História – Ester
Velho Testamento
Autor: Desconhecido.
Quando foi escrito: 465 a.C.
Caráter Canônico: O direito do livro a ocupar um lugar no cânon da Escritura tem sido grandemente contestado. O nome de Deus não aparece nele, enquanto que um rei pagão é mencionado mais de cento e cinqüenta vezes. Não há alusão à oração nem a nenhum tipo de serviço espiritual, com a possível exceção do jejum.
Mensagem Espiritual: Sem dúvida, ocupa um lugar na Palavra de Deus por seu ensino velado da providência protetora em conjunção com o povo de Deus e a certeza da retribuição que alcança seus inimigos.
Tema Principal: A libertação dos judeus por meio da rainha Ester.
Texto Chave: capítulo 4:14.
Sinopse:
Os eventos principais da história giram em torno de três festas:
Parte I.
A festa de Xerxes (Assuero) e os fatos relacionados com ela.
No sétimo dia, quando o rei estava alegre devido ao vinho, a rainha Vasti desobedeceu a ordem de aparecer perante os príncipes reunidos, capítulo 1:1-12.
O rei, furioso, aceitou o conselho de seus sábios e destronou a rainha, capítulo 1:13-22.
Depois da busca, por todo o reino, de uma nova rainha, Ester, uma judia, foi escolhida, capítulo 2:1-17.
Parte II.
A festa de Ester, eventos preliminares e desenlace final.
Mordecai, o judeu, pai adotivo da rainha, salva a vida do rei, capítulos 2:7; 2:21-23.
A ascensão de Hamã e a recusa de Mordecai de honrá-lo; a fúria de Hamã e sua decisão de destruir a todos os judeus, capítulo 3:1-15.
O luto dos judeus por causa do complô de Hamã, capítulo 4:1-4.
A determinação heróica de Ester de comparecer perante o rei com um plano em mente que pudesse frustrar o complô, capítulo 4:5-17.
Ester, ao ser recebida pelo rei, convida a este e a Hamã para uma festa, capítulo 5:1-8.
Hamã prepara uma forca para Mordecai, capítulo 5:9-14.
Durante uma noite de insônia o rei examina os registros da corte e descobre que Mordecai não havia sido recompensado por haver salvo a vida do rei, capítulo 6:1-3.
A vaidade egoísta de Hamã resulta em sua própria humilhação e em grande honra para Mordecai, capítulo 6:4-11.
A festa de Ester. Descobre-se o complô de Hamã, e este é pendurado na forca que ele havia preparado para Mordecai, capítulo 7.
Parte III.
A Festa de Purim.
Eventos preliminares:
O rei autoriza a vingança dos judeus contra s seus inimigos, capítulo 8.
A vingança executada, capítulo 9.
A festa instituída, capítulo 9:20-31.
A exaltação de Mordecai, capítulo 10.
Observação Complementar:
Há muitas questões e dúvidas à respeito de por que o livro de Ester não fala no nome de Deus
Embora aparentemente neste livro o nome de Deus esteja ausente, podemos notar vestígios de Deus e seus caminhos transparecem ao longo desse livro. É evidente que a mão de Deus se faz presente.
O livro de Ester encontramos especialmente na vida de Ester e Mardoqueu estes sinais. Da perspectiva humana, Ester e Mardoqueu foram os menos indicadas para desempenhar funções na formação da nação. Ele um judeu exilado, ela prima órfã de Mardoqueu “Criara ele Hadassa, isto é, Ester, filha de seu tio, pois não tinha ela nem pai nem mãe; e era donzela esbelta e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por filha”. (Ester 2:7).
O livro todo excede em menções à providência de Deus para com as situações humanas. De tal forma Deus dirigiu a vida das pessoas envolvidas na narração, que ele colocou a pessoa certa precisa e exatamente no lugar e no momento certo. Como Mordecai observou: “Pois, se de todo te calares agora, de outra parte se levantarão socorro e livramento para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?” (Ester 4:14).
Ester tem a virtude de esperar pelo momento que Deus julgou adequado, para, então, pedir ao rei a salvação do povo
“De novo disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? e se te dará, ainda que seja metade do reino. Ester respondeu, dizendo; Eis a minha petição e o meu rogo: Se tenho alcançado favor do rei, e se parecer bem ao rei concerder-me a minha petição e cumprir o meu rogo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme a palavra do rei”.(Ester 5:6-8);
“Então respondeu a rainha Ester, e disse: Ó rei! se eu tenho alcançado o teu favor, e se parecer bem ao rei, seja-me concedida a minha vida, eis a minha petição, e o meu povo, eis o meu rogo; porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para sermos destruídos, mortos e exterminados; se ainda por servos e por servas nos tivessem vendido, eu teria me calado, ainda que o adversário não poderia ter compensado a perda do rei. Então falou o rei Assuero, e disse à rainha Ester: Quem é e onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim? Respondeu Ester: Um adversário e inimigo, este perverso Hamã! Então Hamã ficou aterrorizado perante o rei e a rainha”. (Ester 7:3-6).
E o versículo mais indiscutível da presença de Deus neste livro é este. Só e simplesmente porque há jejum. E a quem jejuamos, senão a Deus?
“Vai, ajunta todos os judeus que se acham em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; e eu e as minhas moças também assim jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que isso não é segundo a lei; e se eu perecer, pereci”. (Ester 4:16).
Para confirmar esses dias de Purim nos seus tempos determinados, como o judeu Mardoqueu e a rainha Ester lhes tinham ordenado, e como eles se haviam obrigado por si e pela sua descendência no tocante a seus jejuns e suas lamentações.