respectiva seção. Ali, em hebraico, os capítulos 1,2 e 4 têm 22 versículos cada, correspondendo ás 22 letras do alfabeto, de Álefe a Tau. Porém o capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, a mesma letra do alfabeto.
Há outros casos assim na estrutura da Bíblia. Isso jamais poderia ser obra do acaso.
Por exemplo: O Salmo 22 é alfabético – um versículo para cada letra hebraica.
O livro de Isaías é uma miniatura da Bíblia: Tem 66 capítulos correspondentes aos 66 livros. A primeira seção tem 39 capítulos correspondendo à mensagem do Antigo Testamento. A segunda seção tem 27 livros, tratando de conforto, promessa e salvação, correspondendo à mensagem do Novo testamento.
O Novo Testamento termina mencionando o novo céu e a nova terra. O mesmo ocorre no término de Isaías (66:22).
O próprio nome Isaías tem semelhança com o que Jesus, no significado. Isaías quer dizer Salvação de Jeová, e Jesus Jeová é Salvação.
A frase “não temas”, ocorre 395 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano!
O capítulo 19 de II Reis é idêntico ao 37 de Isaías. O Antigo Testamento encerra citando a palavra “maldição”, o Novo Testamento encerra citando “a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso se deu em 1452 em Mainz, Alemanha.
Os números 3 e 7 predominam admiravelmente em toda a Bíblia.
O nome de Jesus consta do primeiro e último versículo do Novo Testamento.
A Bíblia completa pode ser lida em 70 horas e 40 minutos, na cadência de leitura de púlpito. O Antigo Testamento leva 52 horas e 20 minutos. O Novo Testamento, 18 horas e 20 minutos.
A Unidade Física da Bíblia
Unidade e existência física da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre.
A Palavra de Deus consiste de 66 livros diferentes, escritos por cerca de 40 escritores de quase todo grau social, escrevendo em vários períodos durante um período de cerca de 1600 anos, ou seja, 16 séculos; Esses homens tinham diferentes atividades tais como: escritores, estadistas, camponeses, reis, vaqueiros, pescadores, padres, cobradores de impostos, fabricante de tendas; instruídos (cultos) e ignorantes (incultos), judeus e gentios e escreveram sob diferentes situações e circunstâncias. Na maior parte dos casos, desconhecidos um para o outro, escrevendo em duas línguas principais.
Devido a essas circunstâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que já havia sido escrito, Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, século depois um outro o completava Tudo isto somando num livro puramente humano daria uma babel indecifrável! Imagine o que seria fisicamente a Bíblia, se não fosse a mão de Deus!
Quanto à unidade física da Bíblia, ninguém sabe ao certo como os 66 livros encontraram-se e agruparam-se num dó volume; isso é obra de Deus. Sabemos que os escritores não escreveram os 66 livros de uma só vez, nem em um só lugar, nem com o objetivo de reuni-los num só volume, mas em intervalos durante 16 séculos, em que lugares que vão de Babilônia a Roma.
Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como tradução mal feita, grafia inexata, Interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa aplicação quanto aos sentidos do texto, etc. Portanto, quando encontrarmos na Bíblia um trecho discrepante, não pensemos logo que é erro! Saibamos refletir como Agostinho, que disse: “Num caso desse, deve haver erro do copista, que não consigo entender…”
O Tema Central da Bíblia
É o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo declara em ( Lucas 24:27 ), ( Lucas 24:44 ) e ( João 5:39 ). Considerando Cristo como o tema central da Bíblia, os 66 livros poderão ficar resumidos em 5 palavras, todas referentes a Cristo, assim:
PREPARAÇÃO: Todo o Antigo Testamento trata da preparação para o advento de Cristo.
MANIFESTAÇÃO: Os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.
PROPAGAÇÃO: Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da Igreja.
EXPLANAÇÃO: As Epístolas tratam da explanação de Cristo. São os detalhes da doutrina.
CONSUMAÇÃO: O Apocalipse trata de Cristo consumando todas as coisas – C. I. Scofield.
A Bíblia, tendo Cristo como o tema central, podemos resumir todo o Antigo Testamento numa frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO (é claro, como Redentor). Assim sendo, as Escrituras sem a pessoa de Jesus seriam como a física sem a matéria e a matemático sem os números. Já imaginou um cristão sem a Bíblia?
E nós irmãos, o que estamos fazendo, para difundir a Bíblia o livro que nos salvou, como mandou o Sr. Jesus?
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos 16:15)”.
Preparado por Daniel Borges 20/09/2002, atualizado 13/01/2010; 09/02/2013
Versões da Bíblia
As palavras “versões” e “traduções” significam a mesma coisa.
I. VERSÕES DO ANTIGO TESTAMENTO
1. SEPTUAGINTA (LXX). Esta é uma tradução do original hebraico do Antigo Testamento para o grego. Foi feita em Alexandria, entre os séculos III e I a.C., por diversos tradutores.
2. LATIM ANTIGO. Esta denominação é para distinguir dos manuscritos posteriores, como os da Vulgata. Estes manuscritos já existiam ao final do II séc. d.C. Suas traduções são da LXX e chegaram até nós muito fragmentadas.
3. VULGATA LATINA. Feita ao final do séc. IV d.C., por Jerônimo. Ele fez três traduções do livro de Salmos, sendo que a segunda é que foi adotada. Sua tradução do Antigo Testamento, a princípio, deixou de lado os livros apócrifos, por não desejar que os mesmos fossem incluídos em sua versão, embora já houvesse traduzido os livros de Judite e Tobias. Ao final, estes livros foram adicionados, fazendo parte da Vulgata. Esta foi a Bíblia oficial durante toda a idade média, na Europa ocidental. Existem cerca de oito mil manuscritos da Vulgata.
4. SIRÍACO PESHITTA. Foi traduzida do hebraico, no II século d.C. e era o texto padrão dos cristãos sírios. Posteriormente houve uma revisão, pela LXX.
5. HEXAPLA SIRÍACA. Foi traduzida com base na LXX de Orígines, pelo bispo de Tela, em 617 d.C. Este manuscrito foi bastante estudado no exame da LXX, em virtude de ter preservado as notas críticas do original grego de Orígines.
6. COPTA (egípcio). São quatro as versões do Antigo Testamento nesta língua. A saídica ou tebaica foi preparada no século II d.C., no sul do Egito, com base na LXX. No século IV d.C., no norte do Egito, foi preparada a versão boárica ou menfítica. Com poucos fragmentos, conhece-se também as versões fayúmica e akhmímica.
7. VERSÕES MENORE Foram traduzidas para o gótico, etíope e o armênio, no século IV d.C.
II – VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO
1. LATIM ANTIGO. Foi produzida no fim do século II, d.C., provavelmente na África. Existe a forma africana e européia. A européia, ou itálica, serviu como uma das bases da Vulgata de Jerônimo, quanto ao Novo Testamento. A africana foi usada por Cipriano. A versão em Latim Antigo é importante testemunho do tipo de texto anterior ao Textus Receptus.
2. DIATESSARON. Preparada em grego cerca de 160 d.C. e traduzida para o siríaco. Trata-se de uma harmonia dos evangelhos de autoria de Taciano.
3. SIRÍACO ANTIGO. Traz este nome para não ser confundida com a versão Peshitta posterior, que era a versão popular em siríaco. Essa versão existe nos manuscritos sinaítico e curetoniano.
4. PESHITTA. É uma tradução para o siríaco, do fim do século IV d.C. Seu cânon é composto por apenas 22 livros, não trazendo II Pedro, e III João, Judas e Apocalipse.
5. COPTA. São conhecidas cinco versões do Novo Testamento em copta ou egípcio. A versão saídica é a mais antiga e apareceu no sul do Egito no século II d.C. Do norte do Egito veio à versão boárica e tornou-se a versão dominante, pois é representada por um número maior de manuscritos. As outras versões são a fayúmica, a akhmímica e a do Egito Médio.
6. ARMÊNIA. É do final do século V d.C. e tem sua base numa fonte cujo texto tinha similaridade com os manuscritos gregos Theta, 565 e 700. Afasta-se muito dos melhores manuscritos gregos, aproximando-se do Textus Receptus. Há 1.244 cópias dessa versão.
7. GEÓRGIA. Seu manuscrito mais antigo é o Adysh, de 897 d.C. É possível que essa tradução tenha sua origem do texto armênio. Era a Bíblia da Geórgia.
8. VULGATA LATINA. Preparada por Jerônimo, ao final do século V, é uma revisão dos manuscritos mais antigos. Tornou-se o texto latino do Novo Testamento. A partir do Concílio de Trento, 1546, é considerado o texto oficial da Igreja Católica Romana. Cerca de oito mil manuscritos da Vulgata apresentam uma mistura de tipos textuais, visto suas adições, exclusões e contaminações, feitas por muitos escribas através dos séculos.
9. VERSÕES SECUNDÁRIAS. Destacamos a gótica, etíope, eslavônica, árabe e persa.
10. VERSÕES MODERNAS. Mesmo antes da Reforma protestante houve muitas traduções da Bíblia para as diversas línguas faladas. Em 1382, com John Wycliff, teve início a Bíblia inglesa, com base na Vulgata Latina; por isso inclui também os livros apócrifos. Em 1280 e 1400 surgiram porções da Bíblia em português (veja o artigo sobre a BÍBLIA EM PORTUGUÊS). Mas somente com a Reforma protestante é que a Bíblia começou a ser traduzida para o inglês, alemão, francês, italiano, espanhol, português e outras línguas européias. Para obter-se uma obra, para que não fosse volumosa, então mais cara, os tradutores procuravam produzir o texto com economia de palavras, perdendo em muito o significado das línguas originais. Isso foi corrigido em tempo e começaram a surgir traduções mais fieis ao texto original, sem preocupação com economia de palavras. Destas novas traduções destacamos a Amplified New Testament, da Zondervan Publishing House; The New Testament de Charles B. Williams e The New Testament, an Expanded Translation, de Kenneth S. Wuest. Outras traduções tornaram-se importantes: A Bíblia de Tyndale, traduzida em 1525 diretamente do hebraico e grego. A Versão do Rei Tiago (King James), baseada na Bíblia de Tyndale, sob a encomenda do Rei Tiago, surgiu em 1611 e popularizou-se entre os países de língua inglesa. The American Standard Revised Bible, lançada por ingleses e americanos em 1901, sendo uma espécie de revisão da versão do Rei Tiago.
A partir de 1804, com a British and Foreign Bible Society surgiram às modernas Sociedades Bíblicas que muito vêm contribuindo para a divulgação da Bíblia.
III – A BÍBLIA EM PORTUGUÊS
1. Traduções parciais. D. Diniz (1279-1325), rei de Portugal, traduziu da Vulgata os primeiros vinte capítulos do livro de Gênesis.
O rei D. João I (1385-1433) ordenou que houvesse uma tradução para o português. Alguns padres católicos, a partir da Vulgata, traduziram os evangelhos, Atos e as epístolas de Paulo. O próprio rei traduziu o livro de Salmos. Com esses livros publicaram a obra.
Mais tarde foram preparadas outras traduções de porções bíblicas: os evangelhos, que a infanta Dona Filipa, neta do rei D. João I, traduziu do francês; o evangelho de Mateus e porções dos outros evangelhos, da Vulgata, pelo frei Bernardo de Alcobaça; os evangelhos e as epístolas, pelo jurista Gonçalo Garcia de Santa Maria; uma harmonia dos evangelhos, por Valentim Fernandes, em 1495; em 1505, por ordem da rainha Leonora, foram publicados o livro de Atos e as epístolas gerais.
Outras traduções realizadas em Portugal foram: os quatro evangelhos, traduzidos pelo padre jesuíta Luiz Brandão; e, no início do século XIX, os evangelhos de Mateus e Marcos, pelo padre Antonio Ribeiro dos Santos.
Salienta-se que a dificuldade em se traduzir para os diversos idiomas era a oposição da Igreja Católica Romana que, ao longo dos séculos, fez implacável perseguição a estas obras, amaldiçoando quem conservasse traduções da Bíblia em “idioma vulgar”, como diziam. Por isso, também de muitas traduções escaparam somente um dois exemplares.
2. Traduções completas.
2.1 Tradução por João Ferreira de Almeida. Por conhecer o hebraico e o grego, usou os manuscritos dessas línguas para sua tradução. Quando iniciou o empreendimento era pastor protestante. Almeida utilizou-se do Textus Receptus, que representa os manuscritos do grupo bizantino, possivelmente o mais fraco entre os manuscritos gregos. Primeiramente traduziu e editou o N.T. publicado em 1681, em Amsterdã, Holanda. Essa tradução apresentava muitos erros. Almeida mesmo fez uma lista de dois mil erros. Muitos desses erros foram feitos pela comissão holandesa, que procurou harmonizar a tradução de Almeida com a versão holandesa de 1637. A dificuldade de Almeida é que não havia papiro algum e os unciais (manuscritos em letras maiúsculas) eram poucos. Esta a razão porque teve que lançar mão de fontes inferiores. Ele utilizou-se da edição de Elzevir do Textus Receptus, de 1633. As edições mais modernas muito progrediram na tradução. Com base nesta tradução foram lançadas a Revista e Atualizada, A Edição Revista e Atualizada e a Versão Revisada de acordo com os melhores textos em Hebraico e Grego, a versão que apresentamos neste programa, como a mais indicada para estudos.
2.2 Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo. Teve como base a Vulgata Latina. Em 1896 fez sua primeira tradução em colunas paralelas da Vulgata e de sua tradução para o português. Essa tradução foi usada pela Igreja de Roma. Por ter sido utilizada a Vulgata como base, tem a desvantagem de não representar o melhor texto do N.T. que conhecemos pelos manuscritos unciais mais antigos e pelos papiros.
2.3 A Bíblia de Rahmeyer. Manuscrito do comerciante hamburguês Pedro Rahmeyer, que residiu em Lisboa, e traduziu em meados do século XVIII. Este manuscrito se encontra na Biblioteca do Senado de Hamburgo, Alemanha.
3. A Bíblia no Brasil. Traduções parciais
3.1 No Brasil, a primeira tradução, somente do Novo Testamento, foi feita por frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, traduzida da Vulgata e somente do N.T. Foi publicada em São Luiz do Maranhão. Esta obra teve forte impacto por trazer em seu prefácio acusações contra as “bíblias protestantes”, que estariam “falsificadas” e falavam “contra Jesus Cristo e contra tudo quanto há de bom”.
3.2 Primeira Edição Brasileira do Novo Testamento de Almeida. Esta edição foi revista por José Manoel Garcia, pelo pastor M.P.B. de Carvalhosa e pelo pastor Alexandre Blackford, agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil. Esta obra foi lançada em 1879 pela Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro.
3.3 Harpa de Israel, título dado à tradução do Livro dos Salmos, em 1898, por F.R. dos Santos Saraiva.
3.4 O Evangelho de Mateus, traduzida do grego em 1909 pelo padre Santana.
3.5 O Livro de Jó, publicado em 1912 por Basílio Teles.
3.6 O Novo Testamento, traduzido da Vulgata Latina por J. L. Assunção, em 1917.
3.7 O Livro de Amós, traduzido do idioma etíope por Esteves Pereira, em 1917.
3.8 O Novo Testamento e o Livro dos Salmos, baseados na Vulgata, em 1923, por J. Basílio Pereira.
3.9 Lei de Moisés (O Pentateuco) preparada em hebraico e português, pelo rabino Meir Masiah Melamed. Não há indicação de data.
3.10 Tradução do Padre Humberto Rodhen. Foi o primeiro católico a fazer uma tradução diretamente do grego. Traduziu o N.T. que foi publicado pela Cruzada de Boa Imprensa em 1930. Tal como Almeida utilizou-se de textos inferiores, por isso, sofreu severa crítica.
3.11 Nova Versão Internacional. Lançada em 1993 pela Sociedade Bíblica Internacional.
3. A Bíblia no Brasil. Traduções completas
3.1 Tradução Brasileira. Iniciada em 1902 e concluída em 1917, sob a direção do Dr. H. C. Tucker. A comissão tradutora utilizou-se de manuscritos melhores do que os de Almeida. Entretanto, nunca foi muito popular.
3.12 Tradução do Padre Matos Soares. Foi baseada na Vulgata. É de 1930, e em 1932 recebeu apoio papal. É muito popular entre os católicos.
3.13 Revisão da tradução de Almeida (Edição Revista e Atualizada). O trabalho de revisão iniciou-se em 1945, por uma Comissão formada pela Sociedade Bíblica do Brasil. A linguagem foi muito melhorada, até porque foram usados manuscritos gregos dos melhores.
3.14 Tradução pelos monges Meredsous (1959) (Bélgica). Editada pela Editora Ave Maria e traduzida do hebraico e grego para o francês e em seguida para o português por uma equipe do Centro Bíblico de São Paulo sob a supervisão do Frei João José Pedreira de Castro.
3.15 Revisão da tradução de Almeida (Imprensa Bíblica Brasileira). Foi publicada em 1967. Esta revisão segue os melhores manuscritos e, por isso, foi bem acolhida pelos estudiosos da Bíblia. É também a tradução que apresentamos nesta obra.
3.16 A Bíblia de Jerusalém editada no Brasil em 1981 por Edições Paulinas, traduzida pelos padres dominicanos da Escola Bíblica de Jerusalém, incluindo alguns exegetas protestantes. A edição brasileira foi feita sob a coordenação de Ludovico Garmus e editada pela Editora Vozes e pelo Círculo do Livro.
3.17 A Bíblia na Linguagem de Hoje (Novo Testamento). Publicada em 1988 pela United Bible Societies, através de seu ramo brasileiro e baseia-se na segunda edição do texto grego dessa sociedade. A intenção da United Bible Societies foi de publicar em vários idiomas, Novos Testamentos em conformidade com a linguagem comum e corrente.
3.18 Edição Contemporânea da Tradução de Almeida foi editada em 1990 pela Editora Vida. Essa edição eliminou arcaísmos do texto de Almeida.
MANUSCRITOS GREGOS
O Novo Testamento tem registros manuscritos de diversas formas e que serviram como testemunhos sobre seu texto.
1. Os PAPIROS.
Embora pelo século IV em quase todo o mundo já era utilizado o pergaminho, o papiro ainda era o instrumento principal de escrita dos livros bíblicos. Para essa finalidade o papiro foi usado entre os séculos I e VII. Há 76 papiros que contém quase 80% do texto do N.T.
2. Os UNCIAIS.
Os 252 manuscritos que levam este nome foram escritos em pergaminhos entre os séculos IV a IX. Foram escritos com letras maiúsculas.
2.1 CÓDICES BÍBLICOS EM MANUSCRITOS UNCIAIS
A. CODEX ALEXANDRINUS. Contém a Bíblia toda. Foi escrito em grego no século V d.C. Encontra-se no Museu Britânico. Embora muito bem conservado, apresenta algumas lacunas em Gênesis, I Reis, Salmos, Mateus, João e I Coríntios. O AT é da LXX, com algumas variações do tipo de texto. Os evangelhos seguem o texto bizantino, o restante do NT o alexandrino.
B. CODEX VATICANUS. Este manuscrito, do século IV d.C., que também abrange toda a Bíblia encontra-se na Biblioteca do Vaticano. Apresenta algumas lacunas: Os 45 capítulos iniciais de Gênesis, parte de II Reis, alguns Salmos, final da epístola aos Hebreus e o Apocalipse. O AT é da LXX. O NT é alexandrino.
C. CÓDEX EPHRAEMI SIRY RESCRIPTUS. Manuscrito da Bíblia toda, do século V d.C., e que está guardado na Bibliothèque Nationale de Paris. É chamado de “rescriptus” porque o texto original foi apagado, embora tenha ficado vestígios leves, e o material reutilizado no século XII para anotar as obras de Efraem, o sírio. Duzentos e oito páginas foram usadas para este fim e são as páginas que chegaram até nós. O texto bíblico foi restaurado por métodos modernos de recuperação. Estas páginas contém parte do livro de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Cantares e quase todo o Novo Testamento, com exceção de II Tessalonicenses e II João
D. CÓDEX D OU DE BEZAE. Este manuscrito, do século V ou VI d.C., foi escrito nas língua grega, lado esquerdo e latina, lado direito. Contém os quatro evangelhos; Atos, com algumas lacunas; e uma parte de I João.
I. CODEX WASHINGTONIANUS II. É um manuscrito do século VII d.C., que se encontra na Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington, USA. Contém partes das epístolas de Paulo, e a carta aos Hebreus depois de II Tessalonicenses.
L. CODEX REGIUS. Manuscrito do século VIII d.C. que está na Biblioteca Nacional de Paris. Neste o evangelho de Marcos termina no final de 16:9. Em seguida apresenta dois finais alternativos deste evangelho.
W. CODEX WASHINGTONIANUS I. Foi produzido no século IV ou V d.C. e também pertence à Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington, USA. Contém os quatro evangelhos, na ordem ocidental: Mateus, João, Lucas e Marcos. Foi copiado de outros manuscritos, pois apresenta diversos tipos de textos. Apresenta dois finais para o evangelho de Marcos.
ALEPH: CODEX SINAITICUS. O achado deste manuscrito envolve um drama vivido por Tischendorf, que o encontrou. Em 1844 Constantino Tischendorf trabalhava na biblioteca do mosteiro de Santa Catarina, na península do Sinai, e notou uma cesta cheia de páginas soltas de manuscritos. Ficou eufórico quando notou que acabara de encontrar um dos mais antigos manuscritos bíblicos na língua grega. Tirou 43 páginas, que atendendo seu pedido foram-lhe dadas. Outro bibliotecário alertou que duas cestas contendo o mesmo tipo de material fora consumido na fornalha do mosteiro, para aquecer os monges. Entretanto, cerca de oitenta páginas do AT ainda existiam. Não conseguiu ir mais longe em sua busca, porque ao observar seu entusiasmo, os monges suspeitaram e deixaram de cooperar. Tischendorf voltou à Europa com suas 43 páginas. Em 1854 retornou ao mosteiro, mas não foi desta vez que os monges concordaram em falar sobre o restante das páginas de sua descoberta. Mas, em 1859, voltando novamente ao mosteiro, sob o patrocínio do Czar Alexandre II, patrono da igreja grega. Assim mesmo os monges não quiseram discutir sobre seu achado. Entretanto, um dos monges, inocentemente falou de uma cópia da Septuaginta que possuía e teria prazer em mostrar-lhe. Para surpresa de Tishendorf, o manuscrito era o mesmo do qual ele encontrara as 43 páginas. Continha o NT completo e parte do AT. Debalde Tischendorf tentou convencer o monge em presenteá-lo ao Czar russo. Mas o czar ofereceu um presente ao mosteiro, de acordo com costumes orientais, e levou o manuscrito (livrando-o do risco de aquecer a fornalha dos monges). Em 1933 o Museu Britânico adquiriu o manuscrito, onde se encontram até hoje. O manuscrito contém parte dos livros de Gênesis, Números, I Crônicas, II Esdras, os livros poéticos, Ester, Tobias, Judite e os livros proféticos, com exceção de Oséias, Amós, Miquéias, Ezequiel e Daniel. Estão ali incluídos também I e IV Macabeus. O NT está completo. As epístolas de Barnabé e uma porção do Pastor de Hermas também estão no manuscrito. O Texto assemelha-se ao Vaticanus e ao Alexandrinus.
THETA: CODEX KORIDETHIANUS. Texto bizantino, do século IX d.C.
PI: CODEX PETROPOLITANUS. Manuscrito do século IX d.C.
3. OS MINÚSCULOS.
São 2.646 escritos em pergaminhos entre os séculos IX e XV, em letras minúsculas.
4. OS LECIONÁRIOS.
1997 pergaminhos levam este nome. Trazem textos selecionados para serem lidos nas igrejas. Foram escritos nas mesmas datas dos unciais e minúsculos.
5. AS OSTRACAS.
Trechos do N.T. foram escritos em pedaços de cerâmica. Temos 25 exemplares, que contém breves porções do N.T.
Estas informações foram colhidas do “Dicionário J.Davis”.
VERSÕES
Tradução da Bíblia, ou de alguns de seus livros, para línguas vernáculas, para uso das pessoas pouco versadas nas línguas originais, ou que as ignoram completamente.
As versões são imediatas ou mediatas, segundo são feitas diretamente do texto original, ou por meio de outras traduções. Existem quatro versões do Antigo Testamento, feitas imediatamente sobre o original: A versão dos Setenta, os Targuns de Onkelos e de Jônatas bem Uzziel, a Pishito Siríaca e a Vulgata Latina. A importância destas versões deriva-se de terem sido feitas antes que o texto hebreu recebesse as vogais massoréticas.
O Pentateuco Samaritano não é propriamente uma versão, é o texto hebreu escrito em Samaritano ou com os velhos caracteres hebraicos, com várias divergências do texto hebreu dos massoretas. A versão samaritana do Pentateuco é tradução do texto divergente para o dialeto samaritano. Ver Pentateuco Samaritano.
I. Antigas versões do Antigo Testamento feitas para uso dos judeus
1. A Versão dos Setenta. A mais célebre versão das Escrituras do Antigo Testamento hebreu e a mais antiga e a mais completa que se conhece, é a dos Setenta. Deriva este nome, figurado pelos algarismos romanos LXX, por haver sido feita por setenta tradutores que a ela se entregaram, no tempo de Ptolomeu Filadelfo (grego: Πτολεμαίος Φιλάδελφος) entre 285 e 247. A. C. Um sacerdote judaico de nome Aristóbulo, residente em Alexandria, no reinado de Ptolomeu Filometor, 181-146, A. C. referido em 2 Mac 1: 10, e citado por Clemente de Alexandria e por Euzébio, diz que, quando as partes originais referentes à história dos hebreus haviam sido vertidas para o grego, já os livros da Lei estavam traduzidos para esta língua sob a direção de Demétrio Falero no reinado de Ptolomeu Filadelfo. A mesma tradução, consideravelmente embelezada, se lê em uma carta escrita por Aristeas a seu irmão, tida como espúria pelos modernos doutores. A mesma história de Aristeas, repete-a Josefo com ligeiras alterações, que de certo a tinha diante dos olhos. Diz ele que Demétrios Falero, bibliotecário de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 283-247 A. C. desejou adicionar à sua biblioteca de 200.000 volumes um exemplar dos livros da lei dos hebreus, traduzidos para a língua grega, a fim de serem mais bem entendidos. O rei consentiu nisso e pediu a Eleazar, sumo sacerdote em Jerusalém, que lhe mandasse setenta e dois intérpretes peritos, homens de idade madura, seis de cada tribo, para fazerem a tradução. Estes setenta e dois doutores chegaram a Alexandria levando consigo a lei, escrita com letras de ouro em rolos de pergaminho. Foram gentilmente recebidos e os aboletaram em uma solitária habitação na ilha de Faros, situada no porto de Alexandria, onde transcreveram a lei e a interpretaram em setenta e dois dias, Antig. 12:2, 1-13; cont. Apiom 2:4.
Estas antigas informações acerca da origem da versão grega são muitas valiosas, se bem que não se possa depositar em seus pormenores absoluta confiança, e bem assim quanto ao escopo da obra. É admissível, não obstante, que a Versão dos Setenta teve sua origem no Egito, que o Pentateuco foi traduzido para a língua grega no tempo de Ptolomeu Filadelfo; que os demais livros foram gradualmente traduzidos e a obra terminada no ano 150 a.C. Jesus, filho de Siraque, no ano 132 a.C. (Prólogo ao Ecclus), refere-se a uma versão grega da lei dos profetas e de outros livros. É provável que a obra tenha sido revista no período dos Macabeus. A versão é obra de muitos tradutores, como se vê pela diferença de estilo e de método. Em várias partes existem notáveis desigualdades e muitas incorporações. A tradução do Pentateuco, exceto lugares poéticos, Gn cap. 49; Dt caps 22 e 23, é a melhor parte da obra, e o todo revela uma tradução fiel, se bem que não é literal. Os tradutores dos Provérbios e de Jó mostram-se peritos no estilo, mas pouco proficientes em hebraico, que em alguns lugares traduziram um pouco arbitrariamente. Fizeram a tradução dos Provérbios sobre um texto hebreu, muito diferente do atual texto massorético. O sentido geral dos Salmos é muito bem reproduzido. O Eclesiastes está servilmente traduzido. A tradução dos profetas é de caráter muito desigual; a de Amós e Ezequiel é sofrível; a de Isaías deixa muito a desejar; a de Jeremias parece ter sido feita sobre outro texto que não o massorético. De todos os livros do Antigo Testamento, o de Daniel é o mais pobremente traduzido, de modo que os antigos doutores, a começar por Ireneu e Hipólito, substituíram-no pela versão de Teodócio.
Cristo e os seus apóstolos serviam-se freqüentemente da Versão dos Setenta. Citando o Antigo Testamento, faziam-no literalmente, ou de memória, sem alteração essencial; em outros casos, cingiam-se ao texto hebreu. Existem cerca de 350 citações do Antigo Testamento, nos evangelhos, nas epístolas e nos Atos, e somente se encontram umas 50 diferenças materiais da versão grega. O eunuco que Filipe encontrou lendo as Escrituras servia-se do texto grego, At 8: 30-33.
Fizeram-se três principais revisões dos Setenta: uma no ano 236 A. D. e duas outras, antes do ano 311. A de Orígenes na Palestina, a de Luciano na Ásia Menor e em Constantinopla, e a de Hesíquios no Egito. O manuscrito dos Setenta que existe no Vaticano considera-se o mais perfeito, de acordo com o texto original; presume-se que seja a reprodução do mesmo texto de que se serviu Orígenes e que aparece na quinta coluna da sua Hexapla. A revisão de Luciano foi editada em parte por Lagarde e por Oesterley. Luciano era presbítero de Antioquia e morreu mártir em Nicomédia no ano 311, ou 312. Deu à luz o texto revisto dos Setenta, baseado na comparação do texto grego comum, com o texto hebreu, considerado bom, porém diferente do massorético. Hesíquios era bispo no Egito e sofreu o martírio no ano 310 ou 311; o seu trabalho perdeu-se. Existe, contudo, um códice, assinalado pela letra Q, depositado na biblioteca do Vaticano contendo os profetas que lhe é atribuído.
2. Outras versões gregas menores. Depois da destruição de Jerusalém no ano 70, a versão dos Setenta perdeu muito do seu valor entre os judeus, em parte em conseqüência do modo por que os cristãos a usavam para fundamentar as doutrinas de Cristo, e em parte, porque o seu estilo era falho de elegância. Por causa disto, os judeus fizeram três versões dos livros canônicos do Antigo Testamento, no segundo século:
(I) A tradução de Áqüila, natural do Ponto e prosélito do judaísmo, viveu no tempo do imperador Adriano, e tentou fazer uma versão literal das Escrituras hebraicas, com o fim de contrariar o emprego que os cristãos faziam dos Setenta para fundamentar as suas doutrinas. A tradução era tão servilmente liberal, que em muitos casos se tornava obscura aos leitores que não conheciam bem o hebreu como o grego.
(II) A revisão dos Setenta por Teodócio, judeu prosélito, natural de Éfeso, segundo Ireneu, e segundo Euzébio, um ebionita que acreditava na missão do Messias, mas não na divindade de Cristo. Viveu no ano 160, porque dele faz menção Justino Mártir. Na revisão que fez dos Setenta, serviu-se tanto da tradução elegante, porém, perifrástica feita por Símaco, samaritano ebionita. Orígenes arranjou o texto hebreu em quatro versões diferentes, em seis colunas paralelas para efeito de estudo comparativo. Na primeira coluna vinha o texto hebreu; na segunda, o texto hebreu em caracteres gregos; na terceira, a versão de Áqüila; na quarta, a de Símaco; na quinta, a dos Setenta; e na sexta, a revisão de Teodócio. Em virtude destas seis colunas tomou o nome de Hexapla. Na coluna destinada ao texto dos Setenta, marcava com um sinal palavras que não encontrava no texto hebreu. Emendava o texto grego, suprindo as palavras do texto hebraico que lhe faltavam, assinalando-as por um asterisco. Conservou a mesma grafia hebraica para os nomes próprios.
Orígenes preparou uma edição de menor formato, contendo as últimas quatro colunas, que se ficou chamando Tétrapla.
Estas duas obras foram depositadas na biblioteca fundada por Panfilo, discípulo de Orígenes em Cesaréia. S. Jerônimo as consultou no quarto século e ainda existiam no século sexto. Parece que desapareceram, quando os maometanos invadiram a cidade em 639. Alguns fragmentos da grande obra de Orígenes ainda se conservam nas citações que dela fizeram os santos padres. A coluna dos Setenta foi dada à luz por Panfilo e Euzébio, e vertida para o siríaco por Paulo, bispo de Tela em 617-18. Orígenes adotou método infeliz, comparando o texto dos Setenta com o texto hebreu do seu tempo. Uma vez que o desideratum dos sábios é restaurar o texto grego como o deixaram as mãos dos tradutores, porque esse texto iria lançar luz sobre o texto hebreu por eles usado?
Ainda mais, os sinais e asteriscos que ele usou, foram muitas vezes negligenciados pelos copistas e talvez mesmo os tivessem empregado sem a devida cautela, de modo que os acréscimos feitos à versão dos Setenta e às porções dela que não encontrou no texto hebreu, nunca mais se puderam descobrir.
3. Targuns. Quando os judeus voltaram do cativeiro de Babilônia, o idioma hebreu de seus antepassados deixou de ser a linguagem ordinária do povo. O aramaico, ou pseudo caldaico, tomou o seu lugar. Em breve foi necessário que a leitura das Escrituras feitas em público fosse oralmente explicada pelo leitor, ou por seu assistente, a fim de que o povo a pudesse compreender. O costume de explicar as palavras e frases obscuras quando se liam nas Escrituras em público, já estava em voga no tempo de Esdras, Ne 8: 8. Esta passagem tem sido citada como prova evidente de que as palavras que se liam precisavam de tradução. Isto, porém, diz mais do que a letra afirma, dependendo de uma resposta à pergunta: Teria os hebreus adotado outra língua durante o exílio? O Targum oral, isto é, a interpretação ou tradução, que se tornou necessária, foi a princípio uma simples paráfrase em aramaico. Mas eventualmente foi elaborado, e a fim de dar-lhe forma definitiva e servir de padrão autorizado para ensino do povo, e por isso reduziram-no a escrito. Estes Targuns são de grande auxílio para se determinar o texto como era lido nas sinagogas antigas e para ter-se o sentido que os judeus davam às passagens difíceis. Os Targuns principais eram os de Onkelos sobre o Pentateuco e o de Jônatas ben Uzziel sobre os profetas. Segundo o Talmude, Onkelos era amigo de Gamaliel e companheiro de Paulo nos estudos, e, portanto, viveu pelo ano 70. O seu Targum deveria antedatar o princípio do segundo século; mas geralmente se diz que pertence a data posterior, isto é, ao princípio do segundo século. É um Targum puramente literal. O de Jônatas Uzziel é, pelo contrário, perifrástico e deve ser de data posterior. Os Targuns sobre o Hagiógrafo datam do undécimo século.
II. Versões antigas de uma parte ou do todo da Bíblia, destinadas principalmente aos cristãos
1. Versões siríacas do Novo Testamento
(I) Antiga versão siríaca do Novo Testamento, representada pelos evangelhos descobertos por Mrs. Lewis no Conselho de Santa Catarina do Monte Sinai em 1892, e pelos fragmentos intimamente relacionados com eles, descobertos por Cureton na Síria, em um convento do deserto da Nitria, em 1841-1843.
(II) A Pesito, que significa simples ou vulgata. O Antigo Testamento foi tirado diretamente do hebreu, e principalmente destinado à instrução dos prosélitos hebreus do primeiro século. O Novo Testamento é uma revisão do antigo siríaco, com o fim de o pôr em maior harmonia com o texto grego e melhorar a sua dicção e estilo. A Pesito, parece, já estava em circulação no segundo século. Em virtude de sua elegância denominam-na rainha das versões.
(III) Versão Filoxênia do Novo Testamento. Deram-lhe este nome porque foi traduzida no ano 508 por Filoxeno, bispo de Hierápolis, na Ásia Menor.
(IV) Versão do Novo Testamento, siríaca da Palestina ou de Jerusalém; ainda pouco conhecida, mas que promete ser de grande valor crítico.
2. Versões latinas.
(I) A antiga versão latina ou africana do norte. Pelo fim do segundo século entrou em circulação ao norte da África uma versão latina das Santas Escrituras. Faziam uso dela Tertuliano que morreu no ano 220, Cipriano e o grande Agostinho. O Antigo Testamento não foi vertido diretamente do hebreu, e sim baseado no texto grego.
(II) A versão Ítala ou Italiana. Diz Santo Agostinho que existia uma tradução do Novo Testamento que alguém havia feito com grande conhecimento da língua grega. A versão africana tinha uma linguagem provinciana que desagradava ao ouvido dos romanos que falavam o latim de Roma. No quarto século, pois, fez-se uma revisão do texto africano na Itália, e por este motivo se ficou chamando Ítala.
(III) A Vulgata. À publicação da versão italiana, seguiram-se várias revisões do que resultou grande confusão de textos, até que, afinal, no ano 383, um padre cristão de nome Jerônimo ou Hieronymo, 329, ou de 381 a 420, o mais sábio de seu tempo, e homem dotado de grande piedade e valor moral, a pedido de Damasco, bispo de Roma, empreendeu uma revisão do Novo Testamento latino. Comparou os evangelhos com o original grego, removeu as interpolações e corrigiu muitos erros graves. Reviu também duas versões latinas dos Salmos, comparando-as com os Setenta. Estas revisões têm o nome de versões romanas e galicanas dos Salmos, porque foram introduzidas em Roma e na Gália respectivamente. Jerônimo então se dispôs a fazer uma revisão da Bíblia inteira. Em 387, instalou-se em um mosteiro de Belém, onde começou e terminou a sua obra, baseando-se no texto da Hexapla de Orígenes. Porém, ultimamente fez uma versão diretamente do hebraico, referindo-se constantemente às versões gregas, com especial preferência à de Símacus. Quando moço, dedicou-se ao estudo do hebreu. Depois de transferir-se para Belém, aperfeiçoou-se neste estudo com o auxílio de mestres judaicos. Os quatro livros dos Reis, prefaciados pelo famoso Prologus galleatus, dando uma notícia do cânon hebreu, saíram à luz no ano 392; a obra inteira completou-se no ano 405. Os homens de seu tempo não lhe deram o valor merecido, nem reconheceram o grande serviço que lhes havia prestado o eminente padre, cujo temperamento não era dos mais tolerantes; retribuiu com o maior desprezo as agressões da ignorância. Com o decorrer do tempo, a sua obra, que não era feita para uma geração, e sim para os séculos futuros, tem merecido a consagração devida. A Vulgata passou a ser a Bíblia da igreja do ocidente na Idade Média, e, não obstante as traduções em vernáculos, ainda é a Bíblia da Igreja Católica Romana. Por ordem do imperador Carlos Magno, no ano 802, Alcuíno passou-a em revista. A Vulgata Latina foi a primeira obra impressa logo depois da invenção da tipografia, saindo à luz no ano de 1455. No ano de 1546, a oito de abril, resolveu o Concílio de Trento que se fizesse nova revisão do texto. Os encarregados desta revisão, demoraram-se em fazê-la, até que finalmente, um pontífice de vontade férrea, o papa Xisto V, meteu mãos à obra, tomando parte pessoal no seu acabamento. A nova revisão saiu publicada em 1590. Outra edição veio à luz sob os auspícios do papa Clemente VIII em 1592; muito melhorada, sem contudo prejudicar a edição Sixtina. Ambas continuam em uso. O texto Clementino, do Antigo Testamento, juntamente com algumas variantes do códice Amiantinus, foi editado por Heyse e Tischendorf. Muitos termos técnicos usados na teologia, saíram da Vulgata, como, por exemplo, as palavras sacramento, justificação e santificação, provenientes do latim sacramentum, justificatio e sanctificatio.
3. Versões Cópticas do Novo Testamento. Aparecem principalmente em dois dialetos: o menfítico e o tebaico. Supõe-se que a versão menfítica data do fim do segundo século. É muito fiel e conserva o melhor texto corrente entre os padres de Alexandria, isenta das corrupções prevalecentes no segundo século. A versão tebaica é mais tardia e menos fiel ao original.
4. Versão Etíope da Bíblia, feita em alguma época, entre o século quarto e o sexto; é o mais antigo monumento da literatura etíope, bem como a pedra angular de seus fundamentos. Os que a traduziram não eram muito familiarizados com o grego, nem possuíam erudição; não obstante, é tradução fiel. O Antigo Testamento foi vertido dos Setenta, e, portanto, vem auxiliar a verificação do texto grego.
5. A Versão Gótica, feita na última metade do quarto século pelo bispo Ulfilas, compreendendo toda a Bíblia, excetuando os quatro livros dos Reis, que o bispo omitiu, por julgar que a narração das guerras e do combate à idolatria seria de mau efeito nas mãos dos godos. Desta versão, existe a maior parte do Novo Testamento e algumas porções do Antigo Testamento. A tradução é muito fiel e esmerada.
6. Versões Árabes. As que existem são antigas, e não merecem importância, sob o ponto de vista crítico.
III. Versões Inglesas
1. Antigas Versões. Nos tempos dos anglo-saxônios fizeram-se traduções em vernáculo de algumas partes das Escrituras, como os Salmos, os dez mandamentos e partes do Novo Testamento. Em consequência das alterações de linguagem, por causa da conquista normanda, alguns livros da Bíblia, especialmente os evangelhos, foram vertidos para o idioma nacional. Não houve nenhuma tentativa de uma versão integral.
2. A Bíblia de Wycliffe e de Purvey. A primeira aparece entre 1382 e 83; e a segunda em 1388. A primeira saiu em linguagem robusta e tersa, mas de pouco polimento; é atribuída a Wycliffe. A segunda em estilo mais primoroso saiu das mãos de Purvey, porque Wycliffe, nascido e 1324, havia falecido a 31 de dezembro de 1384. A versão mais conhecida é a de Purvey. Ambas as versões foram tiradas da Vulgata Latina. A Versão de Wycliffe foi a primeira que se fez para o inglês moderno e serviu-lhe de modelo; também exerceu grande influência na vida nacional. A princípio circulava em manuscritos; e só foi impressa em 1848.
3. Pelo ano 1526, chegou à Inglaterra uma tradução do Novo Testamento, segundo o original grego, obra do reformador William Tyndale, que havia fugido da sua pátria para escapar às perseguições. Foi publicada em Worms. Esta versão obedecia à versão grega feita por Erasmo e publicada em 1519, e sob consulta da edição de 1522. Tyndale fez tradução diretamente do grego, auxiliando-se ao mesmo tempo, do Novo Testamento de Lutero e da Vulgata. A sua obra sofreu grande oposição dos altos dignitários da igreja dominante, mas o povo a recebeu alegremente. O livro estava cheio de pestilentes erros e foi queimado na praça pública. Em 1530 e 1534, publicou uma tradução do Pentateuco, e em 1531, uma do livro de Jonas, ambas feitas diretamente do hebreu com o auxílio da Bíblia de Lutero e da Vulgata. Em 1534 publicou em Antuérpia mais uma edição do Novo Testamento. É fora de dúvida que ele traduziu outros livros do Antigo Testamento, além dos já mencionados, provavelmente até ao fim dos livros das Crônicas e alguns livros proféticos, porém não chegou a publicá-los em vida. Foi preso a 23 ou 24 de maio de 1535, em Antuérpia, onde se havia estabelecido, e a 6 de outubro de 1536 foi, primeiramente, estrangulado e depois queimado como herético. Mas a sua obra permaneceu. Fixou os moldes da tradução da Bíblia; a sua dicção e o seu estilo vivem na versão inglesa, à qual emprestam beleza literária e rigidez de feição.
4. A Bíblia de Coverdale. Esta obra foi publicada em 1535, sem indicar o nome do impressor, nem o lugar de sua procedência. Provavelmente foi em Zurique, que reclama essa honra, mas é bem possível que fossem Frankfurt ou em Colônia. É a primeira Bíblia completa que se publicou em inglês. O Novo Testamento e a maior parte do Antigo, são visivelmente da versão de Tyndale. Somente a parte compreendida desde Jó a Malaquias foi traduzida independentemente por Miles Coverdale, servindo-se, não do original hebraico, e sim de uma Bíblia alemã impressa em Zurique entre 1527 e 1529. A versão dos Salmos, virtualmente imutável, ainda figura no livro do ritual da Igreja de Inglaterra.
5. A Bíblia de Matheus. O nome de Tomás Mateus é pseudônimo adotado por John Rogers, sucessor de Tyndale, como capelão servindo aos negociantes ingleses que moravam em Antuérpia e que foi o primeiro mártir das perseguições de Maria Tudor. Em 1537 imprimiu uma edição da Bíblia, cremos que na mesma cidade de Antuérpia. Continha o texto de Tyndale. Os livros não contidos na versão de Tyndale, ele os tirou da de Covarde. Era acompanhada de audaciosas anotações; contudo foi a primeira Bíblia licenciada pelas autoridades públicas.
6. A Bíblia de Taverner, publicada no ano de 1539, destinada a contrapor-se à influência da Bíblia de Mathews e principalmente às suas atrevidas anotações.
7. A Grande Bíblia, também chamada a Bíblia de Cranmer. O primeiro nome justificava-se pelo seu tamanho: cada página media 13 ¼ por 7 ½ polegadas, e o segundo nome vinha-lhe de ter sido Cranmer quem escreveu a introdução. Esta Bíblia foi empreendida por sugestão de Cromwell, e representa a revisão do texto da Bíblia de Mathews. Veio à luz em 1539-41. Teve caloroso acolhimento. Esgotaram-se logo sete edições.
8. A Bíblia de Genebra. Resultou dos esforços de três exilados refugiados em Genebra, durante as perseguições de Maria a Sangüinária. Foram eles Whittingham, Gilby e Sampson, que a traduziram cotejando a Grande Bíblia. O Novo Testamento apareceu em 1557 e a Bíblia inteira em 1560. Estas duas edições foram as primeiras que apareceram divididas em versículos. Os tradutores serviram-se da colaboração dos mais ilustres teólogos daquele tempo. Era um volume manual de tamanho do in quarto pequeno. O povo a recebeu com grande entusiasmo, especialmente as pessoas que tendiam para os Puritanos. Durante setenta e cinco anos esteve em uso na Inglaterra. Era acompanhada de notas, que lhe serviam de bom comentário juntamente com algumas exposições práticas e doutrinais. Foi a primeira Bíblia impressa na Escócia.
9. A Bíblia dos Bispos. A popularidade da Bíblia de Genebra não agradou aos bispos, que em 1568 publicaram a sua Bíblia, vasada nos moldes da de Genebra, e dividida em capítulos e versículos. Em 1571, o Sínodo aprovou-a e mandou que fosse posta em todas as igrejas.
10. A Bíblia de Reims e de Douay. Esta é a versão autorizada pela Igreja Católica Romana para o povo inglês. Foi traduzida da Vulgata. O Novo Testamento saiu à luz em Reims no ano de 1582, e o Antigo Testamento, em Douay em 1609-10. Contém comentários de elevada controvérsia. O estilo tinha o sabor latino, pondo em curso muitas palavras deste idioma, entre as quais se contam: impenitente, propiciação, remissão, etc.
11. Versão Autorizada. O Dr. Reynolds, presidente do Colégio Corpus Christi de Oxford, propôs na Conferência de Hampton, a 16 e 18 de janeiro de 1604, durante a discussão entre anglicanos e puritanos, que se fizesse uma versão autorizada da Bíblia. O rei Tiago I, muito conhecido pelo interesse que mostrava por assuntos teológicos, acolheu entre outras coisas “que se fizesse uma tradução da Bíblia, diretamente do hebraico e do grego, para ser impressa e publicada sem notas marginais, destinada a ser lida em todas as igrejas da Inglaterra por ocasião do culto divino”.O rei nomeou cinqüenta e quatro tradutores, mas somente quarenta e sete tomaram parte neste serviço. Esta comissão dividia-se em seis grupos: dois funcionavam em Westminster, dois em Oxford, e dois em Cambridge. Concluíram o trabalho em 1611, acompanhado de uma dedicatória ao rei Tiago. Não foi realmente nova tradução, merece antes o nome de revisão. É endereçada a todos os cristãos que falam a língua inglesa, e está atualmente em uso.
12. A Versão Revista. A Versão da antiga Bíblia já tinha um curso de mais de dois séculos e meio. A descoberta de novos manuscritos e o estudo cuidadoso dos textos revelaram a existência de erros em o Novo Testamento grego que serviu para a versão inglesa. Tendo-se obtido um texto mais perfeito, além de ter havido grandes progressos no estudo do grego e do hebraico, durante o mesmo período, em fevereiro de 1870, em reunião havia em Canterbury, resolveu-se rever a antiga versão. Formaram-se duas comissões, uma para o Novo Testamento e outra para o Antigo. A do Antigo Testamento compunha-se de vinte e sete membros, e a do Novo Testamento, também de vinte e sete membros. A maior parte do tempo funcionou só com vinte e quatro. Dois terços pertenciam à igreja de Inglaterra. Havia mais duas comissões na América cooperando neste trabalho, compostas, uma de catorze membros para o Antigo Testamento e outra de treze para o Novo, representando diferentes igrejas protestantes. A revisão começou a 2 de junho de 1870. Na revisão do Novo Testamento gastaram-se dez anos e meio, e saiu à luz em maio de 1881. A revisão do Antigo Testamento começou a 30 de junho de 1870 e terminou catorze anos depois, a 20 de junho de 1884. A Versão Revista Americana e a Versão Revista de 1881 foram novamente editadas no Novo Testamento em 1900 e o Antigo em 1901.
A edição americana incorporou no texto as variantes e traduções preferidas pelas duas comissões, adiciona referências às passagens ilustrativas paralelas, fornece indicações para os tópicos de cada página, muda o número dos vv. da margem para o texto, substitui o nome de Jeová pelo de Senhor e Deus, onde ele existe no original, aumenta o número de mudanças por amor aos eufemismos. A Versão Revista é inferior à Versão Autorizada na felicidade da expressão, e as sentenças são menos perfeitas no seu ritmo e na sua cadência. Como trabalho científico, é muito superior à Antiga Versão, especialmente nas partes poéticas e proféticas do Antigo Testamento, e nas epístolas do Antigo Testamento, e nas epístolas do Novo em que o sentido se tornou mais claro. A ortografia dos nomes próprios foi grandemente melhorada.
IV. Versões em português.
Entre os antigos monumentos da língua portuguesa, encontram-se alguns fragmentos da História Sagrada. Foi, porém, a rainha D. Leonor, mulher de D. João II, quem fez imprimir em 1495, a expensas suas, a versão portuguesa da “Vida de Cristo”, obra escrita em latim por Ludolto ou Lentolfo da Saxônia, na qual completa o evangelho de S. Matheus, com interpolações das passagens dos de S. Marcos, S. Lucas e S. João que não correspondem às daquele. Em 1505 a rainha D. Leonor mandou ainda imprimir os Atos e as epístolas de Tiago, Pedro, João e Judas, traduzidas anteriormente por frei Bernardo Brivega.
Limitando-nos a mencionar as traduções dos evangelhos e epístolas em um antigo missal, por Gonçalo Garcia, a de frei Francisco de Jesus Maria Sarmento, paráfrase em quarenta e quatro volumes publicados em 1777, a de A. L. Blackord, que em 1879, publicou no Rito de janeiro o Novo Testamento completo, vertido do grego, e ainda outras, tratamos aqui das principais versões em uso:
1. Almeida. João Ferreira de Almeida, nascido em 1628, em Torre de Tavares, Portugal, emigrou para a Holanda, donde foi para Java em 1641. Ali uniu-se à igreja reformada portuguesa. Em 1642, traduziu do espanhol para o português um resumo dos evangelhos e das epístolas. Iniciou a tradução da Bíblia pelo Novo Testamento, logo depois de sua ordenação a 16 de outubro de 1656. O Novo Testamento, vertido do grego, foi concluído em 1670, sendo impresso em Amsterdão em 1681. Almeida faleceu a 6 de agosto de 1691, deixando o Antigo Testamento vertido do hebraico até os últimos versículos da profecia de Ezequiel. Alguns missionários do Tranquebar, a expensas de Teodoro Van Cloon, governador geral da Índia holandesa, cotejaram a tradução de Almeida pelo hebraico, e completaram a obra. O mais ilustre dos continuadores desse trabalho foi Nicolau Dal. Teodósio Walther que traduziu o livro de Daniel.
Em 1819, a Sociedade Bíblia Britânica começou a publicar o texto de Almeida em um volume completo. O texto de Almeida ressente-se, desde a edição de 1681, das imperfeições de revisão. Em 1894 e em 1925 fizeram-se revisões gerais no todo ou em parte que lhe mudaram bastante a forma ortográfica. Essas manipulações sucessivas de certa forma desfiguraram o texto primitivo, do qual disse Teófilo Braga:
“É esta tradução o maior e mais importante documento para se estudar o estado da língua portuguesa no século XVII; o padre João Ferreira de Almeida, pregador do Evangelho em Batávia, pela sua longa residência no estrangeiro escapou incólume à retórica dos seiscentistas; a sua origem popular e a sua comunicação com o povo levaram-no a empregar formas vulgatas que nenhum escritor cultista do seu tempo ousaria escrever. Muitas vezes o esquecimento das palavras usuais portuguesas leva-o a recordar termos equivalentes, e é esta uma das causas da riqueza do seu vocabulário. Além disto, a tradução completa da Bíblia presta-se a um severo estudo comparativo com as traduções do século XIV, e com a tradução do padre Figueiredo, do século XVIII. É um magnífico monumento literário”.
2. Figueiredo. O padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1725-1797, da congregação do Oratório, deputado da real Mesa Censória, sócio da Academia Real das Ciências, um dos maiores latinistas de seu tempo, escritor elegante e primoroso, traduziu a Bíblia da Vulgata, saindo à luz o Novo Testamento em 1778, em seis volumes. O Antigo Testamento veio seguidamente em 17 volumes entre 1783 e 1790. A edição de 1819, em sete volumes, é considerada o padrão, havendo sido retocada na tradução e notas. É o texto autorizado pela Igreja Romana.
Em 1821, a Sociedade Bíblica Britânica publicou o texto de Figueiredo em um só volume. Na edição de 1828 suprimiram-se os livros apócrifos, e um exemplar enviado em 1842 pela alfândega de Angra do Heroísmo, Açores, ao governo português, foi examinado pelo arcebispo D. Francisco de S. Luís, posteriormente cardeal Saraiva, que deu parecer favorável ao livro.
3. Tradução Brasileira. Em 1902 a Sociedade Bíblica Americana e a Sociedade Bíblica Britânica nomearam uma comissão composta dos Revs. William Cabell Brown, depois bispo de Minnesota, J. R. Smith, J. M. Kyle, A. B. Trajano, E. C. Pereira e Hipólito de Oliveira Campos, para do hebraico e grego tirarem uma versão que acompanhasse mais de perto o original, servindo-se dos textos resultantes do cotejo dos manuscritos estudados pela crítica científica.
Saiu a lume o Novo Testamento completo em 1910 e a Bíblia toda em 1917.
Mar Morto – Dead Sea
Reading Newspaper in the Dead Sea – Lendo Jornal no Mar Morto |
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Veja na foto, um fato, no mínimo curioso… Uma pessoa lê tranquilamente seu jornal como se estivesse num sofá.
Localização e Manuscritos |
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Localização
Em árabe “Bahr Lut“. Mar fechado na Ásia ocidental, cujas margens são ocupadas pela Jordânia, exceto o setor sudoeste (SO), que margeia Israel e o setor sudoeste (NO) que banha parte da Cisjordânia; Ele possui 1.015km2; não ultrapassado um máximo de 80 quilômetros de comprimento e 17km de largura (em média), chegando a uma largura de máxima de 18 km.
Está situado na depressão de Ghor (O Vale do Jordão (em árabe: الغور Al-Ghor ou Al-Ghawr) é uma longa depressão que se estende por Israel, Jordânia, Cisjordânia e chega ao sopé dos Montes Golan)
a 390m abaixo do nível do mar Morto é alimentado pelo rio Jordão, cujo débito não compensa a forte evaporação estival, o que resulta numa salinidade excepcionalmente elevada (c. 300), que impossibilita a vida em suas águas. Explorações de potássio, magnésio e bromo em suas margens.
Nos últimos 50 anos, o Mar Morto perdeu um terço da sua superfície, em grande parte por causa da exploração excessiva de seu afluente, única fonte de água doce da região, para além da natural evaporação das suas águas. Contudo, os especialistas são de opinião que, dentro de alguns anos, esta perda tenderá a estabilizar paralelamente à estudos que levem à sua conservação e preservação, portanto, o desaparecimento do Mar Morto não aconteceria, segundo estes, nem hoje nem no futuro.
Manuscritos do Mar Morto
Antigos manuscritos escritos em aramaico ou em hebraico, descobertos entre 1946 1956 em grutas, perto que Qumrãn, na margem noroeste do mar Morto.
Estes documentos (600 manuscritos ou fragmentos de manuscritos) compreendem textos bíblicos e apócrifos judaicos, além de escritos da seita religiosa que vivia em Qumrãn, reconhecida pela maioria dos historiadores como sendo dos essênios. Datados de um período que se estende do séc. II a.C. ao séc. I de nossa era, esses textos revelaram-se muito importantes para a história do judaísmo e das origens do cristianismo.
Jordânia lança plano ambicioso para resgatar o Mar Morto
Transpor água de um mar que não tem problemas para outro que está secando parece ser uma medida sensata. E dá a impressão de que os desafios não iriam muito além dos custos altos e dos investimentos em tecnologia.
No entanto, quando há vários países envolvidos, a questão torna-se muito mais difícil. Especialmente se essa operação ocorre no Oriente Médio.
Ainda assim, o primeiro-ministro da Jordânia, Abdullah Nsur, anunciou esta semana o lançamento da primeira fase de um plano para transportar a água do Mar Vermelho para o Mar Morto.
O custo do projeto é estimado em US$ 1 bilhão e levará à Jordânia 100 milhões de metros cúbicos de água dessalinizada por ano.
Para um país como a Jordânia, onde 92% do território é deserto e a falta de água é um problema sério, essa pode ser a solução que muitos esperam há anos.
Além disso, o nível do Mar Morto encolhe mais de um metro por ano e, se continuar nesse ritmo, há quem diga que ele pode secar em 2050.
Seca do Mar Morto
No entanto, Scott Wells, professor de Engenharia Ambiental da Portland State University, explica que não há risco de que o Mar Morto seque totalmente.
“Ele nunca vai secar, mas vai, sim, ser reduzido gradualmente até que não haja mais evaporação. Ele então vai se tornar uma espécie de massa salgada semilíquida”, explica.
O Mar Morto é muito profundo, então mesmo que o nível da água diminua, ainda restam 300 metros de profundidade.
“Vai ser um Mar Morto que não estamos acostumados. Não será um lugar onde as pessoas queiram ir passear”, disse Wells.
Um canal para o Mar Morto
Para se entender melhor a questão, é preciso observar a situação do Rio Jordão, que é compartilhado por Israel, Jordânia, Líbano, Síria e os territórios palestinos. Suas águas são quase totalmente usadas na indústria e na agricultura desde os anos 60, quando esses países passaram a desviar seu fluxo.
Assim, o Mar Morto vem sendo privado do rio que era uma de suas principais fontes de abastecimento de água.
“Água no Oriente Médio sempre foi um problema difícil. O desaparecimento do Mar Morto é um sintoma que mostra como esses países são altamente dependentes de água da bacia do Jordão”, explicou à Peter Gleick, presidente o Pacific Institute, em Oakland, Califórnia (EUA).
Durante décadas, os especialistas tentam reverter essa situação. Houve esboços de projetos, mas geralmente por razões econômicas, nenhum se concretizou.
O mais ambicioso, o “Canal dos Dois Mares” ou “Canal do Mar Vermelho para o Mar Morto”, tem um custo de cerca de US$ 10 bilhões, de acordo com um estudo recente do Banco Mundial.
Também se considerou a possibilidade de transferir a água do Mediterrâneo ou dessalinizar água para fazer com que ela chegue às áreas que mais precisam.
Visões conflitantes
Apesar dos desafios, desta vez, o governo jordaniano parece estar bastante otimista.
“O alto custo do projeto inicial do canal entre os dois mares levou o governo a propor ideias como as que propusemos agora, que qualificamos como “primeira fase”, disse o ministro jordaniano da Água, Hazem Nasser.
Embora valorize a iniciativa, Peter Gleick segue descrente. “Ainda não há um acordo entre todas as partes, o Mar Morto é compartilhada por Israel, Jordânia e os palestinos. Então, é preciso haver um acordo amplo”, diz.
“Além disso, a maior parte da demanda de água da Jordânia é em Amã e em outras cidades que estão muito longe do Mar Morto, por isso seria preciso bombear a água, elevando ainda mais o custo.”
Os ambientalistas, por sua vez, destacam o impacto que uma iniciativa deste tipo pode ter sobre a situação dos mares.
A organização Amigos da Terra listou uma série de prejuízos, como danos ao sistema natural do Mar Morto, pela mistura de sua água com a água do Mar Vermelho, que tem uma composição química diferente.
Segundo o grupo, também há risco de se prejudicar os arrecifes de coral do golfo de Aqabe, ao se bombear a água.
Para Wells, o principal risco é a quantidade de salmoura que chegará ao Mar Morto, como consequência da dessalinização da água.
Gleick afirma ainda que já há espécies ameaçadas no Mar Vermelho e que não se sabe o quanto o projeto pode agravar a situação.
Gospel, o que Significa?
“Gospel” é uma palavra de origem americana.
Vamos tomar as contrações das palavras inglesas “God” que significa Deus e “spell” que significa apelar, soletrar. Derivada dos “Spirituals” (Espirituais), o cântico religioso dos escravos negros americanos.
O significado destas duas contrações God + spell = Gospel significa “evangelho” “boa nova”.
E ao antepormos a palavra Música, temos Música Góspel que significa “música evangélica”.
Além do Gospel original há vários tipos de música gospel, que para não serem confundidos com a primeira, são chamados de “Christian Music” (música cristã) nos Estados Unidos.
Depois de ficar muito tempo restrito aos negros, hoje a música gospel é um estilo musical conhecido no mundo todo, e tem sua própria parada na revista “Billboard” (EUA), uma das mais conceituadas do Musical World, e promove um prêmio para os artistas do gênero, o Dove Awards. Devido ao grande destaque a propagação da música Gospel, ela foi também incluída no Grammy (maior premiação da música mundial).
A Música Gospel ganhou força também com o apoio das Redes de TV com programas voltados ao púbico evangélico, como Record, Band, Rede TV, Etc.
Podemos estar certos de que a grande quantidade de música Gospel de excelente qualidade e que realmente falam de Deus e de seu Amado Filho Jesus Cristo e com mensagens muito glorificantes embutidas e verdadeiras pregações do Evangelho, as quais têm alcançado muitas vidas, e de forma espontânea.
Muitos cantores de Musica Gospel como também dos Hinos Cristãos são realmente usados pelo Senhor para trazer sua verdadeira mensagem, aquela que propicia salvação de almas.
Artigos da História
Túmulo Escavado na Rocha |
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Este túmulo foi totalmente escavado na rocha e fechado com uma grande pedra redonda, evitando assim que animais necrófagos entrasse nele.
O corpo de Jesus foi envolvido em linho e colocado em um túmulo semelhante a este.
Sepultamento de Jesus é um dos episódios da Paixão de Jesus Cristo no qual seu corpo, depois da deposição da cruz, é colocado no túmulo. De acordo com os relatos dos evangelhos canônicos, Jesus foi sepultado por um fariseu chamado José de Arimateia.
Moedas de Prata |
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Moedas de prata idênticas às moedas recebidas por Judas Escariotes quando traiu Jesus
Judas traiu Jesus pelo dinheiro? É difícil voltar no tempo para descobrir as intenções exatas de Judas Iscariotes, mas podemos pelo menos examinar o preço que Judas cobrou por sua traição e ver se o dinheiro foi tentador o suficiente para fazê-lo entregar o Filho de Deus.
Vamos primeiro olhar uma passagem do Evangelho de Mateus.
Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua. Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata. (Mateus 26:13-15)
O Evangelho de Mateus afirma que a subsequente compra do campo de Aceldama foi a realização, por Jesus, de uma profecia de Zacarias. A imagem das trinta moedas de prata tem sido usada frequentemente em obras de arte que descrevem a Paixão de Cristo. A frase é usada na literatura e no senso comum para se referir às pessoas que “se vendem”, comprometendo uma confiança, amizade ou lealdade para ganhos pessoais.
Em termos bíblicos, essa não é a primeira vez que são mencionadas trinta moedas de prata. No livro de Zacarias, o profeta recebe a mesma quantia pelo seu salário diário como pastor.
Profeta Zacarias havia previsto com precisão a negociação de Judas, 520 anos antes de acontecer. Em Zacarias: 11-13, trinta moedas de prata é o preço que Zacarias recebe por seu trabalho, e então as arroja “para o oleiro”. O estudioso alemão Klaas Schilder observa que o pagamento de Zacarias indica uma avaliação da qualidade de seu trabalho, bem como a sua despedida. Em Êxodo 21:32, trinta moedas de prata eram o preço de um escravo, então, enquanto Zacarias chama a quantidade de “belo preço” (Zacarias: 11-13), isso poderia soar como sarcasmo. O estudioso norte-americano Barry Webb, no entanto, considera isso como uma “soma considerável de dinheiro”.
“E eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário, trinta moedas de prata. Ora o Senhor disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor.” (Zacarias 11:12-13)
Schilder sugere que estas trinta moedas de prata estejam presentes em diversos trechos por se tratar de uma profecia. Quando os principais sacerdotes decidem comprar um campo com o dinheiro devolvido, Mateus diz que isso cumpriu “o que foi dito por Jeremias, o profeta. “Ou seja, “Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, a quem certos filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.” (Mateus 27:9-10). Embora muitos estudiosos vejam a referência do nome de Jeremias como um equívoco, a compra de Jeremias citada em Jeremias 32 pode indicar que ambos os profetas estão relacionados
A Pedra de Rosetta
A Pedra de Rosetta. De basalto polido, negra, medindo três pés e sete polegadas (109,22 cm) por dois pés e seis polegadas (76,2 cm).
A pedra continha textos em hieróglifos, em escrita demótica (escrita do povo) e em grego.
O Egito mantinha seu passado, indecifrável, letra morta escrita em pedra, preservando as memórias dos faraós como outrora as pirâmides guardavam suas múmias, como tal, os hieróglifos guardavam a chave desse glorioso passado, porém faltava alguém como os antigos saqueadores, que vencesse as armadilhas impostas pelo tempo, compreendesse os sinais e finalmente descobrisse o tesouro, o passado e a história dos senhores do Nilo.
O Egito é fascinante. O caminho trilhado por pesquisadores na busca pela decifração dos hieróglifos também é.
Repleto de erros e acertos, de sacrifícios e glorias. Aventureiros, padres, arqueólogos e imperadores, tentando vencer as barreiras do tempo e resgatar a verdadeira história do Egito.
Fizeram-se tentativas para decifrar os antigos sinais como enigmas, e deles tirar a verdade. Um padre jesuíta do século XVII Atanásio Kircher, (inventor da lanterna mágica), interpretou assim um grupo de sete hieróglifos: “O criador de toda a fecundidade e todo o crescimento é o deus Osirís, cuja a força vivificante tira Santa Mofta do Céu para seu império”
Hoje sabemos que os hieróglifos que o padre traduziu, significava “Autocrata, senhor absoluto” um título.
Acreditou-se por longo tempo que os Egípcios eram parentes dos Chineses, e que a escrita chinesa era proveniente dos hieróglifos, bastava para traduzi-los, consultar um dicionário Chinês.
Esse tipo de ligação fez Voltaire dizer: “Os etimologistas estabelecem o parentesco das línguas desprezando as vogais e não se ocupando muito com as consoantes.”
Hoje conhecemos melhor o chinês e os antigos hieróglifos. A escrita dos Egípcios nasceu como todas as outras, primeiramente figurativa. Como crianças, desenhavam seus pensamentos. Os índios nunca conseguiram ultrapassar essa fase, mas os egípcios avançaram para, cada sinal representando uma sílaba ou um som isolado.
Mais tarde, só se escreviam as consoantes, e talvez pela influencia do Grego, começaram a usar as vogais. Mas apenas para nome estrangeiros. Assim as vogais não existiam na origem. E era mais ou menos assim:
Fazemos um desenho do Sol, o desenho poderia representar um “SOL”, ou significar “SAL” ou “SUL”.
Muitas palavras egípcias continham uma só consoante e uma vogal:
KÊ = Altura. RÔ = Boca. TA = Pão
Como não se escrevia a vogal, os hieróglifos dessas palavras tornaram-se um sinal fonético. Sinal que indicava um som.
O hieróglifo de Altura: KÊ se tornou a letra K.
O hieróglifo de boca, RÔ, tornou-se R.
e TA = T.
Assim se chegou a um alfabeto hieroglífico completo composto de 24 sinais consonânticos.
Poderia supor que, de posse desses 24 sinais, os Egípcios passariam a só escrever por meio de letras. Não o fizeram.
Primeiro porque agarravam-se às suas tradições com extraordinária obstinação. Segundo, era mais fácil representar uma palavra ou sílaba por meio de um só sinal. Os hieróglifos passaram a ser uma mistura de sinais silábicos, letras e ideografia. Por isso se tornou tão difícil decifrá-los.
A escrita hieroglífica compreende, no total, qualquer coisa como quinhentos sinais diferentes.
Quando os Egípcios deixaram de gravar a pedra para servirem de pena e do papiro, empregaram a escrita em cartas, contratos, etc. Os hieróglifos simplificaram-se de maneira visível; a escrita tornou-se contínua. Esta escrita foi mais tarde chamada “escrita demótica”, isto é, “Escrita do Povo”.
A Descoberta da Chave
Foi a expedição de Napoleão Bonaparte ao Egito que deu impulso ao estudo do passado egípcio e à decifração dos hieróglifos. A egiptologia começa por Napoleão.
A expedição ao Egito não deu qualquer resultado duradouro do ponto de vista político, mas teve profunda repercussão científica. Com a esquadra francesa chegou uma equipe de sábios, investigadores e artistas.
Fundou-se no Cairo um instituto Egípcio, e em poucos meses de ocupação francesa, foi feita uma obra chamada “Descrição do Egito”, em trinta e duas partes. Mas a maior parte de suas descobertas caiu em mãos dos Ingleses após a capitulação e constituem atualmente a base das grandes coleções do Museu Britânico, de Londres.
E foram os soldados franceses que fizeram a descoberta mais importante… Escavando trincheiras perto da pequena cidade portuária de Roseta, a leste de Alexandria, desenterraram uma pedra de basalto polido, negra, medindo três pés e sete polegadas (109,22 cm) por dois pés e seis polegadas (76,2 cm), A pedra continha textos em hieróglifos, em escrita demótica e em grego.
Os sábios não tiveram qualquer dificuldade em decifrar o grego. Descobriram que a pedra referia-se a uma decisão tomada por uma assembléia de sacerdotes em Mênfis, no ano de 196 a.C.., no reinado de Ptolomeu V. Segundo a inscrição, o rei tinha isentado os seus súditos de certos impostos, que havia aumentado seu bem-estar. Para lhe agradecerem este belo gesto, os sacerdotes tinham decidido erguer uma estátua de Ptolomeu V em cada templo e organizar todos os anos, festividades em sua honra.
Quiseram perpetuar esta decisão mandando gravar em pedra e colocando uma dessas pedras comemorativas em cada um dos templos importantes.
Foi uma dessas pedras que os soldados de Napoleão encontraram. Infelizmente a pedra estava muito estragada.
A pedra de Roseta dava aos egiptólogos a tradução grega de um texto hieroglífico e um texto demótico. Tinha-se assim encontrado a chave dos hieróglifos. Mas como empregá-la? Só os nomes próprios podiam ajudar os investigadores; no texto havia um número bastante importante de nomes. Que se assemelham sempre um pouco em cada língua.
O primeiro sábio que tentou decifrar a pedra teve que se confessar vencido, outro, um diplomata sueco Johan David Akerblad, foi mais bem sucedido, atribuindo-se lhe o cognome de “Primeiro egiptólogo.”
Examinou o segundo texto da pedra, donde tirou os nomes de Ptolomeu, Alexandre, Arsíone, Berenice e outros seis. Em breve, Akerblad aprendeu o suficiente da língua popular do Egito para daí deduzir um alfabeto, exato nas suas grandes linhas; esse alfabeto foi de grande utilidade na interpretação dos hieróglifos.
Em 1802 Akerblad publicou um livro sobre a pedra de Roseta, o qual, preparou a decifração dos hieróglifos. Se Akerblad tivesse independência econômica, teria, sem dúvida, conseguido resolver completamente o enigma dos hieróglifos.
O médico inglês Thomas Young continuou a obra de Akerblad, aproveitando seus resultados, usou sua perspicácia para interpretar certos sinais muitos especiais, rodeados por uma linha oval no texto. Um sábio dinamarquês, Zoëga, já tinha demonstrado antes que se tratava dos nomes de reis e rainhas.
Young pode decifrar duas letras do nome Ptolomeu e traduzir três outros hieróglifos. Mas a partir dessa altura não fez mais que tatear o caminho.
Jean-François Champollion tornou-se um perfeito muçulmano, vivendo a maneira egípcia.
A revelação
Jean-François Champollion (1790-1832) nasceu numa pequena aldeia do sul da França. O pai era livreiro e a infância de Jean-François teve como ambiente a França da Revolução. Com nove anos entrou em uma escola de Grenobla. Depressa demais, se tornou amigo do chefe do departamento, que havia feito a expedição científica de Napoleão ao Egito. Champollion, jovem com 11 anos, contemplava os objetos históricos que o amigo tinha trazido do Egito, e acabou por despertar uma intuição prodigiosa, revelada para o estudo das línguas. Com 16 anos começou a publicar uma obra sobre o Egito dos faraós. Tinha se familiarizado com línguas orientais: o hebreu, o árabe, o sírio, o caldeu, o sânscrito, diversos dialetos persas e até em certos termos da China e do México.
Em 10 de julho de 1809 fora nomeado, na universidade, professor de história, com 18 anos em Grenobla. Onde seu irmão mais velho já ensinava na universidade. Champollion era um fanático de Napoleão e por isso, por ordem do rei, teve que abandonar a sua atividade de professor.
Ocupou-se então com a pedra de Roseta. Seu primeiro sucesso foi explicar os sete hieróglifos que compõem o nome do rei Ptolomeu – ou na sua forma grega – Ptolomaios. O nome do rei, encontrava-se um grupo de sinais dentro de uma cercadura ovalada, que veio a tornar-se conhecida por “cartouche”.
Após longas horas de investigações, descobriu que no texto hieroglífico o nome aparecia sob a forma Ptolomais.
Ajudou na decifração o nome de Cleópatra. No ano de 1815 foi encontrado o chamado “Obelisco de Filé”, ao sul da primeira catarata; que o arqueólogo Banks levou para a Inglaterra em 1821 e o qual continha igualmente uma inscrição em hieróglifos e outra em grego.
E novamente ai se encontrava, emoldurado num “cartouche”, o nome de Ptolomeu. Mas havia um segundo grupo de hieróglifos emoldurado. E Champollion, guiado pela inscrição grega ao pé de obelisco, supôs que esse grupo devia representar o nome de Cleópatra.
Com a explicação deste nome Champollion tinha descoberto três sinais comuns; aos dois nomes. Isto é, P, O, L. Além disso, tinha dois sinais que traduziam variantes do som T e sete outros hieróglifos. Estimulado, prosseguiu e começou o exame comparativo de todos os nomes e título reais que pode reunir. Descobriu que o mesmo hieróglifo poderia indicar sons diferentes, que poderia até representar uma palavra completa.
Claro que tropeçou em uma invenção dos egípcios da 18º dinastia, que, de mau gosto, introduziram pequenos enigmas na escrita. Por exemplo: o desenho de um homem que segura um porco pela calda. Um hieróglifo.
“Seguir o porco” seria a tradução, Seguir em egípcio é CHÉS e porco TEB, o enigma significa então CHÉSTEB, que quer dizer “Lápis-lazúli” a pedra azul usada na decoração.
Algumas das passagens mais famosas da literatura egípcia, chegaram até nós em cópias feitas por jovens estudantes, que treinavam sua caligrafia. Imagina-se em que estado se apresenta estes textos.
Champollion interpreta esses hieróglifos da Núbia reconhece imediatamente os dois últimos sinais, Mas e quanto aos dois primeiros? No primeiro, vê uma representação do disco solar e, graças ao seu conhecimento do copta, a língua dos religiosos cristãos do Egito, sabe que o sol representa o nome RÁ, por intuição vê no segundo hieróglifo a palavra “Nascimento” ou em copta “MAS”. Assim chega ao termo RAMASES, isto é, Ramsés.
Entusiasmado, juntou suas notas, correu à casa do irmão, atirou o maço de manuscritos para cima da mesa e gritou: “Ai está!”
No mesmo momento caiu desmaiado. Era uma crise nervosa que após 15 anos de um trabalho cerebral penoso cobrou seu preço.
Champollion permaneceu cinco dias em estado de letargia. Recobrou-se e prosseguiu suas pesquisas com o auxílio dos amigos. Viajou aos museus de Turim, Roma, Nápoles e onde havia antiguidades egípcias. Foi nomeado diretor da seção de egiptologia do Louvre. Em 1828 pode, finalmente, por conta do Louvre, fazer uma viagem até o Egito. Acontece que, para viajar ao Egito sem dificuldades, era prudente adotar os costumes dos indígenas. Champollion deixou a barba crescer, e, tornou-se um perfeito muçulmano, vivendo a maneira egípcia. Fez viagens pelo Nilo, ao longo dos minarates, obeliscos e pirâmides. E viu as inscrições.
Jean-François Champollion permaneceu muito tempo nos túmulos dos reis do Egito, onde a atmosfera era doentia e faltava ar, copiou longas inscrições em posições desconfortáveis e com pouca luz, e interpretava as descobertas. Champollion suportou mal a viagem de regresso e a passagem sem transição do clima quente do deserto para o rude inverno francês em 1829, quanto foi atacado por reumatismo. Seu trabalho foi reconhecido pelos cientistas e foi-lhe atribuída uma cadeira de Egiptologia. Mas, no final de 1831, Jean-François Champollion foi atacado de apoplexia e paralisia parcial. A caneta caía-lhe das mãos, mas teve ainda suficiente força para terminar o manuscrito do seu dicionário e da sua gramática egípcia e para ordenar a documentação que trouxe do Egito. Na primavera de 1832, morria com 41 anos.
Texto da Pedra de Roseta
No reinado do jovem que sucedeu o pai na realeza, senhor de diademas, mais glorioso, que estabeleceu o Egito e foi piedoso para os deuses, triunfante em cima dos inimigos que restabeleceram a vida civilizada de homens o senhor dos Trinta Festivais de Anos, até mesmo como Ptah o Grande, um rei amado de Ra, grande rei dos países Altos e Baixos, descendência dos Deuses Philopatores, um a quem Ptah aprovou, para quem Ra deu a vitória, a imagem viva de Amun, filho de Ra, PTOLEMAIO, O que vive para sempre, AMADO DE PTAH, no nono ano, quando o filho de Aetos de Aetos era o sacerdote de Alexandre, e os Deuses Soteres, e os Deuses Adelphoi, e os Deuses Euergetai, e os Deuses Philopatores e o Deus Epiphanes Eucharistos; Filha de Pyrrha de Philinos que é Athlophoros de Berenike Euergetis, filha de Areia de Diogenes que é Kanephoros de Arsinoe Philadelphos,; Filha de Irene de Ptolemaio que é a Sacerdotisa de Arsinoe Philopator; o quarto do mês de Xandikos, de acordo com os egípcios o 18º Mekhir.
DECRETO. Sendo ajuntado os Sacerdotes Principais e Profetas lá e esses que entram no santuário interno pelo vestir os deuses, e os portadores e os Escriturários Sagrados e todos os outros sacerdotes dos templos ao longo da terra que veio conhecer o rei a Memphis, para o banquete da suposição por PTOLEMAIO, O QUE VIVE PARA SEMPRE (O ETERNO), O AMADO DE PTAH, O DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS, da realeza na qual ele sucedeu o pai, eles sendo ajuntados no templo em Memphis neste dia declararam:
Considerando que o Rei PTOLEMAIO, O ETERNO, O AMADO DE PTAH, O DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS, o filho de Rei Ptolemaio e Rainha Arsinoe, os deuses Philopatores, foram benfeitores para o templo e para esses que moram neles, como também esses que são os assuntos dele, enquanto sendo um deus feito de um deus e deusa amados de Horus, o filho de Isis e Osiris que vingaram o pai Osiris enquanto estando benignamente disposto para os deuses, dedicou às rendas de templos de dinheiro e milho e empreendeu muito para trazer o Egito em prosperidade, e estabelecer os templos, e foi generoso com todos seus próprios meios; e das rendas e impostos arrecadados no Egito alguns remeteu ele completamente e outros iluminou, para que as pessoas e todos os outros poderiam estar em prosperidade durante o reinado dele; e considerando que ele remeteu as dívidas ao ser de coroa muitos em número que eles no Egito e o resto do reino deveram; e considerando que esses que estavam em prisão e esses que estavam por muito tempo debaixo de acusação, ele livrou das punições contra eles; e considerando que ele dirigiu que os deuses continuarão desfrutando as rendas dos templos e as mesadas anuais dadas a eles, ambos milho e dinheiro, que igualmente também a renda nomeada aos deuses da videira pousa e de jardins e as outras propriedades que pertenceram aos deuses pelo tempo do pai dele; e considerando que ele também dirigiu, com respeito aos sacerdotes, que eles não deveriam pagar nenhum mais como imposto por admissão para o sacerdócio que o que foi os designados ao longo do reinado do pai e até o primeiro ano do próprio reinado dele; e aliviou os sócios das ordens sacerdotais da viagem anual para Alexandria; e considerando que ele dirigiu aquele para a marinha já não será empregado; e do imposto em pano feito de linho bem pago pelos templos à coroa ele remeteu dois-terços; e qualquer coisas eram negligenciadas em tempos anteriores que ele restabeleceu à própria condição deles, enquanto tendo cuidado como os deveres tradicionais serão pagos aos deuses; e igualmente aquinhoou justiça a tudo, como Thoth o grande e grande; e ordenou que esses que devolvem da classe de guerreiro, e de outros que eram dispostos pelos dias das perturbações, deva, no retorno deles, seja permitido ocupar as posses velhas deles; e considerando que ele contanto que a cavalaria e infantaria força e navios deveriam ser enviados contra esses que invadiram o Egito através de mar e através de terra, dispondo grandes somas em dinheiro e milho para que os templos e tudo esses que estão na terra poderiam estar em segurança; e ter entrado para Lycopolis no nome de Busirite que tinha estado ocupado e tinha fortalecido contra um assédio com uma loja abundante de armas e todos os outros materiais que vêem aquele era agora de se levantar muito tempo entre os homens incrédulos juntado nisto, que tinha perpetrado muito dano aos templos e para todos os habitantes de Egito, e tendo se acampado contra isto, ele cercou com montículos e trincheiras e fortificações elaboradas; quando o Nilo fez uma grande elevação no oitavo ano de reinado, que normalmente inunda as planícies, ele previu isto, represando a muitos pontos as saídas de canais, nenhuma quantia pequena de dinheiro, e fixando a cavalaria e infantaria para os vigiar, em pouco tempo ele a cidade levou através de tempestade e destruiu todos os homens incrédulos nisto, até mesmo como Thoth e Horus, o filho de Isis e Osiris, antigamente subjugou os rebeldes no mesmo distrito; e sobre esses que tinham conduzido os rebeldes pelo tempo do pai e quem tinha perturbado a terra e prejudica aos templos, ele veio a Memphis para vingar o pai e a própria realeza, e os castigou como mereceram, na ocasião que veio executar as próprias cerimônias para a suposição da coroa lá; e considerando que ele remeteu o que estava devido à coroa nos templos até o oitavo ano dele, enquanto sendo nenhuma quantia pequena de milho e dinheiro; tão também as multas para o pano feito de linho bom não entregado à coroa, e desses entregados, as várias taxas para a verificação deles, para o mesmo período,; e ele também livrou os templos do imposto da medida de grão para toda medida de terra sagrada e igualmente o jarro de vinho para cada medida de terra de videira; e considerando que ele deu muitos presentes em Apis e Mnevis e para outros animais sagrados no Egito, porque ele era muito mais considerado que os reis antes dele e tudo aquilo pertenceu a eles; e para os enterros deles ele deu o que era satisfatório e magnificamente, e o que foi pago regularmente para os santuários especiais deles, com sacrifícios e festivais e outras observâncias habituais, e ele manteve a honra dos templos e de Egito de acordo com as leis; e ele adornou o templo de Apis com trabalho rico, enquanto gastando nisto ouro e prata e pedras preciosas, nenhuma quantia pequena; e considerando que ele fundou templos e santuários e altares, e consertou esses requerendo isto, enquanto tendo o espírito de um deus beneficente em assuntos que pertencem a religião; e considerando que depois de inquirido tem renovado ele o a maioria honrosa dos templos durante o reinado dele, como está se tornando; em requital de qual coisas os deuses lhe deram saúde, vitória e poder, e todas as outras coisas boas, e ele e as crianças dele reterão a realeza durante todo o tempo.
COM FORTUNA PROPÍCIA: Estava resolvido pelos sacerdotes de todos os templos na terra grandemente aumentar as honras existentes de Rei PTOLEMAIO, O ETERNO, O AMADO DE PTAH, O DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS, igualmente esses dos pais dele os Deuses Philopatores, e dos antepassados dele, o Grande Euergatai e os Deuses Adelphoi e os Deuses Soteres e montar no lugar mais proeminente de todo templo uma imagem do REI ETERNO PTOLEMAIO, O AMADO DE PTAH, O DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS que será chamado de “PTOLEMAIO, o defensor de Egito”, qual estará de pé ao lado do deus principal do templo, enquanto lhe dando a cimitarra de vitória tudo dos quais será fabricada na moda egípcia; e que os sacerdotes farão homenagem às imagens três vezes por dia, e pôs neles os artigos de vestuário sagrados, e executa as outras honras habituais como é dada aos outros deuses nos festivais egípcios; e estabelecer para Rei PTOLEMAIO, O DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS, sucessor de Rei Ptolemaio e Rainha Arsinoe, os Deuses Philopatores, uma estátua e santuário dourado em cada templo, e montar isto na câmara interna com os outros santuários; e nos grandes festivais nos quais os santuários são levados em procissão o santuário do DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS será levado em procissão com eles. E para que possa ser facilmente agora distinguível e durante todo o tempo, lá será fixado no santuário dez coroas de ouro do rei para qual será somado uma naja exatamente como em todas as coroas adornou com najas que estão nos outros santuários, no centro deles estará a coroa dupla na qual ele pôs quando ele entrou no templo a Memphis executar as cerimônias por assumir a realeza; e lá será colocado em volta na superfície quadrada sobre as coroas, ao lado da coroa acima mencionado, oito símbolos dourados em número que significa que é o santuário do rei que faz manifesto o Superior e os mais Baixos países. E desde que é os 30º de Mesore no qual o aniversário do rei é célebre, e igualmente os 17º de Paophi no qual ele sucedeu o pai na realeza, eles seguraram estes dias em honra como nome-dias nos templos, desde que eles são fontes de grandes bênçãos para tudo; foi decretado mais adiante que um festival será mantido nos templos ao longo do Egito nestes dias por todos os meses em qual haverá sacrifícios e libações e todas as cerimônias habituais aos outros festivais e os oferecimentos será dado aos sacerdotes que servem nos templos. E um festival será mantido para Rei PTOLEMAIO, O ETERNO, O AMADO DE PTAH, O DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS, anualmente nos templos ao longo da terra dos 1º de Thoth durante cinco dias nos quais usarão guirlandas e executarão sacrifícios e libações e outras honras habituais, e serão chamados os sacerdotes em cada templo os sacerdotes do DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS além dos nomes dos outros deuses a quem eles servem; e no sacerdócio dele será entrado em documentos todo formais e será gravado nos anéis que eles usam; e também serão permitidos os indivíduos privados manter o festival e montar o santuário acima mencionado e serão tidos isto nas casas deles. executando as celebrações acima mencionado anualmente, para que possa ser conhecido a tudo aquilo que os homens de Egito aumentam e honram o DEUS EPIPHANES EUCHARISTOS o rei, de acordo com a lei.
“Este decreto se inscreverá em um estela de pedra dura em caráter sagrados e nativos e gregos e será montado em cada do primeiro, segundo e terceiros templos de grau ao lado da imagem do rei sempre-vivo”.
O Prelo de Gutenberg e Stanhope
Os Prelos Manuais
Prelo – Albion Press”
« Prelo de impressão manual » “Albion Press” da marca Hopkinson & Cope fabricada n ano de 1859 na Inglaterra.
Esse pequeno prelo manual era utilizado na impressão de provas tipográficas.
A prensa Albion é um modelo de prensa de impressão manual de ferro , originalmente projetada e fabricada em Londres por Richard Whittaker Cope (falecido em 1828?) Por volta de 1820. Funcionava por uma simples ação de alternância, ao contrário do complexo mecanismo de alavanca da prensa colombiana e a imprensa Stanhope . Albions continuou a ser fabricado, em uma variedade de tamanhos, até a década de 1930. Eles foram usados para impressão comercial de livros até meados do século XIX e, a partir de então, principalmente para revisão, trabalhos de redação e por prensas privadas . Francis Meynell costumava usar um Albion para revisar as páginas de seus designs para a Nonesuch Presslivros e imprimiu alguns pequenos livros e coisas efêmeras usando a imprensa. Os impressores que ainda usam predominantemente a Albion Press no Reino Unido para publicar edições limitadas de boa impressão incluem IM Imprimit de Ian Mortimer e a St James Park Press de James Freemantle.
Após a morte de Cope, Albions foram fabricados por seus herdeiros e membros da família Hopkinson (inicialmente negociados como ‘Jonathan e Jeremiah Barrett’ e mais tarde como ‘Hopkinson e Cope’), que teriam melhorado o design. A partir da década de 1850 em diante prensas Albion foram fabricados sob licença por outras empresas, nomeadamente Harrild & Sons , Miller e Richard , e Frederick Ullmer Ltd. A alternância de ação, e a forma distintiva e ‘coroa’ finial do Albion, torne-o instantaneamente reconhecível.
Prelo – Alauzet
Designação: Prelo tipográfico manual
Marca: Alauzet [Alauzet Express, from Alauzet & Cie]
Data: Séc. XIX
País: França
Função: Prelo manual de impressão tipográfico
Existe um exemplar no espólio da AMI – Associação Museu da Imprensa / Portugal.
« Prelo manual de impressão tipográfico » de marca: Alauzet, datado do Século XIX na França.
Camera – Penrose
« Camera » da marca Hunter Penrose, Ltd, fabricado na Inglaterra e sua função era obter clichés fotográficos para trabalhos litográficos.
Litofotografia = Fotolitografia (Arte de produzir litograficamente uma estampa impressa).
Litografia – Desenho ou escrita em pedra, depois estampada em papel; oficina do tipógrafo. Palavra de origem grega formada por lithos (pedra) e grapho (escrever). Esta nova técnica utiliza uma pedra calcária de grão muito fino e de cor azulada/amarela e baseia-se na repulsão entre a água e as substâncias gordurosas. Método inventado por Senefelder, que contou a sua descoberta no “Tratado da Litografia” escrito em 1818, e que, em resumo, consistia no seguinte: as pedras eram desenhadas ou escritas com uma tinta pastosa composta por cera, sabão e negro de fumo, após o que as gravava com uma solução nítica. O ácido não atacava as partes escritas, que estavam protegidas pelas tinta, mas somente as zonas a descoberto. Deste modo obtinha um ligeiro alto relevo, que entintava com uma bala, procurando não sujar as zonas não impressoras, após o que procedia à impressão. Atualmente, embora o princípio seja o mesmo, em vez de pedra utiliza-se chapas metálicas, matérias plásticas ou outras devidamente preparadas.
« Qualquer destes três, ainda existe um exemplar no espólio da AMI – Associação Museu da Imprensa / Portugal. »
« GUTENBERG, Johann Gensfleish (1397 ?-1468) » – Nascido na cidade de Móguncia (Alemanha), no seio de uma família bastante próspera, é a ele que se deve a criação do processo de impressão com caracteres móveis – “a tipografia”. Tanto o seu pai como o tio eram funcionários da Casa da Moeda do arcebispo de Móguncia, sendo provavelmente ali que Joahann aprendeu a arte da precisão em trabalhos de metal. Em 1428, Gutenberg parte para Estrasburgo onde procedeu às primeiras tentativas de imprimir com caracteres móveis e onde deu a conhecer a sua ideia. Nesta cidade terá, provavelmente, em 1442, impresso o primeiro exemplar na sua prensa original – um pedaço de papel, com onze linhas.
« STANHOPE, Lord Charles (1753-1816) » – Filantropo inglês, que concebeu por volta de 1795 um prelo, para publicar as suas obras, que pela primeira vez era totalmente construído em ferro, excluindo a cruz em madeira onde assentava. As suas principais inovações foram a pressão regulável através de um alavanca, as calhas oleadas onde desliza o cofre e a capacidade, dada a sua força de pressão, de imprimir de uma vez só toda a superfície da forma. Devido a um contrapeso no braço (alavanca de pressão) regressava automaticamente à sua posição inicial. Com estas melhorias no sistema de prensagem e na entintagem (feita manualmente com as chamadas “balas”), a sua utilização permitia já uma produção de 100 exemplares à hora. A sua penetração no restante continente europeu foi muito rápida, tendo chegado a França em 1814, estando já à algum tempo ao serviço do jornal inglês “Times”. O escritor e também impressor Honoré de Balzac descreve ao longo das páginas do livro “Ilusões Perdidas”, editado em 1837, as transformações e consequências da importação para França deste tipo de prelo. Com um prelo semelhante trabalharam as célebres famílias de Didot, em França, Giambattista Bodoni, em Parma e Baskerville em Inglaterra.
Em Portugal foi Joaquim António Xavier Annes da Costa, administrador da Imprensa Régia na segunda década do sec. XIX, que introduziu os prelos de Stanhope, mandando construir, pelo modelo de dois provenientes de Inglaterra, treze prelos daquele tipo. Na mesma empresa, mas denominada agora, e desde 1823, por Imprensa Nacional, existiam ainda em 1863, seis prelos manuais à Stanhope, construídos em Lisboa. Na Imprensa da Universidade de Coimbra existiam, em 1877, dois prelos do sistema Stanhope.« SENEFELDER, Aloysius (1771-1834) » – Inventor checo da litografia em 1796, palavra de origem grega formada por lithos (pedra) e grapho (escrever). Esta nova técnica utiliza uma pedra calcária de grão muito fino e de côr azulada/amarela e baseia-se na repulsão entre a água e as substâncias gordurosas. O próprio Senefelder contou a sua descoberta no “Tratado da Litografia” escrito em 1818, e que, em resumo, consistia no seguinte: as pedras eram desenhadas ou escritas com uma tinta pastosa composta por cera, sabão e negro de fumo, após o que as gravava com uma solução nítica. O ácido não atacava as partes escritas, que estavam protegidas pelas tinta, mas somente as zonas a descoberto. Deste modo obtinha um ligeiro alto relevo, que entintava com uma bala, procurando não sujar as zonas não impressoras, após o que procedia à impressão. O termo “Litografia” foi criado pelo professor Mitterer em 1805, em Munique.