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21/02/2021

Os Três Conselhos

Conta-se que um casal de jovens recém-casados era muito pobre passavam muitas dificuldades e viviam de favores num sitio do interior.
Um dia o marido, cansado daquela vida em que vivia, fez a seguinte proposta a sua esposa:
– Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe. Vou arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e te dar uma vida mais digna e confortável, aquela que sinto em meu coração que você merece. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e seja fiel enquanto eu estiver fora, pois tenha plena certeza que serei sempre fiel a você.
Assim o jovem saiu de casa. Pela dificuldade não só do local, mas também por causa das condições financeiras teve que andar muitos e muitos dias a pé. Parava em todos os locais pedindo algum trabalho que fazer. Até que um dia encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo nos diversos trabalhos diários de sua fazenda. O jovem chegou, apresentou-se e, se ofereceu para trabalhar, com em todo o caminho percorrido havia feito. Só que desta vez ele foi aceito com empregado. Perguntou então se podia fazer um pacto com o novo patrão, e este concordou e ouvir a respeito.

O pacto seria o seguinte:

– Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o Senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário enquanto estiver trabalhando aqui. Peço que o Senhor o guarde ou o coloque numa poupança, até que chegue o dia de eu ir embora. No dia em que eu sair o Senhor me dá o dinheiro que ganhei e, eu seguirei o meu caminho. Naquele mesmo instante o patrão concordou com o pedido daquele jovem.

Depois de tudo combinado entre ambos, aquele jovem começou a trabalhar e, trabalhou duro ano após ano. Permaneceu fiel em seu trabalho durante vinte anos, sem sequer tirar férias e até mesmo sem descanso. Depois destes vinte anos chegou para o patrão e disse:
– Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa, para minha esposa.

– O patrão sem hesitar lhe disse:-
“Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e certamente vou cumpri-lo, só que antes, também gostaria de lhe fazer uma proposta, tudo bem?” O empregado concordou e aceitou ouvir a proposta do patrão dizendo:- “Qual é sua proposta?”.
– Eu lhe dou todo o seu dinheiro. O dinheiro merecido que durante estes vinte anos você ganhou e, você vai embora ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro algum e você vai embora, mas tem uma coisa, você tem que escolher pois, se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos e se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro. Não é necessário que você me responda imediatamente, vá para o seu quarto, pense bem a respeito e depois me de a resposta.

Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe: “Quero os três conselhos”.

O patrão novamente frisou:-
“Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro”.

E o empregado respondeu:
– “Quero os conselhos”.

O patrão então lhe falou:-
Primeiro conselho – Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida.
Segundo conselho – Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade por mal pode ser mortal.
Terceiro conselho – Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Depois de dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:
– “Aqui você tem três pães, dois para você comer durante sua viagem de retorno e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a sua casa”. O homem então, seguiu seu caminho de volta, depois de vinte longos anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.

Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou:-
Pra onde você vai?”.
Ele respondeu:-
“Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada”. O andarilho disse-lhe então:

– “Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que fará com que você economize muito tempo e, você chega em poucos dias”. O rapaz contente começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.

Passados alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde se hospedar. Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir. De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, se lembrou do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que tinha ouvido.
O hospedeiro então lhe disse:-
“E você não ficou curioso?”
Respondeu ele:-
“Certamente que não”. No que o hospedeiro respondeu:-
“Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura; grita durante a noite e quando o hospede sai, mata-o e enterra-o no quintal”.

O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa depois de muitos dias e noites de caminhada… Já ao entardecer viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas, um homem a quem estava acariciando os cabelos. Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade. Respirou fundo… Apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho, então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo do lado de fora da casa e no dia seguinte tomar uma decisão. Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele decidiu e consigo mesmo pensou:-
“Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre fui fiel a ela como havia prometido.”
Dirigiu-se à porta da casa e bateu”.
Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente, ele tenta afastá-la, mas não consegue.
Então com lágrimas nos olhos, lhe diz:-
“Eu fui fiel a você e você me traiu”…
Ela espantada lhe responde:-
“Como? Eu nunca te traí, esperei durante esses vinte anos”.

Ele então lhe perguntou:-
“E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?”.

E ela lhe disse:-
“Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade”.

Então o marido entrou, conheceu, abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua historia, Tudo pelo que havia passado todo aquele tempo enquanto a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão que o patrão lhe havia dado. Após a oração de agradecimento a Deus, com lagrimas de emoção, ele parte o pão e ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação.

Muitas vezes achamos que o atalho nos poupa tempo e até mesmo algumas etapas na vida e nos faz chegar mais rápido ao nosso destino, o que nem sempre é verdade…
Sempre que quisermos andar por caminhos mais curtos e mais fáceis em nossas vidas, teremos grandes prejuízos. Normalmente quanto queremos encurtar nossos caminhos passamos por muitas dores e tribulações.
E quase sempre somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito e arrumamos confusão. Devemos ter em mente que a curiosidade nada de bom nos acrescentará… a não ser problemas para nossas vidas.
Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois… Mas, se seguirmos o que diz a Palavra de Deus, podemos até nos irar mas, não iremos cometer pecados. “Irai-vos, e não pequeis”. (Efésios 4:26).

“Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos”.  (Salmos 128:1).
“Jesus disse: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João 14:6).

Glória seja dada ao Senhor Jesus. Amém.

O justo olha pela vida dos seus animais; porém as entranhas dos ímpios são cruéis.

Provérbios 12:10