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08/02/2021

O Coelho e o Cão

O Coelho e o Cão

Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho ao verem o coelhinho, pediram também ao pai um bichinho de estimação. O homem então comprou um filhote de pastor alemão.

Conversa entre os dois vizinhos:

– Mas seu cão vai comer o meu coelho!
– De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote e a única coisa que quer é brincar. Vão crescer juntos, pegar amizade. Eu entendo de bichos e sei que não vai haver problemas.
E, parece que o dono do cão tinha razão. Juntos cresceram e se tornaram amigos. Era normal ver o coelho no quintal do cão e vice-versa. As crianças estavam felizes com a harmonia entre os dois animais.
Eis que o dono do coelho foi passar um final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso numa sexta-feira.

O Coelho e o Cão

No domingo, de tardinha, o dono do cão e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de sangue e terra, morto. Quase mataram o cão de tanto agredi-lo. Dizia o homem:
– O vizinho estava certo, e agora?
A primeira reação foi agredir o cão, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade.
– Só podia dar nisso!
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar.
– E agora? Todos se olhavam.
O cão, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.
– Já pensaram como vão ficar as crianças?
Não se sabe exatamente de quem foi a ideia, mas parecia infalível!
– Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na casinha no seu quintal. Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim o fizeram.
Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho dormindo.
Logo depois ouvem a os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças. Descobriram! Não se passaram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.
– O que foi? Que cara é essa?
– O coelho… o coelho…
– O coelho o que?- O que tem o coelho?
– Morreu!
– Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
– Morreu na sexta-feira!
– Na sexta?
– Foi, antes de a gente viajar, as crianças o enterraram no fundo do quintal!

A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Nem ninguém sabe. Mas o grande personagem desta estória é o cão.

Imagine o pobrezinho, desde sexta-feira, procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado.
O que faz ele?
Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para os seus donos, imaginando fazer ressuscita-lo, trazê-lo de volta aos velhos tempos. Essa é a verdadeira amizade e o verdadeiro amor, que podemos tomar como referência para nosso dia a dia.

Nós, seres humanos, temos a tendência de julgar os outros apenas pela aparência, mesmo que tenha que deixar esta aparência como melhor lhe convier. Sequer paramos para ponderar e estudar a situação antes de proferir um julgamento.

Outra lição que podemos tirar dessa estória, é que o ser humano tem a tendência de julgar precipitadamente os acontecimentos sem antes verificar o que ocorreu realmente. Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito. Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade? Por isso é preciso que antes de tomarmos qualquer atitude é preciso refletir, “contar até dez”, pois sabemos que: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9).

Julgando precipitadamente, na maioria das vezes cometemos injustiças, e, muitas deles poderão ser irreversíveis e não há dúvida de que iremos nos arrepender. Temos tal tendência, mas podemos aprender com Jesus a tolerância. Cristo pode mudar nosso interior.

Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele.

Salmos 4:3