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11/03/2021

Provérbios

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Provérbios 1

  1. Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel:
  2. Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras de inteligência;
  3. para se instruir em sábio procedimento, em retidão, justiça e eqüidade;
  4. para se dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso.
  5. Ouça também, o sábio e cresça em ciência, e o entendido adquira habilidade,
  6. para entender provérbios e parábolas, as palavras dos sábios, e seus enigmas.
  7. O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução.
  8. Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensino de tua mãe.
  9. Porque eles serão uma grinalda de graça para a tua cabeça, e colares para o teu pescoço.
  10. Filho meu, se os pecadores te quiserem seduzir, não consintas.
  11. Se disserem: Vem conosco; embosquemo-nos para derramar sangue; espreitemos sem razão o inocente;
  12. traguemo-los vivos, como o Seol, e inteiros como os que descem à cova;
  13. acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de despojos;
  14. lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa;
  15. filho meu, não andes no caminho com eles; guarda da sua vereda o teu pé,
  16. porque os seus pés correm para o mal, e eles se apressam a derramar sangue.
  17. Pois debalde se estende a rede à vista de qualquer ave.
  18. Mas estes se põem em emboscadas contra o seu próprio sangue, e as suas próprias vidas espreitam.
  19. Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela tira a vida dos que a possuem.
  20. A suprema sabedoria altissonantemente clama nas ruas; nas praças levanta a sua voz.
  21. Do alto dos muros clama; às entradas das portas e na cidade profere as suas palavras:
  22. Até quando, ó estúpidos, amareis a estupidez? e até quando se deleitarão no escárnio os escarnecedores, e odiarão os insensatos o conhecimento?
  23. Convertei-vos pela minha repreensão; eis que derramarei sobre vós o meu; espírito e vos farei saber as minhas palavras.
  24. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e nao houve quem desse atenção;
  25. antes desprezastes todo o meu conselho, e não fizestes caso da minha repreensão;
  26. também eu me rirei no dia da vossa calamidade; zombarei, quando sobrevier o vosso terror,
  27. quando o terror vos sobrevier como tempestade, e a vossa calamidade passar como redemoinho, e quando vos sobrevierem aperto e angústia.
  28. Então a mim clamarão, mas eu não responderei; diligentemente me buscarão, mas não me acharão.
  29. Porquanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor do Senhor;
  30. não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão;
  31. portanto comerão do fruto do seu caminho e se fartarão dos seus próprios conselhos.
  32. Porque o desvio dos néscios os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá.
  33. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará tranqüilo, sem receio do mal.

Provérbios 2

  1. Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos,
  2. para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento;
  3. sim, se clamares por discernimento, e por entendimento alçares a tua voz;
  4. se o buscares como a prata e o procurares como a tesouros escondidos;
  5. então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.
  6. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento;
  7. ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; e escudo para os que caminham em integridade,
  8. guardando-lhes as veredas da justiça, e preservando o caminho dos seus santos.
  9. Então entenderás a retidão, a justiça, a eqüidade, e todas as boas veredas.
  10. Pois a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será aprazível à tua alma;
  11. o bom siso te protegerá, e o discernimento e guardará;
  12. para te livrar do mau caminho, e do homem que diz coisas perversas;
  13. dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas;
  14. que se alegram de fazer o mal, e se deleitam nas perversidades dos maus;
  15. dos que são tortuosos nas suas veredas; e iníquos nas suas carreiras;
  16. e para te livrar da mulher estranha, da estrangeira que lisonjeia com suas palavras;
  17. a qual abandona o companheiro da sua mocidade e se esquece do concerto do seu Deus;
  18. pois a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para as sombras.
  19. Nenhum dos que se dirigirem a ela, tornara a sair, nem retomará as veredas da vida.
  20. Assim andarás pelo caminho dos bons, e guardarás as veredas dos justos.
  21. Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.
  22. Mas os ímpios serão exterminados da terra, e dela os aleivosos serão desarraigados.

Provérbios 3

  1. Filho meu, não te esqueças da minha instrução, e o teu coração guarde os meus mandamentos;
  2. porque eles te darão longura de dias, e anos de vida e paz.
  3. Não se afastem de ti a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço, escreve-as na tábua do teu coração;
  4. assim acharás favor e bom entendimento à vista de Deus e dos homens.
  5. Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
  6. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
  7. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.
  8. Isso será saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos.
  9. Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda;
  10. assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de mosto os teus lagares.
  11. Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da sua repreensão;
  12. porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.
  13. Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento;
  14. pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro.
  15. Mais preciosa é do que as jóias, e nada do que possas desejar é comparável a ela.
  16. Longura de dias há na sua mão direita; na sua esquerda riquezas e honra.
  17. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas são paz.
  18. É árvore da vida para os que dela lançam mão, e bem-aventurado é todo aquele que a retém.
  19. O Senhor pela sabedoria fundou a terra; pelo entendimento estabeleceu o céu.
  20. Pelo seu conhecimento se fendem os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.
  21. Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
  22. assim serão elas vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoço.
  23. Então andarás seguro pelo teu caminho, e não tropeçará o teu pé.
  24. Quando te deitares, não temerás; sim, tu te deitarás e o teu sono será suave.
  25. Não temas o pavor repentino, nem a assolação dos ímpios quando vier.
  26. Porque o Senhor será a tua confiança, e guardará os teus pés de serem presos.
  27. Não negues o bem a quem de direito, estando no teu poder fazê-lo.
  28. Não digas ao teu próximo: Vai, e volta, amanhã to darei; tendo-o tu contigo.
  29. Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo confiadamente.
  30. Não contendas com um homem, sem motivo, não te havendo ele feito o mal.
  31. Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum de seus caminhos.
  32. Porque o perverso é abominação para o Senhor, mas com os retos está o seu segredo.
  33. A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a habitação dos justos.
  34. Ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.
  35. Os sábios herdarão honra, mas a exaltação dos loucos se converte em ignomínia.

Provérbios 4

  1. Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento.
  2. Pois eu vos dou boa doutrina; não abandoneis o meu ensino.
  3. Quando eu era filho aos pés de meu, pai, tenro e único em estima diante de minha mãe,
  4. ele me ensinava, e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive.
  5. Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; não te esqueças nem te desvies das palavras da minha boca.
  6. Não a abandones, e ela te guardará; ama-a, e ela te preservará.
  7. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o entendimento.
  8. Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te honrará.
  9. Ela dará à tua cabeça uma grinalda de graça; e uma coroa de glória te entregará.
  10. Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, para que se multipliquem os anos da tua vida.
  11. Eu te ensinei o caminho da sabedoria; guiei-te pelas veredas da retidão.
  12. Quando andares, não se embaraçarão os teus passos; e se correres, não tropeçarás.
  13. Apega-te à instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida.
  14. Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus.
  15. Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo.
  16. Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém.
  17. Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.
  18. Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.
  19. O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles em que tropeçam.
  20. Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina o teu ouvido às minhas instroções.
  21. Não se apartem elas de diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração.
  22. Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu corpo.
  23. Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.
  24. Desvia de ti a malignidade da boca, e alonga de ti a perversidade dos lábios.
  25. Dirijam-se os teus olhos para a frente, e olhem as tuas pálpebras diretamente diante de ti.
  26. Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos.
  27. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.

Provérbios 5

  1. Filho meu, atende à minha sabedoria; incline o teu ouvido à minha prudência;
  2. para que observes a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento.
  3. Porque os lábios da mulher licenciosa destilam mel, e a sua boca e mais macia do que o azeite;
  4. mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.
  5. Os seus pés descem à morte; os seus passos seguem no caminho do Seol.
  6. Ela não pondera a vereda da vida; incertos são os seus caminhos, e ela o ignora.
  7. Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das palavras da minha boca.
  8. Afasta para longe dela o teu caminho, e não te aproximes da porta da sua casa;
  9. para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis;
  10. para que não se fartem os estranhos dos teus bens, e não entrem os teus trabalhos na casa do estrangeiro,
  11. e gemas no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,
  12. e digas: Como detestei a disciplina! e desprezou o meu coração a repreensão!
  13. e não escutei a voz dos que me ensinavam, nem aos que me instruíam inclinei o meu ouvido!
  14. Quase cheguei à ruína completa, no meio da congregação e da assembléia.
  15. Bebe a água da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço.
  16. Derramar-se-iam as tuas fontes para fora, e pelas ruas os ribeiros de águas?
  17. Sejam para ti só, e não para os estranhos juntamente contigo.
  18. Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua mocidade.
  19. Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente.
  20. E por que, filho meu, andarias atraído pela mulher licenciosa, e abraÇarias o seio da adúltera?
  21. Porque os caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, o qual observa todas as suas veredas.
  22. Quanto ao ímpio, as suas próprias iniqüidades o prenderão, e pelas cordas do seu pecado será detido.
  23. Ele morre pela falta de disciplina; e pelo excesso da sua loucura anda errado.

Provérbios 6

  1. Filho meu, se ficaste por fiador do teu próximo, se te empenhaste por um estranho,
  2. estás enredado pelos teus lábios; estás preso pelas palavras da tua boca.
  3. Faze pois isto agora, filho meu, e livra-te, pois já caíste nas mãos do teu próximo; vai, humilha-te, e importuna o teu próximo;
  4. não dês sono aos teus olhos, nem adormecimento às tuas pálpebras;
  5. livra-te como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do passarinheiro.
  6. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio;
  7. a qual, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador,
  8. no verão faz a provisão do seu mantimento, e ajunta o seu alimento no tempo da ceifa.
  9. o preguiçoso, até quando ficarás deitador? quando te levantarás do teu sono?
  10. um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar as mãos em repouso;
  11. assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um homem armado.
  12. O homem vil, o homem iníquo, anda com a perversidade na boca,
  13. pisca os olhos, faz sinais com os pés, e acena com os dedos;
  14. perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas.
  15. Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.
  16. Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina:
  17. olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente;
  18. coração que maquina projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal;
  19. testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
  20. Filho meu, guarda o mandamento de, teu pai, e não abandones a instrução de tua mãe;
  21. ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço.
  22. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.
  23. Porque o mandamento é uma lâmpada, e a instrução uma luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida,
  24. para te guardarem da mulher má, e das lisonjas da língua da adúltera.
  25. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender pelos seus olhares.
  26. Porque o preço da prostituta é apenas um bocado de pão, mas a adúltera anda à caça da própria vida do homem.
  27. Pode alguém tomar fogo no seu seio, sem que os seus vestidos se queimem?
  28. Ou andará sobre as brasas sem que se queimem os seus pés?
  29. Assim será o que entrar à mulher do seu proximo; não ficará inocente quem a tocar.
  30. Não é desprezado o ladrão, mesmo quando furta para saciar a fome?
  31. E, se for apanhado, pagará sete vezes tanto, dando até todos os bens de sua casa.
  32. O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói-se a si mesmo, quem assim procede.
  33. Receberá feridas e ignomínia, e o seu opróbrio nunca se apagará;
  34. porque o ciúme enfurece ao marido, que de maneira nenhuma poupará no dia da vingança.
  35. Não aceitará resgate algum, nem se aplacará, ainda que multipliques os presentes.

Provérbios 7

  1. Filho meu, guarda as minhas palavras, e entesoura contigo os meus mandamentos.
  2. Observa os meus mandamentos e vive; guarda a minha lei, como a menina dos teus olhos.
  3. Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração.
  4. Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e chama ao entendimento teu amigo íntimo,
  5. para te guardarem da mulher alheia, da adúltera, que lisonjeia com as suas palavras.
  6. Porque da janela da minha casa, por minhas grades olhando eu,
  7. vi entre os simples, divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo,
  8. que passava pela rua junto à esquina da mulher adúltera e que seguia o caminho da sua casa,
  9. no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e na escuridão;
  10. e eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, ornada à moda das prostitutas, e astuta de coração.
  11. Ela é turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés;
  12. ora está ela pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os cantos.
  13. Pegou dele, pois, e o beijou; e com semblante impudico lhe disse:
  14. Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
  15. Por isso saí ao teu encontro a buscar-te diligentemente, e te achei.
  16. Já cobri a minha cama de cobertas, de colchas de linho do Egito.
  17. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.
  18. Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores.
  19. Porque meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe;
  20. um saquitel de dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará para casa.
  21. Ela o faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras, com as lisonjas dos seus lábios o arrasta.
  22. Ele a segue logo, como boi que vai ao matadouro, e como o louco ao castigo das prisões;
  23. até que uma flecha lhe atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o laço, sem saber que está armado contra a sua vida.
  24. Agora, pois, filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha boca.
  25. Não se desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes perdido nas suas veredas.
  26. Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são muitíssimos os que por ela foram mortos.
  27. Caminho de Seol é a sua casa, o qual desce às câmaras da morte.

Provérbios 8

  1. Não clama porventura a sabedoria, e não faz o entendimento soar a sua voz?
  2. No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas ela se coloca.
  3. Junto às portas, à entrada da cidade, e à entrada das portas está clamando:
  4. A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens.
  5. Aprendei, ó simples, a prudência; entendei, ó loucos, a sabedoria.
  6. Ouvi vós, porque profiro coisas excelentes; os meus lábios se abrem para a eqüidade.
  7. Porque a minha boca profere a verdade, os meus lábios abominam a impiedade.
  8. Justas são todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem perversa.
  9. Todas elas são retas para o que bem as entende, e justas para os que acham o conhecimento.
  10. Aceitai antes a minha correção, e não a prata; e o conhecimento, antes do que o ouro escolhido.
  11. Porque melhor é a sabedoria do que as jóias; e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.
  12. Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e possuo o conhecimento e a discrição.
  13. O temor do Senhor é odiar o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa, eu os odeio.
  14. Meu é o conselho, e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é a fortaleza.
  15. Por mim reinam os reis, e os príncipes decretam o que justo.
  16. Por mim governam os príncipes e os nobres, sim, todos os juízes da terra.
  17. Eu amo aos que me amam, e os que diligentemente me buscam me acharão.
  18. Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.
  19. Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e a minha renda melhor do que a prata escolhida.
  20. Ando pelo caminho da retidão, no meio das veredas da justiça,
  21. dotando de bens permanentes os que me amam, e enchendo os seus tesouros.
  22. O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o princípio dos seus feitos mais antigos.
  23. Desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes de existir a terra.
  24. Antes de haver abismos, fui gerada, e antes ainda de haver fontes cheias d’água.
  25. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros eu nasci,
  26. quando ele ainda não tinha feito a terra com seus campos, nem sequer o princípio do pó do mundo.
  27. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava um círculo sobre a face do abismo,
  28. quando estabelecia o firmamento em cima, quando se firmavam as fontes do abismo,
  29. quando ele fixava ao mar o seu termo, para que as águas não traspassassem o seu mando, quando traçava os fundamentos da terra,
  30. então eu estava ao seu lado como arquiteto; e era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo;
  31. folgando no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos homens.
  32. Agora, pois, filhos, ouvi-me; porque felizes são os que guardam os meus caminhos.
  33. Ouvi a correção, e sede sábios; e não a rejeiteis.
  34. Feliz é o homem que me dá ouvidos, velando cada dia às minhas entradas, esperando junto às ombreiras da minha porta.
  35. Porque o que me achar achará a vida, e alcançará o favor do Senhor.
  36. Mas o que pecar contra mim fará mal à sua própria alma; todos os que me odeiam amam a morte.

Provérbios 9

  1. A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas;
  2. já imolou as suas vítimas, misturou o seu vinho, e preparou a sua mesa.
  3. Já enviou as suas criadas a clamar sobre as alturas da cidade, dizendo:
  4. Quem é simples, volte-se para cá. Aos faltos de entendimento diz:
  5. Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que tenho misturado.
  6. Deixai a insensatez, e vivei; e andai pelo caminho do entendimento.
  7. O que repreende ao escarnecedor, traz afronta sobre si; e o que censura ao ímpio, recebe a sua mancha.
  8. Não repreendas ao escarnecedor, para que não te odeie; repreende ao sábio, e amar-te-á.
  9. Instrui ao sábio, e ele se fará mais, sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento.
  10. O temor do Senhor é o princípio sabedoria; e o conhecimento do Santo é o entendimento.
  11. Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.
  12. Se fores sábio, para ti mesmo o serás; e, se fores escarnecedor, tu só o suportarás.
  13. A mulher tola é alvoroçadora; é insensata, e não conhece o pudor.
  14. Senta-se à porta da sua casa ou numa cadeira, nas alturas da cidade,
  15. chamando aos que passam e seguem direitos o seu caminho:
  16. Quem é simples, volte-se para cá! E aos faltos de entendimento diz:
  17. As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.
  18. Mas ele não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados estão nas profundezas do Seol.

Provérbios 10

  1. Provérbios de Salomão. Um filho sábio alegra a seu pai; mas um filho insensato é a tristeza de sua mae.
  2. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte.
  3. O Senhor não deixa o justo passar fome; mas o desejo dos ímpios ele rechaça.
  4. O que trabalha com mão remissa empobrece; mas a mão do diligente enriquece.
  5. O que ajunta no verão é filho prudente; mas o que dorme na sega é filho que envergonha.
  6. Bênçãos caem sobre a cabeça do justo; porém a boca dos ímpios esconde a violência.
  7. A memória do justo é abençoada; mas o nome dos ímpios apodrecerá.
  8. O sábio de coração aceita os mandamentos; mas o insensato palra dor cairá.
  9. Quem anda em integridade anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.
  10. O que acena com os olhos dá dores; e o insensato palrador cairá.
  11. A boca do justo é manancial de vida, porém a boca dos ímpios esconde a violência.
  12. O ódio excita contendas; mas o amor cobre todas as transgressões.
  13. Nos lábios do entendido se acha a sabedoria; mas a vara é para as costas do que é falto de entendimento.
  14. Os sábios entesouram o conhecimento; porém a boca do insensato é uma destruição iminente.
  15. Os bens do rico são a sua cidade forte; a ruína dos pobres é a sua pobreza.
  16. O trabalho do justo conduz à vida; a renda do ímpio, para o pecado.
  17. O que atende à instrução está na vereda da vida; mas o que rejeita a repreensão anda errado.
  18. O que encobre o ódio tem lábios falsos; e o que espalha a calúnia é um insensato.
  19. Na multidão de palavras não falta transgressão; mas o que refreia os seus lábios é prudente.
  20. A língua do justo é prata escolhida; o coração dos ímpios é de pouco valor.
  21. Os lábios do justo apascentam a muitos; mas os insensatos, por falta de entendimento, morrem.
  22. A bênção do Senhor é que enriquece; e ele não a faz seguir de dor alguma.
  23. E um divertimento para o insensato o praticar a iniqüidade; mas a conduta sábia é o prazer do homem entendido.
  24. O que o ímpio teme, isso virá sobre ele; mas aos justos se lhes concederá o seu desejo.
  25. Como passa a tempestade, assim desaparece o impio; mas o justo tem fundamentos eternos.
  26. Como vinagre para os dentes, como fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.
  27. O temor do Senhor aumenta os dias; mas os anos os impios serão abreviados.
  28. A esperança dos justos é alegria; mas a expectação dos ímpios perecerá.
  29. O caminho do Senhor é fortaleza para os retos; mas é destruição para os que praticam a iniqüidade.
  30. O justo nunca será abalado; mas os ímpios não habitarão a terra.
  31. A boca do justo produz sabedoria; porém a língua perversa será desarraigada.
  32. Os lábios do justo sabem o que agrada; porém a boca dos ímpios fala perversidades.

Provérbios 11

  1. A balança enganosa é abominação para o Senhor; mas o peso justo é o seu prazer.
  2. Quando vem a soberba, então vem a desonra; mas com os humildes está a sabedoria.
  3. A integridade dos retos os guia; porém a perversidade dos desleais os destrói.
  4. De nada aproveitam as riquezas no dia da ira; porém a justiça livra da morte.
  5. A justiça dos perfeitos endireita o seu caminho; mas o ímpio cai pela sua impiedade.
  6. A justiça dos retos os livra; mas os traiçoeiros são apanhados nas, suas próprias cobiças.
  7. Morrendo o ímpio, perece a sua esperança; e a expectativa da iniqüidade.
  8. O justo é libertado da angústia; e o ímpio fica em seu lugar.
  9. O hipócrita com a boca arruína o seu proximo; mas os justos são libertados pelo conhecimento.
  10. Quando os justos prosperam, exulta a cidade; e quando perecem os ímpios, há júbilo.
  11. Pela bênção dos retos se exalta a cidade; mas pela boca dos ímpios é derrubada.
  12. Quem despreza o seu próximo é falto de senso; mas o homem de entendimento se cala.
  13. O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de espírito encobre o negócio.
  14. Quando não há sábia direção, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança.
  15. Decerto sofrerá prejuízo aquele que fica por fiador do estranho; mas o que aborrece a fiança estará seguro.
  16. A mulher aprazível obtém honra, e os homens violentos obtêm riquezas.
  17. O homem bondoso faz bem à sua, própria alma; mas o cruel faz mal a si mesmo.
  18. O ímpio recebe um salário ilusório; mas o que semeia justiça recebe galardão seguro.
  19. Quem é fiel na retidão encaminha, para a vida, e aquele que segue o mal encontra a morte.
  20. Abominação para o Senhor são os perversos de coração; mas os que são perfeitos em seu caminho são o seu deleite.
  21. Decerto o homem mau não ficará sem castigo; porém a descendência dos justos será livre.
  22. Como jóia de ouro em focinho de porca, assim é a mulher formosa que se aparta da discrição.
  23. O desejo dos justos é somente o bem; porém a expectativa dos ímpios é a ira.
  24. Um dá liberalmente, e se torna mais rico; outro retém mais do que é justo, e se empobrece.
  25. A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado.
  26. Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa; mas bênção haverá sobre a cabeça do que o vende.
  27. O que busca diligentemente o bem, busca favor; mas ao que procura o mal, este lhe sobrevirá.
  28. Aquele que confia nas suas riquezas, cairá; mas os justos reverdecerão como a folhagem.
  29. O que perturba a sua casa herdará o vento; e o insensato será servo do entendido de coração.
  30. O fruto do justo é árvore de vida; e o que ganha almas sábio é.
  31. Eis que o justo é castigado na terra; quanto mais o ímpio e o pecador!

Provérbios 12

  1. O que ama a correção ama o conhecimento; mas o que aborrece a repreensão é insensato.
  2. O homem de bem alcançará o favor do Senhor; mas ao homem de perversos desígnios ele condenará.
  3. O homem não se estabelece pela impiedade; a raiz dos justos, porém, nunca será, removida.
  4. A mulher virtuosa é a coroa do seu marido; porém a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos.
  5. Os pensamentos do justo são retos; mas os conselhos do ímpio são falsos.
  6. As palavras dos ímpios são emboscadas para derramarem sangue; a boca dos retos, porém, os livrará.
  7. Transtornados serão os ímpios, e não serão mais; porém a casa dos justos permanecerá.
  8. Segundo o seu entendimento é louvado o homem; mas o perverso decoração é desprezado.
  9. Melhor é o que é estimado em pouco e tem servo, do que quem se honra a si mesmo e tem falta de pão.
  10. O justo olha pela vida dos seus animais; porém as entranhas dos ímpios são crueis.
  11. O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos é falto de entendimento.
  12. Deseja o ímpio o despojo dos maus; porém a raiz dos justos produz o seu próprio fruto.
  13. Pela transgressão dos lábios se enlaça o mau; mas o justo escapa da angústia.
  14. Do fruto das suas palavras o homem se farta de bem; e das obras das suas mãos se lhe retribui.
  15. O caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio.
  16. A ira do insensato logo se revela; mas o prudente encobre a afronta.
  17. Quem fala a verdade manifesta a justiça; porém a testemunha falsa produz a fraude.
  18. Há palrador cujas palavras ferem como espada; porém a língua dos sábios traz saúde.
  19. O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa dura só um momento.
  20. Engano há no coração dos que maquinam o mal; mas há gozo para os que aconselham a paz.
  21. Nenhuma desgraça sobrevém ao justo; mas os ímpios ficam cheios de males.
  22. Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite.
  23. O homem prudente encobre o conhecimento; mas o coração dos tolos proclama a estultícia.
  24. A mão dos diligentes dominará; mas o indolente será tributário servil.
  25. A ansiedade no coração do homem o abate; mas uma boa palavra o alegra.
  26. O justo é um guia para o seu próximo; mas o caminho dos ímpios os faz errar.
  27. O preguiçoso não apanha a sua caça; mas o bem precioso do homem é para o diligente.
  28. Na vereda da justiça está a vida; e no seu caminho não há morte.

Provérbios 13

  1. O filho sábio ouve a instrução do pai; mas o escarnecedor não escuta a repreensão.
  2. Do fruto da boca o homem come o bem; mas o apetite dos prevaricadores alimenta-se da violência.
  3. O que guarda a sua boca preserva a sua vida; mas o que muito abre os seus lábios traz sobre si a ruína.
  4. O preguiçoso deseja, e coisa nenhuma alcança; mas o desejo do diligente será satisfeito.
  5. O justo odeia a palavra mentirosa, mas o ímpio se faz odioso e se cobre de vergonha.
  6. A justiça guarda ao que é reto no seu caminho; mas a perversidade transtorna o pecador.
  7. Há quem se faça rico, não tendo coisa alguma; e quem se faça pobre, tendo grande riqueza.
  8. O resgate da vida do homem são as suas riquezas; mas o pobre não tem meio de se resgatar.
  9. A luz dos justos alegra; porem a lâmpada dos impios se apagará.
  10. Da soberba só provém a contenda; mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.
  11. A riqueza adquirida às pressas diminuira; mas quem a ajunta pouco a pouco terá aumento.
  12. A esperança adiada entristece o coração; mas o desejo cumprido é árvore devida.
  13. O que despreza a palavra traz sobre si a destruição; mas o que teme o mandamento será galardoado.
  14. O ensino do sábio é uma fonte devida para desviar dos laços da morte.
  15. O bom senso alcança favor; mas o caminho dos prevaricadores é aspero:
  16. Em tudo o homem prudente procede com conhecimento; mas o tolo espraia a sua insensatez.
  17. O mensageiro perverso faz cair no mal; mas o embaixador fiel traz saúde.
  18. Pobreza e afronta virão ao que rejeita a correção; mas o que guarda a repreensão será honrado.
  19. O desejo que se cumpre deleita a alma; mas apartar-se do ma e abominação para os tolos.
  20. Quem anda com os sábios será sábio; mas o companheiro dos tolos sofre aflição.
  21. O mal persegue os pecadores; mas os justos são galardoados com o bem.
  22. O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos; a riqueza do pecador, porém, é reservada para o justo.
  23. Abundância de mantimento há, na lavoura do pobre; mas se perde por falta de juízo.
  24. Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.
  25. O justo come e fica satisfeito; mas o apetite dos ímpios nunca se satisfaz.

Provérbios 14

  1. Toda mulher sábia edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos.
  2. Quem anda na sua retidão teme ao Senhor; mas aquele que é perverso nos seus caminhos despreza-o.
  3. Na boca do tolo está a vara da soberba, mas os lábios do sábio preservá-lo-ão.
  4. Onde não há bois, a manjedoura está vazia; mas pela força do boi há abundância de colheitas.
  5. A testemunha verdadeira não mentirá; a testemunha falsa, porém, se desboca em mentiras.
  6. O escarnecedor busca sabedoria, e não a encontra; mas para o prudente o conhecimento é fácil.
  7. Vai-te da presença do homem insensato, pois nele não acharás palavras de ciência.
  8. A sabedoria do prudente é entender o seu caminho; porém a estultícia dos tolos é enganar.
  9. A culpa zomba dos insensatos; mas os retos têm o favor de Deus.
  10. O coração conhece a sua própria amargura; e o estranho não participa da sua alegria.
  11. A casa dos ímpios se desfará; porém a tenda dos retos florescerá.
  12. Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.
  13. Até no riso terá dor o coração; e o fim da alegria é tristeza.
  14. Dos seus próprios caminhos se fartará o infiel de coração, como também o homem bom se contentará dos seus.
  15. O simples dá crédito a tudo; mas o prudente atenta para os seus passos.
  16. O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo é arrogante e dá-se por seguro.
  17. Quem facilmente se ira fará doidices; mas o homem discreto é paciente;
  18. Os simples herdam a estultícia; mas os prudentes se coroam de conhecimento.
  19. Os maus inclinam-se perante os bons; e os ímpios diante das portas dos justos.
  20. O pobre é odiado até pelo seu vizinho; mas os amigos dos ricos são muitos.
  21. O que despreza ao seu vizinho peca; mas feliz é aquele que se compadece dos pobres.
  22. Porventura não erram os que maquinam o mal? mas há beneficência e fidelidade para os que planejam o bem.
  23. Em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, só encaminham para a penúria.
  24. A coroa dos sábios é a sua riqueza; porém a estultícia dos tolos não passa de estultícia.
  25. A testemunha verdadeira livra as almas; mas o que fala mentiras é traidor.
  26. No temor do Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um lugar de refúgio.
  27. O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte.
  28. Na multidão do povo está a glória do rei; mas na falta de povo está a ruína do príncipe.
  29. Quem é tardio em irar-se é grande em entendimento; mas o que é de ânimo precipitado exalta a loucura.
  30. O coração tranqüilo é a vida da carne; a inveja, porém, é a podridão dos ossos.
  31. O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado.
  32. O ímpio é derrubado pela sua malícia; mas o justo até na sua morte acha refúgio.
  33. No coração do prudente repousa a sabedoria; mas no coração dos tolos não é conhecida.
  34. A justiça exalta as nações; mas o pecado é o opróbrio dos povos.
  35. O favor do rei é concedido ao servo que procede sabiamente; mas sobre o que procede indignamente cairá o seu furor.

Provérbios 15

  1. A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
  2. A língua dos sábios destila o conhecimento; porém a boca dos tolos derrama a estultícia.
  3. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons.
  4. Uma língua suave é árvore de vida; mas a língua perversa quebranta o espírito.
  5. O insensato despreza a correção e seu pai; mas o que atende à admoestação prudentemente se haverá.
  6. Na casa do justo há um grande tesouro; mas nos lucros do ímpio há perturbação.
  7. Os lábios dos sábios difundem conhecimento; mas não o faz o coração dos tolos.
  8. O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor; mas a oração dos retos lhe é agradável.
  9. O caminho do ímpio é abominável ao Senhor; mas ele ama ao que segue a justiça.
  10. Há disciplina severa para o que abandona a vereda; e o que aborrece a repreensão morrerá.
  11. O Seol e o Abadom estão abertos perante o Senhor; quanto mais o coração dos filhos dos homens!
  12. O escarnecedor não gosta daquele que o repreende; não irá ter com os sábios.
  13. O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o espírito se abate.
  14. O coração do inteligente busca o conhecimento; mas a boca dos tolos se apascenta de estultícia.
  15. Todos os dias do aflito são maus; mas o coração contente tem um banquete contínuo.
  16. Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro, e com ele a inquietação.
  17. Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio.
  18. O homem iracundo suscita contendas; mas o longânimo apazigua a luta.
  19. O caminho do preguiçoso é como a sebe de espinhos; porém a vereda dos justos é uma estrada real.
  20. O filho sábio alegra a seu pai; mas o homem insensato despreza a sua mãe.
  21. A estultícia é alegria para o insensato; mas o homem de entendimento anda retamente.
  22. Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem.
  23. O homem alegra-se em dar uma resposta adequada; e a palavra a seu tempo quão boa é!
  24. Para o sábio o caminho da vida é para cima, a fim de que ele se desvie do Seol que é em baixo.
  25. O Senhor desarraiga a casa dos soberbos, mas estabelece a herança da viúva.
  26. Os desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as palavras dos limpos lhe são aprazíveis.
  27. O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa; mas o que aborrece a peita viverá.
  28. O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama coisas más.
  29. Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos.
  30. A luz dos olhos alegra o coração, e boas-novas engordam os ossos.
  31. O ouvido que escuta a advertência da vida terá a sua morada entre os sábios.
  32. Quem rejeita a correção menospreza a sua alma; mas aquele que escuta a advertência adquire entendimento.
  33. O temor do Senhor é a instrução da sabedoria; e adiante da honra vai a humildade.

Provérbios 16

  1. Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor.
  2. Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos.
  3. Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos.
  4. O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal.
  5. Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune.
  6. Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniqüidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal.
  7. Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus inimigos tenham paz com ele.
  8. Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com injustiça.
  9. O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.
  10. Nos lábios do rei acham-se oráculos; em juízo a sua boca não prevarica.
  11. O peso e a balança justos são do Senhor; obra sua são todos os pesos da bolsa.
  12. Abominação é para os reis o praticarem a impiedade; porque com justiça se estabelece o trono.
  13. Lábios justos são o prazer dos reis; e eles amam aquele que fala coisas retas.
  14. O furor do rei é mensageiro da morte; mas o homem sábio o aplacará.
  15. Na luz do semblante do rei está a vida; e o seu favor é como a nuvem de chuva serôdia.
  16. Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! e quanto mais excelente é escolher o entendimento do que a prata!
  17. A estrada dos retos desvia-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua vida.
  18. A soberba precede a destruição, e a altivez do espírito precede a queda.
  19. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos.
  20. O que atenta prudentemente para a palavra prosperará; e feliz é aquele que confia no Senhor.
  21. O sábio de coração será chamado prudente; e a doçura dos lábios aumenta o saber.
  22. O entendimento, para aquele que o possui, é uma fonte de vida, porém a estultícia é o castigo dos insensatos.
  23. O coração do sábio instrui a sua boca, e aumenta o saber nos seus lábios.
  24. Palavras suaves são como favos de mel, doçura para a alma e saúde para o corpo.
  25. Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.
  26. O apetite do trabalhador trabalha por ele, porque a sua fome o incita a isso.
  27. O homem vil suscita o mal; e nos seus lábios há como que um fogo ardente.
  28. O homem perverso espalha contendas; e o difamador separa amigos íntimos.
  29. O homem violento alicia o seu vizinho, e guia-o por um caminho que não é bom.
  30. Quando fecha os olhos fá-lo para maquinar perversidades; quando morde os lábios, efetua o mal.
  31. Coroa de honra são as cãs, a qual se obtém no caminho da justiça.
  32. Melhor é o longânimo do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade.
  33. A sorte se lança no regaço; mas do Senhor procede toda a disposição dela.

Provérbios 17

  1. Melhor é um bocado seco, e com ele a tranqüilidade, do que a casa cheia de festins, com rixas.
  2. O servo prudente dominará sobre o filho que procede indignamente; e entre os irmãos receberá da herança.
  3. O crisol é para a prata, e o forno para o ouro; mas o Senhor é que prova os corações.
  4. O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna.
  5. O que escarnece do pobre insulta ao seu Criador; o que se alegra da calamidade não ficará impune.
  6. Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são seus pais.
  7. Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe o lábio mentiroso!
  8. Pedra preciosa é a peita aos olhos de quem a oferece; para onde quer que ele se volte, serve-lhe de proveito.
  9. O que perdoa a transgressão busca a amizade; mas o que renova a questão, afastam amigos íntimos.
  10. Mais profundamente entra a repreensão no prudente, do que cem açoites no insensato.
  11. O rebelde não busca senão o mal; portanto um mensageiro cruel será enviado contra ele.
  12. Encontre-se o homem com a ursa roubada dos filhotes, mas não com o insensato na sua estultícia.
  13. Quanto àquele que torna mal por bem, não se apartará o mal da sua casa.
  14. O princípio da contenda é como o soltar de águas represadas; deixa por isso a porfia, antes que haja rixas.
  15. O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, são abomináveis ao Senhor, tanto um como o outro.
  16. De que serve o preço na mão do tolo para comprar a sabedoria, visto que ele não tem entendimento?
  17. O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão.
  18. O homem falto de entendimento compromete-se, tornando-se fiador na presença do seu vizinho.
  19. O que ama a contenda ama a transgressao; o que faz alta a sua porta busca a ruína.
  20. O perverso de coração nunca achará o bem; e o que tem a língua dobre virá a cair no mal.
  21. O que gera um tolo, para sua tristeza o faz; e o pai do insensato não se alegrará.
  22. O coração alegre serve de bom remédio; mas o espírito abatido seca os ossos.
  23. O ímpio recebe do regaço a peita, para perverter as veredas da justiça.
  24. O alvo do inteligente é a sabedoria; mas os olhos do insensato estão nas extremidades da terra.
  25. O filho insensato é tristeza para seu, pai, e amargura para quem o deu à luz.
  26. Não é bom punir ao justo, nem ferir aos nobres por causa da sua retidão.
  27. Refreia as suas palavras aquele que possui o conhecimento; e o homem de entendimento é de espírito sereno.
  28. Até o tolo, estando calado, é tido por sábio; e o que cerra os seus lábios, por entendido.

Provérbios 18

  1. Aquele que vive isolado busca seu próprio desejo; insurge-se contra a verdadeira sabedoria.
  2. O tolo não toma prazer no entendimento, mas tão somente em revelar a sua opinião.
  3. Quando vem o ímpio, vem também o desprezo; e com a desonra vem o opróbrio.
  4. Aguas profundas são as palavras da boca do homem; e a fonte da sabedoria é um ribeiro que corre.
  5. Não é bom ter respeito à pessoa do impio, nem privar o justo do seu direito.
  6. Os lábios do tolo entram em contendas, e a sua boca clama por açoites.
  7. A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma.
  8. As palavras do difamador são como bocados doces, que penetram até o íntimo das entranhas.
  9. Aquele que é remisso na sua obra é irmão do que é destruidor.
  10. Torre forte é o nome do Senhor; para ela corre o justo, e está seguro.
  11. Os bens do rico são a sua cidade forte, e como um muro alto na sua imaginação.
  12. Antes da ruína eleva-se o coração do homem; e adiante da honra vai a humildade.
  13. Responder antes de ouvir, é estultícia e vergonha.
  14. O espírito do homem o sustentará na sua enfermidade; mas ao espírito abatido quem o levantará?
  15. O coração do entendido adquire conhecimento; e o ouvido dos sábios busca conhecimento;
  16. O presente do homem alarga-lhe o caminho, e leva-o à presença dos grandes.
  17. O que primeiro começa o seu pleito parece justo; até que vem o outro e o examina.
  18. A sorte faz cessar os pleitos, e decide entre os poderosos.
  19. um irmão ajudado pelo irmão é como uma cidade fortificada; é forte como os ferrolhos dum castelo.
  20. O homem se fartará do fruto da sua boca; dos renovos dos seus lábios se fartará.
  21. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.
  22. Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor.
  23. O pobre fala com rogos; mas o rico responde com durezas.
  24. O homem que tem muitos amigos, tem-nos para a sua ruína; mas há um amigo que é mais chegado do que um irmão.

Provérbios 19

  1. Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que aquele que é perverso de lábios e tolo.
  2. Não é bom agir sem refletir; e o que se apressa com seus pés erra o caminho.
  3. A estultícia do homem perverte o seu caminho, e o seu coração se irrita contra o Senhor.
  4. As riquezas granjeiam muitos amigos; mas do pobre o seu próprio amigo se separa.
  5. A testemunha falsa não ficará impune; e o que profere mentiras não escapará.
  6. Muitos procurarão o favor do liberal; e cada um é amigo daquele que dá presentes.
  7. Todos os irmãos do pobre o aborrecem; quanto mais se afastam dele os seus amigos! persegue-os com súplicas, mas eles já se foram.
  8. O que adquire a sabedoria é amigo de si mesmo; o que guarda o entendimento prosperará.
  9. A testemunha falsa não ficará impune, e o que profere mentiras perecerá.
  10. Ao tolo não convém o luxo; quanto menos ao servo dominar os príncipes!
  11. A discrição do homem fá-lo tardio em irar-se; e sua glória está em esquecer ofensas.
  12. A ira do rei é como o bramido o leão; mas o seu favor é como o orvalho sobre a erva.
  13. O filho insensato é a calamidade do pai; e as rixas da mulher são uma goteira contínua.
  14. Casa e riquezas são herdadas dos pais; mas a mulher prudente vem do Senhor.
  15. A preguiça faz cair em profundo sono; e o ocioso padecerá fome.
  16. Quem guarda o mandamento guarda a sua alma; mas aquele que não faz caso dos seus caminhos morrerá.
  17. O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o seu benefício.
  18. Corrige a teu filho enquanto há esperança; mas não te incites a destruí-lo.
  19. Homem de grande ira tem de sofrer o castigo; porque se o livrares, terás de o fazer de novo.
  20. Ouve o conselho, e recebe a correção, para que sejas sábio nos teus últimos dias.
  21. Muitos são os planos no coração do homem; mas o desígnio do Senhor, esse prevalecerá.
  22. O que faz um homem desejável é a sua benignidade; e o pobre é melhor do que o mentiroso.
  23. O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará.
  24. O preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer levá-la de novo à boca.
  25. Fere ao escarnecedor, e o simples aprenderá a prudência; repreende ao que tem entendimento, e ele crescerá na ciencia.
  26. O que aflige a seu pai, e faz fugir a sua mãe, é filho que envergonha e desonra.
  27. Cessa, filho meu, de ouvir a instrução, e logo te desviarás das palavras do conhecimento.
  28. A testemunha vil escarnece da justiça; e a boca dos ímpios engole a iniqüidade.
  29. A condenação está preparada para os escarnecedores, e os açoites para as costas dos tolos.

Provérbios 20

  1. O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar não e sábio.
  2. Como o bramido do leão é o terror do rei; quem o provoca a ira peca contra a sua própria vida.
  3. Honroso é para o homem o desviar-se de questões; mas todo insensato se entremete nelas.
  4. O preguiçoso não lavra no outono; pelo que mendigará na sega, e nada receberá.
  5. Como águas profundas é o propósito no coração do homem; mas o homem inteligente o descobrirá.
  6. Muitos há que proclamam a sua própria bondade; mas o homem fiel, quem o achará?
  7. O justo anda na sua integridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele.
  8. Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos joeira a todo malfeitor.
  9. Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?
  10. O peso fraudulento e a medida falsa são abominação ao Senhor, tanto uma como outra coisa.
  11. Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se a sua conduta é pura e reta.
  12. O ouvido que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos.
  13. Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos, e te fartarás de pão.
  14. Nada vale, nada vale, diz o comprador; mas, depois de retirar-se, então se gaba.
  15. Há ouro e abundância de pedras preciosas; mas os lábios do conhecimento são jóia de grande valor.
  16. Tira a roupa àquele que fica por fiador do estranho; e toma penhor daquele que se obriga por estrangeiros.
  17. Suave é ao homem o pão da mentira; mas depois a sua boca se enche de pedrinhas.
  18. Os projetos se confirmam pelos conselhos; assim, pois, com prudencia faze a guerra.
  19. O que anda mexericando revela segredos; pelo que não te metas com quem muito abre os seus lábios.
  20. O que amaldiçoa a seu pai ou a sua mãe, apagar-se-lhe-á a sua lâmpada nas, mais densas trevas.
  21. A herança que no princípio é adquirida às pressas, não será abençoada no seu fim.
  22. Não digas: vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te livrará.
  23. Pesos fraudulentos são abomináveis ao Senhor; e balanças enganosas não são boas.
  24. Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?
  25. Laço é para o homem dizer precipitadamente: É santo; e, feitos os votos, então refletir.
  26. O rei sábio joeira os ímpios e faz girar sobre eles a roda.
  27. O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do coração.
  28. A benignidade e a verdade guardam o rei; e com a benignidade sustém ele o seu trono.
  29. A glória dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos são as cãs.
  30. Os açoites que ferem purificam do mal; e as feridas penetram até o mais íntimo do corpo.

Provérbios 21

  1. Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde quer.
  2. Todo caminho do homem é reto aos seus olhos; mas o Senhor pesa os corações.
  3. Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício.
  4. Olhar altivo e coração orgulhoso, tal lâmpada dos ímpios é pecado.
  5. Os planos do diligente conduzem à abundância; mas todo precipitado apressa-se para a penúria.
  6. Ajuntar tesouros com língua falsa é uma vaidade fugitiva; aqueles que os buscam, buscam a morte.
  7. A violência dos ímpios arrebatá-los-á, porquanto recusam praticar a justiça.
  8. O caminho do homem perverso é tortuoso; mas o proceder do puro é reto.
  9. Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla.
  10. A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não agrada aos seus olhos.
  11. Quando o escarnecedor é castigado, o simples torna-se sábio; e, quando o sábio é instruído, recebe o conhecimento.
  12. O justo observa a casa do ímpio; precipitam-se os ímpios na ruína.
  13. Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido.
  14. O presente que se dá em segredo aplaca a ira; e a dádiva às escondidas, a forte indignação.
  15. A execução da justiça é motivo de alegria para o justo; mas é espanto para os que praticam a iniqüidade.
  16. O homem que anda desviado do caminho do entendimento repousará na congregação dos mortos.
  17. Quem ama os prazeres empobrecerá; quem ama o vinho e o azeite nunca enriquecera.
  18. Resgate para o justo é o ímpio; e em lugar do reto ficará o prevaricador.
  19. Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda.
  20. Há tesouro precioso e azeite na casa do sábio; mas o homem insensato os devora.
  21. Aquele que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra.
  22. O sábio escala a cidade dos valentes, e derriba a fortaleza em que ela confia.
  23. O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda das angústias a sua alma.
  24. Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; ele procede com insolente orgulho.
  25. O desejo do preguiçoso o mata; porque as suas mãos recusam-se a trabalhar.
  26. Todo o dia o ímpio cobiça; mas o justo dá, e não retém.
  27. O sacrifício dos ímpios é abominaçao; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!
  28. A testemunha mentirosa perecerá; mas o homem que ouve falará sem ser contestado.
  29. O homem ímpio endurece o seu rosto; mas o reto considera os seus caminhos.
  30. Não há sabedoria, nem entendimento, nem conselho contra o Senhor.
  31. O cavalo prepara-se para o dia da batalha; mas do Senhor vem a vitória.

Provérbios 22

  1. Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e o favor é melhor do que a prata e o ouro.
  2. O rico e o pobre se encontram; quem os faz a ambos é o Senhor.
  3. O prudente vê o perigo e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.
  4. O galardão da humildade e do temor do Senhor é riquezas, e honra e vida.
  5. Espinhos e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe deles.
  6. Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.
  7. O rico domina sobre os pobres; e o que toma emprestado é servo do que empresta.
  8. O que semear a perversidade segará males; e a vara da sua indignação falhará.
  9. Quem vê com olhos bondosos será abençoado; porque dá do seu pão ao pobre.
  10. Lança fora ao escarnecedor, e a contenda se irá; cessarao a rixa e a injúria.
  11. O que ama a pureza do coração, e que tem graça nos seus lábios, terá por seu amigo o rei.
  12. Os olhos do Senhor preservam o que tem conhecimento; mas ele transtorna as palavras do prevaricador.
  13. Diz o preguiçoso: um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.
  14. Cova profunda é a boca da adúltera; aquele contra quem o Senhor está irado cairá nela.
  15. A estultícia está ligada ao coração do menino; mas a vara da correção a afugentará dele.
  16. O que para aumentar o seu lucro oprime o pobre, e dá ao rico, certamente chegará à: penuria.
  17. Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração ao meu conhecimento.
  18. Porque será coisa suave, se os guardares no teu peito, se estiverem todos eles prontos nos teus lábios.
  19. Para que a tua confiança esteja no senhor, a ti tos fiz saber hoje, sim, a ti mesmo.
  20. Porventura não te escrevi excelentes coisas acerca dos conselhos e do conhecimento,
  21. para te fazer saber a certeza das palavras de verdade, para que possas responder com palavras de verdade aos que te enviarem?
  22. Não roubes ao pobre, porque é pobre; nem oprimas ao aflito na porta;
  23. porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida.
  24. Não faças amizade com o iracundo; nem andes com o homem colérico;
  25. para que não aprendas as suas veredas, e tomes um laço para a tua alma.
  26. Não estejas entre os que se comprometem, que ficam por fiadores de dívidas.
  27. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?
  28. Não removas os limites antigos que teus pais fixaram.
  29. Vês um homem hábil na sua obrar? esse perante reis assistirá; e não assistirá perante homens obscuros.

Provérbios 23

  1. Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para aquele que está diante de ti;
  2. e põe uma faca à tua garganta, se fores homem de grande apetite.
  3. Não cobices os seus manjares gostosos, porque é comida enganadora.
  4. Não te fatigues para seres rico; dá de mão à tua própria sabedoria:
  5. Fitando tu os olhos nas riquezas, elas se vão; pois fazem para si asas, como a águia, voam para o céu.
  6. Não comas o pão do avarento, nem cobices os seus manjares gostosos.
  7. Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é; ele te diz: Come e bebe; mas o seu coração não está contigo.
  8. Vomitarás o bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.
  9. Não fales aos ouvidos do tolo; porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.
  10. Não removas os limites antigos; nem entres nos campos dos órfãos,
  11. porque o seu redentor é forte; ele lhes pleiteará a causa contra ti.
  12. Aplica o teu coração à instrução, e os teus ouvidos às palavras do conhecimento.
  13. Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá.
  14. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol.
  15. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu coração, sim, ó, meu próprio;
  16. e exultará o meu coração, quando os teus lábios falarem coisas retas.
  17. Não tenhas inveja dos pecadores; antes conserva-te no temor do Senhor todo o dia.
  18. Porque deveras terás uma recompensa; não será malograda a tua esperança.
  19. Ouve tu, filho meu, e sê sábio; e dirige no caminho o teu coração.
  20. Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne.
  21. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência cobrirá de trapos o homem.
  22. Ouve a teu pai, que te gerou; e não desprezes a tua mãe, quando ela envelhecer.
  23. Compra a verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e o entendimento.
  24. Grandemente se regozijará o pai do justo; e quem gerar um filho sábio, nele se alegrará.
  25. Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se aquela que te deu à luz.
  26. Filho meu, dá-me o teu coração; e deleitem-se os teus olhos nos meus caminhos.
  27. Porque cova profunda é a prostituta; e poço estreito é a aventureira.
  28. Também ela, como o salteador, se põe a espreitar; e multiplica entre os homens os prevaricadores.
  29. Para quem são os ais? para quem os pesares? para quem as pelejas, para quem as queixas? para quem as feridas sem causa? e para quem os olhos vermelhos?
  30. Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada.
  31. Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
  32. No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará.
  33. Os teus olhos verão coisas estranhas, e tu falarás perversidades.
  34. o serás como o que se deita no meio do mar, e como o que dorme no topo do mastro.
  35. E diràs: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando virei a despertar? ainda tornarei a buscá-lo outra vez.

Provérbios 24

  1. Não tenhas inveja dos homens malignos; nem desejes estar com eles;
  2. porque o seu coração medita a violência; e os seus lábios falam maliciosamente.
  3. Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece;
  4. e pelo conhecimento se encherão as câmaras de todas as riquezas preciosas e deleitáveis.
  5. O sábio é mais poderoso do que o forte; e o inteligente do que o que possui a força.
  6. Porque com conselhos prudentes tu podes fazer a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros.
  7. A sabedoria é alta demais para o insensato; ele não abre a sua boca na porta.
  8. Aquele que cuida em fazer o mal, mestre de maus intentos o chamarão.
  9. O desígnio do insensato é pecado; e abominável aos homens é o escarnecedor.
  10. Se enfraqueces no dia da angústia, a tua força é pequena.
  11. Livra os que estão sendo levados à morte, detém os que vão tropeçando para a matança.
  12. Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os corações não o percebe? e aquele que guarda a tua vida não o sabe? e não retribuirá a cada um conforme a sua obra?
  13. Come mel, filho meu, porque é bom, e do favo de mel, que é doce ao teu paladar.
  14. Sabe que é assim a sabedoria para a tua alma: se a achares, haverá para ti recompensa, e não será malograda a tua esperança.
  15. Não te ponhas de emboscada, ó ímpio, contra a habitação do justo; nem assoles a sua pousada.
  16. Porque sete vezes cai o justo, e se levanta; mas os ímpios são derribados pela calamidade.
  17. Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e quando tropeçar, não se regozije o teu coração;
  18. para que o Senhor não o veja, e isso seja mau aos seus olhos, e desvie dele, a sua ira.
  19. Não te aflijas por causa dos malfeitores; nem tenhas inveja dos ímpios;
  20. porque o maligno não tem futuro; e a lâmpada dos ímpios se apagará.
  21. Filho meu, teme ao Senhor, e ao rei; e não te entremetas com os que gostam de mudanças.
  22. Porque de repente se levantará a sua calamidade; e a ruína deles, quem a conhecerá?
  23. Também estes são provérbios dos sábios: Fazer acepção de pessoas no juízo não é bom.
  24. Aquele que disser ao ímpio: Justo és; os povos o amaldiçoarão, as nações o detestarão;
  25. mas para os que julgam retamente haverá delícias, e sobre eles virá copiosa bênção.
  26. O que responde com palavras retas beija os lábios.
  27. Prepara os teus trabalhos de fora, apronta bem o teu campo; e depois edifica a tua casa.
  28. Não sejas testemunha sem causa contra o teu próximo; e não enganes com os teus lábios.
  29. Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra.
  30. Passei junto ao campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento;
  31. e eis que tudo estava cheio de cardos, e a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedra estava derrubado.
  32. O que tendo eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.
  33. Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar os braços em repouso;
  34. assim sobrevirá a tua pobreza como um salteador, e a tua necessidade como um homem armado.

Provérbios 25

  1. Também estes são provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá.
  2. A glória de Deus é encobrir as coisas; mas a glória dos reis é esquadrinhá-las.
  3. Como o céu na sua altura, e como a terra na sua profundidade, assim o coração dos reis é inescrutável.
  4. Tira da prata a escória, e sairá um vaso para o fundidor.
  5. Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça.
  6. Não reclames para ti honra na presença do rei, nem te ponhas no lugar dos grandes;
  7. porque melhor é que te digam: Sobe, para aqui; do que seres humilhado perante o príncipe.
  8. O que os teus olhos viram, não te apresses a revelar, para depois, ao fim, não saberes o que hás de fazer, podendo-te confundir o teu próximo.
  9. Pleiteia a tua causa com o teu próximo mesmo; e não reveles o segredo de outrem;
  10. para que não te desonre aquele que o ouvir, não se apartando de ti a infâmia.
  11. Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.
  12. Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido obediente.
  13. Como o frescor de neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam, porque refrigera o espírito dos seus senhores.
  14. como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se gaba de dádivas que não fez.
  15. Pela longanimidade se persuade o príncipe, e a língua branda quebranta os ossos.
  16. Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes dele, e o venhas a vomitar.
  17. Põe raramente o teu pé na casa do teu próximo, para que não se enfade de ti, e te aborreça.
  18. Malho, e espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo.
  19. Como dente quebrado, e pé deslocado, é a confiança no homem desleal, no dia da angústia.
  20. O que entoa canções ao coração aflito é como aquele que despe uma peça de roupa num dia de frio, e como vinagre sobre a chaga.
  21. Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver sede, dá-lhe água para beber;
  22. porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça, e o Senhor te recompensará.
  23. O vento norte traz chuva, e a língua caluniadora, o rosto irado.
  24. Melhor é morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla.
  25. Como água fresca para o homem sedento, tais são as boas-novas de terra remota.
  26. Como fonte turva, e manancial poluído, assim é o justo que cede lugar diante do ímpio.
  27. comer muito mel não é bom; não multipliques, pois, as palavras de lisonja.
  28. Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.

Provérbios 26

  1. Como a neve no verão, e como a chuva no tempo da ceifa, assim não convém ao tolo a honra.
  2. Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu voar, assim a maldição sem causa não encontra pouso.
  3. O açoite é para o cavalo, o freio para o jumento, e a vara para as costas dos tolos.
  4. Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia, para que também não te faças semelhante a ele.
  5. Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que ele não seja sábio aos seus próprios olhos.
  6. Os pés decepa, e o dano bebe, quem manda mensagens pela mão dum tolo.
  7. As pernas do coxo pendem frouxas; assim é o provérbio na boca dos tolos.
  8. Como o que ata a pedra na funda, assim é aquele que dá honra ao tolo.
  9. Como o espinho que entra na mão do ébrio, assim é o provérbio na mão dos tolos.
  10. Como o flecheiro que fere a todos, assim é aquele que assalaria ao transeunte tolo, ou ao ébrio.
  11. Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o tolo que reitera a sua estultícia.
  12. Vês um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há para o tolo do que para ele.
  13. Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.
  14. Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim o faz o preguiçoso na sua cama.
  15. O preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer levá-la de novo à boca.
  16. Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que sabem responder bem.
  17. O que, passando, se mete em questão alheia é como aquele que toma um cão pelas orelhas.
  18. Como o louco que atira tições, flechas, e morte,
  19. assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.
  20. Faltando lenha, apaga-se o fogo; e não havendo difamador, cessa a contenda.
  21. Como o carvão para as brasas, e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas.
  22. As palavras do difamador são como bocados deliciosos, que descem ao íntimo do ventre.
  23. Como o vaso de barro coberto de escória de prata, assim são os lábios ardentes e o coração maligno.
  24. Aquele que odeia dissimula com os seus lábios; mas no seu interior entesoura o engano.
  25. Quando te suplicar com voz suave, não o creias; porque sete abominações há no teu coração.
  26. Ainda que o seu ódio se encubra com dissimulação, na congregação será revelada a sua malícia.
  27. O que faz uma cova cairá nela; e a pedra voltará sobre aquele que a revolve.
  28. A língua falsa odeia aqueles a quem ela tenha ferido; e a boca lisonjeira opera a ruína.

Provérbios 27

  1. Não te glories do dia de amanhã; porque não sabes o que produzirá o dia.
  2. Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estranho, e não os teus lábios.
  3. Pesada é a pedra, e a areia também; mas a ira do insensato é mais pesada do que elas ambas.
  4. Cruel é o furor, e impetuosa é a ira; mas quem pode resistir à inveja?
  5. Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto.
  6. Fiéis são as feridas dum amigo; mas os beijos dum inimigo são enganosos.
  7. O que está farto despreza o favo de mel; mas para o faminto todo amargo é doce.
  8. Qual a ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lugar.
  9. O óleo e o perfume alegram o coração; assim é o doce conselho do homem para o seu amigo.
  10. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem entres na casa de teu irmão no dia de tua adversidade. Mais vale um vizinho que está perto do que um irmão que está longe.
  11. Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que eu tenha o que responder àquele que me vituperar.
  12. O prudente vê o mal e se esconde; mas os insensatos passam adiante e sofrem a pena.
  13. Tira a roupa àquele que fica por fiador do estranho, e toma penhor daquele que se obriga por uma estrangeira.
  14. O que bendiz ao seu amigo em alta voz, levantando-se de madrugada, isso lhe será contado como maldição.
  15. A goteira contínua num dia chuvoso e a mulher rixosa são semelhantes;
  16. retê-la é reter o vento, ou segurar o óleo com a destra.
  17. Afia-se o ferro com o ferro; assim o homem afia o rosto do seu amigo.
  18. O que cuida da figueira comerá do fruto dela; e o que vela pelo seu senhor será honrado.
  19. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem.
  20. O Seol e o Abadom nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem.
  21. O crisol é para a prata, e o forno para o ouro, e o homem é provado pelos louvores que recebe.
  22. Ainda que pisasses o insensato no gral entre grãos pilados, contudo não se apartaria dele a sua estultícia.
  23. Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos;
  24. porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração?
  25. Quando o feno é removido, e aparece a erva verde, e recolhem-se as ervas dos montes,
  26. os cordeiros te proverão de vestes, e os bodes, do preço do campo.
  27. E haverá bastante leite de cabras para o teu sustento, para o sustento da tua casa e das tuas criadas.

Provérbios 28

  1. Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas os justos são ousados como o leão.
  2. Por causa da transgressão duma terra são muitos os seus príncipes; mas por virtude de homens prudentes e entendidos, ela subsistirá por longo tempo.
  3. O homem pobre que oprime os pobres, é como chuva impetuosa, que não deixa trigo nenhum.
  4. Os que abandonam a lei louvam os ímpios; mas os que guardam a lei pelejam contra eles.
  5. Os homens maus não entendem a justiça; mas os que buscam ao Senhor a entendem plenamente.
  6. Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que o rico perverso nos seus caminhos.
  7. O que guarda a lei é filho sábio; mas o companheiro dos comilões envergonha a seu pai.
  8. O que aumenta a sua riqueza com juros e usura, ajunta-a para o que se compadece do pobre.
  9. O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável.
  10. O que faz com que os retos se desviem para um mau caminho, ele mesmo cairá na cova que abriu; mas os inocentes herdarão o bem.
  11. O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que tem entendimento o esquadrinha.
  12. Quando os justos triunfam há grande, glória; mas quando os ímpios sobem, escondem-se os homens.
  13. O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.
  14. Feliz é o homem que teme ao Senhor continuamente; mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal.
  15. Como leão bramidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre um povo pobre.
  16. O príncipe falto de entendimento é também opressor cruel; mas o que aborrece a avareza prolongará os seus dias.
  17. O homem culpado do sangue de qualquer pessoa será fugitivo até a morte; ninguém o ajude.
  18. O que anda retamente salvar-se-á; mas o perverso em seus caminhos cairá de repente.
  19. O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos se encherá de pobreza.
  20. O homem fiel gozará de abundantes bênçãos; mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune.
  21. Fazer acepção de pessoas não é bom; mas até por um bocado de pão prevaricará o homem.
  22. Aquele que é cobiçoso corre atrás das riquezas; e não sabe que há de vir sobre ele a penúria.
  23. O que repreende a um homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua.
  24. O que rouba a seu pai, ou a sua mãe, e diz: Isso não é transgressão; esse é companheiro do destruidor.
  25. O cobiçoso levanta contendas; mas o que confia no senhor prosperará.
  26. O que confia no seu próprio coração é insensato; mas o que anda sabiamente será livre.
  27. O que dá ao pobre não terá falta; mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições.
  28. Quando os ímpios sobem, escondem-se os homens; mas quando eles perecem, multiplicam-se os justos.

Provérbios 29

  1. Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura.
  2. Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme.
  3. O que ama a sabedoria alegra a seu pai; mas o companheiro de prostitutas desperdiça a sua riqueza.
  4. O rei pela justiça estabelece a terra; mas o que exige presentes a transtorna.
  5. O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede aos passos.
  6. Na transgressão do homem mau há laço; mas o justo canta e se regozija.
  7. O justo toma conhecimento da causa dos pobres; mas o ímpio não tem entendimento para a conhecer.
  8. Os escarnecedores abrasam a cidade; mas os sábios desviam a ira.
  9. O sábio que pleiteia com o insensato, quer este se agaste quer se ria, não terá descanso.
  10. Os homens sanguinários odeiam o íntegro; mas os retos procuram o seu bem.
  11. O tolo derrama toda a sua ira; mas o sábio a reprime e aplaca.
  12. O governador que dá atenção às palavras mentirosas achará que todos os seus servos são ímpios.
  13. O pobre e o opressor se encontram; o Senhor alumia os olhos de ambos.
  14. Se o rei julgar os pobres com eqüidade, o seu trono será estabelecido para sempre.
  15. A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.
  16. Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões; mas os justos verão a queda deles.
  17. Corrige a teu filho, e ele te dará descanso; sim, deleitará o teu coração.
  18. Onde não há profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei esse é bem-aventurado.
  19. O servo não se emendará com palavras; porque, ainda que entenda, não atenderá.
  20. Vês um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o tolo do que para ele.
  21. Aquele que cria delicadamente o seu servo desde a meninice, no fim tê-lo-á por herdeiro.
  22. O homem iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões.
  23. A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.
  24. O que é sócio do ladrão odeia a sua própria alma; sendo ajuramentado, nada denuncia.
  25. O receio do homem lhe arma laços; mas o que confia no Senhor está seguro.
  26. Muitos buscam o favor do príncipe; mas é do Senhor que o homem recebe a justiça.
  27. O ímpio é abominação para os justos; e o que é reto no seu caminho é abominação para o ímpio.

Provérbios 30

  1. Palavras de Agur, filho de Jaqué de Massá. Diz o homem a Itiel, e a Ucal:
  2. Na verdade que eu sou mais estúpido do que ninguém; não tenho o entendimento do homem;
  3. não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.
  4. Quem subiu ao céu e desceu? quem encerrou os ventos nos seus punhos? mas amarrou as águas no seu manto? quem estabeleceu todas as extremidades da terra? qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho? Certamente o sabes!
  5. Toda palavra de Deus é pura; ele é um escudo para os que nele confiam.
  6. Nada acrescentes às suas palavras, para que ele não te repreenda e tu sejas achado mentiroso.
  7. Duas coisas te peço; não mas negues, antes que morra:
  8. Alonga de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me só o pão que me é necessário;
  9. para que eu de farto não te negue, e diga: Quem é o Senhor? ou, empobrecendo, não venha a furtar, e profane o nome de Deus.
  10. Não calunies o servo diante de seu senhor, para que ele não te amaldiçoe e fiques tu culpado.
  11. Há gente que amaldiçoa a seu pai, e que não bendiz a sua mãe.
  12. Há gente que é pura aos seus olhos, e contudo nunca foi lavada da sua imundícia.
  13. Há gente cujos olhos são altivos, e cujas pálpebras são levantadas para cima.
  14. Há gente cujos dentes são como espadas; e cujos queixais sao como facas, para devorarem da terra os aflitos, e os necessitados dentre os homens.
  15. A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam; sim, quatro que nunca dizem: Basta;
  16. o Seol, a madre estéril, a terra que não se farta d’água, e o fogo que nunca diz: Basta.
  17. Os olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência à mãe, serão arrancados pelos corvos do vale e devorados pelos filhos da águia.
  18. Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não conheço:
  19. o caminho da águia no ar, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma virgem.
  20. Tal é o caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: não pratiquei iniqüidade.
  21. Por três coisas estremece a terra, sim, há quatro que não pode suportar:
  22. o escravo quando reina; o tolo quando se farta de comer;
  23. a mulher desdenhada quando se casa; e a serva quando fica herdeira da sua senhora.
  24. Quatro coisas há na terra que são pequenas, entretanto são extremamente sábias;
  25. as formigas são um povo sem força, todavia no verão preparam a sua comida;
  26. os querogrilos são um povo débil, contudo fazem a sua casa nas rochas;
  27. os gafanhotos não têm rei, contudo marcham todos enfileirados;
  28. a lagartixa apanha-se com as mãos, contudo anda nos palácios dos reis.
  29. Há três que andam com elegância, sim, quatro que se movem airosamente:
  30. o leão, que é o mais forte entre os animais, e que não se desvia diante de ninguém;
  31. o galo emproado, o bode, e o rei à frente do seu povo.
  32. Se procedeste loucamente em te elevares, ou se maquinaste o mal, põe a mão sobre a boca.
  33. Como o espremer do leite produz queijo verde, e o espremer do nariz produz sangue, assim o espremer da ira produz contenda.

Provérbios 31

  1. As palavras do rei Lemuel, rei de Massá, que lhe ensinou sua mãe.
  2. Que te direi, filho meu? e que te direi, ó filho do meu ventre? e que te direi, ó filho dos meus votos?
  3. Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos às que destroem os reis.
  4. Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte;
  5. para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito.
  6. Dai bebida forte ao que está para perecer, e o vinho ao que está em amargura de espírito.
  7. Bebam e se esqueçam da sua pobreza, e da sua miséria não se lembrem mais.
  8. Abre a tua boca a favor do mudo, a favor do direito de todos os desamparados.
  9. Abre a tua boca; julga retamente, e faze justiça aos pobres e aos necessitados.
  10. Álefe. Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de jóias preciosas.
  11. Bete. O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de lucro.
  12. Guímel. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
  13. Dálete. Ela busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com as mãos.
  14. Hê. É como os navios do negociante; de longe traz o seu pão.
  15. Vave. E quando ainda está escuro, ela se levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas.
  16. Zaine. Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto de suas maos.
  17. Hete. Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
  18. Tete. Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.
  19. Iode. Estende as mãos ao fuso, e as suas mãos pegam na roca.
  20. Cafe. Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas mãos.
  21. Lâmede. Não tem medo da neve pela sua família; pois todos os da sua casa estão vestidos de escarlate.
  22. Meme. Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura é o seu vestido.
  23. Nune. Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta entre os anciãos da terra.
  24. Sâmerue. Faz vestidos de linho, e vende-os, e entrega cintas aos mercadores.
  25. Aine. A força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo vindouro.
  26. Pê. Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua.
  27. Tsadê. Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da preguiça.
  28. Côfe. Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como também seu marido, que a louva, dizendo:
  29. Reche. Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.
  30. Chine. Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.
  31. Tau. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.

Salmos Eclesiastes

Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento; sim, se clamares por discernimento, e por entendimento alçares a tua voz; se o buscares como a prata e o procurares como a tesouros escondidos; então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.

Provérbios 2:1-5

11/03/2021

Salmos

1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 | 31 | 32 | 33 | 34 | 35 | 36 | 37 | 38 | 39 | 40 | 41 | 42 | 43 | 44 | 45 | 46 | 47 | 48 | 49 | 5051 | 52 | 53 | 54 | 55 | 56 | 57 | 58 | 59 | 60 | 61 | 62 | 63 | 64 | 65 | 66 | 67 | 68 | 69 | 70 | 71 | 72 | 73 | 74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 79 | 80 | 81 | 82 | 83 | 84 | 85 | 86 | 87 | 88 | 89 | 90 | 91 | 92 | 93 | 94 | 95 | 96 | 97 | 98 | 99 | 100 | 101 | 102 | 103 | 104 | 105 | 106 | 107 | 108 | 109 | 110 | 111 | 112 | 113 | 114 | 115 | 116 | 117 | 118 | 119 | 120 | 121 | 122 | 123 | 124 | 125 | 126 | 127 | 128 | 129 | 130 | 131 | 132 | 133 | 134 | 135 | 136 | 137 | 138 | 139 | 140 | 141 | 142 | 143 | 144 | 145 | 146 | 147 | 148 | 149 | 150 ]

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Salmos 1

  1. Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores;
  2. antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite.
  3. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.
  4. Não são assim os ímpios, mas são semelhantes à moinha que o vento espalha.
  5. Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos;
  6. porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à ruína.

Salmos 2

  1. Por que se amotinam as nações, e os povos tramam em vão?
  2. Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:
  3. Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
  4. Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
  5. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os confundirá, dizendo:
  6. Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte.
  7. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
  8. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão.
  9. Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
  10. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
  11. Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com tremor.
  12. Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.

Salmos 3

  1. Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! Muitos se levantam contra mim.
  2. Muitos são os que dizem de mim: Não há socorro para ele em Deus.
  3. Mas tu, Senhor, és um escudo ao redor de mim, a minha glória, e aquele que exulta a minha cabeça.
  4. Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me responde.
  5. Eu me deito e durmo; acordo, pois o Senhor me sustenta.
  6. Não tenho medo dos dez milhares de pessoas que se puseram contra mim ao meu redor.
  7. Levanta-te, Senhor! salva-me, Deus meu! pois tu feres no queixo todos os meus inimigos; quebras os dentes aos ímpios.
  8. A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção.

Salmos 4

  1. Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.
  2. Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?
  3. Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele.
  4. Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso leito, e calai-vos.
  5. Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.
  6. Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Levanta, Senhor, sobre nós a luz do teu rosto.
  7. Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho.
  8. Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.

Salmos 5

  1. Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor; atende aos meus gemidos.
  2. Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois é a ti que oro.
  3. Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela manhã te apresento a minha oração, e vigio.
  4. Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.
  5. Os arrogantes não subsistirão diante dos teus olhos; detestas a todos os que praticam a maldade.
  6. Destróis aqueles que proferem a mentira; ao sanguinário e ao fraudulento o Senhor abomina.
  7. Mas eu, pela grandeza da tua benignidade, entrarei em tua casa; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo.
  8. Guia-me, Senhor, na tua justiça, por causa dos meus inimigos; aplana diante de mim o teu caminho.
  9. Porque não há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua.
  10. Declara-os culpados, ó Deus; que caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se revoltaram contra ti.
  11. Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; sim, gloriem-se em ti os que amam o teu nome.
  12. Pois tu, Senhor, abençoas o justo; tu o circundas do teu favor como de um escudo.

Salmos 6

  1. Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
  2. Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.
  3. Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até quando?…
  4. Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua misericórdia.
  5. Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará?
  6. Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em lágrimas a minha cama, inundo com elas o meu leito.
  7. Os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e enfraquecem por causa de todos os meus inimigos.
  8. Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto.
  9. O Senhor já ouviu a minha súplica, o Senhor aceita a minha oração.
  10. Serão envergonhados e grandemente perturbados todos os meus inimigos; tornarão atrás e subitamente serão envergonhados.

Salmos 7

  1. Senhor, Deus meu, confio, salva-me de todo o que me persegue, e livra-me;
  2. para que ele não me arrebate, qual leão, despedaçando-me, sem que haja quem acuda.
  3. Senhor, Deus meu, se eu fiz isto, se há perversidade nas minhas mãos,
  4. se paguei com o mal àquele que tinha paz comigo, ou se despojei o meu inimigo sem causa.
  5. persiga-me o inimigo e alcance-me; calque aos pés a minha vida no chão, e deite no pó a minha glória.
  6. Ergue-te, Senhor, na tua ira; levanta-te contra o furor dos meus inimigos; desperta-te, meu Deus, pois tens ordenado o juízo.
  7. Reúna-se ao redor de ti a assembléia dos povos, e por cima dela remonta-te ao alto.
  8. O Senhor julga os povos; julga-me, Senhor, de acordo com a minha justiça e conforme a integridade que há em mim.
  9. Cesse a maldade dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e os rins.
  10. O meu escudo está em Deus, que salva os retos de coração.
  11. Deus é um juiz justo, um Deus que sente indignação todos os dias.
  12. Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e teso está o seu arco;
  13. já preparou armas mortíferas, fazendo suas setas inflamadas.
  14. Eis que o mau está com dores de perversidade; concedeu a malvadez, e dará à luz a falsidade.
  15. Abre uma cova, aprofundando-a, e cai na cova que fez.
  16. A sua malvadez recairá sobre a sua cabeça, e a sua violência descerá sobre o seu crânio.
  17. Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do Senhor, o Altíssimo.

Salmos 8

  1. Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, tu que puseste a tua glória dos céus!
  2. Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários para fazeres calar o inimigo e vingador.
  3. Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste,
  4. que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?
  5. Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste.
  6. Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:
  7. todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo,
  8. as aves do céu, e os peixes do mar, tudo o que passa pelas veredas dos mares.
  9. Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra!

Salmos 9

  1. Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.
  2. Em ti me alegrarei e exultarei; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo;
  3. porquanto os meus inimigos retrocedem, caem e perecem diante de ti.
  4. Sustentaste o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente.
  5. Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente.
  6. Os inimigos consumidos estão; perpétuas são as suas ruínas.
  7. Mas o Senhor está entronizado para sempre; preparou o seu trono para exercer o juízo.
  8. Ele mesmo julga o mundo com justiça; julga os povos com eqüidade.
  9. O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia.
  10. Em ti confiam os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, não abandonas aqueles que te buscam.
  11. Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos.
  12. Pois ele, o vingador do sangue, se lembra deles; não se esquece do clamor dos aflitos.
  13. Tem misericórdia de mim, Senhor; olha a aflição que sofro daqueles que me odeiam, tu que me levantas das portas da morte.
  14. para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião e me alegre na tua salvação.
  15. Afundaram-se as nações na cova que abriram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.
  16. O Senhor deu-se a conhecer, executou o juízo; enlaçado ficou o ímpio nos seus próprios feitos.
  17. Os ímpios irão para o Seol, sim, todas as nações que se esquecem de Deus.
  18. Pois o necessitado não será esquecido para sempre, nem a esperança dos pobres será frustrada perpetuamente.
  19. Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as nações na tua presença!
  20. Senhor, incute-lhes temor! Que as nações saibam que não passam de meros homens!

Salmos 10

  1. Por que te conservas ao longe, Senhor? Por que te escondes em tempos de angústia?
  2. Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam eles apanhados nas ciladas que maquinaram.
  3. Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e o que é dado à rapina despreza e maldiz o Senhor.
  4. Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são: Não há Deus.
  5. Os seus caminhos são sempre prósperos; os teus juízos estão acima dele, fora da sua vista; quanto a todos os seus adversários, ele os trata com desprezo.
  6. Diz em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei na adversidade.
  7. A sua boca está cheia de imprecações, de enganos e de opressão; debaixo da sua língua há malícia e iniqüidade.
  8. Põe-se de emboscada nas aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente; os seus olhos estão de espreita ao desamparado.
  9. Qual leão no seu covil, está ele de emboscada num lugar oculto; está de emboscada para apanhar o pobre; apanha-o, colhendo-o na sua rede.
  10. Abaixa-se, curva-se; assim os desamparados lhe caem nas fortes garras.
  11. Diz ele em seu coração: Deus se esqueceu; cobriu o seu rosto; nunca verá isto.
  12. Levanta-te, Senhor; ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados.
  13. Por que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração: Tu não inquirirás?
  14. Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado, para o tomares na tua mão; a ti o desamparado se entrega; tu és o amparo do órfão.
  15. Quebra tu o braço do ímpio e malvado; esquadrinha a sua maldade, até que a descubras de todo.
  16. O Senhor é Rei sempre e eternamente; da sua terra perecerão as nações.
  17. Tu, Senhor, ouvirás os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; inclinarás o teu ouvido,
  18. para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, não mais inspire terror.

Salmos 11

  1. No Senhor confio. Como, pois, me dizeis: Foge para o monte, como um pássaro?
  2. Pois eis que os ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda, para atirarem, às ocultas, aos retos de coração.
  3. Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?
  4. O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
  5. O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a violência.
  6. Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento abrasador será a porção do seu copo.
  7. Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão o seu rosto.

Salmos 12

  1. Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis desapareceram dentre os filhos dos homens.
  2. Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobre.
  3. Corte o Senhor todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente,
  4. os que dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a nós nos pertecem; quem sobre nós é senhor?
  5. Por causa da opressão dos pobres, e do gemido dos necessitados, levantar-me-ei agora, diz o Senhor; porei em segurança quem por ela suspira.
  6. As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes.
  7. Guarda-nos, ó Senhor; desta geração defende-nos para sempre.
  8. Os ímpios andam por toda parte, quando a vileza se exalta entre os filhos dos homens.

Salmos 13

  1. Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?
  2. Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?
  3. Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos para que eu não durma o sono da morte;
  4. para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários não se alegrem, em sendo eu abalado.
  5. Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração se regozija na tua salvação.
  6. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.

Salmos 14

  1. Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem.
  2. O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus.
  3. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
  4. Acaso não tem conhecimento nem sequer um dos que praticam a iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão, e que não invocam o Senhor?
  5. Achar-se-ão ali em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos.
  6. Vós quereis frustar o conselho dos pobres, mas o Senhor é o seu refúgio.
  7. Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando o Senhor fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.

Salmos 15

  1. Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte?
  2. Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do coração fala a verdade;
  3. que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta;
  4. aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda;
  5. que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas contra o inocente. Aquele que assim procede nunca será abalado.

Salmos 16

  1. Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio.
  2. Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; além de ti não tenho outro bem.
  3. Quanto aos santos que estão na terra, eles são os ilustres nos quais está todo o meu prazer.
  4. Aqueles que escolhem a outros deuses terão as suas dores multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.
  5. Tu, Senhor, és a porção da minha herança e do meu cálice; tu és o sustentáculo do meu quinhão.
  6. As sortes me caíram em lugares deliciosos; sim, coube-me uma formosa herança.
  7. Bendigo ao Senhor que me aconselha; até os meus rins me ensinam de noite.
  8. Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está à minha mão direita, não serei abalado.
  9. Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.
  10. Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
  11. Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente.

Salmos 17

  1. Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não procede de lábios enganosos.
  2. Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos à eqüidade.
  3. Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride.
  4. Quanto às obras dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do homem violento.
  5. Os meus passos apegaram-se às tuas veredas, não resvalaram os meus pés.
  6. A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás; inclina para mim os teus ouvidos, e ouve as minhas palavras.
  7. Faze maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que à tua destra se refugiam daqueles que se levantam contra eles.
  8. Guarda-me como à menina do olho; esconde-me, à sombra das tuas asas,
  9. dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.
  10. Eles fecham o seu coração; com a boca falam soberbamente.
  11. Andam agora rodeando os meus passos; fixam em mim os seus olhos para me derrubarem por terra.
  12. Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e com o leãozinho que espreita em esconderijos.
  13. Levanta-te, Senhor, detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios, pela tua espada,
  14. dos homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão está nesta vida. Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os seus filhos, e dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos.
  15. Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei com a tua semelhança quando acordar.

Salmos 18

  1. Eu te amo, ó Senhor, força minha.
  2. O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.
  3. Invoco o Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus inimigos.
  4. Cordas de morte me cercaram, e torrentes de perdição me amedrontaram.
  5. Cordas de Seol me cingiram, laços de morte me surpreenderam.
  6. Na minha angústia invoquei o Senhor, sim, clamei ao meu Deus; do seu templo ouviu ele a minha voz; o clamor que eu lhe fiz chegou aos seus ouvidos.
  7. Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto ele se indignou.
  8. Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo devorador; dele saíram brasas ardentes.
  9. Ele abaixou os céus e desceu; trevas espessas havia debaixo de seus pés.
  10. Montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
  11. Fez das trevas o seu retiro secreto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as espessas nuvens do céu.
  12. Do resplendor da sua presença saíram, pelas suas espessas nuvens, saraiva e brasas de fogo.
  13. O Senhor trovejou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo.
  14. Despediu as suas setas, e os espalhou; multiplicou raios, e os perturbou.
  15. Então foram vistos os leitos das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, à tua repreensão, Senhor, ao sopro do vento das tuas narinas.
  16. Do alto estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas águas.
  17. Livrou-me do meu inimigo forte e daqueles que me odiavam; pois eram mais poderosos do que eu.
  18. Surpreenderam-me eles no dia da minha calamidade, mas o Senhor foi o meu amparo.
  19. Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
  20. Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
  21. Pois tenho guardado os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.
  22. Porque todas as suas ordenanças estão diante de mim, e nunca afastei de mim os seus estatutos.
  23. Também fui irrepreensível diante dele, e me guardei da iniqüidade.
  24. Pelo que o Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.
  25. Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito.
  26. Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso te mostras contrário.
  27. Porque tu livras o povo aflito, mas os olhos altivos tu os abates.
  28. Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus alumia as minhas trevas.
  29. Com o teu auxílio dou numa tropa; com o meu Deus salto uma muralha.
  30. Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito; a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam.
  31. Pois, quem é Deus senão o Senhor? e quem é rochedo senão o nosso Deus?
  32. Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito o meu caminho;
  33. faz os meus pés como os das corças, e me coloca em segurança nos meus lugares altos.
  34. Adestra as minhas mãos para a peleja, de sorte que os meus braços vergam um arco de bronze.
  35. Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me sustém, e a tua clemência me engrandece.
  36. Alargas o caminho diante de mim, e os meus pés não resvalam.
  37. Persigo os meus inimigos, e os alcanço; não volto senão depois de os ter consumido.
  38. Atravesso-os, de modo que nunca mais se podem levantar; caem debaixo dos meus pés.
  39. Pois me cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim aqueles que contra mim se levantam.
  40. Fazes também que os meus inimigos me dêem as costas; aos que me odeiam eu os destruo.
  41. Clamam, porém não há libertador; clamam ao Senhor, mas ele não lhes responde.
  42. Então os esmiúço como o pó diante do vento; lanço-os fora como a lama das ruas.
  43. Livras-me das contendas do povo, e me fazes cabeça das nações; um povo que eu não conhecia se me sujeita.
  44. Ao ouvirem de mim, logo me obedecem; com lisonja os estrangeiros se me submetem.
  45. Os estrangeiros desfalecem e, tremendo, saem dos seus esconderijos.
  46. Vive o Senhor; bendita seja a minha rocha, e exaltado seja o Deus da minha salvação,
  47. o Deus que me dá vingança, e sujeita os povos debaixo de mim,
  48. que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim; tu me livras do homem violento.
  49. Pelo que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.
  50. Ele dá grande livramento ao seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e sua posteridade, para sempre.

Salmos 19

  1. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
  2. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.
  3. Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz.
  4. Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os confins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
  5. que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira.
  6. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor.
  7. A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.
  8. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.
  9. O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.
  10. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.
  11. Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa.
  12. Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são ocultos.
  13. Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão.
  14. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!

Salmos 20

  1. O Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja.
  2. Envie-te socorro do seu santuário, e te sustenha de Sião.
  3. Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus holocaustos.
  4. Conceda-te conforme o desejo do teu coração, e cumpra todo o teu desígnio.
  5. Nós nos alegraremos pela tua salvação, e em nome do nosso Deus arvoraremos pendões; satisfaça o Senhor todas as tuas petições.
  6. Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá lá do seu santo céu, com a força salvadora da sua destra.
  7. Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.
  8. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos erguemos e ficamos de pé.
  9. Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei quando clamarmos.

Salmos 21

  1. Na tua força, ó Senhor, o rei se alegra; e na tua salvação quão grandemente se regozija!
  2. Concedeste-lhe o desejo do seu coração, e não lhe negaste a petição dos seus lábios.
  3. Pois o proveste de bênçãos excelentes; puseste-lhe na cabeça uma coroa de ouro fino.
  4. Vida te pediu, e lha deste, longura de dias para sempre e eternamente.
  5. Grande é a sua glória pelo teu socorro; de honra e de majestade o revestes.
  6. Sim, tu o fazes para sempre abençoado; tu o enches de gozo na tua presença.
  7. Pois o rei confia no Senhor; e pela bondade do Altíssimo permanecerá inabalável.
  8. A tua mão alcançará todos os teus inimigos, a tua destra alcançará todos os que te odeiam.
  9. Tu os farás qual fornalha ardente quando vieres; o Senhor os consumirá na sua indignação, e o fogo os devorará.
  10. A sua prole destruirás da terra, e a sua descendência dentre os filhos dos homens.
  11. Pois intentaram o mal contra ti; maquinaram um ardil, mas não prevalecerão.
  12. Porque tu os porás em fuga; contra os seus rostos assestarás o teu arco.
  13. Exalta-te, Senhor, na tua força; então cantaremos e louvaremos o teu poder.

Salmos 22

  1. Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?
  2. Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite, mas não acho sossego.
  3. Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel.
  4. Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
  5. A ti clamaram, e foram salvos; em ti confiaram, e não foram confundidos.
  6. Mas eu sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.
  7. Todos os que me vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo:
  8. Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer.
  9. Mas tu és o que me tiraste da madre; o que me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe.
  10. Nos teus braços fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.
  11. Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem acuda.
  12. Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam.
  13. Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e que ruge.
  14. Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
  15. A minha força secou-se como um caco e a língua se me pega ao paladar; tu me puseste no pó da morte.
  16. Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés.
  17. Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me.
  18. Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes.
  19. Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.
  20. Livra-me da espada, e a minha vida do poder do cão.
  21. Salva-me da boca do leão, sim, livra-me dos chifres do boi selvagem.
  22. Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
  23. Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó, glorificai-o; temei-o todos vós, descendência de Israel.
  24. Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem dele escondeu o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
  25. De ti vem o meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.
  26. Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Que o vosso coração viva eternamente!
  27. Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações.
  28. Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações.
  29. Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua vida.
  30. A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura.
  31. Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há de nascer contarão o que ele fez.

Salmos 23

  1. O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
  2. Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas.
  3. Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
  4. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
  5. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
  6. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.

Salmos 24

  1. Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.
  2. Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
  3. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?
  4. Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
  5. Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.
  6. Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.
  7. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
  8. Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha.
  9. Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
  10. Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; ele é o Rei da Glória.

Salmos 25

  1. A ti, Senhor, elevo a minha alma.
  2. Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado; não triunfem sobre mim os meus inimigos.
  3. Não seja envergonhado nenhum dos que em ti esperam; envergonhados sejam os que sem causa procedem traiçoeiramente.
  4. Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas.
  5. Guia-me na tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus da minha salvação; por ti espero o dia todo.
  6. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua benignidade, porque elas são eternas.
  7. Não te lembres dos pecado da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, pela tua bondade, ó Senhor.
  8. Bom e reto é o Senhor; pelo que ensina o caminho aos pecadores.
  9. Guia os mansos no que é reto, e lhes ensina o seu caminho.
  10. Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para aqueles que guardam o seu pacto e os seus testemunhos.
  11. Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande.
  12. Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher.
  13. Ele permanecerá em prosperidade, e a sua descendência herdará a terra.
  14. O conselho do Senhor é para aqueles que o temem, e ele lhes faz saber o seu pacto.
  15. Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois ele tirará do laço os meus pés.
  16. Olha para mim, e tem misericórdia de mim, porque estou desamparado e aflito.
  17. Alivia as tribulações do meu coração; tira-me das minhas angústias.
  18. Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados.
  19. Olha para os meus inimigos, porque são muitos e me odeiam com ódio cruel.
  20. Guarda a minha alma, e livra-me; não seja eu envergonhado, porque em ti me refúgio.
  21. A integridade e a retidão me protejam, porque em ti espero.
  22. Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.

Salmos 26

  1. Julga-me, ó Senhor, pois tenho andado na minha integridade; no Senhor tenho confiado sem vacilar.
  2. Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha mente.
  3. Pois a tua benignidade está diante dos meus olhos, e tenho andado na tua verdade.
  4. Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com dissimuladores.
  5. Odeio o ajuntamento de malfeitores; não me sentarei com os ímpios.
  6. Lavo as minhas mãos na inocência; e assim, ó Senhor, me acerco do teu altar,
  7. para fazer ouvir a voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas.
  8. Ó Senhor, eu amo o recinto da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.
  9. Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida a dos homens sanguinolentos,
  10. em cujas mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos.
  11. Quanto a mim, porém, ando na minha integridade; resgata-me e tem compaixão de mim.
  12. O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações bendirei ao Senhor.

Salmos 27

  1. O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?
  2. Quando os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.
  3. Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração não temerá; ainda que a guerra se levante contra mim, conservarei a minha confiança.
  4. Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.
  5. Pois no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará.
  6. E agora será exaltada a minha cabeça acima dos meus inimigos que estão ao redor de mim; e no seu tabernáculo oferecerei sacrifícios de júbilo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.
  7. Ouve, ó Senhor, a minha voz quando clamo; compadece-te de mim e responde-me.
  8. Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei.
  9. Não escondas de mim o teu rosto, não rejeites com ira o teu servo, tu que tens sido a minha ajuda. Não me enjeites nem me desampares, ó Deus da minha salvação.
  10. Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá.
  11. Ensina-me, ó Senhor, o teu caminho, e guia-me por uma vereda plana, por causa dos que me espreitam.
  12. Não me entregues à vontade dos meus adversários; pois contra mim se levantaram falsas testemunhas e os que repiram violência.
  13. Creio que hei de ver a bondade do Senhor na terra dos viventes.
  14. Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; espera, pois, pelo Senhor.

Salmos 28

  1. A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não emudeças para comigo; não suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante aos que descem à cova.
  2. Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamo, quando levanto as minhas mãos para o teu santo templo.
  3. Não me arrastes juntamente com os ímpios e com os que praticam a iniqüidade, que falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no seu coração.
  4. Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus feitos; dá-lhes conforme o que fizeram as suas mãos; retribui-lhes o que eles merecem.
  5. Porquanto eles não atentam para as obras do Senhor, nem para o que as suas mãos têm feito, ele os derrubará e não os reedificará
  6. Bendito seja o Senhor, porque ouviu a voz das minhas súplicas.
  7. O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu cântico o louvarei.
  8. O Senhor é a força do seu povo; ele é a fortaleza salvadora para o seu ungido.
  9. Salva o teu povo, e abençoa a tua herança; apascenta-os e exalta-os para sempre.

Salmos 29

  1. Tributai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, tributai ao Senhor glória e força.
  2. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes santos.
  3. A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas.
  4. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.
  5. A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.
  6. Ele faz o Líbano saltar como um bezerro; e Siriom, como um filhote de boi selvagem.
  7. A voz do Senhor lança labaredas de fogo.
  8. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.
  9. A voz do Senhor faz as corças dar à luz, e desnuda as florestas; e no seu templo todos dizem: Glória!
  10. O Senhor está entronizado sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como rei, perpetuamente.
  11. O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.

Salmos 30

  1. Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me levantaste, e não permitiste que meus inimigos se alegrassem sobre mim.
  2. Ó Senhor, Deus meu, a ti clamei, e tu me curaste.
  3. Senhor, fizeste subir a minha alma do Seol, conservaste-me a vida, dentre os que descem à cova.
  4. Cantai louvores ao Senhor, vós que sois seus santos, e louvai o seu santo nome.
  5. Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.
  6. Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: Jamais serei abalado.
  7. Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste que a minha montanha permanecesse forte; ocultaste o teu rosto, e fiquei conturbado.
  8. A ti, Senhor, clamei, e ao Senhor supliquei:
  9. Que proveito haverá no meu sangue, se eu descer à cova? Porventura te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade?
  10. Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim! Ó Senhor, sê o meu ajudador!
  11. Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria;
  12. para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre.

Salmos 31

  1. Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua justiça!
  2. Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa! Sê para mim uma rocha de refúgio, uma casa de defesa que me salve!
  3. Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me.
  4. Tira-me do laço que me armaram, pois tu és o meu refúgio.
  5. Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, ó Senhor, Deus da verdade.
  6. Odeias aqueles que atentam para ídolos vãos; eu, porém, confio no Senhor.
  7. Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois tens visto a minha aflição. Tens conhecido as minhas angústias,
  8. e não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso.
  9. Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.
  10. Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força desfalece por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem.
  11. Por causa de todos os meus adversários tornei-me em opróbrio, sim, sobremodo o sou para os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim.
  12. Sou esquecido como um morto de quem não há memória; sou como um vaso quebrado.
  13. Pois tenho ouvido a difamação de muitos, terror por todos os lados; enquanto juntamente conspiravam contra mim, maquinaram tirar-me a vida.
  14. Mas eu confio em ti, ó Senhor; e digo: Tu és o meu Deus.
  15. Os meus dias estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem.
  16. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua bondade.
  17. Não seja eu envergonhado, ó Senhor, porque te invoco; envergonhados sejam os ímpios, emudeçam no Seol.
  18. Emudeçam os lábios mentirosos, que falam insolentemente contra o justo, com arrogância e com desprezo.
  19. Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual na presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em ti se refugiam!
  20. No abrigo da tua presença tu os escondes das intrigas dos homens; em um pavilhão os ocultas da contenda das línguas.
  21. Bendito seja o Senhor, pois fez maravilhosa a sua bondade para comigo numa cidade sitiada.
  22. Eu dizia no meu espanto: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste as minhas súplicas quando eu a ti clamei.
  23. Amai ao Senhor, vós todos os que sois seus santos; o Senhor guarda os fiéis, e retribui abundantemente ao que usa de soberba.
  24. Esforçai-vos, e fortaleça-se o vosso coração, vós todos os que esperais no Senhor.

Salmos 32

  1. Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.
  2. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.
  3. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo.
  4. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio.
  5. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.
  6. Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão.
  7. Tu és o meu esconderijo; preservas-me da angústia; de alegres cânticos de livramento me cercas.
  8. Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista.
  9. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão.
  10. O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca.
  11. Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós justos; e cantai de júbilo, todos vós que sois retos de coração.

Salmos 33

  1. Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o louvor.
  2. Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe louvores com saltério de dez cordas.
  3. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.
  4. Porque a palavra do Senhor é reta; e todas as suas obras são feitas com fidelidade.
  5. Ele ama a retidão e a justiça; a terra está cheia da benignidade do Senhor.
  6. Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca.
  7. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros os abismos.
  8. Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os moradores do mundo.
  9. Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.
  10. O Senhor desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos.
  11. O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.
  12. Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.
  13. O Senhor olha lá do céu; vê todos os filhos dos homens;
  14. da sua morada observa todos os moradores da terra,
  15. aquele que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.
  16. Um rei não se salva pela multidão do seu exército; nem o homem valente se livra pela muita força.
  17. O cavalo é vã esperança para a vitória; não pode livrar ninguém pela sua grande força.
  18. Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua benignidade,
  19. para os livrar da morte, e para os conservar vivos na fome.
  20. A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo.
  21. Pois nele se alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no seu santo nome.
  22. Seja a tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti esperamos.

Salmos 34

  1. Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca.
  2. No Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem.
  3. Engrandeci ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome.
  4. Busquei ao Senhor, e ele me respondeu, e de todos os meus temores me livrou.
  5. Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão confundidos.
  6. Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o livrou de todas as suas angústias.
  7. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.
  8. Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.
  9. Temei ao Senhor, vós, seus santos, porque nada falta aos que o temem.
  10. Os leõezinhos necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor, bem algum lhes faltará.
  11. Vinde, filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.
  12. Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem?
  13. Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente.
  14. Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e segue-a.
  15. Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.
  16. A face do Senhor está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles.
  17. Os justos clama, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.
  18. Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.
  19. Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas o Senhor o livra.
  20. Ele lhe preserva todos os ossos; nem sequer um deles se quebra.
  21. A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados.
  22. O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele se refugiam será condenado.

Salmos 35

  1. Contende, Senhor, com aqueles que contendem comigo; combate contra os que me combatem.
  2. Pega do escudo e do pavês, e levanta-te em meu socorro.
  3. Tira da lança e do dardo contra os que me perseguem. Dize à minha alma: Eu sou a tua salvação.
  4. Sejam envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida; voltem atrás e se confudam os que contra mim intentam o mal.
  5. Sejam como a moinha diante do vento, e o anjo do Senhor os faça fugir.
  6. Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga.
  7. Pois sem causa me armaram ocultamente um laço; sem razão cavaram uma cova para a minha vida.
  8. Sobrevenha-lhes inesperadamente a destruição, e prenda-os o laço que ocultaram; caiam eles nessa mesma destruição.
  9. Então minha alma se regozijará no Senhor; exultará na sua salvação.
  10. Todos os meus ossos dirão: Ó Senhor, quem é como tu, que livras o fraco daquele que é mais forte do que ele? sim, o pobre e o necessitado, daquele que o rouba.
  11. Levantam-se testemunhas maliciosas; interrogam-me sobre coisas que eu ignoro.
  12. Tornam-me o mal pelo bem, causando-me luto na alma.
  13. Mas, quanto a mim, estando eles enfermos, vestia-me de cilício, humilhava-me com o jejum, e orava de cabeça sobre o peito.
  14. Portava-me como o faria por meu amigo ou meu irmão; eu andava encurvado e lamentando-me, como quem chora por sua mãe.
  15. Mas, quando eu tropeçava, eles se alegravam e se congregavam; congregavam-se contra mim, homens miseráveis que eu não conhecia; difamavam-me sem cessar.
  16. Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim.
  17. Ó Senhor, até quando contemplarás isto? Livra-me das suas violências; salva a minha vida dos leões!
  18. Então te darei graças na grande assembléia; entre muitíssimo povo te louvarei.
  19. Não se alegrem sobre mim os que são meus inimigos sem razão, nem pisquem os olhos aqueles que me odeiam sem causa.
  20. Pois não falaram de paz, antes inventam contra os quietos da terra palavras enganosas.
  21. Escancararam contra mim a sua boca, e dizem: Ah! Ah! os nossos olhos o viram.
  22. Tu, Senhor, o viste, não te cales; Senhor, não te alongues de mim.
  23. Acorda e desperta para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu, e Senhor meu.
  24. Justifica-me segundo a tua justiça, Senhor Deus meu, e não se regozijem eles sobre mim.
  25. Não digam em seu coração: Eia! cumpriu-se o nosso desejo! Não digam: Nós o havemos devorado.
  26. Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.
  27. Bradem de júbilo e se alegrem os que desejam a minha justificação, e digam a minha justificação, e digam continuamente: Seja engrandecido o Senhor, que se deleita na prosperidade do seu servo.
  28. Então a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor o dia todo.

Salmos 36

  1. A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos.
  2. Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniqüidade não será descoberta e detestada.
  3. As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente e de fazer o bem.
  4. Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal.
  5. A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens.
  6. A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais.
  7. Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas.
  8. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias;
  9. pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz.
  10. Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.
  11. Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios.
  12. Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade; estão derrubados, e não se podem levantar.

Salmos 37

  1. Não te enfades por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.
  2. Pois em breve murcharão como a relva, e secarão como a erva verde.
  3. Confia no Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra, e te alimentarás em segurança.
  4. Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.
  5. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará.
  6. E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia.
  7. Descansa no Senhor, e espera nele; não te enfades por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa maus desígnios.
  8. Deixa a ira, e abandona o furor; não te enfades, pois isso só leva à prática do mal.
  9. Porque os malfeitores serão exterminados, mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.
  10. Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para o seu lugar, e ele ali não estará.
  11. Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz.
  12. O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes,
  13. mas o Senhor se ri do ímpio, pois vê que vem chegando o seu dia.
  14. Os ímpios têm puxado da espada e têm entesado o arco, para derrubarem o poder e necessitado, e para matarem os que são retos no seu caminho.
  15. Mas a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos quebrados.
  16. Mais vale o pouco que o justo tem, do que as riquezas de muitos ímpios.
  17. Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas o Senhor sustém os justos.
  18. O Senhor conhece os dias dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre.
  19. Não serão envergonhados no dia do mal, e nos dias da fome se fartarão.
  20. Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a beleza das pastagens; desaparecerão, em fumaça se desfarão.
  21. O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.
  22. Pois aqueles que são abençoados pelo Senhor herdarão a terra, mas aqueles que são por ele amaldiçoados serão exterminados.
  23. Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele se deleita;
  24. ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor lhe segura a mão.
  25. Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão.
  26. Ele é sempre generoso, e empresta, e a sua descendência é abençoada.
  27. Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada permanente.
  28. Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos. Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada.
  29. Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.
  30. A boca do justo profere sabedoria; a sua língua fala o que é reto.
  31. A lei do seu Deus está em seu coração; não resvalarão os seus passos.
  32. O ímpio espreita o justo, e procura matá-lo.
  33. O Senhor não o deixará nas mãos dele, nem o condenará quando for julgado.
  34. Espera no Senhor, e segue o seu caminho, e ele te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem exterminados.
  35. Vi um ímpio cheio de prepotência, e a espalhar-se como a árvore verde na terra natal.
  36. Mas eu passei, e ele já não era; procurei-o, mas não pôde ser encontrado.
  37. Nota o homem íntegro, e considera o reto, porque há para o homem de paz um porvir feliz.
  38. Quanto aos transgressores, serão à uma destruídos, e a posteridade dos ímpios será exterminada.
  39. Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.
  40. E o Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva, porquanto nele se refugiam.

Salmos 38

  1. Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
  2. Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou.
  3. Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.
  4. Pois já as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças.
  5. As minhas chagas se tornam fétidas e purulentas, por causa da minha loucura.
  6. Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.
  7. Pois os meus lombos estão cheios de ardor, e não há coisa sã na minha carne.
  8. Estou gasto e muito esmagado; dou rugidos por causa do desassossego do meu coração.
  9. Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu suspirar não te é oculto.
  10. O meu coração está agitado; a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, até essa me deixou.
  11. Os meus amigos e os meus companheiros afastaram-se da minha chaga; e os meus parentes se põem à distância.
  12. Também os que buscam a minha vida me armam laços, e os que procuram o meu mal dizem coisas perniciosas,
  13. Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo que não abre a boca.
  14. Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca há com que replicar.
  15. Mas por ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, responderás.
  16. Rogo, pois: Ouve-me, para que eles não se regozijem sobre mim e não se engrandeçam contra mim quando resvala o meu pé.
  17. Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre comigo.
  18. Confesso a minha iniqüidade; entristeço-me por causa do meu pecado.
  19. Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são os que sem causa me odeiam.
  20. Os que tornam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom.
  21. Não me desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim.
  22. Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.

Salmos 39

  1. Disse eu: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a minha boca com uma mordaça, enquanto o ímpio estiver diante de mim.
  2. Com silêncio fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou.
  3. Escandesceu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo;
  4. Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.
  5. Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
  6. Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará.
  7. Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti.
  8. Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio do insensato.
  9. Emudecido estou, não abro a minha boca; pois tu és que agiste,
  10. Tira de sobre mim o teu flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua mão.
  11. Quando com repreensões castigas o homem por causa da iniquidade, destróis, como traça, o que ele tem de precioso; na verdade todo homem é vaidade.
  12. Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, um peregrino como todos os meus pais.
  13. Desvia de mim o teu olhar, para que eu tome alento, antes que me vá e não exista mais.

Salmos 40

  1. Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.
  2. Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
  3. Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor.
  4. Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e que não atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos.
  5. Muitas são, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e os teus pensamentos para conosco; ninguém há que se possa comparar a ti; eu quisera anunciá-los, e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar.
  6. Sacrifício e oferta não desejas; abriste-me os ouvidos; holocausto e oferta de expiação pelo pecado não reclamaste.
  7. Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito:
  8. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.
  9. Tenho proclamado boas-novas de justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios;
  10. Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.
  11. Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade e a tua fidelidade sempre me guardem.
  12. Pois males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me têm alcançado, de modo que não posso ver; são mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu coração.
  13. Digna-te, Senhor, livra-me; Senhor, apressa-te em meu auxílio.
  14. Sejam à uma envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.
  15. Desolados sejam em razão da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah!
  16. Regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam. Digam continuamente os que amam a tua salvação: Engrandecido seja o Senhor.
  17. Eu, na verdade, sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu.

Salmos 41

  1. Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.
  2. O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na terra; tu, Senhor não o entregarás à vontade dos seus inimigos.
  3. O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a cama na sua doença.
  4. Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara a minha alma, pois pequei contra ti.
  5. Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome?
  6. E, se algum deles vem ver-me, diz falsidades; no seu coração amontoa a maldade; e quando ele sai, é disso que fala.
  7. Todos os que me odeiam cochicham entre si contra mim; contra mim maquinam o mal, dizendo:
  8. Alguma coisa ruim se lhe apega; e agora que está deitado, não se levantará mais.
  9. Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.
  10. Mas tu, Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes retribua.
  11. Por isso conheço eu que te deleitas em mim, por não triunfar de mim o meu inimigo
  12. Quanto a mim, tu me sustentas na minha integridade, e me colocas diante da tua face para sempre.
  13. Bendito seja o Senhor Deus de Israel de eternidade a eternidade. Amém e amém.

Salmos 42

  1. Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!
  2. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?
  3. As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus?
  4. Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e louvor, uma multidão que festejava.
  5. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença.
  6. Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar.
  7. Um abismo chama outro abismo ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.
  8. Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida.
  9. A Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
  10. Como com ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus adversários, dizendo-me continuamente: Onde está o teu Deus?
  11. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.

Salmos 43

  1. Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do homem fraudulento e iníquo.
  2. Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitaste? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
  3. Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem; levem-me elas ao teu santo monte, e à tua habitação.
  4. Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.
  5. Por que estás abatida, ó minha alma? e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.

Salmos 44

  1. Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antigüidade.
  2. Tu expeliste as nações com a tua mão, mas a eles plantaste; afligiste os povos, mas a eles estendes-te largamente.
  3. Pois não foi pela sua espada que conquistaram a terra, nem foi o seu braço que os salvou, mas a tua destra e o teu braço, e a luz do teu rosto, porquanto te agradaste deles.
  4. Tu és o meu Rei, ó Deus; ordena livramento para Jacó.
  5. Por ti derrubamos os nossos adversários; pelo teu nome pisamos os que se levantam contra nós.
  6. Pois não confio no meu arco, nem a minha espada me pode salvar.
  7. Mas tu nos salvaste dos nossos adversários, e confundiste os que nos odeiam.
  8. Em Deus é que nos temos gloriado o dia todo, e sempre louvaremos o teu nome.
  9. Mas agora nos rejeitaste e nos humilhaste, e não sais com os nossos exércitos.
  10. Fizeste-nos voltar as costas ao inimigo e aqueles que nos odeiam nos despojam à vontade.
  11. Entregaste-nos como ovelhas para alimento, e nos espalhaste entre as nações.
  12. Vendeste por nada o teu povo, e não lucraste com o seu preço.
  13. Puseste-nos por opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e zombaria àqueles que estão à roda de nós.
  14. Puseste-nos por provérbio entre as nações, por ludíbrio entre os povos.
  15. A minha ignomínia está sempre diante de mim, e a vergonha do meu rosto me cobre,
  16. à voz daquele que afronta e blasfema, à vista do inimigo e do vingador.
  17. Tudo isto nos sobreveio; todavia não nos esquecemos de ti, nem nos houvemos falsamente contra o teu pacto.
  18. O nosso coração não voltou atrás, nem os nossos passos se desviaram das tuas veredas,
  19. para nos teres esmagado onde habitam os chacais, e nos teres coberto de trevas profundas.
  20. Se nos tivéssemos esquecido do nome do nosso Deus, e estendido as nossas mãos para um deus estranho,
  21. porventura Deus não haveria de esquadrinhar isso? pois ele conhece os segredos do coração.
  22. Mas por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; somos considerados como ovelhas para o matadouro.
  23. Desperta! por que dormes, Senhor? Acorda! não nos rejeites para sempre.
  24. Por que escondes o teu rosto, e te esqueces da nossa tribulação e da nossa angústia?
  25. Pois a nossa alma está abatida até o pó; o nosso corpo pegado ao chão.
  26. Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por tua benignidade.

Salmos 45

  1. O meu coração trasborda de boas palavras; dirijo os meus versos ao rei; a minha língua é qual pena de um hábil escriba.
  2. Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; a graça se derramou nos teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre.
  3. Cinge a tua espada à coxa, ó valente, na tua glória e majestade.
  4. E em tua majestade cavalga vitoriosamente pela causa da verdade, da mansidão e da justiça, e a tua destra te ensina coisas terríveis.
  5. As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei; os povos caem debaixo de ti.
  6. O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.
  7. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.
  8. Todas as tuas vestes cheiram a mirra a aloés e a cássia; dos palácios de marfim os instrumentos de cordas e te alegram.
  9. Filhas de reis estão entre as tuas ilustres donzelas; à tua mão direita está a rainha, ornada de ouro de Ofir.
  10. Ouve, filha, e olha, e inclina teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa de teu pai.
  11. Então o rei se afeiçoará à tua formosura. Ele é teu senhor, presta-lhe, pois, homenagem.
  12. A filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor.
  13. A filha do rei está esplendente lá dentro do palácio; as suas vestes são entretecidas de ouro.
  14. Em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença.
  15. Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no palácio do rei.
  16. Em lugar de teus pais estarão teus filhos; tu os farás príncipes sobre toda a terra.
  17. Farei lembrado o teu nome de geração em geração; pelo que os povos te louvarão eternamente.

Salmos 46

  1. Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
  2. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares;
  3. ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.
  4. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo.
  5. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da alva.
  6. Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete.
  7. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
  8. Vinde contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na terra.
  9. Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.
  10. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.
  11. O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.

Salmos 47

  1. Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.
  2. Porque o Senhor Altíssimo é tremendo; é grande Rei sobre toda a terra.
  3. Ele nos sujeitou povos e nações sob os nossos pés.
  4. Escolheu para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem amou.
  5. Deus subiu entre aplausos, o Senhor subiu ao som de trombeta.
  6. Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores.
  7. Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com salmo.
  8. Deus reina sobre as nações; Deus está sentado sobre o seu santo trono.
  9. Os príncipes dos povos se reúnem como povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele é sumamente exaltado.

Salmos 48

  1. Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus, no seu monte santo.
  2. De bela e alta situação, alegria de toda terra é o monte Sião aos lados do norte, a cidade do grande Rei.
  3. Nos palácios dela Deus se fez conhecer como alto refúgio.
  4. Pois eis que os reis conspiraram; juntos vieram chegando.
  5. Viram-na, e então ficaram maravilhados; ficaram assombrados e se apressaram em fugir.
  6. Aí se apoderou deles o tremor, sentiram dores como as de uma parturiente.
  7. Com um vento oriental quebraste as naus de Társis.
  8. Como temos ouvido, assim vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na cidade do nosso Deus; Deus a estabelece para sempre.
  9. Temos meditado, ó Deus, na tua benignidade no meio do teu templo.
  10. Como é o teu nome, ó Deus, assim é o teu louvor até os confins da terra; de retidão está cheia a tua destra.
  11. Alegre-se o monte Sião, regozijem-se as filhas de Judá, por causa dos teus juízos.
  12. Dai voltas a Sião, ide ao redor dela; contai as suas torres.
  13. Notai bem os seus antemuros, percorrei os seus palácios, para que tudo narreis à geração seguinte.
  14. Porque este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso guia até a morte.

Salmos 49

  1. Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os habitantes do mundo,
  2. quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres.
  3. A minha boca falará a sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento.
  4. Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma ao som da harpa.
  5. Por que temeria eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniqüidade dos meus perseguidores,
  6. dos que confiam nos seus bens e se gloriam na multidão das suas riquezas?
  7. Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus,
  8. (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;)
  9. para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova.
  10. Sim, ele verá que até os sábios morrem, que perecem igualmente o néscio e o estúpido, e deixam a outros os seus bens.
  11. O pensamento íntimo deles é que as suas casas são perpétuas e as suas habitações de geração em geração; dão às suas terras os seus próprios nomes.
  12. Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem.
  13. Este é o destino dos que confiam em si mesmos; o fim dos que se satisfazem com as suas próprias palavras.
  14. Como ovelhas são arrebanhados ao Seol; a morte os pastoreia; ao romper do dia os retos terão domínio sobre eles; e a sua formosura se consumirá no Seol, que lhes será por habitação.
  15. Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá.
  16. Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa aumenta.
  17. Pois, quando morrer, nada levará consigo; a sua glória não descerá após ele.
  18. Ainda que ele, enquanto vivo, se considera feliz e os homens o louvam quando faz o bem a si mesmo,
  19. ele irá ter com a geração de seus pais; eles nunca mais verão a luz
  20. Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem.

Salmos 50

  1. O Poderoso, o Senhor Deus, fala e convoca a terra desde o nascer do sol até o seu ocaso.
  2. Desde Sião, a perfeição da formosura. Deus resplandece.
  3. O nosso Deus vem, e não guarda silêncio; diante dele há um fogo devorador, e grande tormenta ao seu redor.
  4. Ele intima os altos céus e a terra, para o julgamento do seu povo:
  5. Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um pacto por meio de sacrifícios.
  6. Os céus proclamam a justiça dele, pois Deus mesmo é Juiz.
  7. Ouve, povo meu, e eu falarei; ouve, ó Israel, e eu te protestarei: Eu sou Deus, o teu Deus.
  8. Não te repreendo pelos teus sacrifícios, pois os teus holocaustos estão de contínuo perante mim.
  9. Da tua casa não aceitarei novilho, nem bodes dos teus currais.
  10. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de outeiros.
  11. Conheço todas as aves dos montes, e tudo o que se move no campo é meu.
  12. Se eu tivesse fome, não to diria pois meu é o mundo e a sua plenitude.
  13. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?
  14. Oferece a Deus por sacrifício ações de graças, e paga ao Altíssimo os teus votos;
  15. e invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.
  16. Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitares os meus estatutos, e em tomares o meu pacto na tua boca,
  17. visto que aborreces a correção, e lanças as minhas palavras para trás de ti?
  18. Quando vês um ladrão, tu te comprazes nele; e tens parte com os adúlteros.
  19. Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua trama enganos.
  20. Tu te sentas a falar contra teu irmão; difamas o filho de tua mãe.
  21. Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que na verdade eu era como tu; mas eu te argüirei, e tudo te porei à vista.
  22. Considerai pois isto, vós que vos esqueceis de Deus, para que eu não vos despedace, sem que haja quem vos livre.
  23. Aquele que oferece por sacrifício ações de graças me glorifica; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.

Salmos 51

  1. Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
  2. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.
  3. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
  4. Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares.
  5. Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.
  6. Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma.
  7. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
  8. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste.
  9. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades.
  10. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável.
  11. Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito.
  12. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.
  13. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e pecadores se converterão a ti.
  14. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua cantará alegremente a tua justiça.
  15. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca proclamará o teu louvor.
  16. Pois tu não te comprazes em sacrifícios; se eu te oferecesse holocaustos, tu não te deleitarias.
  17. O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
  18. Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém.
  19. Então te agradarás de sacrifícios de justiça dos holocaustos e das ofertas queimadas; então serão oferecidos novilhos sobre o teu altar.

Salmos 52

  1. Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso? pois a bondade de Deus subsiste em todo o tempo.
  2. A tua língua maquina planos de destruição, como uma navalha afiada, ó tu que usas de dolo.
  3. Tu amas antes o mal do que o bem, e o mentir do que o falar a verdade.
  4. Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta.
  5. Também Deus te esmagará para sempre; arrebatar-te-á e arrancar-te-á da tua habitação, e desarraigar-te-á da terra dos viventes.
  6. Os justos o verão e temerão; e se rirão dele, dizendo:
  7. Eis aqui o homem que não tomou a Deus por sua fortaleza; antes confiava na abundância das suas riquezas, e se fortalecia na sua perversidade.
  8. Mas eu sou qual oliveira verde na casa de Deus; confio na bondade de Deus para sempre e eternamente.
  9. Para sempre te louvarei, porque tu isso fizeste, e proclamarei o teu nome, porque é bom diante de teus santos.

Salmos 53

  1. Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o bem.
  2. Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há algum que tenha entendimento, que busque a Deus.
  3. Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
  4. Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus?
  5. Eis que eles se acham em grande pavor onde não há motivo de pavor, porque Deus espalhará os ossos daqueles que se acampam contra ti; tu os confundirás, porque Deus os rejeitou.
  6. Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.

Salmos 54

  1. Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder.
  2. Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca.
  3. Porque homens insolentes se levantam contra mim, e violentos procuram a minha vida; eles não põem a Deus diante de si.
  4. Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha vida.
  5. Faze recair o mal sobre os meus inimigos; destrói-os por tua verdade.
  6. De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom.
  7. Porque tu me livraste de toda a angústia; e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos.

Salmos 55

  1. Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração, e não te escondas da minha súplica.
  2. Atende-me, e ouve-me; agitado estou, e ando perplexo,
  3. por causa do clamor do inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim iniqüidade, e com furor me perseguem.
  4. O meu coração confrange-se dentro de mim, e terrores de morte sobre mim caíram.
  5. Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me envolveu.
  6. Pelo que eu disse: Ah! quem me dera asas como de pomba! então voaria, e encontraria descanso.
  7. Eis que eu fugiria para longe, e pernoitaria no deserto.
  8. Apressar-me-ia a abrigar-me da fúria do vento e da tempestade.
  9. Destrói, Senhor, confunde as suas línguas, pois vejo violência e contenda na cidade.
  10. Dia e noite andam ao redor dela, sobre os seus muros; também iniqüidade e malícia estão no meio dela.
  11. Há destruição lá dentro; opressão e fraude não se apartam das suas ruas.
  12. Pois não é um inimigo que me afronta, então eu poderia suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele poderia esconder-me;
  13. mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo.
  14. Conservávamos juntos tranqüilamente, e em companhia andávamos na casa de Deus.
  15. A morte os assalte, e vivos desçam ao Seol; porque há maldade na sua morada, no seu próprio íntimo.
  16. Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.
  17. De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.
  18. Livrará em paz a minha vida, de modo que ninguém se aproxime de mim; pois há muitos que contendem contra mim.
  19. Deus ouvirá; e lhes responderá aquele que está entronizado desde a antigüidade; porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a Deus.
  20. Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que tinham paz com ele; violou o seu pacto.
  21. A sua fala era macia como manteiga, mas no seu coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite, todavia eram espadas desembainhadas.
  22. Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado.
  23. Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de traição não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei.

Salmos 56

  1. Compadece-te de mim, ó Deus, pois homens me calcam aos pés e, pelejando, me aflingem o dia todo.
  2. Os meus inimigos me calcam aos pés o dia todo, pois são muitos os que insolentemente pelejam contra mim.
  3. No dia em que eu temer, hei de confiar em ti.
  4. Em Deus, cuja palavra eu lovo, em Deus ponho a minha confiança e não terei medo;
  5. Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal.
  6. Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como que aguardando a minha morte.
  7. Escaparão eles por meio da sua iniqüidade? Ó Deus, derruba os povos na tua ira!
  8. Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?
  9. No dia em que eu te invocar retrocederão os meus inimigos; isto eu sei, que Deus está comigo.
  10. Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo,
  11. em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem?
  12. Sobre mim estão os votos que te fiz, ó Deus; eu te oferecerei ações de graças;
  13. pois tu livraste a minha alma da morte. Não livraste também os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida?

Salmos 57

  1. Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades.
  2. Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa.
  3. Ele do céu enviará seu auxílio , e me salvará, quando me ultrajar aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade.
  4. Estou deitado no meio de leões; tenho que deitar-me no meio daqueles que respiram chamas, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada.
  5. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a terra.
  6. Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram.
  7. Resoluto está o meu coração, ó Deus, resoluto está o meu coração; cantarei, sim, cantarei louvores.
  8. Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.
  9. Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações.
  10. Pois a tua benignidade é grande até os céus, e a tua verdade até as nuvens.
  11. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e seja a tua glória sobre a terra.

Salmos 58

  1. Falais deveras o que é reto, vós os poderosos? Julgais retamente, ó filhos dos homens?
  2. Não, antes no coração forjais iniqüidade; sobre a terra fazeis pesar a violência das vossas mãos.
  3. Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.
  4. Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os seus ouvidos,
  5. de sorte que não ouve a voz dos encantadores, nem mesmo do encantador perito em encantamento.
  6. Ó Deus, quebra-lhes os dentes na sua boca; arranca, Senhor, os caninos aos filhos dos leões.
  7. Sumam-se como águas que se escoam; sejam pisados e murcham como a relva macia.
  8. Sejam como a lesma que se derrete e se vai; como o aborto de mulher, que nunca viu o sol.
  9. Que ele arrebate os espinheiros antes que cheguem a aquecer as vossas panelas, assim os verdes, como os que estão ardendo.
  10. O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio.
  11. Então dirão os homens: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra.

Salmos 59

  1. Livra-me, Deus meu, dos meus inimigos; protege-me daqueles que se levantam contra mim.
  2. Livra-me do que praticam a iniqüidade, e salva-me dos homens sanguinários.
  3. Pois eis que armam ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, não por transgressão minha nem por pecado meu, ó Senhor.
  4. Eles correm, e se preparam, sem culpa minha; desperta para me ajudares, e olha.
  5. Tu, ó Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel, desperta para punir todas as nações; não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que praticam a iniqüidade.
  6. Eles voltam à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade.
  7. Eis que eles soltam gritos; espadas estão nos seus lábios; porque (pensam eles), quem ouve?
  8. Mas tu, Senhor, te rirás deles; zombarás de todas as nações.
  9. Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é o meu alto refúgio.
  10. O meu Deus com a sua benignidade virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos.
  11. Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder, e abate-os ó Senhor, escudo nosso.
  12. Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem presos na sua soberba. Pelas maldições e pelas mentiras que proferem,
  13. consome-os na tua indignação; consome-os, de modo que não existem mais; para que saibam que Deus reina sobre Jacó, até os confins da terra.
  14. Eles tornam a vir à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade;
  15. vagueiam buscando o que comer, e resmungam se não se fartarem.
  16. Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da minha angústia.
  17. A ti, ó força minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha fortaleza, é o Deus que me mostra benignidade.

Salmos 60

  1. Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos esmagaste, tu tens estado indignado; oh, restabelece-nos.
  2. Abalaste a terra, e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela treme.
  3. Ao teu povo fizeste ver duras coisas; fizeste-nos beber o vinho de aturdimento.
  4. Deste um estandarte aos que te temem, para o qual possam fugir de diante do arco.
  5. Para que os teus amados sejam livres, salva-nos com a tua destra, e responde-nos.
  6. Deus falou na sua santidade: Eu exultarei; repartirei Siquém e medirei o vale de Sucote.
  7. Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é o meu capacete; Judá é o meu cetro.
  8. Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia darei o brado de vitória.
  9. Quem me conduzirá à cidade forte? Quem me guiará até Edom?
  10. Não nos rejeitaste, ó Deus? e tu, ó Deus, não deixaste de sair com os nossos exércitos?
  11. Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem.
  12. Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos.

Salmos 61

  1. Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração.
  2. Desde a extremidade da terra clamo a ti, estando abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu.
  3. Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o inimigo.
  4. Deixa-me habitar no teu tabernáculo para sempre; dá que me abrigue no esconderijo das tuas asas.
  5. Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que temem o teu nome.
  6. Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações.
  7. Ele permanecerá no trono diante de Deus para sempre; faze que a benignidade e a fidelidade o preservem.
  8. Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia.

Salmos 62

  1. Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação.
  2. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha fortaleza; não serei grandemente abalado.
  3. Até quando acometereis um homem, todos vós, para o derrubardes, como a um muro pendido, uma cerca prestes a cair?
  4. Eles somente consultam como derrubá-lo da sua alta posição; deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas no íntimo maldizem.
  5. Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque dele vem a minha esperança.
  6. Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha fortaleza; não serei abalado.
  7. Em Deus está a minha salvação e a minha glória; Deus é o meu forte rochedo e o meu refúgio.
  8. Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.
  9. Certamente que os filhos de Adão são vaidade, e os filhos dos homens são desilusão; postos na balança, subiriam; todos juntos são mais leves do que um sopro.
  10. Não confieis na opressão, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração.
  11. Uma vez falou Deus, duas vezes tenho ouvido isto: que o poder pertence a Deus.
  12. A ti também, Senhor, pertence a benignidade; pois retribuis a cada um segundo a sua obra.

Salmos 63

  1. Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água.
  2. Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória.
  3. Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.
  4. Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.
  5. A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios.
  6. quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite,
  7. pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas.
  8. A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta.
  9. Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem, irão para as profundezas da terra.
  10. Serão entregues ao poder da espada, servidão de pasto aos chacais.
  11. Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira.

Salmos 64

  1. Ouve, ó Deus, a minha voz na minha queixa; preserva a minha voz na minha queixa; preserva a minha vida do horror do inimigo.
  2. Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do ajuntamento dos que praticam a iniqüidade,
  3. os quais afiaram a sua língua como espada, e armaram por suas flechas palavras amargas.
  4. Para em lugares ocultos atirarem sobre o íntegro; disparam sobre ele repentinamente, e não temem.
  5. Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente, e dizem: Quem nos verá?
  6. Planejam iniqüidades; ocultam planos bem traçados; pois o íntimo e o coração do homem são inescrutáveis.
  7. Mas Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos.
  8. Assim serão levados a tropeçar, por causa das suas próprias línguas; todos aqueles que os virem fugirão.
  9. E todos os homens temerão, e anunciarão a obra de Deus, e considerarão a obra de Deus, e considerarão prudentemente os seus feitos.
  10. O justo se alegrará no Senhor e confiará nele, e todos os de coração reto cantarão louvores.

Salmos 65

  1. A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti se pagará o voto.
  2. Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne.
  3. Prevalecem as iniqüidades contra mim; mas as nossas transgressões, tu as perdoarás.
  4. Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo.
  5. Com prodígios nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação, a esperança de todas as extremidades da terra, e do mais remoto mar;
  6. tu que pela tua força consolidas os montes, cingido de poder;
  7. que aplacas o ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto dos povos.
  8. Os que habitam os confins da terra são tomados de medo à vista dos teus sinais; tu fazes exultar de júbilo as saídas da manhã e da tarde.
  9. Tu visitas a terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus está cheio d’água; tu lhe dás o trigo quando assim a tens preparado;
  10. enches d’água os seus sulcos, aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a com a chuva, e abençoando as suas novidades.
  11. Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura;
  12. destilam sobre as pastagens do deserto, e os outeiros se cingem de alegria.
  13. As pastagens revestem-se de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; por isso eles se regozijam, por isso eles cantam.

Salmos 66

  1. Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras.
  2. Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor.
  3. Dizei a Deus: Quão tremendas são as tuas obras! pela grandeza do teu poder te lisonjeiam os teus inimigos.
  4. Toda a terra te adorará e te cantará louvores; eles cantarão o teu nome.
  5. Vinde, e vede as obras de Deus; ele é tremendo nos seus feitos para com os filhos dos homens.
  6. Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele.
  7. Ele governa eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes.
  8. Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor;
  9. ao que nos conserva em vida, e não consente que resvalem os nossos pés.
  10. Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a prata.
  11. Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos lombos.
  12. Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundância.
  13. Entregarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos,
  14. votos que os meus lábios pronunciaram e a minha boca prometeu, quando eu estava na angústia.
  15. Oferecer-te-ei holocausto de animais nédios, com incenso de carneiros; prepararei novilhos com cabritos.
  16. Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele tem feito por mim.
  17. A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua.
  18. Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido;
  19. mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha oração.
  20. Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua benignidade.

Salmos 67

  1. Deus se compadeça de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós,
  2. para que se conheça na terra o seu caminho e entre todas as nações a sua salvação.
  3. Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.
  4. Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgas os povos com eqüidade, e guias as nações sobre a terra.
  5. Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem os povos todos.
  6. A terra tem produzido o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, tem nos abençoado.
  7. Deus nos tem abençoado; temam-no todas as extremidades da terra!

Salmos 68

  1. Levanta-se Deus! Sejam dispersos os seus inimigos; fujam de diante dele os que o odeiam!
  2. Como é impelida a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus.
  3. Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e se encham de júbilo.
  4. Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que cavalga sobre as nuvens, pois o seu nome é Já; exultai diante dele.
  5. Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus na sua santa morada.
  6. Deus faz que o solitário viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em terra árida.
  7. Ó Deus! quando saías à frente do teu povo, quando caminhavas pelo deserto,
  8. a terra se abalava e os céus gotejavam perante a face de Deus; o próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de Israel.
  9. Tu, ó Deus, mandaste copiosa chuva; restauraste a tua herança, quando estava cansada.
  10. Nela habitava o teu rebanho; da tua bondade, ó Deus, proveste o pobre.
  11. O Senhor proclama a palavra; grande é a companhia dos que anunciam as boas-novas.
  12. Reis de exércitos fogem, sim, fogem; as mulheres em casa repartem os despojos.
  13. Deitados entre redis, sois como as asas da pomba cobertas de prata, com as suas penas de ouro amarelo.
  14. Quando o Todo-Poderoso ali dispersou os reis, caiu neve em Zalmom.
  15. Monte grandíssimo é o monte de Basã; monte de cimos numerosos é o monte de Basã!
  16. Por que estás, ó monte de cimos numerosos, olhando com inveja o monte que Deus desejou para sua habitação? Na verdade o Senhor habitará nele eternamente.
  17. Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor está no meio deles, como em Sinai no santuário.
  18. Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles.
  19. Bendito seja o Senhor, que diariamente leva a nossa carga, o Deus que é a nossa salvação.
  20. Deus é para nós um Deus de libertação; a Jeová, o Senhor, pertence o livramento da morte.
  21. Mas Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo daquele que prossegue em suas culpas.
  22. Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basã; fá-los-ei voltar das profundezas do mar;
  23. para que mergulhes o teu pé em sangue, e para que a língua dos teus cães tenha dos inimigos o seu quinhão.
  24. Viu-se, ó Deus, a tua entrada, a entrada do meu Deus, meu Rei, no santuário.
  25. Iam na frente os cantores, atrás os tocadores de instrumentos, no meio as donzelas que tocavam adufes.
  26. Bendizei a Deus nas congregações, ao Senhor, vós que sois da fonte de Israel.
  27. Ali está Benjamim, o menor deles, na frente; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Zebulom e os chefes de Naftali.
  28. Ordena, ó Deus, a tua força; confirma, ó Deus, o que já fizeste por nós.
  29. Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes.
  30. Repreende as feras dos caniçais, a multidão dos touros, com os bezerros dos povos. Calca aos pés as suas peças de prata; dissípa os povos que se deleitam na guerra.
  31. Venham embaixadores do Egito; estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Deus.
  32. Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor,
  33. àquele que vai montado sobre os céus dos céus, que são desde a antigüidade; eis que faz ouvir a sua voz, voz veemente.
  34. Atribuí a Deus força; sobre Israel está a sua excelência, e a sua força nos firmamento.
  35. Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus de Israel, ele dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!

Salmos 69

  1. Salva-me, ó Deus, pois as águas me sobem até o pescoço.
  2. Atolei-me em profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me submerge.
  3. Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de esperar por meu Deus.
  4. Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; poderosos são aqueles que procuram destruir-me, que me atacam com mentiras; por isso tenho de restituir o que não extorqui.
  5. Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultícia, e as minhas culpas não são ocultas.
  6. Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor Deus dos exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel.
  7. Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão me cobriu o rosto.
  8. Tornei-me como um estranho para os meus irmãos, e um desconhecido para os filhos de minha mãe.
  9. Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.
  10. Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas.
  11. Quando me vesti de cilício, fiz-me para eles um provérbio.
  12. Aqueles que se sentem à porta falam de mim; e sou objeto das cantigas dos bêbedos.
  13. Eu, porém, faço a minha oração a ti, ó Senhor, em tempo aceitável; ouve-me, ó Deus, segundo a grandeza da tua benignidade, segundo a fidelidade da tua salvação.
  14. Tira-me do lamaçal, e não me deixes afundar; seja eu salvo dos meus inimigos, e das profundezas das águas.
  15. Não me submerja a corrente das águas e não me trague o abismo, nem cerre a cova a sua boca sobre mim.
  16. Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão.
  17. Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado.
  18. Aproxima-te da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos.
  19. Tu conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti estão todos os meus adversários.
  20. Afrontas quebrantaram-me o coração, e estou debilitado. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.
  21. Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.
  22. Torne-se a sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas ofertas pacíficas uma armadilha.
  23. Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente.
  24. Derrama sobre eles a tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua ira.
  25. Fique desolada a sua habitação, e não haja quem habite nas suas tendas.
  26. Pois perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem feriste.
  27. Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não encontrem eles absolvição na tua justiça.
  28. Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos.
  29. Eu, porém, estou aflito e triste; a tua salvação, ó Deus, me ponha num alto retiro.
  30. Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças.
  31. Isto será mais agradável ao Senhor do que um boi, ou um novilho que tem pontas e unhas.
  32. Vejam isto os mansos, e se alegrem; vós que buscais a Deus reviva o vosso coração.
  33. Porque o Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus, embora sejam prisioneiros.
  34. Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
  35. Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão os seus servos e a possuirão.
  36. E herdá-la-á a descendência de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão nela.

Salmos 70

  1. Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em socorrer-me.
  2. Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram tirar-me a vida; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.
  3. Sejam cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah!
  4. Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: engrandecido seja Deus.
  5. Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te em me valer, ó Deus. Tu és o meu amparo e o meu libertador; Senhor, não te detenhas.

Salmos 71

  1. Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu confundido.
  2. Na tua justiça socorre-me e livra-me; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.
  3. Sê tu para mim uma rocha de refúgio a que sempre me acolha; deste ordem para que eu seja salvo, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.
  4. Livra-me, Deus meu, da mão do ímpio, do poder do homem injusto e cruel,
  5. Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.
  6. Em ti me tenho apoiado desde que nasci; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe. O meu louvor será teu constantemente.
  7. Sou para muitos um assombro, mas tu és o meu refúgio forte.
  8. A minha boca se enche do teu louvor e da tua glória continuamente.
  9. Não me enjeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se forem acabando as minhas forças.
  10. Porque os meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida consultam juntos,
  11. dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há quem o livre.
  12. Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em socorrer-me.
  13. Sejam envergonhados e consumidos os meus adversários; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.
  14. Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.
  15. A minha boca falará da tua justiça e da tua salvação todo o dia, posto que não conheça a sua grandeza.
  16. Virei na força do Senhor Deus; farei menção da tua justiça, da tua tão somente.
  17. Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas.
  18. Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros.
  19. A tua justiça, ó Deus, atinge os altos céus; tu tens feito grandes coisas; ó Deus, quem é semelhante a ti?
  20. Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo me restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra.
  21. Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.
  22. Também eu te louvarei ao som do saltério, pela tua fidelidade, ó meu Deus; cantar-te-ei ao som da harpa, ó Santo de Israel.
  23. Os meus lábios exultarão quando eu cantar os teus louvores, assim como a minha alma, que tu remiste.
  24. Também a minha língua falará da tua justiça o dia todo; pois estão envergonhados e confundidos aqueles que procuram o meu mal.

Salmos 72

  1. Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei.
  2. Julgue ele o teu povo com justiça, e os teus pobres com eqüidade.
  3. Que os montes tragam paz ao povo, como também os outeiros, com justiça.
  4. Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos do necessitado, e esmague o opressor.
  5. Viva ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a lua, por todas as gerações.
  6. Desça como a chuva sobre o prado, como os chuveiros que regam a terra.
  7. Nos seus dias floreça a justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua.
  8. Domine de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.
  9. Inclinem-se diante dele os seus adversários, e os seus inimigos lambam o pó.
  10. Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Seba ofereçam-lhe dons.
  11. Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam.
  12. Porque ele livra ao necessitado quando clama, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude.
  13. Compadece-se do pobre e do necessitado, e a vida dos necessitados ele salva.
  14. Ele os liberta da opressão e da violência, e precioso aos seus olhos é o sangue deles.
  15. Viva, pois, ele; e se lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se faça por ele oração, e o bendigam em todo o tempo.
  16. Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos montes; ondule o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a erva da terra.
  17. Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem bem-aventurado.
  18. Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que faz maravilhas.
  19. Bendito seja para sempre o seu nome glorioso, e encha-se da sua glória toda a terra. Amém e amém.
  20. Findam aqui as orações de Davi, filho de Jessé.

Salmos 73

  1. Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.
  2. Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem.
  3. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios.
  4. Porque eles não sofrem dores; são e robusto é o seu corpo.
  5. Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens.
  6. Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido.
  7. Os olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do seu coração.
  8. Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da opressão.
  9. Põem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra.
  10. Pelo que o povo volta para eles e não acha neles falta alguma.
  11. E dizem: Como o sabe Deus? e: Há conhecimento no Altíssimo?
  12. Eis que estes são ímpios; sempre em segurança, aumentam as suas riquezas.
  13. Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência,
  14. pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
  15. Se eu tivesse dito: Também falarei assim; eis que me teria havido traiçoeiramente para com a geração de teus filhos.
  16. Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim,
  17. até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles.
  18. Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína.
  19. Como caem na desolação num momento! ficam totalmente consumidos de terrores.
  20. Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás as suas fantasias.
  21. Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas no meu coração,
  22. estava embrutecido, e nada sabia; era como animal diante de ti.
  23. Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita.
  24. Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória.
  25. A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.
  26. A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre.
  27. Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti.
  28. Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras.

Salmos 74

  1. Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra o rebanho do teu pasto?
  2. Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antigüidade, que remiste para ser a tribo da tua herança, e do monte Sião, em que tens habitado.
  3. Dirige os teus passos para as perpétuas ruínas, para todo o mal que o inimigo tem feito no santuário.
  4. Os teus inimigos bramam no meio da tua assembléia; põem nela as suas insígnias por sinais.
  5. A entrada superior cortaram com machados a grade de madeira.
  6. Eis que toda obra entalhada, eles a despedaçaram a machados e martelos.
  7. Lançaram fogo ao teu santuário; profanaram, derrubando-a até o chão, a morada do teu nome.
  8. Disseram no seu coração: Despojemo-la duma vez. Queimaram todas as sinagogas de Deus na terra.
  9. Não vemos mais as nossas insígnias, não há mais profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará.
  10. Até quando, ó Deus, o adversário afrontará? O inimigo ultrajará o teu nome para sempre?
  11. Por que reténs a tua mão, sim, a tua destra? Tira-a do teu seio, e consome-os.
  12. Todavia, Deus é o meu Rei desde a antigüidade, operando a salvação no meio da terra.
  13. Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas.
  14. Tu esmagaste as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto.
  15. Tu abriste fontes e ribeiros; tu secaste os rios perenes.
  16. Teu é o dia e tua é a noite: tu preparaste a luz e o sol.
  17. Tu estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno, tu os fizeste.
  18. Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó Senhor, e que um povo insensato ultrajou o teu nome.
  19. Não entregues às feras a alma da tua rola; não te esqueça para sempre da vida dos teus aflitos.
  20. Atenta para o teu pacto, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios das moradas de violência.
  21. Não volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado.
  22. Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da afronta que o insensato te faz continuamente.
  23. Não te esqueças da gritaria dos teus adversários; o tumulto daqueles que se levantam contra ti sobe continuamente.

Salmos 75

  1. Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois o teu nome está perto; os que invocam o teu nome anunciam as tuas maravilhas.
  2. Quando chegar o tempo determinado, julgarei retamente.
  3. Dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu lhe fortaleci as colunas.
  4. Digo eu aos arrogantes: Não sejais arrogantes; e aos ímpios: Não levanteis a fronte;
  5. não levanteis ao alto a vossa fronte, nem faleis com arrogância.
  6. Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação.
  7. Mas Deus é o que julga; a um abate, e a outro exalta.
  8. Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes.
  9. Mas, quanto a mim, exultarei para sempre, cantarei louvores ao Deus de Jacó.
  10. E quebrantarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos justos serão exaltadas.

Salmos 76

  1. Conhecido é Deus em Judá, grande é o seu nome em Israel.
  2. Em Salém está a sua tenda, e a sua morada em Sião.
  3. Ali quebrou ele as flechas do arco, o escudo, a espada, e a guerra.
  4. Glorioso és tu, mais majestoso do que os montes eternos.
  5. Os ousados de coração foram despojados; dormiram o seu último sono; nenhum dos homens de força pôde usar as mãos.
  6. Â tua repreensão, ó Deus de Jacó, cavaleiros e cavalos ficaram estirados sem sentidos.
  7. Tu, sim, tu és tremendo; e quem subsistirá à tua vista, quando te irares?
  8. Desde o céu fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou,
  9. quando Deus se levantou para julgar, para salvar a todos os mansos da terra.
  10. Na verdade a cólera do homem redundará em teu louvor, e do restante da cólera tu te cingirás.
  11. Fazei votos, e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes, os que estão em redor dele, àquele que deve ser temido.
  12. Ele ceifará o espírito dos príncipes; é tremendo para com os reis da terra.

Salmos 77

  1. Levanto a Deus a minha voz; a Deus levanto a minha voz, para que ele me ouça.
  2. No dia da minha angústia busco ao Senhor; de noite a minha mão fica estendida e não se cansa; a minha alma recusa ser consolada.
  3. Lembro-me de Deus, e me lamento; queixo-me, e o meu espírito desfalece.
  4. Conservas vigilantes os meus olhos; estou tão perturbado que não posso falar.
  5. Considero os dias da antigüidade, os anos dos tempos passados.
  6. De noite lembro-me do meu cântico; consulto com o meu coração, e examino o meu espírito.
  7. Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável?
  8. Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se a sua promessa para todas as gerações
  9. Esqueceu-se Deus de ser compassivo? Ou na sua ira encerrou ele as suas ternas misericórdias?
  10. E eu digo: Isto é minha enfermidade; acaso se mudou a destra do Altíssimo?
  11. Recordarei os feitos do Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas da antigüidade.
  12. Meditarei também em todas as tuas obras, e ponderarei os teus feitos poderosos
  13. O teu caminho, ó Deus, é em santidade; que deus é grande como o nosso Deus?
  14. Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu tens feito notória a tua força entre os povos.
  15. Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.
  16. As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se abalaram.
  17. As nuvens desfizeram-se em água; os céus retumbaram; as tuas flechas também correram de uma para outra parte.
  18. A voz do teu trovão estava no redemoinho; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu.
  19. Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas; e as tuas pegadas não foram conhecidas.
  20. Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.

Salmos 78

  1. Escutai o meu ensino, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca.
  2. Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antigüidade,
  3. coisas que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado.
  4. Não os encobriremos aos seus filhos, cantaremos às gerações vindouras os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem feito.
  5. Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos;
  6. para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos,
  7. a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos;
  8. e que não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração de coração instável, cujo espírito não foi fiel para com Deus.
  9. Os filhos de Efraim, armados de arcos, retrocederam no dia da peleja.
  10. Não guardaram o pacto de Deus, e recusaram andar na sua lei;
  11. esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver.
  12. Maravilhas fez ele à vista de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoá.
  13. Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas parassem como um montão.
  14. Também os guiou de dia por uma nuvem, e a noite toda por um clarão de fogo.
  15. Fendeu rochas no deserto, e deu-lhes de beber abundantemente como de grandes abismos.
  16. Da penha fez sair fontes, e fez correr águas como rios.
  17. Todavia ainda prosseguiram em pecar contra ele, rebelando-se contra o Altíssimo no deserto.
  18. E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo comida segundo o seu apetite.
  19. Também falaram contra Deus, dizendo: Poderá Deus porventura preparar uma mesa no deserto? Acaso fornecerá carne para o seu povo?
  20. Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;
  21. Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;
  22. porque não creram em Deus nem confiaram na sua salvação.
  23. Contudo ele ordenou às nuvens lá em cima, e abriu as portas dos céus;
  24. fez chover sobre eles maná para comerem, e deu-lhes do trigo dos céus.
  25. Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida em abundância.
  26. Fez soprar nos céus o vento do oriente, e pelo seu poder trouxe o vento sul.
  27. Sobre eles fez também chover carne como poeira, e aves de asas como a areia do mar;
  28. e as fez cair no meio do arraial deles, ao redor de suas habitações.
  29. Então comeram e se fartaram bem, pois ele lhes trouxe o que cobiçavam.
  30. Não refrearam a sua cobiça. Ainda lhes estava a comida na boca,
  31. quando a ira de Deus se levantou contra eles, e matou os mais fortes deles, e prostrou os escolhidos de Israel.
  32. Com tudo isso ainda pecaram, e não creram nas suas maravilhas.
  33. Pelo que consumiu os seus dias como um sopo, e os seus anos em repentino terror.
  34. Quando ele os fazia morrer, então o procuravam; arrependiam-se, e de madrugada buscavam a Deus.
  35. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu Redentor.
  36. Todavia lisonjeavam-no com a boca, e com a língua lhe mentiam.
  37. Pois o coração deles não era constante para com ele, nem foram eles fiéis ao seu pacto.
  38. Mas ele, sendo compassivo, perdoou a sua iniqüidade, e não os destruiu; antes muitas vezes desviou deles a sua cólera, e não acendeu todo o seu furor.
  39. Porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta.
  40. Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, e o ofenderam no ermo!
  41. Voltaram atrás, e tentaram a Deus; e provocaram o Santo de Israel.
  42. Não se lembraram do seu poder, nem do dia em que os remiu do adversário,
  43. nem de como operou os seus sinais no Egito, e as suas maravilhas no campo de Zoã,
  44. convertendo em sangue os seus rios, para que não pudessem beber das suas correntes.
  45. Também lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruíram.
  46. Entregou às lagartas as novidades deles, e o fruto do seu trabalho aos gafanhotos.
  47. Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros com chuva de pedra.
  48. Também entregou à saraiva o gado deles, e aos coriscos os seus rebanhos.
  49. E atirou sobre eles o ardor da sua ira, o furor, a indignação, e a angústia, qual companhia de anjos destruidores.
  50. Deu livre curso à sua ira; não os poupou da morte, mas entregou a vida deles à pestilência.
  51. Feriu todo primogênito no Egito, primícias da força deles nas tendas de Cão.
  52. Mas fez sair o seu povo como ovelhas, e os guiou pelo deserto como a um rebanho.
  53. Guiou-os com segurança, de sorte que eles não temeram; mas aos seus inimigos, o mar os submergiu.
  54. Sim, conduziu-os até a sua fronteira santa, até o monte que a sua destra adquirira.
  55. Expulsou as nações de diante deles; e dividindo suas terras por herança, fez habitar em suas tendas as tribos de Israel.
  56. Contudo tentaram e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos.
  57. Mas tornaram atrás, e portaram-se aleivosamente como seus pais; desviaram-se como um arco traiçoeiro.
  58. Pois o provocaram à ira com os seus altos, e o incitaram a zelos com as suas imagens esculpidas.
  59. Ao ouvir isso, Deus se indignou, e sobremodo abominou a Israel.
  60. Pelo que desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda da sua morada entre os homens,
  61. dando a sua força ao cativeiro, e a sua glória à mão do inimigo.
  62. Entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a sua herança.
  63. Aos seus mancebos o fogo devorou, e suas donzelas não tiveram cântico nupcial.
  64. Os seus sacerdotes caíram à espada, e suas viúvas não fizeram pranto.
  65. Então o Senhor despertou como dum sono, como um valente que o vinho excitasse.
  66. E fez recuar a golpes os seus adversários; infligiu-lhes eterna ignomínia.
  67. Além disso, rejeitou a tenda de José, e não escolheu a tribo de Efraim;
  68. antes escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.
  69. Edificou o seu santuário como os lugares elevados, como a terra que fundou para sempre.
  70. Também escolheu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas;
  71. de após as ovelhas e suas crias o trouxe, para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança.
  72. E ele os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos.

Salmos 79

  1. Ó Deus, as nações invadiram a tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas.
  2. Deram os cadáveres dos teus servos como pastos às aves dos céus, e a carne dos teus santos aos animais da terra.
  3. Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse.
  4. Somos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão em redor de nós.
  5. Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo?
  6. Derrama o teu furor sobre as nações que não te conhecem, e sobre os reinos que não invocam o teu nome;
  7. porque eles devoraram a Jacó, e assolaram a sua morada.
  8. Não te lembres contra nós das iniqüidades de nossos pais; venha depressa ao nosso encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos.
  9. Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; livra-nos, e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome.
  10. Por que diriam as nações: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, à nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus servos.
  11. Chegue à tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão condenados à morte.
  12. E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a injúria com que te injuriaram, Senhor.
  13. Assim nós, teu povo ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração publicaremos os teus louvores.

Salmos 80

  1. Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, que estás entronizado sobre os querubins, resplandece.
  2. Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder, e vem salvar-nos.
  3. Reabilita-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.
  4. Ó Senhor Deus dos exércitos, até quando te indignarás contra a oração do teu povo?
  5. Tu os alimentaste com pão de lágrimas, e lhes deste a beber lágrimas em abundância.
  6. Tu nos fazes objeto de escárnio entre os nossos vizinhos; e os nossos inimigos zombam de nós entre si.
  7. Reabilita-nos, ó Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.
  8. Trouxeste do Egito uma videira; lançaste fora as nações, e a plantaste.
  9. Preparaste-lhe lugar; e ela deitou profundas raízes, e encheu a terra.
  10. Os montes cobriram-se com a sua sombra, e os cedros de Deus com os seus ramos.
  11. Ela estendeu a sua ramagem até o mar, e os seus rebentos até o Rio.
  12. Por que lhe derrubaste as cercas, de modo que a vindimam todos os que passam pelo caminho?
  13. O javali da selva a devasta, e as feras do campo alimentam-se dela.
  14. Ó Deus dos exércitos, volta-te, nós te rogamos; atende do céu, e vê, e visita esta videira,
  15. a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti.
  16. Está queimada pelo fogo, está cortada; eles perecem pela repreensão do teu rosto.
  17. Seja a tua mão sobre o varão da tua destra, sobre o filho do homem que fortificaste para ti.
  18. E não nos afastaremos de ti; vivifica-nos, e nós invocaremos o teu nome.
  19. Reabilita-nos, Senhor Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.

Salmos 81

  1. Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza; erguei alegres vozes ao Deus de Jacó.
  2. Entoai um salmo, e fazei soar o adufe, a suave harpa e o saltério.
  3. Tocai a trombeta pela lua nova, pela lua cheia, no dia da nossa festa.
  4. Pois isso é um estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de Jacó.
  5. Ordenou-o por decreto em José, quando saiu contra a terra do Egito. Ouvi uma voz que não conhecia, dizendo:
  6. Livrei da carga o seu ombro; as suas mãos ficaram livres dos cestos.
  7. Na angústia clamaste e te livrei; respondi-te no lugar oculto dos trovões; provei-te junto às águas de Meribá.
  8. Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei; ó Israel, se me escutasses!
  9. não haverá em ti deus estranho, nem te prostrarás ante um deus estrangeiro.
  10. Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a tua boca, e eu a encherei.
  11. Mas o meu povo não ouviu a minha voz, e Israel não me quis.
  12. Pelo que eu os entreguei à obstinação dos seus corações, para que andassem segundo os seus próprios conselhos.
  13. Oxalá me escutasse o meu povo! oxalá Israel andasse nos meus caminhos!
  14. Em breve eu abateria os seus inimigos, e voltaria a minha mão contra os seus adversários.
  15. Os que odeiam ao Senhor o adulariam, e a sorte deles seria eterna.
  16. E eu te sustentaria com o trigo mais fino; e com o mel saído da rocha eu te saciaria.

Salmos 82

  1. Deus está na assembléia divina; julga no meio dos deuses:
  2. Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito às pessoas dos ímpios?
  3. Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei retamente com o aflito e o desamparado.
  4. Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.
  5. Eles nada sabem, nem entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se todos os fundamentos da terra.
  6. Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.
  7. Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair.
  8. Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois a ti pertencem todas as nações.

Salmos 83

  1. Ó Deus, não guardes silêncio; não te cales nem fiques impassível, ó Deus.
  2. Pois eis que teus inimigos se alvoroçam, e os que te odeiam levantam a cabeça.
  3. Astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos.
  4. Dizem eles: Vinde, e apaguemo-los para que não sejam nação, nem seja lembrado mais o nome de Israel.
  5. Pois à uma se conluiam; aliam-se contra ti
  6. as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os hagarenos,
  7. Gebal, Amom e Amaleque, e a Filístia com os habitantes de tiro.
  8. Também a Assíria se ligou a eles; eles são o braço forte dos filhos de Ló.
  9. Faze-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera, como a Jabim junto ao rio Quisom,
  10. os quais foram destruídos em En-Dor; tornaram-se esterco para a terra.
  11. Faze aos seus nobres como a Orebe e a Zeebe; e a todos os seus príncipes como a Zebá e a Zalmuna,
  12. que disseram: Tomemos para nós as pastagens de Deus.
  13. Deus meu, faze-os como um turbilhão de pó, como a palha diante do vento.
  14. Como o fogo queima um bosque, e como a chama incedeia as montanhas,
  15. assim persegue-os com a tua tempestade, e assombra-os com o teu furacão.
  16. Cobre-lhes o rosto de confusão, de modo que busquem o teu nome, Senhor.
  17. Sejam envergonhados e conturbados perpetuamente; sejam confundidos, e pereçam,
  18. para que saibam que só tu, cujo nome é o Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra.

Salmos 84

  1. Quão amável são os teus tabernáculos, ó Senhor dos exércitos!
  2. A minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
  3. Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde crie os seus filhotes, junto aos teus altares, ó Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu.
  4. Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente.
  5. Bem-aventurados os homens cuja força está em ti, em cujo coração os caminhos altos.
  6. Passando pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; e a primeira chuva o cobre de bênçãos.
  7. Vão sempre aumentando de força; cada um deles aparece perante Deus em Sião.
  8. Senhor Deus dos exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó!
  9. Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
  10. Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da perversidade.
  11. Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.
  12. Ó Senhor dos exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.

Salmos 85

  1. Mostraste favor, Senhor, à tua terra; fizeste regressar os cativos de Jacó.
  2. Perdoaste a iniqüidade do teu povo; cobriste todos os seus pecados.
  3. Retraíste toda a tua cólera; refreaste o ardor da tua ira.
  4. Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação, e faze cessar a tua indignação contra nós.
  5. Estarás para sempre irado contra nós? estenderás a tua ira a todas as gerações?
  6. Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em ti?
  7. Mostra-nos, Senhor, a tua benignidade, e concede-nos a tua salvação.
  8. Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de paz ao seu povo, e aos seus santos, contanto que não voltem à insensatez.
  9. Certamente que a sua salvação está perto aqueles que o temem, para que a glória habite em nossa terra.
  10. A benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.
  11. A fidelidade brota da terra, e a justiça olha desde o céu.
  12. O Senhor dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.
  13. A justiça irá adiante dele, marcando o caminho com as suas pegadas.

Salmos 86

  1. Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e ouve-me, porque sou pobre e necessitado.
  2. Preserva a minha vida, pois sou piedoso; o Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia.
  3. Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo o dia todo.
  4. Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma.
  5. Porque tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam.
  6. Dá ouvidos, Senhor, à minha oração, e atende à voz das minhas súplicas.
  7. No dia da minha angústia clamo a ti, porque tu me respondes.
  8. Entre os deuses nenhum há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas.
  9. Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti, Senhor, e glorificarão o teu nome.
  10. Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome.
  11. Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, de todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para sempre.
  12. Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol.
  13. Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol.
  14. Ó Deus, os soberbos têm-se levantado contra mim, e um bando de homens violentos procura tirar-me a vida; eles não te puseram diante dos seus olhos.
  15. Mas tu, Senhor, és um Deus compassivo e benigno, longânimo, e abundante em graça e em fidelidade.
  16. Volta-te para mim, e compadece-te de mim; dá a tua força ao teu servo, e a salva o filho da tua serva.
  17. Mostra-me um sinal do teu favor, para que o vejam aqueles que me odeiam, e sejam envergonhados, por me haveres tu, Senhor, ajuntado e confortado.

Salmos 87

  1. O fundamento dela está nos montes santos.
  2. O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacó.
  3. Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus.
  4. Farei menção de Raabe e de Babilônia dentre os que me conhecem; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este nasceu ali.
  5. Sim, de Sião se dirá: Este e aquele nasceram ali; e o próprio Altíssimo a estabelecerá.
  6. O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu ali.
  7. Tanto os cantores como os que tocam instrumentos dirão: Todas as minhas fontes estão em ti.

Salmos 88

  1. Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.
  2. Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;
  3. porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol.
  4. Já estou contado com os que descem à cova; estou como homem sem forças,
  5. atirado entre os finados; como os mortos que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras, e que são desamparados da tua mão.
  6. Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas profundezas.
  7. Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas as tuas ondas.
  8. Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me abominável para eles; estou encerrado e não posso sair.
  9. Os meus olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo dia, Senhor, estendendo-te as minhas mãos.
  10. Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te louvar?
  11. Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom?
  12. Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do esquecimento?
  13. Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha oração chega à tua presença.
  14. Senhor, por que me rejeitas? por que escondes de mim a tua face?
  15. Estou aflito, e prestes a morrer desde a minha mocidade; sofro os teus terrores, estou desamparado.
  16. Sobre mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores deram cabo de mim.
  17. Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.
  18. Aparte de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se acham nas trevas.

Salmos 89

  1. Cantarei para sempre as benignidades do Senhor; com a minha boca proclamarei a todas as gerações a tua fidelidade.
  2. Digo, pois: A tua benignidade será renovada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo:
  3. Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi:
  4. Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações.
  5. Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos.
  6. Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos de Deus é semelhante ao Senhor,
  7. um Deus sobremodo tremendo na assembléia dos santos, e temível mais do que todos os que estão ao seu redor?
  8. Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?
  9. Tu dominas o ímpio do mar; quando as suas ondas se levantam tu as fazes aquietar.
  10. Tu abateste a Raabe como se fora ferida de morte; com o teu braço poderoso espalhaste os teus inimigos.
  11. São teus os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.
  12. O norte e o sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom regozijam-se em teu nome.
  13. Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e elevado a tua destra.
  14. Justiça e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade vão adiante de ti.
  15. Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo, que anda, ó Senhor, na luz da tua face,
  16. que se regozija em teu nome todo o dia, e na tua justiça é exaltado.
  17. Pois tu és a glória da sua força; e pelo teu favor será exaltado o nosso poder.
  18. Porque o Senhor é o nosso escudo, e o Santo de Israel é o nosso Rei.
  19. Naquele tempo falaste em visão ao teu santo, e disseste: Coloquei a coroa num homem poderoso; exaltei um escolhido dentre o povo.
  20. Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi.
  21. A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá.
  22. O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá.
  23. Eu esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei.
  24. A minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome será exaltado o seu poder.
  25. Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios.
  26. Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação.
  27. Também lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da terra.
  28. Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele ficará firme.
  29. Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias dos céus.
  30. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas ordenanças,
  31. se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos,
  32. então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniqüidade.
  33. Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade.
  34. Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios.
  35. Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a Davi.
  36. A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim;
  37. será estabelecido para sempre como a lua, e ficará firme enquanto o céu durar.
  38. Mas tu o repudiaste e rejeitaste, tu estás indignado contra o teu ungido.
  39. Desprezaste o pacto feito com teu servo; profanaste a sua coroa, arrojando-a por terra.
  40. Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações.
  41. Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se objeto de opróbrio para os seus vizinhos.
  42. Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem.
  43. Embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja;
  44. fizeste cessar o seu esplendor, e arrojaste por terra o seu trono;
  45. abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de vergonha.
  46. Até quando, Senhor? Esconder-te-ás para sempre? Até quando arderá a tua ira como fogo?
  47. Lembra-te de quão breves são os meus dias; de quão efêmeros criaste todos os filhos dos homens!
  48. Que homem há que viva e não veja a morte? ou que se livre do poder do Seol?
  49. Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades, que juraste a Davi na tua fidelidade?
  50. Lembre-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos; e de como trago no meu peito os insultos de todos os povos poderosos,
  51. com que os teus inimigos, ó Senhor, têm difamado, com que têm difamado os passos do teu ungido.
  52. Bendito seja o Senhor para sempre. Amém e amém.

Salmos 90

  1. Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração.
  2. Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.
  3. Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: Voltai, filhos dos homens!
  4. Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite.
  5. Tu os levas como por uma torrente; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce;
  6. de manhã cresce e floresce; à tarde corta-se e seca.
  7. Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos conturbados.
  8. Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, à luz do teu rosto os nossos pecados ocultos.
  9. Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um suspiro.
  10. A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos.
  11. Quem conhece o poder da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que te é devido?
  12. Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.
  13. Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos.
  14. Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias.
  15. Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
  16. Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.
  17. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.

Salmos 91

  1. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará.
  2. Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.
  3. Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa.
  4. Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e broquel.
  5. Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia,
  6. nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.
  7. Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido.
  8. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.
  9. Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação,
  10. nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.
  11. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
  12. Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.
  13. Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.
  14. Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome.
  15. Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei.
  16. Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação.

Salmos 92

  1. Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo,
  2. anunciar de manhã a tua benignidade, e à noite a tua fidelidade,
  3. sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério, ao som solene da harpa.
  4. Pois me alegraste, Senhor, pelos teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.
  5. Quão grandes são, ó Senhor, as tuas obras! quão profundos são os teus pensamentos!
  6. O homem néscio não sabe, nem o insensato entende isto:
  7. quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que praticam a iniqüidade, é para serem destruídos para sempre.
  8. Mas tu, Senhor, estás nas alturas para sempre.
  9. Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniqüidade.
  10. Mas tens exaltado o meu poder, como o do boi selvagem; fui ungido com óleo fresco.
  11. Os meus olhos já viram o que é feito dos que me espreitam, e os meus ouvidos já ouviram o que sucedeu aos malfeitores que se levantam contra mim.
  12. Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano.
  13. Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus.
  14. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes,
  15. para proclamarem que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.

Salmos 93

  1. O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser abalado.
  2. O teu trono está firme desde a antigüidade; desde a eternidade tu existes.
  3. Os rios levantaram, ó Senhor, os rios levantaram o seu ruído, os rios levantam o seu fragor.
  4. Mais que o ruído das grandes águas, mais que as vagas estrondosas do mar, poderoso é o Senhor nas alturas.
  5. Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre.

Salmos 94

  1. Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece!
  2. Exalta-te, ó juiz da terra! dá aos soberbos o que merecem.
  3. Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão?
  4. Até quando falarão, dizendo coisas arrogantes, e se gloriarão todos os que praticam a iniqüidade?
  5. Esmagam o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua herança.
  6. Matam a viúva e o estrangeiro, e tiram a vida ao órfão.
  7. E dizem: O Senhor não vê; o Deus de Jacó não o percebe.
  8. Atendei, ó néscios, dentre o povo; e vós, insensatos, quando haveis de ser sábios?
  9. Aquele que fez ouvido, não ouvirá? ou aquele que formou o olho, não verá?
  10. Porventura aquele que disciplina as nações, não corrigirá? Aquele que instrui o homem no conhecimento,
  11. o Senhor, conhece os pensamentos do homem, que são vaidade.
  12. Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei,
  13. para lhe dares descanso dos dias da adversidade, até que se abra uma cova para o ímpio.
  14. Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança.
  15. Mas o juízo voltará a ser feito com justiça, e hão de segui-lo todos os retos de coração.
  16. Quem se levantará por mim contra os malfeitores? quem se porá ao meu lado contra os que praticam a iniqüidade?
  17. Se o Senhor não tivesse sido o meu auxílio, já a minha alma estaria habitando no lugar do silêncio.
  18. Quando eu disse: O meu pé resvala; a tua benignidade, Senhor, me susteve.
  19. Quando os cuidados do meu coração se multiplicam, as tuas consolações recreiam a minha alma.
  20. Pode acaso associar-se contigo o trono de iniqüidade, que forja o mal tendo a lei por pretexto?
  21. Acorrem em tropel contra a vida do justo, e condenam o sangue inocente.
  22. Mas o Senhor tem sido o meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu refúgio.
  23. Ele fará recair sobre eles a sua própria iniqüidade, e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá.

Salmos 95

  1. Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação.
  2. Apresentemo-nos diante dele com ações de graças, e celebremo-lo com salmos de louvor.
  3. Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses.
  4. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas.
  5. Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a serra terra seca.
  6. Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.
  7. Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas que ele conduz. Oxalá que hoje ouvísseis a sua voz:
  8. Não endureçais o vosso coração como em Meribá, como no dia de Massá no deserto,
  9. quando vossos pais me tentaram, me provaram e viram a minha obra.
  10. Durante quarenta anos estive irritado com aquela geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não conhece os meus caminhos;
  11. por isso jurei na minha ira: Eles não entrarão no meu descanso.

Salmos 96

  1. Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da terra.
  2. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai de dia em dia a sua salvação.
  3. Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas.
  4. Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais temível do que todos os deuses.
  5. Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o Senhor fez os céus.
  6. Glória e majestade estão diante dele, força e formosura no seu santuário.
  7. Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força.
  8. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas, e entrai nos seus átrios.
  9. Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra.
  10. Dizei entre as nações: O Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo que não pode ser abalado. Ele julgará os povos com retidão.
  11. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; brame o mar e a sua plenitude.
  12. Exulte o campo, e tudo o que nele há; então cantarão de júbilo todas as árvores do bosque
  13. diante do Senhor, porque ele vem, porque vem julgar a terra: julgará o mundo com justiça e os povos com a sua fidelidade.

Salmos 97

  1. O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se as numerosas ilhas.
  2. Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e eqüidade são a base do seu trono.
  3. Adiante dele vai um fogo que abrasa os seus inimigos em redor.
  4. Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a terra os vê e treme.
  5. Os montes, como cerca, se derretem na presença do Senhor, na presença do Senhor de toda a terra.
  6. Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória.
  7. Confundidos são todos os que servem imagens esculpidas, que se gloriam de ídolos; prostrai-vos diante dele, todos os deuses.
  8. Sião ouve e se alegra, e regozijam-se as filhas de Judá por causa dos teus juízos, Senhor.
  9. Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra; tu és sobremodo exaltado acima de todos os deuses.
  10. O Senhor ama aos que odeiam o mal; ele preserva as almas dos seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios.
  11. A luz é semeada para o justo, e a alegria para os retos de coração.
  12. Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e rendei graças ao seu santo nome.

Salmos 98

  1. Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória.
  2. O Senhor fez notória a sua salvação, manifestou a sua justiça perante os olhos das nações.
  3. Lembrou-se da sua misericórdia e da sua fidelidade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus.
  4. Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores.
  5. Louvai ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz de canto.
  6. Com trombetas, e ao som de buzinas, exultai diante do Rei, o Senhor.
  7. Brame o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam;
  8. batam palmas os rios; à uma regozijem-se os montes
  9. diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e os povos com eqüidade.

Salmos 99

  1. O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os querubins, estremeça a terra.
  2. O Senhor é grande em Sião, e exaltado acima de todos os povos.
  3. Louvem o teu nome, grande e tremendo; pois é santo.
  4. És Rei poderoso que amas a justiça; estabeleces a eqüidade, executas juízo e justiça em Jacó.
  5. Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés; porque ele é santo.
  6. Moisés e Arão entre os seus sacerdotes, e Samuel entre os que invocavam o seu nome, clamavam ao Senhor, e ele os ouvia.
  7. Na coluna de nuvem lhes falava; eles guardavam os seus testemunhos, e os estatutos que lhes dera.
  8. Tu os ouviste, Senhor nosso Deus; tu foste para eles um Deus perdoador, embora vingador dos seus atos.
  9. Exaltai o Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo monte, porque o Senhor nosso Deus é santo.

Salmos 100

  1. Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra.
  2. Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico.
  3. Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto.
  4. Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome.
  5. Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração em geração.

Salmos 101

  1. Cantarei a benignidade e o juízo; a ti, Senhor, cantarei.
  2. Portar-me-ei sabiamente no caminho reto. Oh, quando virás ter comigo? Andarei em minha casa com integridade de coração.
  3. Não porei coisa torpe diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; isso não se apagará a mim.
  4. Longe de mim estará o coração perverso; não conhecerei o mal.
  5. Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não o tolerarei.
  6. Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá.
  7. O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.
  8. De manhã em manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniqüidade.

Salmos 102

  1. Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.
  2. Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
  3. Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição.
  4. O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.
  5. Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne.
  6. Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas.
  7. Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.
  8. Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam.
  9. Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,
  10. por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.
  11. Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando.
  12. Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações.
  13. Tu te lenvantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.
  14. Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó.
  15. As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,
  16. quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,
  17. atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica.
  18. Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor.
  19. Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra,
  20. para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à morte;
  21. a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,
  22. quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.
  23. Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.
  24. Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações.
  25. Desde a antigüidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos.
  26. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido, envelhecerão; como roupa os mundarás, e ficarão mudados.
  27. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.
  28. Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua descendência ficará firmada diante de ti.

Salmos 103

  1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
  2. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios.
  3. É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas enfermidades,
  4. quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia,
  5. quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
  6. O Senhor executa atos de justiça, e juízo a favor de todos os oprimidos.
  7. Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.
  8. Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade.
  9. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.
  10. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas iniqüidades.
  11. Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua benignidade para com os que o temem.
  12. Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões.
  13. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.
  14. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.
  15. Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce.
  16. Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece mais.
  17. Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos,
  18. sobre aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se lembram dos seus preceitos para os cumprirem.
  19. O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
  20. Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra!
  21. Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade!
  22. Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor!

Salmos 104

  1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus meu, tu és magnificentíssimo! Estás vestido de honra e de majestade,
  2. tu que te cobres de luz como de um manto, que estendes os céus como uma cortina.
  3. És tu que pões nas águas os vigamentos da tua morada, que fazes das nuvens o teu carro, que andas sobre as asas do vento;
  4. que fazes dos ventos teus mensageiros, dum fogo abrasador os teus ministros.
  5. Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em tempo algum.
  6. Tu a cobriste do abismo, como dum vestido; as águas estavam sobre as montanhas.
  7. Â tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão puseram-se em fuga.
  8. Elevaram-se as montanhas, desceram os vales, até o lugar que lhes determinaste.
  9. Limite lhes traçaste, que não haviam de ultrapassar, para que não tornassem a cobrir a terra.
  10. És tu que nos vales fazes rebentar nascentes, que correm entre as colinas.
  11. Dão de beber a todos os animais do campo; ali os asnos monteses matam a sua sede.
  12. Junto delas habitam as aves dos céus; dentre a ramagem fazem ouvir o seu canto.
  13. Da tua alta morada regas os montes; a terra se farta do fruto das tuas obras.
  14. Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de sorte que da terra tire o alimento,
  15. o vinho que alegra o seu coração, o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que lhe fortalece o coração.
  16. Saciam-se as árvores do Senhor, os cedros do Líbano que ele plantou,
  17. nos quais as aves se aninham, e a cegonha, cuja casa está nos ciprestes.
  18. Os altos montes são um refúgio para as cabras montesas, e as rochas para os querogrilos.
  19. Designou a lua para marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso.
  20. Fazes as trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da selva.
  21. Os leões novos os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.
  22. Quando nasce o sol, logo se recolhem e se deitam nos seus covis.
  23. Então sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até a tarde.
  24. Ó Senhor, quão multiformes são as tuas obras! Todas elas as fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas.
  25. Eis também o vasto e espaçoso mar, no qual se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes.
  26. Ali andam os navios, e o leviatã que formaste para nele folgar.
  27. Todos esperam de ti que lhes dês o sustento a seu tempo.
  28. Tu lho dás, e eles o recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de bens.
  29. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam para o seu pó.
  30. Envias o teu fôlego, e são criados; e assim renovas a face da terra.
  31. Permaneça para sempre a glória do Senhor; regozije-se o Senhor nas suas obras;
  32. ele olha para a terra, e ela treme; ele toca nas montanhas, e elas fumegam.
  33. Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu existir.
  34. Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me regozijarei no Senhor.
  35. Sejam extirpados da terra os pecadores, e não subsistam mais os ímpios. Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao Senhor.

Salmos 105

  1. Dai graças ao Senhor; invocai o seu nome; fazei conhecidos os seus feitos entre os povos.
  2. Cantai-lhe, cantai-lhe louvores; falai de todas as suas maravilhas.
  3. Gloriai-vos no seu santo nome; regozije-se o coração daqueles que buscam ao Senhor.
  4. Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.
  5. Lembrai-vos das maravilhas que ele tem feito, dos seus prodígios e dos juízos da sua boca,
  6. vós, descendência de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos.
  7. Ele é o Senhor nosso Deus; os seus juízos estão em toda a terra.
  8. Lembra-se perpetuamente do seu pacto, da palavra que ordenou para mil gerações;
  9. do pacto que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque;
  10. o qual ele confirmou a Jacó por estatuto, e a Israel por pacto eterno,
  11. dizendo: A ti darei a terra de Canaã, como porção da vossa herança.
  12. Quando eles eram ainda poucos em número, de pouca importância, e forasteiros nela,
  13. andando de nação em nação, dum reino para outro povo,
  14. não permitiu que ninguém os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis, dizendo:
  15. Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas.
  16. Chamou a fome sobre a terra; retirou-lhes todo o sustento do pão.
  17. Enviou adiante deles um varão; José foi vendido como escravo;
  18. feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro,
  19. até o tempo em que a sua palavra se cumpriu; a palavra do Senhor o provou.
  20. O rei mandou, e fez soltá-lo; o governador dos povos o libertou.
  21. Fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda,
  22. para, a seu gosto, dar ordens aos príncipes, e ensinar aos anciãos a sabedoria.
  23. Então Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão.
  24. E o Senhor multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos.
  25. Mudou o coração destes para que odiassem o seu povo, e tratassem astutamente aos seus servos.
  26. Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera,
  27. os quais executaram entre eles os seus sinais e prodígios na terra de Cão.
  28. Mandou à escuridão que a escurecesse; e foram rebeldes à sua palavra.
  29. Converteu-lhes as águas em sangue, e fez morrer os seus peixes.
  30. A terra deles produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos seus reis.
  31. Ele falou, e vieram enxames de moscas em todo o seu têrmo.
  32. Deu-lhes saraiva por chuva, e fogo abrasador na sua terra.
  33. Feriu-lhes também as vinhas e os figueirais, e quebrou as árvores da sua terra.
  34. Ele falou, e vieram gafanhotos, e pulgões em quantidade inumerável,
  35. que comeram toda a erva da sua terra, e devoraram o fruto dos seus campos.
  36. Feriu também todos os primogênitos da terra deles, as primícias de toda a sua força.
  37. E fez sair os israelitas com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia quem tropeçasse.
  38. O Egito alegrou-se quando eles saíram, porque o temor deles o dominara.
  39. Estendeu uma nuvem para os cobrir, e um fogo para os alumiar de noite.
  40. Eles pediram, e ele fez vir codornizes, e os saciou com pão do céu.
  41. Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram pelos lugares áridos como um rio.
  42. Porque se lembrou da sua santa palavra, e de Abraão, seu servo.
  43. Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo os seus escolhidos.
  44. Deu-lhes as terras das nações, e eles herdaram o fruto do trabalho dos povos,
  45. para que guardassem os seus preceitos, e observassem as suas leis. Louvai ao Senhor

Salmos 106

  1. Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
  2. Quem pode referir os poderosos feitos do Senhor, ou anunciar todo o seu louvor?
  3. Bem-aventurados os que observam o direito, que praticam a justiça em todos os tempos.
  4. Lembra-te de mim, Senhor, quando mostrares favor ao teu povo; visita-me com a tua salvação,
  5. para que eu veja a prosperidade dos teus escolhidos, para que me alegre com a alegria da tua nação, e me glorie juntamente com a tua herança.
  6. Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniqüidade, andamos perversamente.
  7. Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o Altíssimo junto ao Mar Vermelho.
  8. Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder.
  9. Pois repreendeu o Mar Vermelho e este se secou; e os fez caminhar pelos abismos como pelo deserto.
  10. Salvou-os da mão do adversário, livrou-os do poder do inimigo.
  11. As águas, porém, cobriram os seus adversários; nem um só deles ficou.
  12. Então creram nas palavras dele e cantaram-lhe louvor.
  13. Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu conselho;
  14. mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no ermo.
  15. E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.
  16. Tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de Arão, o santo do Senhor.
  17. Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a companhia de Abirão;
  18. ateou-se um fogo no meio da congregação; e chama abrasou os ímpios.
  19. Fizeram um bezerro em Horebe, e adoraram uma imagem de fundição.
  20. Assim trocaram a sua glória pela figura de um boi que come erva.
  21. Esqueceram-se de Deus seu Salvador, que fizera grandes coisas no Egito,
  22. maravilhas na terra de Cão, coisas tremendas junto ao Mar Vermelho.
  23. Pelo que os teria destruído, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se tivesse interposto diante dele, para desviar a sua indignação, a fim de que não os destruísse.
  24. Também desprezaram a terra aprazível; não confiaram na sua promessa;
  25. antes murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do Senhor.
  26. Pelo que levantou a sua mão contra eles, afirmando que os faria cair no deserto;
  27. que dispersaria também a sua descendência entre as nações, e os espalharia pelas terras.
  28. Também se apegaram a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos aos mortos.
  29. Assim o provocaram à ira com as suas ações; e uma praga rebentou entre eles.
  30. Então se levantou Finéias, que executou o juízo; e cessou aquela praga.
  31. E isto lhe foi imputado como justiça, de geração em geração, para sempre.
  32. Indignaram-no também junto às águas de Meribá, de sorte que sucedeu mal a Moisés por causa deles;
  33. porque amarguraram o seu espírito; e ele falou imprudentemente com seus lábios.
  34. Não destruíram os povos, como o Senhor lhes ordenara;
  35. antes se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras.
  36. Serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço;
  37. sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios;
  38. e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas, que eles sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com sangue.
  39. Assim se contaminaram com as suas obras, e se prostituíram pelos seus feitos.
  40. Pelo que se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança;
  41. entregou-os nas mãos das nações, e aqueles que os odiavam dominavam sobre eles.
  42. Os seus inimigos os oprimiram, e debaixo das mãos destes foram eles humilhados.
  43. Muitas vezes os livrou; mas eles foram rebeldes nos seus desígnios, e foram abatidos pela sua iniqüidade.
  44. Contudo, atentou para a sua aflição, quando ouviu o seu clamor;
  45. e a favor deles lembrou-se do seu pacto, e aplacou-se, segundo a abundância da sua benignidade.
  46. Por isso fez com que obtivessem compaixão da parte daqueles que os levaram cativos.
  47. Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu santo nome, e nos gloriemos no teu louvor.
  48. Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade em eternidade! E diga todo o povo: Amém. Louvai ao Senhor.

Salmos 107

  1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre;
  2. digam-no os remidos do Senhor, os quais ele remiu da mão do inimigo,
  3. e os que congregou dentre as terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul.
  4. Andaram desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam cidade em que habitassem.
  5. Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a alma.
  6. E clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias;
  7. conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma cidade em que habitassem.
  8. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
  9. Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta.
  10. Quanto aos que se assentavam nas trevas e sombra da morte, presos em aflição e em ferros,
  11. por se haverem rebelado contra as palavras de Deus, e desprezado o conselho do Altíssimo,
  12. eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse.
  13. Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.
  14. Tirou-os das trevas e da sombra da morte, e quebrou-lhes as prisões.
  15. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
  16. Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou as trancas de ferro.
  17. Os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão, e por causa das suas iniqüidades, são afligidos.
  18. A sua alma aborreceu toda sorte de comida, e eles chegaram até as portas da morte.
  19. Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.
  20. Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da destruição.
  21. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
  22. Ofereçam sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo!
  23. Os que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes águas,
  24. esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no abismo.
  25. Pois ele manda, e faz levantar o vento tempestuoso, que eleva as ondas do mar.
  26. Eles sobem ao céu, descem ao abismo; esvaece-lhes a alma de aflição.
  27. Balançam e cambaleiam como ébrios, e perdem todo o tino.
  28. Então clamam ao Senhor na sua tribulação, e ele os livra das suas angústias.
  29. Faz cessar a tormenta, de modo que se acalmam as ondas.
  30. Então eles se alegram com a bonança; e assim ele os leva ao porto desejado.
  31. Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
  32. Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no na assembléia dos anciãos!
  33. Ele converte rios em deserto, e nascentes em terra sedenta;
  34. a terra frutífera em deserto salgado, por causa da maldade dos que nela habitam.
  35. Converte o deserto em lagos, e a terra seca em nascentes.
  36. E faz habitar ali os famintos, que edificam uma cidade para sua habitação;
  37. semeiam campos e plantam vinhas, que produzem frutos abundantes.
  38. Ele os abençoa, de modo que se multiplicam sobremaneira; e não permite que o seu gado diminua.
  39. Quando eles decrescem e são abatidos pela opressão, aflição e tristeza,
  40. ele lança o desprezo sobre os príncipes, e os faz desgarrados pelo deserto, onde não há caminho.
  41. Mas levanta da opressão o necessitado para um alto retiro, e dá-lhe famílias como um rebanho.
  42. Os retos o vêem e se regozijam, e toda a iniqüidade tapa a sua própria boca.
  43. Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor.

Salmos 108

  1. Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei, sim, cantarei louvores, com toda a minha alma.
  2. Despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.
  3. Louvar-te-ei entre os povos, Senhor, cantar-te-ei louvores entre as nações.
  4. Pois grande, acima dos céus, é a tua benignidade, e a tua verdade ultrapassa as mais altas nuvens.
  5. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e seja a tua glória acima de toda a terra!
  6. Para que sejam livres os teus amados, salva-nos com a tua destra, e ouve-nos.
  7. Deus falou no seu santuário: Eu me regozijarei; repartirei Siquém, e medirei o vale de Sucote.
  8. Meu é Gileade, meu é Manassés; também Efraim é o meu capacete; Judá o meu cetro.
  9. Moabe a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia bradarei em triunfo.
  10. Quem me conduzirá à cidade fortificada? Quem me guiará até Edom?
  11. Porventura não nos rejeitaste, ó Deus? Não sais, ó Deus, com os nossos exércitos.
  12. Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem.
  13. Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos.

Salmos 109

  1. Ó Deus do meu louvor, não te cales;
  2. pois a boca do ímpio e a boca fraudulenta se abrem contra mim; falam contra mim com uma língua mentirosa.
  3. Eles me cercam com palavras de ódio, e pelejam contra mim sem causa.
  4. Em paga do meu amor são meus adversários; mas eu me dedico à oração.
  5. Retribuem-me o mal pelo bem, e o ódio pelo amor.
  6. Põe sobre ele um ímpio, e esteja à sua direita um acusador.
  7. Quando ele for julgado, saia condenado; e em pecado se lhe torne a sua oração!
  8. Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício!
  9. Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua mulher!
  10. Andem errantes os seus filhos, e mendiguem; esmolem longe das suas habitações assoladas.
  11. O credor lance mão de tudo quanto ele tenha, e despojem-no os estranhos do fruto do seu trabalho!
  12. Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem tenha pena dos seus órfãos!
  13. Seja extirpada a sua posteridade; o seu nome seja apagado na geração seguinte!
  14. Esteja na memória do Senhor a iniqüidade de seus pais; e não se apague o pecado de sua mãe!
  15. Antes estejam sempre perante o Senhor, para que ele faça desaparecer da terra a memória deles!
  16. Porquanto não se lembrou de usar de benignidade; antes perseguiu o varão aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para o matar.
  17. Visto que amou a maldição, que ela lhe sobrevenha! Como não desejou a bênção, que ela se afaste dele!
  18. Assim como se vestiu de maldição como dum vestido, assim penetre ela nas suas entranhas como água, e em seus ossos como azeite!
  19. Seja para ele como o vestido com que ele se cobre, e como o cinto com que sempre anda cingido!
  20. Seja este, da parte do Senhor, o galardão dos meus adversários, e dos que falam mal contra mim!
  21. Mas tu, ó Deus, meu Senhor age em meu favor por amor do teu nome; pois que é boa a tua benignidade, livra-me;
  22. pois sou pobre e necessitado, e dentro de mim está ferido o meu coração.
  23. Eis que me vou como a sombra que declina; sou arrebatado como o gafanhoto.
  24. Os meus joelhos estão enfraquecidos pelo jejum, e a minha carne perde a sua gordura.
  25. Eu sou para eles objeto de opróbrio; ao me verem, meneiam a cabeça.
  26. Ajuda-me, Senhor, Deus meu; salva-me segundo a tua benignidade.
  27. Saibam que nisto está a tua mão, e que tu, Senhor, o fizeste.
  28. Amaldiçoem eles, mas abençoa tu; fiquem confundidos os meus adversários; mas alegre-se o teu servo!
  29. Vistam-se de ignomínia os meus acusadores, e cubram-se da sua própria vergonha como dum manto!
  30. Muitas graças darei ao Senhor com a minha boca;
  31. Pois ele se coloca à direita do poder, para o salvar dos que o condenam.

Salmos 110

  1. Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
  2. O Senhor enviará de Sião o cetro do teu poder. Domina no meio dos teus inimigos.
  3. O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em trajes santos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade.
  4. Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
  5. O Senhor, à tua direita, quebrantará reis no dia da sua ira.
  6. Julgará entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; quebrantará os cabeças por toda a terra.
  7. Pelo caminho beberá da corrente, e prosseguirá de cabeça erguida.

Salmos 111

  1. Louvai ao Senhor. De todo o coração darei graças ao Senhor, no concílio dos retos e na congregação.
  2. Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se comprazem.
  3. Glória e majestade há em sua obra; e a sua justiça permanece para sempre.
  4. Ele fez memoráveis as suas maravilhas; compassivo e misericordioso é o Senhor.
  5. Dá mantimento aos que o temem; lembra-se sempre do seu pacto.
  6. Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações.
  7. As obras das suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os seus preceitos;
  8. firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão.
  9. Enviou ao seu povo a redenção; ordenou para sempre o seu pacto; santo e tremendo é o seu nome.
  10. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre.

Salmos 112

  1. Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer!
  2. A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada.
  3. Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre.
  4. Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo.
  5. Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça;
  6. pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna.
  7. Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor.
  8. O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários.
  9. Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado em honra.
  10. O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá.

Salmos 113

  1. Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.
  2. Bendito seja o nome do Senhor, desde agora e para sempre.
  3. Desde o nascimento do sol até o seu ocaso, há de ser louvado o nome do Senhor.
  4. Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória acima dos céus.
  5. Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas alturas,
  6. que se inclina para ver o que está no céu e na terra?
  7. Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado,
  8. para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.
  9. Ele faz com que a mulher estéril habite em família, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor.

Salmos 114

  1. Quando Israel saiu do Egito, e a casa de Jacó dentre um povo de língua estranha,
  2. Judá tornou-lhe o santuário, e Israel o seu domínio.
  3. O mar viu isto, e fugiu; o Jordão tornou atrás.
  4. Os montes saltaram como carneiros, e os outeiros como cordeiros do rebanho.
  5. Que tens tu, ó mar, para fugires? e tu, ó Jordão, para tornares atrás?
  6. E vós, montes, que saltais como carneiros, e vós outeiros, como cordeiros do rebanho?
  7. Treme, ó terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de Jacó,
  8. o qual converteu a rocha em lago de águas, a pederneira em manancial.

Salmos 115

  1. Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.
  2. Por que perguntariam as nações: Onde está o seu Deus?
  3. Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.
  4. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem.
  5. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
  6. têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram;
  7. têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.
  8. Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam.
  9. Confia, ó Israel, no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
  10. Casa de Arão, confia no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
  11. Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
  12. O Senhor tem-se lembrado de nós, abençoar-nos-á; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão;
  13. abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes.
  14. Aumente-vos o Senhor cada vez mais, a vós e a vossos filhos.
  15. Sede vós benditos do Senhor, que fez os céus e a terra.
  16. Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.
  17. Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio;
  18. nós, porém, bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai ao Senhor.

Salmos 116

  1. Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a minha súplica.
  2. Porque inclina para mim o seu ouvido, invocá-lo-ei enquanto viver.
  3. Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza.
  4. Então invoquei o nome do Senhor, dizendo:Ó Senhor, eu te rogo, livra-me.
  5. Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus.
  6. O Senhor guarda os simples; quando me acho abatido, ele me salva.
  7. Volta, minha alma, ao teu repouso, pois o Senhor te fez bem.
  8. Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de tropeçar.
  9. Andarei perante o Senhor, na terra dos viventes.
  10. Cri, por isso falei; estive muito aflito.
  11. Eu dizia na minha precipitação: Todos os homens são mentirosos.
  12. Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?
  13. Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.
  14. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo.
  15. Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.
  16. Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas cadeias.
  17. Oferecer-te-ei sacrifícios de ação de graças, e invocarei o nome do Senhor.
  18. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo,
  19. nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém! Louvai ao Senhor.

Salmos 117

  1. Louvai ao Senhor todas as nações, exaltai-o todos os povos.
  2. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor.

Salmos 118

  1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
  2. Diga, pois, Israel: A sua benignidade dura para sempre.
  3. Diga, pois, a casa de Arão: A sua benignidade dura para sempre.
  4. Digam, pois, os que temem ao Senhor: A sua benignidade dura para sempre.
  5. Do meio da angústia invoquei o Senhor; o Senhor me ouviu, e me pôs em um lugar largo.
  6. O Senhor é por mim, não recearei; que me pode fazer o homem?
  7. O Senhor é por mim entre os que me ajudam; pelo que verei cumprido o meu desejo sobre os que me odeiam.
  8. É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem.
  9. É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar nos príncipes.
  10. Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor eu as exterminei.
  11. Cercaram-me, sim, cercaram-me; mas em nome do Senhor eu as exterminei.
  12. Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se como fogo de espinhos; pois em nome do Senhor as exterminei.
  13. Com força me impeliste para me fazeres cair, mas o Senhor me ajudou.
  14. O Senhor é a minha força e o meu cântico; tornou-se a minha salvação.
  15. Nas tendas dos justos há jubiloso cântico de vitória; a destra do Senhor faz proezas.
  16. A destra do Senhor se exalta, a destra do Senhor faz proezas.
  17. Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor.
  18. O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou à morte.
  19. Abre-me as portas da justiça, para que eu entre por elas e dê graças ao Senhor.
  20. Esta é a porta do Senhor; por ela os justos entrarão.
  21. Graças te dou porque me ouviste, e te tornaste a minha salvação.
  22. A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular.
  23. Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos.
  24. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.
  25. Ó Senhor, salva, nós te pedimos; ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade.
  26. Bendito aquele que vem em nome do Senhor; da casa do Senhor vos bendizemos.
  27. O Senhor é Deus, e nos concede a luz; atai a vítima da festa com cordas às pontas do altar.
  28. Tu és o meu Deus, e eu te darei graças; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei.
  29. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. a tua palavra.

Salmos 119

  1. Bem-aventurados os que trilham com integridade o seu caminho, os que andam na lei do Senhor!
  2. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, que o buscam de todo o coração,
  3. que não praticam iniqüidade, mas andam nos caminhos dele!
  4. Tu ordenaste os teus preceitos, para que fossem diligentemente observados.
  5. Oxalá sejam os meus caminhos dirigidos de maneira que eu observe os teus estatutos!
  6. Então não ficarei confundido, atentando para todos os teus mandamentos.
  7. Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido as tuas retas ordenanças.
  8. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente!
  9. Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra.
  10. De todo o meu coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos teus mandamentos.
  11. Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.
  12. Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos.
  13. Com os meus lábios declaro todas as ordenanças da tua boca.
  14. Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto como em todas as riquezas.
  15. Em teus preceitos medito, e observo os teus caminhos.
  16. Deleitar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra.
  17. Faze bem ao teu servo, para que eu viva; assim observarei a tua palavra.
  18. Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.
  19. Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.
  20. A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças em todo o tempo.
  21. Tu repreendeste os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus mandamentos.
  22. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado os teus testemunhos.
  23. Príncipes sentaram-se e falavam contra mim, mas o teu servo meditava nos teus estatutos.
  24. Os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros.
  25. A minha alma apega-se ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra.
  26. Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos.
  27. Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim meditarei nas tuas maravilhas.
  28. A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra.
  29. Desvia de mim o caminho da falsidade, e ensina-me benignidade a tua lei.
  30. Escolhi o caminho da fidelidade; diante de mim pus as tuas ordenanças.
  31. Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não seja eu envergonhado.
  32. Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração.
  33. Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei até o fim.
  34. Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de todo o meu coração.
  35. Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela me comprazo.
  36. Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça.
  37. Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho.
  38. Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor.
  39. Desvia de mim o opróbrio que temo, pois as tuas ordenanças são boas.
  40. Eis que tenho anelado os teus preceitos; vivifica-me por tua justiça.
  41. Venha também sobre mim a tua benignidade, ó Senhor, e a tua salvação, segundo a tua palavra.
  42. Assim terei o que responder ao que me afronta, pois confio na tua palavra.
  43. De minha boca não tires totalmente a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos.
  44. Assim observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente;
  45. e andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos.
  46. Falarei dos teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei.
  47. Deleitar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo.
  48. Também levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo, e meditarei nos teus estatutos.
  49. Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar.
  50. Isto é a minha consolação na minha angústia, que a tua promessa me vivifica.
  51. Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei da tua lei.
  52. Lembro-me dos teus juízos antigos, ó Senhor, e assim me consolo.
  53. Grande indignação apoderou-se de mim, por causa dos ímpios que abandonam a tua lei.
  54. Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha peregrinação.
  55. De noite me lembrei do teu nome, ó Senhor, e observei a tua lei.
  56. Isto me sucedeu, porque tenho guardado os teus preceitos.
  57. O Senhor é o meu quinhão; prometo observar as tuas palavras.
  58. De todo o meu coração imploro o teu favor; tem piedade de mim, segundo a tua palavra.
  59. Quando considero os meus caminhos, volto os meus pés para os teus testemunhos.
  60. Apresso-me sem detença a observar os teus mandamentos.
  61. Enleiam-me os laços dos ímpios; mas eu não me esqueço da tua lei.
  62. Â meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus retos juízos.
  63. Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos.
  64. A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos.
  65. Tens usado de bondade para com o teu servo, Senhor, segundo a tua palavra.
  66. Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos.
  67. Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua palavra.
  68. Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos.
  69. Os soberbos forjam mentiras contra mim; mas eu de todo o coração guardo os teus preceitos.
  70. Torna-se-lhes insensível o coração como a gordura; mas eu me deleito na tua lei.
  71. Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.
  72. Melhor é para mim a lei da tua boca do que milhares de ouro e prata.
  73. As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que aprenda os teus mandamentos.
  74. Os que te temem me verão e se alegrarão, porque tenho esperado na tua palavra.
  75. Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são retos, e que em tua fidelidade me afligiste.
  76. Sirva, pois, a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu servo.
  77. Venham sobre mim as tuas ternas misericórdias, para que eu viva, pois a tua lei é o meu deleite.
  78. Envergonhados sejam os soberbos, por me haverem subvertido sem causa; mas eu meditarei nos teus preceitos.
  79. Voltem-se para mim os que te temem, para que conheçam os teus testemunhos.
  80. Seja perfeito o meu coração nos teus estatutos, para que eu não seja envergonhado.
  81. Desfalece a minha alma, aguardando a tua salvação; espero na tua palavra.
  82. Os meus olhos desfalecem, esperando por tua promessa, enquanto eu pergunto: Quando me consolarás tu?
  83. Pois tornei-me como odre na fumaça, mas não me esqueci dos teus estatutos.
  84. Quantos serão os dias do teu servo? Até quando não julgarás aqueles que me perseguem?
  85. Abriram covas para mim os soberbos, que não andam segundo a tua lei.
  86. Todos os teus mandamentos são fiéis. Sou perseguido injustamente; ajuda-me!
  87. Quase que me consumiram sobre a terra, mas eu não deixei os teus preceitos.
  88. Vivifica-me segundo a tua benignidade, para que eu guarde os testemunhos da tua boca.
  89. Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus.
  90. A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece.
  91. Conforme a tua ordenança, tudo se mantém até hoje, porque todas as coisas te obedecem.
  92. Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria perecido na minha angústia.
  93. Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado.
  94. Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos.
  95. Os ímpios me espreitam para me destruírem, mas eu atento para os teus testemunhos.
  96. A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado.
  97. Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo.
  98. O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre comigo.
  99. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação.
  100. Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos.
  101. Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de observar a tua palavra.
  102. Não me aperto das tuas ordenanças, porque és tu quem me instrui.
  103. Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca.
  104. Pelos teus preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda vereda de falsidade.
  105. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.
  106. Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas justas ordenanças.
  107. Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra.
  108. Aceita, Senhor, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, e ensina-me as tuas ordenanças.
  109. Estou continuamente em perigo de vida; todavia não me esqueço da tua lei.
  110. Os ímpios me armaram laço, contudo não me desviei dos teus preceitos.
  111. Os teus testemunhos são a minha herança para sempre, pois são eles o gozo do meu coração.
  112. Inclino o meu coração a cumprir os teus estatutos, para sempre, até o fim.
  113. Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei.
  114. Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra.
  115. Apartai-vos de mim, malfeitores, para que eu guarde os mandamentos do meu Deus.
  116. Ampara-me conforme a tua palavra, para que eu viva; e não permitas que eu seja envergonhado na minha esperança.
  117. Sustenta-me, e serei salvo, e de contínuo terei respeito aos teus estatutos.
  118. Desprezas todos os que se desviam dos teus estatutos, pois a astúcia deles é falsidade.
  119. Deitas fora, como escória, todos os ímpios da terra; pelo que amo os teus testemunhos.
  120. Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e tenho medo dos teus juízos.
  121. Tenho praticado a retidão e a justiça; não me abandones aos meus opressores.
  122. Fica por fiador do teu servo para o bem; não me oprimem os soberbos.
  123. Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.
  124. Trata com o teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus estatutos.
  125. Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos.
  126. É tempo de agires, ó Senhor, pois eles violaram a tua lei.
  127. Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro, sim, mais do que o ouro fino.
  128. Por isso dirijo os meus passos por todos os teus preceitos, e aborreço toda vereda de falsidade.
  129. Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha alma os guarda.
  130. A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples.
  131. Abro a minha boca e arquejo, pois estou anelante pelos teus mandamentos.
  132. Volta-te para mim, e compadece-te de mim, conforme usas para com os que amam o teu nome.
  133. Firma os meus passos na tua palavra; e não se apodere de mim iniqüidade alguma.
  134. Resgata-me da opressão do homem; assim guardarei os teus preceitos.
  135. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo, e ensina-me os teus estatutos.
  136. Os meus olhos derramam rios de lágrimas, porque os homens não guardam a tua lei.
  137. Justo és, ó Senhor, e retos são os teus juízos.
  138. Ordenaste os teus testemunhos com retidão, e com toda a fidelidade.
  139. O meu zelo me consome, porque os meus inimigos se esquecem da tua palavra.
  140. A tua palavra é fiel a toda prova, por isso o teu servo a ama.
  141. Pequeno sou e desprezado, mas não me esqueço dos teus preceitos.
  142. A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade.
  143. Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus mandamentos são o meu prazer.
  144. Justos são os teus testemunhos para sempre; dá-me entendimento, para que eu viva.
  145. Clamo de todo o meu coração; atende-me, Senhor! Eu guardarei os teus estatutos.
  146. A ti clamo; salva-me, para que guarde os teus testemunhos.
  147. Antecipo-me à alva da manhã e clamo; aguardo com esperança as tuas palavras.
  148. Os meus olhos se antecipam às vigílias da noite, para que eu medite na tua palavra.
  149. Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua justiça.
  150. Aproximam-se os que me perseguem maliciosamente; andam afastados da tua lei.
  151. Tu estás perto, Senhor, e todos os teus mandamentos são verdade.
  152. Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre.
  153. Olha para a minha aflição, e livra-me, pois não me esqueço da tua lei.
  154. Pleiteia a minha causa, e resgata-me; vivifica-me segundo a tua palavra.
  155. A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos.
  156. Muitas são, Senhor, as tuas misericórdias; vivifica-me segundo os teus juízos.
  157. Muitos são os meus perseguidores e os meus adversários, mas não me desvio dos teus testemunhos.
  158. Vi os pérfidos, e me afligi, porque não guardam a tua palavra.
  159. Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a tua benignidade.
  160. A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre.
  161. Príncipes me perseguem sem causa, mas o meu coração teme as tuas palavras.
  162. Regozijo-me com a tua palavra, como quem acha grande despojo.
  163. Odeio e abomino a falsidade; amo, porém, a tua lei.
  164. Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas ordenanças.
  165. Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar.
  166. Espero, Senhor, na tua salvação, e cumpro os teus mandamentos.
  167. A minha alma observa os teus testemunhos; amo-os extremamente.
  168. Observo os teus preceitos e os teus testemunhos, pois todos os meus caminhos estão diante de ti.
  169. Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor; dá-me entendimento conforme a tua palavra.
  170. Chegue à tua presença a minha súplica; livra-me segundo a tua palavra.
  171. Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus estatutos.
  172. Celebre a minha língua a tua palavra, pois todos os teus mandamentos são justos.
  173. Esteja pronta a tua mão para me socorrer, pois escolhi os teus preceitos.
  174. Anelo por tua salvação, ó Senhor; a tua lei é o meu prazer.
  175. Que minha alma viva, para que te louve; ajudem-me as tuas ordenanças.
  176. Desgarrei-me como ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos.

Salmos 120

  1. Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me ouviu.
  2. Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua enganadora.
  3. Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora?
  4. Flechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro!
  5. Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito entre as tendas de Quedar!
  6. Há muito que eu habito com aqueles que odeiam a paz.
  7. Eu sou pela paz; mas quando falo, eles são pela guerra.

Salmos 121

  1. Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro?
  2. O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
  3. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará.
  4. Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel.
  5. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita.
  6. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite.
  7. O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida.
  8. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.

Salmos 122

  1. Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.
  2. Os nossos pés estão parados dentro das tuas portas, ó Jerusalém!
  3. Jerusalém, que és edificada como uma cidade compacta,
  4. aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor.
  5. Pois ali estão postos os tronos de julgamento, os tronos da casa de Davi.
  6. Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam.
  7. Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios.
  8. Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz dentro de ti.
  9. Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.

Salmos 123

  1. A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás entronizado nos céus.
  2. Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça de nós.
  3. Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois estamos sobremodo fartos de desprezo.
  4. A nossa alma está sobremodo farta da zomabaria dos arrogantes, e do desprezo dos soberbos.

Salmos 124

  1. Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel:
  2. Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós,
  3. eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós;
  4. as águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre nós;
  5. sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós.
  6. Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles.
  7. Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.
  8. O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra.

Salmos 125

  1. Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre.
  2. Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre.
  3. Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniqüidade.
  4. Faze o bem, ó Senhor, aos bons e aos que são retos de coração.
  5. Mas aos que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o Senhor juntamente com os que praticam a maldade. Que haja paz sobre Israel.

Salmos 126

  1. Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão sonhando.
  2. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles.
  3. Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres.
  4. Faze regressar os nossos cativos, Senhor, como as correntes no sul.
  5. Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão.
  6. Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos.

Salmos 127

  1. Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
  2. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.
  3. Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.
  4. Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.
  5. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta.

Salmos 128

  1. Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.
  2. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
  3. A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa.
  4. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.
  5. De Sião o Senhor te abençoará; verás a prosperidade de Jerusalém por todos os dias da tua vida,
  6. e verás os filhos de teus filhos. A paz seja sobre Israel.

Salmos 129

  1. Gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel;
  2. gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, todavia não prevaleceram contra mim.
  3. Os lavradores araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos.
  4. O Senhor é justo; ele corta as cordas dos ímpios.
  5. Sejam envergonhados e repelidos para trás todos os que odeiam a Sião.
  6. Sejam como a erva dos telhados, que seca antes de florescer;
  7. com a qual o segador não enche a mão, nem o regaço o que ata os feixes;
  8. nem dizem os que passam: A bênção do Senhor seja sobre vós; nós vos abençoamos em nome do Senhor.

Salmos 130

  1. Das profundezas clamo a ti, ó Senhor.
  2. Senhor, escuta a minha voz; estejam os teus ouvidos atentos à voz das minhas súplicas.
  3. Se tu, Senhor, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá?
  4. Mas contigo está o perdão, para que sejas temido.
  5. Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra.
  6. A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã, sim, mais do que os guardas pela manhã.
  7. Espera, ó Israel, no Senhor! pois com o Senhor há benignidade, e com ele há copiosa redenção;
  8. e ele remirá a Israel de todas as suas iniqüidades.

Salmos 131

  1. Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para mim.
  2. Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a minha alma para comigo.
  3. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre.

Salmos 132

  1. Lembra-te, Senhor, a bem de Davi, de todas as suas aflições;
  2. como jurou ao Senhor, e fez voto ao Poderoso de Jacó, dizendo:
  3. Não entrarei na casa em que habito, nem subirei ao leito em que durmo;
  4. não darei sono aos meus olhos, nem adormecimento às minhas pálpebras,
  5. até que eu ache um lugar para o Senhor uma morada para o Poderoso de Jacó.
  6. Eis que ouvimos falar dela em Efrata, e a achamos no campo de Jaar.
  7. Entremos nos seus tabernáculos; prostremo-nos ante o escabelo de seus pés.
  8. Levanta-te, Senhor, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca da tua força.
  9. Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e exultem de júbilo os teus santos.
  10. Por amor de Davi, teu servo, não rejeites a face do teu ungido.
  11. O Senhor jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela: Do fruto das tuas entranhas porei sobre o teu trono.
  12. Se os teus filhos guardarem o meu pacto, e os meus testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu trono.
  13. Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo:
  14. Este é o lugar do meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o tenho desejado.
  15. Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados.
  16. Vestirei de salvação os seus sacerdotes; e de júbilo os seus santos exultarão
  17. Ali farei brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu ungido.
  18. Vestirei de confusão os seus inimigos; mas sobre ele resplandecerá a sua coroa.

Salmos 133

  1. Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
  2. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes;
  3. como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.

Salmos 134

  1. Eis aqui, bendizei ao Senhor, todos vós, servos do Senhor, que de noite assistis na casa do Senhor.
  2. Erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao Senhor.
  3. Desde Sião te abençoe o Senhor, que fez os céus e a terra.

Salmos 135

  1. Louvai ao Senhor. Louvai o nome do Senhor; louvai-o, servos do Senhor,
  2. vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus.
  3. Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom; cantai louvores ao seu nome, porque ele é bondoso.
  4. Porque o Senhor escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu tesouro peculiar.
  5. Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses.
  6. Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos.
  7. Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros.
  8. Foi ele que feriu os primogênitos do Egito, desde os homens até os animais;
  9. que operou sinais e prodígios no meio de ti, ó Egito, contra Faraó e contra os seus servos;
  10. que feriu muitas nações, e matou reis poderosos:
  11. a Siom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a todos os reinos de Canaã;
  12. e deu a terra deles em herança, em herança a Israel, seu povo.
  13. O teu nome, ó Senhor, subsiste para sempre; e a tua memória, ó Senhor, por todas as gerações.
  14. Pois o Senhor julgará o seu povo, e se compadecerá dos seus servos.
  15. Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens;
  16. têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
  17. têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua boca.
  18. Semelhantemente a eles se tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam.
  19. Ó casa de Israel, bendizei ao Senhor; ó casa de Arão, bendizei ao Senhor;
  20. ó casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós, os que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor.
  21. Desde Sião seja bendito o Senhor, que habita em Jerusalém. Louvai ao Senhor.

Salmos 136

  1. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
  2. Dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para sempre
  3. Dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para sempre;
  4. ao único que faz grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura para sempre;
  5. àquele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade dura para sempre;
  6. àquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade dura para sempre;
  7. àquele que fez os grandes luminares, porque a sua benignidade dura para sempre;
  8. o sol para governar de dia, porque a sua benignidade dura para sempre;
  9. a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a sua benignidade dura para sempre;
  10. àquele que feriu o Egito nos seus primogênitos, porque a sua benignidade dura para sempre;
  11. e que tirou a Israel do meio deles, porque a sua benignidade dura para sempre;
  12. com mão forte, e com braço estendido, porque a sua benignidade dura para sempre;
  13. àquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes, porque a sua benignidade dura para sempre;
  14. e fez passar Israel pelo meio dele, porque a sua benignidade dura para sempre;
  15. mas derrubou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade dura para sempre;
  16. àquele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua benignidade dura para sempre;
  17. àquele que feriu os grandes reis, porque a sua benignidade dura para sempre;
  18. e deu a morte a reis famosos, porque a sua benignidade dura para sempre.
  19. a Siom, rei dos amorreus, porque a sua benignidade dura para sempre;
  20. e a Ogue, rei de Basã, porque a sua benignidade dura para sempre;
  21. e deu a terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para sempre;
  22. sim, em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura para sempre;
  23. que se lembrou de nós em nossa humilhação, porque a sua benignidade dura para sempre;
  24. e nos libertou dos nossos inimigos, porque a sua benignidade dura para sempre;
  25. que dá alimento a toda a carne, porque a sua benignidade dura para sempre.
  26. Dai graças ao Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para sempre.

Salmos 137

  1. Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião.
  2. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas,
  3. pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião.
  4. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira?
  5. Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza.
  6. Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria.
  7. Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de Jerusalém, porque eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces.
  8. Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós;
  9. feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedra.

Salmos 138

  1. Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto louvores.
  2. Inclino-me para o teu santo templo, e louvo o teu nome pela tua benignidade, e pela tua fidelidade; pois engrandeceste acima de tudo o teu nome e a tua palavra.
  3. No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me, fortalecendo a minha alma.
  4. Todos os reis da terra de louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as palavras da tua boca;
  5. e cantarão os caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor.
  6. Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe.
  7. Embora eu ande no meio da angústia, tu me revivificas; contra a ira dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra me salva.
  8. O Senhor aperfeiçoará o que me diz respeito. A tua benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas mãos.

Salmos 139

  1. Senhor, tu me sondas, e me conheces.
  2. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
  3. Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos.
  4. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.
  5. Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão.
  6. Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir.
  7. Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença?
  8. Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.
  9. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
  10. ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
  11. Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda;
  12. nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
  13. Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe.
  14. Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
  15. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas da terra.
  16. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles.
  17. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
  18. Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.
  19. Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens sanguinários se apartassem de mim,
  20. homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal.
  21. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?
  22. Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos.
  23. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos;
  24. vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.

Salmos 140

  1. Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; guarda-me dos homens violentos,
  2. os quais maquinam maldades no coração; estão sempre projetando guerras.
  3. Aguçaram as línguas como a serpente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.
  4. Guarda-me, ó Senhor, das mãos dos ímpios; preserva-me dos homens violentos, os quais planejaram transtornar os meus passos.
  5. Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam uma rede à beira do caminho; puseram-me armadilhas.
  6. Eu disse, ao Senhor: Tu és o meu Deus; dá ouvidos, ó Senhor, à voz das minhas súplicas.
  7. Ó Senhor, meu Senhor, meu forte libertador, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha.
  8. Não concedas, ó Senhor, aos ímpios os seus desejos; não deixes ir por diante o seu mau propósito.
  9. Não levantem a cabeça os que me cercam; cubra-os a maldade dos seus lábios.
  10. Caiam sobre eles brasas vivas; sejam lançados em covas profundas, para que não se tornem a levantar!
  11. Não se estabeleça na terra o caluniador; o mal persiga o homem violento com golpe sobre golpe.
  12. Sei que o Senhor manterá a causa do aflito, e o direito do necessitado.
  13. Decerto os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença.

Salmos 141

  1. Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos à minha voz, quando a ti clamo!
  2. Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde!
  3. Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!
  4. Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas más, com aqueles que praticam a iniqüidade; e não coma eu das suas gulodices!
  5. Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios.
  6. Quando os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão que as palavras do Senhor são verdadeiras.
  7. Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos espalhados à boca do Seol.
  8. Mas os meus olhos te contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho buscado refúgio; não me deixes sem defesa!
  9. Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que praticam a iniqüidade.
  10. Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente.

Salmos 142

  1. Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico.
  2. Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação.
  3. Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço.
  4. Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim.
  5. A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes.
  6. Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu.
  7. Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem.

Salmos 143

  1. Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas! Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão;
  2. e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.
  3. Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão; fez-me habitar em lugares escuros, como aqueles que morreram há muito.
  4. Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim está desolado o meu coração.
  5. Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos.
  6. A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti.
  7. Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não escondas de mim o teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem à cova.
  8. Faze-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma.
  9. Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio.
  10. Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.
  11. Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira-me da tribulação.
  12. E por tua benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os meus adversários, pois eu sou servo.

Salmos 144

  1. Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;
  2. meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo.
  3. Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o consideres?
  4. O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa.
  5. Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem!
  6. Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os!
  7. Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do estrangeiro,
  8. cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade.
  9. A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores,
  10. sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo Davi.
  11. Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão direita é a destra da falsidade.
  12. Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um palácio.
  13. Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em nosos campos;
  14. os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em nossas ruas!
  15. Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor.

Salmos 145

  1. Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu; e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos.
  2. Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos.
  3. Grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é insondável.
  4. Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciará os teus atos poderosos.
  5. Na magnificência gloriosa da tua majestade e nas tuas obras maravilhosas meditarei;
  6. falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e eu contarei a tua grandeza.
  7. Publicarão a memória da tua grande bondade, e com júbilo celebrarão a tua justiça.
  8. Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se, e de grande benignidade.
  9. O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras.
  10. Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão.
  11. Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder,
  12. para que façam saber aos filhos dos homens os teus feitos poderosos e a glória do esplendor do teu reino.
  13. O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações.
  14. O Senhor sustém a todos os que estão a cair, e levanta a todos os que estão abatidos.
  15. Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo;
  16. abres a mão, e satisfazes o desejo de todos os viventes.
  17. Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras.
  18. Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.
  19. Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e os salva.
  20. O Senhor preserva todos os que o amam, mas a todos os ímpios ele os destrói.
  21. Publique a minha boca o louvor do Senhor; e bendiga toda a carne o seu santo nome para todo o sempre.

Salmos 146

  1. Louvai ao Senhor.Ó minha alma, louva ao Senhor.
  2. Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver.
  3. Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio.
  4. Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.
  5. Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus
  6. que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre;
  7. que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados;
  8. o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos.
  9. O Senhor preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos ímpios.
  10. O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações. Louvai ao Senhor!

Salmos 147

  1. Louvai ao Senhor; porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; pois isso é agradável, e decoroso é o louvor.
  2. O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de Israel;
  3. sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas;
  4. conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes.
  5. Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu entendimento.
  6. O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra.
  7. Cantai ao Senhor em ação de graças; com a harpa cantai louvores ao nosso Deus.
  8. Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, e que faz produzir erva sobre os montes;
  9. que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos quando clamam.
  10. Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem.
  11. O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade.
  12. Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus.
  13. Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.
  14. Ele é quem estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino trigo te farta;
  15. quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre mui velozmente.
  16. Ele dá a neve como lã, esparge a geada como cinza,
  17. e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?
  18. Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e correm as águas;
  19. ele revela a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e as suas ordenanças a Israel.
  20. Não fez assim a nenhuma das outras nações; e, quanto às suas ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao Senhor!

Salmos 148

  1. Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas!
  2. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes!
  3. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes!
  4. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus!
  5. Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados.
  6. Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará.
  7. Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os abismos;
  8. fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que excuta a sua palavra;
  9. montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os cedros;
  10. feras e todo o gado; répteis e aves voadoras;
  11. reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da terra;
  12. mancebos e donzelas; velhos e crianças!
  13. Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é excelso; a sua glória é acima da terra e do céu.
  14. Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor!

Salmos 149

  1. Louvai ao Senhor! Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na assembléia dos santos!
  2. Alegre-se Israel naquele que o fez; regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.
  3. Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e harpa.
  4. Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adorna os mansos com a salvação.
  5. Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos seus leitos.
  6. Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e na sua mão espada de dois gumes,
  7. para exercerem vingança sobre as nações, e castigos sobre os povos;
  8. para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro;
  9. para executarem neles o juízo escrito; esta honra será para todos os santos. Louvai ao Senhor!

Salmos 150

  1. Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder!
  2. Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza!
  3. Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa!
  4. Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta!
  5. Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes!
  6. Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!

Provérbios

Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas! Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes! Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes! Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus! Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados. Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará.

Salmos 148:1-6

11/03/2021

1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 | 31 | 32 | 33 | 34 | 35 | 36 | 37 | 38 | 39 | 40 | 41 | 42 ]

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Jó 1

  1. Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal.
  2. Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
  3. Possuía ele sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas, tendo também muitíssima gente ao seu serviço; de modo que este homem era o maior de todos os do Oriente.
  4. Iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs para comerem e beberem com eles.
  5. E sucedia que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; pois dizia Jó: Talvez meus filhos tenham pecado, e blasfemado de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.
  6. Ora, chegado o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.
  7. O Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela.
  8. Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?
  9. Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura Jó teme a Deus debalde?
  10. Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra.
  11. Mas estende agora a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de ti na tua face!
  12. Ao que disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo o que ele tem está no teu poder; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.
  13. Certo dia, quando seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho em casa do irmão mais velho,
  14. veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;
  15. e deram sobre eles os sabeus, e os tomaram; mataram os moços ao fio da espada, e só eu escapei para trazer-te a nova.
  16. Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e so eu escapei para trazer-te a nova.
  17. Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Os caldeus, dividindo-se em três bandos, deram sobre os camelos e os tomaram; e mataram os moços ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.
  18. Enquanto este ainda falava, veio outro e disse: Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais velho;
  19. e eis que sobrevindo um grande vento de além do deserto, deu nos quatro cantos da casa, e ela caiu sobre os mancebos, de sorte que morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.
  20. Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou;
  21. e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.
  22. Em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Jó 2

  1. Chegou outra vez o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor; e veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor.
  2. Então o Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? Respondeu Satanás ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela.
  3. Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.
  4. Então Satanás respondeu ao Senhor: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.
  5. Estende agora a mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele blasfemará de ti na tua face!
  6. Disse, pois, o Senhor a Satanás: Eis que ele está no teu poder; somente poupa-lhe a vida.
  7. Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor, e feriu Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça.
  8. E Jó, tomando um caco para com ele se raspar, sentou-se no meio da cinza.
  9. Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre.
  10. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios.
  11. Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo esse mal que lhe havia sucedido, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, Bildade o suíta e Zofar o naamatita; pois tinham combinado para virem condoer- se dele e consolá-lo.
  12. E, levantando de longe os olhos e não o reconhecendo, choraram em alta voz; e, rasgando cada um o seu manto, lançaram pó para o ar sobre as suas cabeças.
  13. E ficaram sentados com ele na terra sete dias e sete noites; e nenhum deles lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.

Jó 3

  1. Depois disso abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.
  2. E Jó falou, dizendo:
  3. Pereça o dia em que nasci, e a noite que se disse: Foi concebido um homem!
  4. Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.
  5. Reclamem-no para si as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; espante-o tudo o que escurece o dia.
  6. Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias do ano; e não entre no número dos meses.
  7. Ah! que estéril seja aquela noite, e nela não entre voz de regozijo.
  8. Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam os dias, que são peritos em suscitar o leviatã.
  9. As estrelas da alva se lhe escureçam; espere ela em vão a luz, e não veja as pálpebras da manhã;
  10. porquanto não fechou as portas do ventre de minha mãe, nem escondeu dos meus olhos a aflição.
  11. Por que não morri ao nascer? por que não expirei ao vir à luz?
  12. Por que me receberam os joelhos? e por que os seios, para que eu mamasse?
  13. Pois agora eu estaria deitado e quieto; teria dormido e estaria em repouso,
  14. com os reis e conselheiros da terra, que reedificavam ruínas para si,
  15. ou com os príncipes que tinham ouro, que enchiam as suas casas de prata;
  16. ou, como aborto oculto, eu não teria existido, como as crianças que nunca viram a luz.
  17. Ali os ímpios cessam de perturbar; e ali repousam os cansados.
  18. Ali os presos descansam juntos, e não ouvem a voz do exator.
  19. O pequeno e o grande ali estão e o servo está livre de seu senhor.
  20. Por que se concede luz ao aflito, e vida aos amargurados de alma;
  21. que anelam pela morte sem que ela venha, e cavam em procura dela mais do que de tesouros escondidos;
  22. que muito se regozijam e exultam, quando acham a sepultura?
  23. Sim, por que se concede luz ao homem cujo caminho está escondido, e a quem Deus cercou de todos os lados?
  24. Pois em lugar de meu pão vem o meu suspiro, e os meus gemidos se derramam como água.
  25. Porque aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece.
  26. Não tenho repouso, nem sossego, nem descanso; mas vem a perturbação.

Jó 4

  1. Então respondeu Elifaz, o temanita, e disse:
  2. Se alguém intentar falar-te, enfadarte-ás? Mas quem poderá conter as palavras?
  3. Eis que tens ensinado a muitos, e tens fortalecido as mãos fracas.
  4. As tuas palavras têm sustentado aos que cambaleavam, e os joelhos desfalecentes tens fortalecido.
  5. Mas agora que se trata de ti, te enfadas; e, tocando-te a ti, te desanimas.
  6. Porventura não está a tua confiança no teu temor de Deus, e a tua esperança na integridade dos teus caminhos?
  7. Lembra-te agora disto: qual o inocente que jamais pereceu? E onde foram os retos destruídos?
  8. Conforme tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam o mesmo.
  9. Pelo sopro de Deus perecem, e pela rajada da sua ira são consumidos.
  10. Cessa o rugido do leão, e a voz do leão feroz; os dentes dos leõezinhos se quebram.
  11. Perece o leão velho por falta de presa, e os filhotes da leoa andam dispersos.
  12. Ora, uma palavra se me disse em segredo, e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela.
  13. Entre pensamentos nascidos de visões noturnas, quando cai sobre os homens o sono profundo,
  14. sobrevieram-me o espanto e o tremor, que fizeram estremecer todos os meus ossos.
  15. Então um espírito passou por diante de mim; arrepiaram-se os cabelos do meu corpo.
  16. Parou ele, mas não pude discernir a sua aparencia; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, então ouvi uma voz que dizia:
  17. Pode o homem mortal ser justo diante de Deus? Pode o varão ser puro diante do seu Criador?
  18. Eis que Deus não confia nos seus servos, e até a seus anjos atribui loucura;
  19. quanto mais aos que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e que são esmagados pela traça!
  20. Entre a manhã e a tarde são destruidos; perecem para sempre sem que disso se faça caso.
  21. Se dentro deles é arrancada a corda da sua tenda, porventura não morrem, e isso sem atingir a sabedoria?

Jó 5

  1. Chama agora; há alguém que te responda; E a qual dentre os entes santos te dirigirás?
  2. Pois a dor destrói o louco, e a inveja mata o tolo.
  3. Bem vi eu o louco lançar raízes; mas logo amaldiçoei a sua habitação:
  4. Seus filhos estão longe da segurança, e são pisados nas portas, e não há quem os livre.
  5. A sua messe é devorada pelo faminto, que até dentre os espinhos a tira; e o laço abre as fauces para a fazenda deles.
  6. Porque a aflição não procede do pó, nem a tribulação brota da terra;
  7. mas o homem nasce para a tribulação, como as faíscas voam para cima.
  8. Mas quanto a mim eu buscaria a Deus, e a Deus entregaria a minha causa;
  9. o qual faz coisas grandes e inescrutáveis, maravilhas sem número.
  10. Ele derrama a chuva sobre a terra, e envia águas sobre os campos.
  11. Ele põe num lugar alto os abatidos; e os que choram são exaltados à segurança.
  12. Ele frustra as maquinações dos astutos, de modo que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito.
  13. Ele apanha os sábios na sua própria astúcia, e o conselho dos perversos se precipita.
  14. Eles de dia encontram as trevas, e ao meio-dia andam às apalpadelas, como de noite.
  15. Mas Deus livra o necessitado da espada da boca deles, e da mão do poderoso.
  16. Assim há esperança para o pobre; e a iniqüidade tapa a boca.
  17. Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso.
  18. Pois ele faz a ferida, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.
  19. Em seis angústias te livrará, e em sete o mal não te tocará.
  20. Na fome te livrará da morte, e na guerra do poder da espada.
  21. Do açoite da língua estarás abrigado, e não temerás a assolação, quando chegar.
  22. Da assolação e da fome te rirás, e dos animais da terra não terás medo.
  23. Pois até com as pedras do campo terás a tua aliança, e as feras do campo estarão em paz contigo.
  24. Saberás que a tua tenda está em paz; visitarás o teu rebanho, e nada te faltará.
  25. Também saberás que se multiplicará a tua descendência e a tua posteridade como a erva da terra.
  26. Em boa velhice irás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo.
  27. Eis que isso já o havemos inquirido, e assim o é; ouve-o, e conhece-o para teu bem.

Jó 6

  1. Então Jó, respondendo, disse:
  2. Oxalá de fato se pesasse a minhá magoa, e juntamente na balança se pusesse a minha calamidade!
  3. Pois, na verdade, seria mais pesada do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido temerárias.
  4. Porque as flechas do Todo-Poderoso se cravaram em mim, e o meu espírito suga o veneno delas; os terrores de Deus se arregimentam contra mim.
  5. Zurrará o asno montês quando tiver erva? Ou mugirá o boi junto ao seu pasto?:
  6. Pode se comer sem sal o que é insípido? Ou há gosto na clara do ovo?
  7. Nessas coisas a minha alma recusa tocar, pois são para mim qual comida repugnante.
  8. Quem dera que se cumprisse o meu rogo, e que Deus me desse o que anelo!
  9. que fosse do agrado de Deus esmagar-me; que soltasse a sua mão, e me exterminasse!
  10. Isto ainda seria a minha consolação, e exultaria na dor que não me poupa; porque não tenho negado as palavras do Santo.
  11. Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que me porte com paciência?
  12. É a minha força a força da pedra? Ou é de bronze a minha carne?
  13. Na verdade não há em mim socorro nenhum. Não me desamparou todo o auxílio eficaz?
  14. Ao que desfalece devia o amigo mostrar compaixão; mesmo ao que abandona o temor do Todo-Poderoso.
  15. Meus irmãos houveram-se aleivosamente, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam,
  16. os quais se turvam com o gelo, e neles se esconde a neve;
  17. no tempo do calor vão minguando; e quando o calor vem, desaparecem do seu lugar.
  18. As caravanas se desviam do seu curso; sobem ao deserto, e perecem.
  19. As caravanas de Tema olham; os viandantes de Sabá por eles esperam.
  20. Ficam envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem.
  21. Agora, pois, tais vos tornastes para mim; vedes a minha calamidade e temeis.
  22. Acaso disse eu: Dai-me um presente? Ou: Fazei-me uma oferta de vossos bens?
  23. Ou: Livrai-me das mãos do adversário? Ou: Resgatai-me das mãos dos opressores ?
  24. Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.
  25. Quão poderosas são as palavras da boa razão! Mas que é o que a vossa argüição reprova?
  26. Acaso pretendeis reprovar palavras, embora sejam as razões do desesperado como vento?
  27. Até quereis lançar sortes sobre o órfão, e fazer mercadoria do vosso amigo.
  28. Agora, pois, por favor, olhai para, mim; porque de certo à vossa face não mentirei.
  29. Mudai de parecer, peço-vos, não haja injustiça; sim, mudai de parecer, que a minha causa é justa.
  30. Há iniqüidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas perversas?

Jó 7

  1. Porventura não tem o homem duro serviço sobre a terra? E não são os seus dias como os do jornaleiro?
  2. Como o escravo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga,
  3. assim se me deram meses de escassez, e noites de aflição se me ordenaram.
  4. Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.
  5. A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se.
  6. Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim sem esperança.
  7. Lembra-te de que a minha vida é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver o bem.
  8. Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais.
  9. Tal como a nuvem se desfaz e some, aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir.
  10. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar o conhecerá mais.
  11. Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma.
  12. Sou eu o mar, ou um monstro marinho, para que me ponhas uma guarda?
  13. Quando digo: Confortar-me-á a minha cama, meu leito aliviará a minha queixa,
  14. então me espantas com sonhos, e com visões me atemorizas;
  15. de modo que eu escolheria antes a estrangulação, e a morte do que estes meus ossos.
  16. A minha vida abomino; não quero viver para sempre; retira-te de mim, pois os meus dias são vaidade.
  17. Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas sobre ele o teu pensamento,
  18. e cada manhã o visites, e cada momento o proves?
  19. Até quando não apartarás de mim a tua vista, nem me largarás, até que eu possa engolir a minha saliva?
  20. Se peco, que te faço a ti, ó vigia dos homens? Por que me fizeste alvo dos teus dardos? Por que a mim mesmo me tornei pesado?
  21. Por que me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Pois agora me deitarei no pó; tu me buscarás, porém eu não serei mais.

Jó 8

  1. Então respondeu Bildade, o suíta, dizendo:
  2. Até quando falarás tais coisas, e até quando serão as palavras da tua boca qual vento impetuoso?
  3. Perverteria Deus o direito? Ou perverteria o Todo-Poderoso a justiça?
  4. Se teus filhos pecaram contra ele, ele os entregou ao poder da sua transgressão.
  5. Mas, se tu com empenho buscares a Deus, e ,ao Todo-Poderoso fizeres a tua súplica,
  6. se fores puro e reto, certamente mesmo agora ele despertará por ti, e tornará segura a habitação da tua justiça.
  7. Embora tenha sido pequeno o teu princípio, contudo o teu último estado aumentará grandemente.
  8. Indaga, pois, eu te peço, da geração passada, e considera o que seus pais descobriram.
  9. Porque nós somos de ontem, e nada sabemos, porquanto nossos dias sobre a terra, são uma sombra.
  10. Não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu entendimento não proferirão palavras?
  11. Pode o papiro desenvolver-se fora de um pântano. Ou pode o junco crescer sem água?
  12. Quando está em flor e ainda não cortado, seca-se antes de qualquer outra erva.
  13. Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; a esperança do ímpio perecerá,
  14. a sua segurança se desfará, e a sua confiança será como a teia de aranha.
  15. Encostar-se-á à sua casa, porém ela não subsistirá; apegar-se-lhe-á, porém ela não permanecerá.
  16. Ele está verde diante do sol, e os seus renovos estendem-se sobre o seu jardim;
  17. as suas raízes se entrelaçam junto ao monte de pedras; até penetra o pedregal.
  18. Mas quando for arrancado do seu lugar, então este o negará, dizendo: Nunca te vi.
  19. Eis que tal é a alegria do seu caminho; e da terra outros brotarão.
  20. Eis que Deus não rejeitará ao reto, nem tomará pela mão os malfeitores;
  21. ainda de riso te encherá a boca, e os teus lábios de louvor.
  22. Teus aborrecedores se vestirão de confusão; e a tenda dos ímpios não subsistirá.

Jó 9

  1. Então Jó respondeu, dizendo:
  2. Na verdade sei que assim é; mas como pode o homem ser justo para com Deus?
  3. Se alguém quisesse contender com ele, não lhe poderia responder uma vez em mil.
  4. Ele é sábio de coração e poderoso em forças; quem se endureceu contra ele, e ficou seguro?
  5. Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e os transtorna no seu furor;
  6. o que sacode a terra do seu lugar, de modo que as suas colunas estremecem;
  7. o que dá ordens ao sol, e ele não nasce; o que sela as estrelas;
  8. o que sozinho estende os céus, e anda sobre as ondas do mar;
  9. o que fez a ursa, o Oriom, e as Plêiades, e as recâmaras do sul;
  10. o que faz coisas grandes e insondáveis, e maravilhas que não se podem contar.
  11. Eis que ele passa junto a mim, e, nao o vejo; sim, vai passando adiante, mas não o percebo.
  12. Eis que arrebata a presa; quem o pode impedir? Quem lhe dirá: Que é o que fazes?
  13. Deus não retirará a sua ira; debaixo dele se curvaram os aliados de Raabe;
  14. quanto menos lhe poderei eu responder ou escolher as minhas palavras para discutir com ele?
  15. Embora, eu seja justo, não lhe posso responder; tenho de pedir misericórdia ao meu juiz.
  16. Ainda que eu chamasse, e ele me respondesse, não poderia crer que ele estivesse escutando a minha voz.
  17. Pois ele me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa.
  18. Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.
  19. Se fosse uma prova de força, eis-me aqui, diria ele; e se fosse questão de juízo, quem o citaria para comparecer?
  20. Ainda que eu fosse justo, a minha própria boca me condenaria; ainda que eu fosse perfeito, então ela me declararia perverso:
  21. Eu sou inocente; não estimo a mim mesmo; desprezo a minha vida.
  22. Tudo é o mesmo, portanto digo: Ele destrói o reto e o ímpio.
  23. Quando o açoite mata de repente, ele zomba da calamidade dos inocentes.
  24. A terra está entregue nas mãos do ímpio. Ele cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo?
  25. Ora, os meus dias são mais velozes do que um correio; fogem, e não vêem o bem.
  26. Eles passam como balsas de junco, como águia que se lança sobre a presa.
  27. Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, mudarei o meu aspecto, e tomarei alento;
  28. então tenho pavor de todas as minhas dores; porque bem sei que não me terás por inocente.
  29. Eu serei condenado; por que, pois, trabalharei em vão?
  30. Se eu me lavar com água de neve, e limpar as minhas mãos com sabão,
  31. mesmo assim me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão.
  32. Porque ele não é homem, como eu, para eu lhe responder, para nos encontrarmos em juízo.
  33. Não há entre nós árbitro para pôr a mão sobre nós ambos.
  34. Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror;
  35. então falarei, e não o temerei; pois eu não sou assim em mim mesmo.

Jó 10

  1. Tendo tédio à minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma:
  2. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.
  3. Tens prazer em oprimir, em desprezar a obra das tuas mãos e favorecer o desígnio dos ímpios?
  4. Tens tu olhos de carne? Ou vês tu como vê o homem?
  5. São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos como os anos de um homem,
  6. para te informares da minha iniqüidade, e averiguares o meu pecado,
  7. ainda que tu sabes que eu não sou ímpio, e que não há ninguém que possa livrar-me da tua mão?
  8. As tuas mãos me fizeram e me deram forma; e te voltas agora para me consumir?
  9. Lembra-te, pois, de que do barro me formaste; e queres fazer-me tornar ao pó?
  10. Não me vazaste como leite, e não me coalhaste como queijo?
  11. De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste.
  12. Vida e misericórdia me tens concedido, e a tua providência me tem conservado o espírito.
  13. Contudo ocultaste estas coisas no teu coração; bem sei que isso foi o teu desígnio.
  14. Se eu pecar, tu me observas, e da minha iniqüidade não me absolverás.
  15. Se for ímpio, ai de mim! Se for justo, não poderei levantar a minha cabeça, estando farto de ignomínia, e de contemplar a minha miséria.
  16. Se a minha cabeça se exaltar, tu me caças como a um leão feroz; e de novo fazes maravilhas contra mim.
  17. Tu renovas contra mim as tuas testemunhas, e multiplicas contra mim a tua ira; reveses e combate estão comigo.
  18. Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, e olhos nenhuns me vissem!
  19. Então fora como se nunca houvera sido; e da madre teria sido levado para a sepultura.
  20. Não são poucos os meus dias? Cessa, pois, e deixa-me, para que por um pouco eu tome alento;
  21. antes que me vá para o lugar de que não voltarei, para a terra da escuridão e das densas trevas,
  22. terra escuríssima, como a própria escuridão, terra da sombra trevosa e do caos, e onde a própria luz é como a escuridão.

Jó 11

  1. Então respondeu Zofar, o naamatita, dizendo:
  2. Não se dará resposta à multidão de palavras? ou será justificado o homem falador?
  3. Acaso as tuas jactâncias farão calar os homens? e zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?
  4. Pois dizes: A minha doutrina é pura, e limpo sou aos teus olhos.
  5. Mas, na verdade, oxalá que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra ti,
  6. e te fizesse saber os segredos da sabedoria, pois é multiforme o seu entendimento; sabe, pois, que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade.
  7. Poderás descobrir as coisas profundas de Deus, ou descobrir perfeitamente o Todo-Poderoso?
  8. Como as alturas do céu é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o Seol; que poderás tu saber?
  9. Mais comprida é a sua medida do que a terra, e mais larga do que o mar.
  10. Se ele passar e prender alguém, e chamar a juízo, quem o poderá impedir?
  11. Pois ele conhece os homens vãos; e quando vê a iniqüidade, não atentará para ela?
  12. Mas o homem vão adquirirá entendimento, quando a cria do asno montês nascer homem.
  13. Se tu preparares o teu coração, e estenderes as mãos para ele;
  14. se há iniqüidade na tua mão, lança-a para longe de ti, e não deixes a perversidade habitar nas tuas tendas;
  15. então levantarás o teu rosto sem mácula, e estarás firme, e não temerás.
  16. Pois tu te esquecerás da tua miséria; apenas te lembrarás dela como das águas que já passaram.
  17. E a tua vida será mais clara do que o meio-dia; a escuridão dela será como a alva.
  18. E terás confiança, porque haverá esperança; olharás ao redor de ti e repousarás seguro.
  19. Deitar-te-ás, e ninguém te amedrontará; muitos procurarão obter o teu favor.
  20. Mas os olhos dos ímpios desfalecerão, e para eles não haverá refúgio; a sua esperança será o expirar.

Jó 12

  1. Então Jó respondeu, dizendo:
  2. Sem dúvida vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria.
  3. Mas eu tenho entendimento como, vos; eu não vos sou inferior. Quem não sabe tais coisas como essas?
  4. Sou motivo de riso para os meus amigos; eu, que invocava a Deus, e ele me respondia: o justo e reto servindo de irrisão!
  5. No pensamento de quem está seguro há desprezo para a desgraça; ela está preparada para aquele cujos pés resvalam.
  6. As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; os que trazem o seu deus na mão!
  7. Mas, pergunta agora às alimárias, e elas te ensinarão; e às aves do céu, e elas te farão saber;
  8. ou fala com a terra, e ela te ensinará; até os peixes o mar to declararão.
  9. Qual dentre todas estas coisas não sabe que a mão do Senhor fez isto?
  10. Na sua mão está a vida de todo ser vivente, e o espírito de todo o gênero humano.
  11. Porventura o ouvido não prova as palavras, como o paladar prova o alimento?
  12. Com os anciãos está a sabedoria, e na longura de dias o entendimento.
  13. Com Deus está a sabedoria e a força; ele tem conselho e entendimento.
  14. Eis que ele derriba, e não se pode reedificar; ele encerra na prisão, e não se pode abrir.
  15. Ele retém as águas, e elas secam; solta-as, e elas inundam a terra.
  16. Com ele está a força e a sabedoria; são dele o enganado e o enganador.
  17. Aos conselheiros leva despojados, e aos juízes faz desvairar.
  18. Solta o cinto dos reis, e lhes ata uma corda aos lombos.
  19. Aos sacerdotes leva despojados, e aos poderosos transtorna.
  20. Aos que são dignos da confiança emudece, e tira aos anciãos o discernimento.
  21. Derrama desprezo sobre os príncipes, e afrouxa o cinto dos fortes.
  22. Das trevas descobre coisas profundas, e traz para a luz a sombra da morte.
  23. Multiplica as nações e as faz perecer; alarga as fronteiras das nações, e as leva cativas.
  24. Tira o entendimento aos chefes do povo da terra, e os faz vaguear pelos desertos, sem caminho.
  25. Eles andam nas trevas às apalpadelas, sem luz, e ele os faz cambalear como um ébrio.

Jó 13

  1. Eis que os meus olhos viram tudo isto, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam.
  2. O que vós sabeis também eu o sei; não vos sou inferior.
  3. Mas eu falarei ao Todo-Poderoso, e quero defender-me perante Deus.
  4. Vós, porém, sois forjadores de mentiras, e vós todos, médicos que não valem nada.
  5. Oxalá vos calásseis de todo, pois assim passaríeis por sábios.
  6. Ouvi agora a minha defesa, e escutai os argumentos dos meus lábios.
  7. Falareis falsamente por Deus, e por ele proferireis mentiras?
  8. Fareis aceitação da sua pessoa? Contendereis a favor de Deus?
  9. Ser-vos-ia bom, se ele vos esquadrinhasse? Ou zombareis dele, como quem zomba de um homem?
  10. Certamente vos repreenderá, se em oculto vos deixardes levar de respeitos humanos.
  11. Não vos amedrontará a sua majestade? E não cairá sobre vós o seu terror?
  12. As vossas máximas são provérbios de cinza; as vossas defesas são torres de barro.
  13. Calai-vos perante mim, para que eu fale, e venha sobre mim o que vier.
  14. Tomarei a minha carne entre os meus dentes, e porei a minha vida na minha mão.
  15. Eis que ele me matará; não tenho esperança; contudo defenderei os meus caminhos diante dele.
  16. Também isso será a minha salvação, pois o ímpio não virá perante ele.
  17. Ouvi atentamente as minhas palavras, e chegue aos vossos ouvidos a minha declaração.
  18. Eis que já pus em ordem a minha causa, e sei que serei achado justo:
  19. Quem é o que contenderá comigo? Pois então me calaria e renderia o espírito.
  20. Concede-me somente duas coisas; então não me esconderei do teu rosto:
  21. desvia a tua mão rara longe de mim, e não me amedronte o teu terror.
  22. Então chama tu, e eu responderei; ou eu falarei, e me responde tu.
  23. Quantas iniqüidades e pecados tenho eu? Faze-me saber a minha transgressão e o meu pecado.
  24. Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?
  25. Acossarás uma folha arrebatada pelo vento? E perseguirás o restolho seco?
  26. Pois escreves contra mim coisas amargas, e me fazes herdar os erros da minha mocidade;
  27. também pões no tronco os meus pés, e observas todos os meus caminhos, e marcas um termo ao redor dos meus pés,
  28. apesar de eu ser como uma coisa podre que se consome, e como um vestido, ao qual rói a traça.

Jó 14

  1. O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e cheio de inquietação.
  2. Nasce como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece.
  3. Sobre esse tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar em juízo contigo?
  4. Quem do imundo tirará o puro? Ninguém.
  5. Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além deles.
  6. Desvia dele o teu rosto, para que ele descanse e, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia.
  7. Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos.
  8. Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó,
  9. contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova.
  10. O homem, porém, morre e se desfaz; sim, rende o homem o espírito, e então onde está?
  11. Como as águas se retiram de um lago, e um rio se esgota e seca,
  12. assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem será despertado de seu sono.
  13. Oxalá me escondesses no Seol, e me ocultasses até que a tua ira tenha passado; que me determinasses um tempo, e te lembrasses de mim!
  14. Morrendo o homem, acaso tornará a viver? Todos os dias da minha lida esperaria eu, até que viesse a minha mudança.
  15. Chamar-me-ias, e eu te responderia; almejarias a obra de tuas mãos.
  16. Então contarias os meus passos; não estarias a vigiar sobre o meu pecado;
  17. a minha transgressão estaria selada num saco, e ocultarias a minha iniqüidade.
  18. Mas, na verdade, a montanha cai e se desfaz, e a rocha se remove do seu lugar.
  19. As águas gastam as pedras; as enchentes arrebatam o solo; assim tu fazes perecer a esperança do homem.
  20. Prevaleces para sempre contra ele, e ele passa; mudas o seu rosto e o despedes.
  21. Os seus filhos recebem honras, sem que ele o saiba; são humilhados sem que ele o perceba.
  22. Sente as dores do seu próprio corpo somente, e só por si mesmo lamenta.

Jó 15

  1. Então respondeu Elifaz, o temanita:
  2. Porventura responderá o sábio com ciência de vento? E encherá do vento oriental o seu ventre,
  3. argüindo com palavras que de nada servem, ou com razões com que ele nada aproveita?
  4. Na verdade tu destróis a reverência, e impedes a meditação diante de Deus.
  5. Pois a tua iniqüidade ensina a tua boca, e escolhes a língua dos astutos.
  6. A tua própria boca te condena, e não eu; e os teus lábios testificam contra ti.
  7. És tu o primeiro homem que nasceu? Ou foste dado à luz antes dos outeiros?
  8. Ou ouviste o secreto conselho de Deus? E a ti só reservas a sabedoria?
  9. Que sabes tu, que nós não saibamos; que entendes, que não haja em nós?
  10. Conosco estão os encanecidos e idosos, mais idosos do que teu pai.
  11. Porventura fazes pouco caso das consolações de Deus, ou da palavra que te trata benignamente?
  12. Por que te arrebata o teu coração, e por que flamejam os teus olhos,
  13. de modo que voltas contra Deus o teú espírito, e deixas sair tais palavras da tua boca?
  14. Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo?
  15. Eis que Deus não confia nos seus santos, e nem o céu é puro aos seus olhos;
  16. quanto menos o homem abominável e corrupto, que bebe a iniqüidade como a água?
  17. Escuta-me e to mostrarei; contar-te-ei o que tenho visto
  18. (o que os sábios têm anunciado e seus pais não o ocultaram;
  19. aos quais somente era dada a terra, não havendo estranho algum passado por entre eles);
  20. Todos os dias passa o ímpio em angústia, sim, todos os anos que estão reservados para o opressor.
  21. O sonido de terrores está nos seus ouvidos; na prosperidade lhe sobrevém o assolador.
  22. Ele não crê que tornará das trevas, mas que o espera a espada.
  23. Anda vagueando em busca de pão, dizendo: Onde está? Bem sabe que o dia das trevas lhe está perto, à mão.
  24. Amedrontam-no a angústia e a tribulação; prevalecem contra ele, como um rei preparado para a peleja.
  25. Porque estendeu a sua mão contra Deus, e contra o Todo-Poderoso se porta com soberba;
  26. arremete contra ele com dura cerviz, e com as saliências do seu escudo;
  27. porquanto cobriu o seu rosto com a sua gordura, e criou carne gorda nas ilhargas;
  28. e habitou em cidades assoladas, em casas em que ninguem deveria morar, que estavam a ponto de tornar-se em montões de ruínas;
  29. não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda, nem se estenderão pela terra as suas possessões.
  30. Não escapará das trevas; a chama do fogo secará os seus ramos, e ao sopro da boca de Deus desaparecerá.
  31. Não confie na vaidade, enganando-se a si mesmo; pois a vaidade será a sua recompensa.
  32. Antes do seu dia se cumprirá, e o seu ramo não reverdecerá.
  33. Sacudirá as suas uvas verdes, como a vide, e deixará cair a sua flor como a oliveira.
  34. Pois a assembléia dos ímpios é estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno.
  35. Concebem a malícia, e dão à luz a iniqüidade, e o seu coração prepara enganos.

Jó 16

  1. Então Jó respondeu, dizendo:
  2. Tenho ouvido muitas coisas como essas; todos vós sois consoladores molestos.
  3. Não terão fim essas palavras de vento? Ou que é o que te provoca, para assim responderes?
  4. Eu também poderia falar como vós falais, se vós estivésseis em meu lugar; eu poderia amontoar palavras contra vós, e contra vós menear a minha cabeça;
  5. poderia fortalecer-vos com a minha boca, e a consolação dos meus lábios poderia mitigar a vossa dor.
  6. Ainda que eu fale, a minha dor naõ se mitiga; e embora me cale, qual é o meu alívio?
  7. Mas agora, ó Deus, me deixaste exausto; assolaste toda a minha companhia.
  8. Tu me emagreceste, e isso constitui uma testemunha contra mim; contra mim se levanta a minha magreza, e o meu rosto testifica contra mim.
  9. Na sua ira ele me despedaçou, e me perseguiu; rangeu os dentes contra mim; o meu adversário aguça os seus olhos contra mim.
  10. Os homens abrem contra mim a boca; com desprezo me ferem nas faces, e contra mim se ajuntam à uma.
  11. Deus me entrega ao ímpio, nas mãos dos iníquos me faz cair.
  12. Descansado estava eu, e ele me quebrantou; e pegou-me pelo pescoço, e me despedaçou; colocou-me por seu alvo;
  13. cercam-me os seus flecheiros. Atravessa-me os rins, e não me poupa; derrama o meu fel pela terra.
  14. Quebranta-me com golpe sobre golpe; arremete contra mim como um guerreiro.
  15. Sobre a minha pele cosi saco, e deitei a minha glória no pó.
  16. O meu rosto todo está inflamado de chorar, e há sombras escuras sobre as minhas pálpebras,
  17. embora não haja violência nas minhas maos, e seja pura a minha oração.
  18. ó terra, não cubras o meu sangue, e não haja lugar em que seja abafado o meu clamor!
  19. Eis que agora mesmo a minha testemunha está no céu, e o meu fiador nas alturas.
  20. Os meus amigos zombam de mim; mas os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus,
  21. para que ele defenda o direito que o homem tem diante de Deus e o que o filho do homem tem perante, o seu proximo.
  22. Pois quando houver decorrido poucos anos, eu seguirei o caminho por onde não tornarei.

Jó 17

  1. O meu espírito está quebrantado, os meus dias se extinguem, a sepultura me está preparada!
  2. Deveras estou cercado de zombadores, e os meus olhos contemplam a sua provocação!
  3. Dá-me, peço-te, um penhor, e sê o meu fiador para contigo; quem mais há que me dê a mão?
  4. Porque aos seus corações encobriste o entendimento, pelo que não os exaltarás.
  5. Quem entrega os seus amigos como presa, os olhos de seus filhos desfalecerão.
  6. Mas a mim me pôs por motejo dos povos; tornei-me como aquele em cujo rosto se cospe.
  7. De mágoa se escureceram os meus olhos, e todos os meus membros são como a sombra.
  8. Os retos pasmam disso, e o inocente se levanta contra o ímpio.
  9. Contudo o justo prossegue no seu caminho e o que tem mãos puras vai crescendo em força.
  10. Mas tornai vós todos, e vinde, e sábio nenhum acharei entre vós.
  11. Os meus dias passaram, malograram-se os meus propósitos, as aspirações do meu coração.
  12. Trocam a noite em dia; dizem que a luz está perto das trevas. el,
  13. Se eu olhar o Seol como a minha casa, se nas trevas estender a minha cama,
  14. se eu clamar à cova: Tu és meu pai; e aos vermes: Vós sois minha mãe e minha irmã;
  15. onde está então a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver?
  16. Acaso descerá comigo até os ferrolhos do Seol? Descansaremos juntos no pó?

Jó 18

  1. Então respondeu Bildade, o suíta:
  2. Até quando estareis à procura de palavras? considerai bem, e então falaremos.
  3. Por que somos tratados como gado, e como estultos aos vossos olhos?
  4. Oh tu, que te despedaças na tua ira, acaso por amor de ti será abandonada a terra, ou será a rocha removida do seu lugar?
  5. Na verdade, a luz do ímpio se apagará, e não resplandecerá a chama do seu fogo.
  6. A luz se escurecerá na sua tenda, e a lâmpada que está sobre ele se apagará.
  7. Os seus passos firmes se estreitarão, e o seu próprio conselho o derribará.
  8. Pois por seus próprios pés é ele lançado na rede, e pisa nos laços armados.
  9. A armadilha o apanha pelo calcanhar, e o laço o prende;
  10. a corda do mesmo está-lhe escondida na terra, e uma armadilha na vereda.
  11. Terrores o amedrontam de todos os lados, e de perto lhe perseguem os pés.
  12. O seu vigor é diminuído pela fome, e a destruição está pronta ao seu lado.
  13. São devorados os membros do seu corpo; sim, o primogênito da morte devora os seus membros.
  14. Arrancado da sua tenda, em que confiava, é levado ao rei dos terrores.
  15. Na sua tenda habita o que não lhe pertence; espalha-se enxofre sobre a sua habitação.
  16. Por baixo se secam as suas raízes, e por cima são cortados os seus ramos.
  17. A sua memória perece da terra, e pelas praças não tem nome.
  18. É lançado da luz para as trevas, e afugentado do mundo.
  19. Não tem filho nem neto entre o seu povo, e descendente nenhum lhe ficará nas moradas.
  20. Do seu dia pasmam os do ocidente, assim como os do oriente ficam sobressaltados de horror.
  21. Tais são, na verdade, as moradas do, impio, e tal é o lugar daquele que não conhece a Deus.

Jó 19

  1. Então Jó respondeu:
  2. Até quando afligireis a minha alma, e me atormentareis com palavras?
  3. Já dez vezes me haveis humilhado; não vos envergonhais de me maltratardes?
  4. Embora haja eu, na verdade, errado, comigo fica o meu erro.
  5. Se deveras vos quereis engrandecer contra mim, e me incriminar pelo meu opróbrio,
  6. sabei então que Deus é o que transtornou a minha causa, e com a sua rede me cercou.
  7. Eis que clamo: Violência! mas não sou ouvido; grito: Socorro! mas não há justiça.
  8. com muros fechou ele o meu caminho, de modo que não posso passar; e pôs trevas nas minhas veredas.
  9. Da minha honra me despojou, e tirou-me da cabeça a coroa.
  10. Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; arrancou a minha esperança, como a, uma árvore.
  11. Acende contra mim a sua ira, e me considera como um de seus adversários.
  12. Juntas as suas tropas avançam, levantam contra mim o seu caminho, e se acampam ao redor da minha tenda.
  13. Ele pôs longe de mim os meus irmãos, e os que me conhecem tornaram-se estranhos para mim.
  14. Os meus parentes se afastam, e os meus conhecidos se esquecem de, mim.
  15. Os meus domésticos e as minhas servas me têm por estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.
  16. Chamo ao meu criado, e ele não me responde; tenho que suplicar-lhe com a minha boca.
  17. O meu hÁlito é intolerável à minha mulher; sou repugnante aos filhos de minhã mae.
  18. Até os pequeninos me desprezam; quando me levanto, falam contra mim.
  19. Todos os meus amigos íntimos me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim.
  20. Os meus ossos se apegam à minha pele e à minha carne, e só escapei com a pele dos meus dentes.
  21. Compadecei-vos de mim, amigos meus; compadecei-vos de mim; pois a mão de Deus me tocou.
  22. Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne não vos fartais?
  23. Oxalá que as minhas palavras fossem escritas! Oxalá que fossem gravadas num livro!
  24. Que, com pena de ferro, e com chumbo, fossem para sempre esculpidas na rocha!
  25. Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
  26. E depois de consumida esta minha pele, então fora da minha carne verei a Deus;
  27. vê-lo-ei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, e não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim!
  28. Se disserdes: Como o havemos de perseguir! e que a causa deste mal se acha em mim,
  29. temei vós a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo.

Jó 20

  1. Então respondeu Zofar, o naamatita:
  2. Ora, os meus pensamentos me fazem responder, e por isso eu me apresso.
  3. Estou ouvindo a tua repreensão, que me envergonha, mas o espírito do meu entendimento responde por mim.
  4. Não sabes tu que desde a antigüidade, desde que o homem foi posto sobre a terra,
  5. o triunfo dos iníquos é breve, e a alegria dos ímpios é apenas dum momento?
  6. Ainda que a sua exaltação suba até o ceu, e a sua cabeça chegue até as nuvens,
  7. contudo, como o seu próprio esterco, perecerá para sempre; e os que o viam perguntarão: Onde está?
  8. Dissipar-se-á como um sonho, e não será achado; será afugentado qual uma visão da noite.
  9. Os olhos que o viam não o verão mais, nem o seu lugar o contemplará mais.
  10. Os seus filhos procurarão o favor dos pobres, e as suas mãos restituirão os seus lucros ilícitos.
  11. Os seus ossos estão cheios do vigor da sua juventude, mas este se deitará com ele no pó.
  12. Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda debaixo da sua língua,
  13. ainda que não o queira largar, antes o retenha na sua boca,
  14. contudo a sua comida se transforma nas suas entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides.
  15. Engoliu riquezas, mas vomitá-las-á; do ventre dele Deus as lançará.
  16. Veneno de áspides sorverá, língua de víbora o matará.
  17. Não verá as correntes, os rios e os ribeiros de mel e de manteiga.
  18. O que adquiriu pelo trabalho, isso restituirá, e não o engolirá; não se regozijará conforme a fazenda que ajuntou.
  19. Pois que oprimiu e desamparou os pobres, e roubou a casa que não edificou.
  20. Porquanto não houve limite à sua cobiça, nada salvará daquilo em que se deleita.
  21. Nada escapou à sua voracidade; pelo que a sua prosperidade não perdurará.
  22. Na plenitude da sua abastança, estará angustiado; toda a força da miséria virá sobre ele.
  23. Mesmo estando ele a encher o seu estômago, Deus mandará sobre ele o ardor da sua ira, que fará chover sobre ele quando for comer.
  24. Ainda que fuja das armas de ferro, o arco de bronze o atravessará.
  25. Ele arranca do seu corpo a flecha, que sai resplandecente do seu fel; terrores vêm sobre ele.
  26. Todas as trevas são reservadas paro os seus tesouros; um fogo não assoprado o consumirá, e devorará o que ficar na sua tenda.
  27. Os céus revelarão a sua iniqüidade, e contra ele a terra se levantará.
  28. As rendas de sua casa ir-se-ão; no dia da ira de Deus todas se derramarão.
  29. Esta, da parte de Deus, é a porção do ímpio; esta é a herança que Deus lhe reserva.

Jó 21

  1. Então Jó respondeu:
  2. Ouvi atentamente as minhas palavras; seja isto a vossa consolação.
  3. Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado, zombai.
  4. É porventura do homem que eu me queixo? Mas, ainda que assim fosse, não teria motivo de me impacientar?
  5. Olhai para mim, e pasmai, e ponde a mão sobre a boca.
  6. Quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne estremece de horror.
  7. Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se robustecem em poder?
  8. Os seus filhos se estabelecem à vista deles, e os seus descendentes perante os seus olhos.
  9. As suas casas estão em paz, sem temor, e a vara de Deus não está sobre eles.
  10. O seu touro gera, e não falha; pare a sua vaca, e não aborta.
  11. Eles fazem sair os seus pequeninos, como a um rebanho, e suas crianças andam saltando.
  12. Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa, e regozijam-se ao som da flauta.
  13. Na prosperidade passam os seus dias, e num momento descem ao Seol.
  14. Eles dizem a Deus: retira-te de nós, pois não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos.
  15. Que é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará, se lhe fizermos orações?
  16. Vede, porém, que eles não têm na mão a prosperidade; esteja longe de mim o conselho dos ímpios!
  17. Quantas vezes sucede que se apague a lâmpada dos ímpios? que lhes sobrevenha a sua destruição? que Deus na sua ira lhes reparta dores?
  18. que eles sejam como a palha diante do vento, e como a pragana, que o redemoinho arrebata?
  19. Deus, dizeis vós, reserva a iniqüidade do pai para seus filhos, mas é a ele mesmo que Deus deveria punir, para que o conheça.
  20. Vejam os seus próprios olhos a sua ruina, e beba ele do furor do Todo-Poderoso.
  21. Pois, que lhe importa a sua casa depois de morto, quando lhe for cortado o número dos seus meses?
  22. Acaso se ensinará ciência a Deus, a ele que julga os excelsos?
  23. Um morre em plena prosperidade, inteiramente sossegado e tranqüilo;
  24. com os seus baldes cheios de leite, e a medula dos seus ossos umedecida.
  25. Outro, ao contrário, morre em amargura de alma, não havendo provado do bem.
  26. Juntamente jazem no pó, e os vermes os cobrem.
  27. Eis que conheço os vossos pensamentos, e os maus intentos com que me fazeis injustiça.
  28. Pois dizeis: Onde está a casa do príncipe, e onde a tenda em que morava o ímpio?
  29. Porventura não perguntastes aos viandantes? e não aceitais o seu testemunho,
  30. de que o mau é preservado no dia da destruição, e poupado no dia do furor?
  31. Quem acusará diante dele o seu caminho? e quem lhe dará o pago do que fez?
  32. Ele é levado para a sepultura, e vigiam-lhe o túmulo.
  33. Os torrões do vale lhe são doces, e o seguirão todos os homens, como ele o fez aos inumeráveis que o precederam.
  34. Como, pois, me ofereceis consolações vãs, quando nas vossas respostas só resta falsidade?

Jó 22

  1. Então respondeu Elifaz, o temanita:
  2. Pode o homem ser de algum proveito a Deus? Antes a si mesmo é que o prudenté será proveitoso.
  3. Tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro em que tu faças perfeitos os teus caminhos?
  4. É por causa da tua reverência que te repreende, ou que entra contigo em juízo?
  5. Não é grande a tua malícia, e sem termo as tuas iniqüidades?
  6. Pois sem causa tomaste penhôres a teus irmaos e aos nus despojaste dos vestidos.
  7. Não deste ao cansado água a beber, e ao faminto retiveste o pão.
  8. Mas ao poderoso pertencia a terra, e o homem acatado habitava nela.
  9. Despediste vazias as viúvas, e os braços dos órfãos foram quebrados.
  10. Por isso é que estás cercado de laços, e te perturba um pavor repentino,
  11. ou trevas de modo que nada podes ver, e a inundação de águas te cobre.
  12. Não está Deus na altura do céu? Olha para as mais altas estrelas, quão elevadas estão!
  13. E dizes: Que sabe Deus? Pode ele julgar através da escuridão?
  14. Grossas nuvens o encobrem, de modo que não pode ver; e ele passeia em volta da abóbada do céu.
  15. Queres seguir a vereda antiga, que pisaram os homens iníquos?
  16. Os quais foram arrebatados antes do seu tempo; e o seu fundamento se derramou qual um rio.
  17. Diziam a Deus: retira-te de nós; e ainda: Que é que o Todo-Poderoso nos pode fazer?
  18. Contudo ele encheu de bens as suas casas. Mas longe de mim estejam os conselhos dos ímpios!
  19. Os justos o vêem, e se alegram: e os inocentes escarnecem deles,
  20. dizendo: Na verdade são exterminados os nossos adversários, e o fogo consumiu o que deixaram.
  21. Apega-te, pois, a Deus, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem.
  22. Aceita, peço-te, a lei da sua boca, e põe as suas palavras no teu coração.
  23. Se te voltares para o Todo-Poderoso, serás edificado; se lançares a iniqüidade longe da tua tenda,
  24. e deitares o teu tesouro no pó, e o ouro de Ofir entre as pedras dos ribeiros,
  25. então o Todo-Poderoso será o teu tesouro, e a tua prata preciosa.
  26. Pois então te deleitarás no Todo-Poderoso, e levantarás o teu rosto para Deus.
  27. Tu orarás a ele, e ele te ouvirá; e pagarás os teus votos.
  28. Também determinarás algum negócio, e ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos.
  29. Quando te abaterem, dirás: haja exaltação! E Deus salvará ao humilde.
  30. E livrará até o que não é inocente, que será libertado pela pureza de tuas mãos.

Jó 23

  1. Então Jó respondeu:
  2. Ainda hoje a minha queixa está em amargura; o peso da mão dele é maior do que o meu gemido.
  3. Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegar ao seu tribunal!
  4. Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos.
  5. Saberia as palavras com que ele me respondesse, e entenderia o que me dissesse.
  6. Acaso contenderia ele comigo segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele me daria ouvidos.
  7. Ali o reto pleitearia com ele, e eu seria absolvido para sempre por meu Juiz.
  8. Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não o percebo;
  9. procuro-o à esquerda, onde ele opera, mas não o vejo; viro-me para a direita, e não o diviso.
  10. Mas ele sabe o caminho por que eu ando; provando-me ele, sairei como o ouro.
  11. Os meus pés se mantiveram nas suas pisadas; guardei o seu caminho, e não me desviei dele.
  12. Nunca me apartei do preceito dos seus lábios, e escondi no meu peito as palavras da sua boca.
  13. Mas ele está resolvido; quem então pode desviá-lo? E o que ele quiser, isso fará.
  14. Pois cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo.
  15. Por isso me perturbo diante dele; e quando considero, tenho medo dele.
  16. Deus macerou o meu coração; o Todo-Poderoso me perturbou.
  17. Pois não estou desfalecido por causa das trevas, nem porque a escuridão cobre o meu rosto.

Jó 24

  1. Por que o Todo-Poderoso não designa tempos? e por que os que o conhecem não vêem os seus dias?
  2. Há os que removem os limites; roubam os rebanhos, e os apascentam.
  3. Levam o jumento do órfão, tomam em penhor o boi da viúva.
  4. Desviam do caminho os necessitados; e os oprimidos da terra juntos se escondem.
  5. Eis que, como jumentos monteses no deserto, saem eles ao seu trabalho, procurando no ermo a presa que lhes sirva de sustento para seus filhos.
  6. No campo segam o seu pasto, e vindimam a vinha do ímpio.
  7. Passam a noite nus, sem roupa, não tendo coberta contra o frio.
  8. Pelas chuvas das montanhas são molhados e, por falta de abrigo, abraçam-se com as rochas.
  9. Há os que arrancam do peito o órfão, e tomam o penhor do pobre;
  10. fazem que estes andem nus, sem roupa, e, embora famintos, carreguem os molhos.
  11. Espremem o azeite dentro dos muros daqueles homens; pisam os seus lagares, e ainda têm sede.
  12. Dentro das cidades gemem os moribundos, e a alma dos feridos clama; e contudo Deus não considera o seu clamor.
  13. Há os que se revoltam contra a luz; não conhecem os caminhos dela, e não permanecem nas suas veredas.
  14. O homicida se levanta de madrugada, mata o pobre e o necessitado, e de noite torna-se ladrão.
  15. Também os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo, dizendo: Ninguém me verá; e disfarça o rosto.
  16. Nas trevas minam as casas; de dia se conservam encerrados; não conhecem a luz.
  17. Pois para eles a profunda escuridão é a sua manhã; porque são amigos das trevas espessas.
  18. São levados ligeiramente sobre a face das águas; maldita é a sua porção sobre a terra; não tornam pelo caminho das vinhas.
  19. A sequidão e o calor desfazem as, águas da neve; assim faz o Seol aos que pecaram.
  20. A madre se esquecerá dele; os vermes o comerão gostosamente; não será mais lembrado; e a iniqüidade se quebrará como árvore.
  21. Ele despoja a estéril que não dá à luz, e não faz bem à viúva.
  22. Todavia Deus prolonga a vida dos valentes com a sua força; levantam-se quando haviam desesperado da vida.
  23. Se ele lhes dá descanso, estribam-se, nisso; e os seus olhos estão sobre os caminhos deles.
  24. Eles se exaltam, mas logo desaparecem; são abatidos, colhidos como os demais, e cortados como as espigas do trigo.
  25. Se não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas palavras?

Jó 25

  1. Então respondeu Bildade, o suíta:
  2. Com Deus estão domínio e temor; ele faz reinar a paz nas suas alturas.
  3. Acaso têm número os seus exércitos? E sobre quem não se levanta a sua luz?
  4. Como, pois, pode o homem ser justo diante de Deus, e como pode ser puro aquele que nasce da mulher?
  5. Eis que até a lua não tem brilho, e as estrelas não são puras aos olhos dele;
  6. quanto menos o homem, que é um verme, e o filho do homem, que é um vermezinho!

Jó 26

  1. Então Jó respondeu:
  2. Como tens ajudado ao que não tem força e sustentado o braço que não tem vigor!
  3. como tens aconselhado ao que não tem sabedoria, e plenamente tens revelado o verdadeiro conhecimento!
  4. Para quem proferiste palavras? E de quem é o espírito que saiu de ti?
  5. Os mortos tremem debaixo das águas, com os que ali habitam.
  6. O Seol está nu perante Deus, e não há coberta para o Abadom.
  7. Ele estende o norte sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada.
  8. Prende as águas em suas densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas.
  9. Encobre a face do seu trono, e sobre ele estende a sua nuvem.
  10. Marcou um limite circular sobre a superfície das águas, onde a luz e as trevas se confinam.
  11. As colunas do céu tremem, e se espantam da sua ameaça.
  12. Com o seu poder fez sossegar o mar, e com o seu entendimento abateu a Raabe.
  13. Pelo seu sopro ornou o céu; a sua mão traspassou a serpente veloz.
  14. Eis que essas coisas são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pequeno é o sussurro que dele, ouvimos! Mas o trovão do seu poder, quem o poderá entender?

Jó 27

  1. E prosseguindo Jó em seu discurso, disse:
  2. Vive Deus, que me tirou o direito, e o Todo-Poderoso, que me amargurou a alma;
  3. enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz,
  4. não falarão os meus lábios iniqüidade, nem a minha língua pronunciará engano.
  5. Longe de mim que eu vos dê razão; até que eu morra, nunca apartarei de mim a minha integridade.
  6. ë minha justiça me apegarei e não a largarei; o meu coração não reprova dia algum da minha vida.
  7. Seja como o ímpio o meu inimigo, e como o perverso aquele que se levantar contra mim.
  8. Pois qual é a esperança do ímpio, quando Deus o cortar, quando Deus lhe arrebatar a alma?
  9. Acaso Deus lhe ouvirá o clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?
  10. Deleitar-se-á no Todo-Poderoso, ou invocará a Deus em todo o tempo?
  11. Ensinar-vos-ei acerca do poder de Deus, e não vos encobrirei o que está com o Todo-Poderoso.
  12. Eis que todos vós já vistes isso; por que, pois, vos entregais completamente à vaidade?
  13. Esta é da parte de Deus a porção do ímpio, e a herança que os opressores recebem do Todo-Poderoso:
  14. Se os seus filhos se multiplicarem, será para a espada; e a sua prole não se fartará de pão.
  15. Os que ficarem dele, pela peste serão sepultados, e as suas viúvas não chorarão.
  16. Embora amontoe prata como pó, e acumule vestes como barro,
  17. ele as pode acumular, mas o justo as vestirá, e o inocente repartirá a prata.
  18. A casa que ele edifica é como a teia da aranha, e como a cabana que o guarda faz.
  19. Rico se deita, mas não o fará mais; abre os seus olhos, e já se foi a sua riqueza.
  20. Pavores o alcançam como um dilúvio; de noite o arrebata a tempestade.
  21. O vento oriental leva-o, e ele se vai; sim, varre-o com ímpeto do seu lugar:
  22. Pois atira contra ele, e não o poupa, e ele foge precipitadamente do seu poder.
  23. Bate palmas contra ele, e assobia contra ele do seu lugar.

Jó 28

  1. Na verdade, há minas donde se extrai a prata, e também lugar onde se refina o ouro:
  2. O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre.
  3. Os homens põem termo às trevas, e até os últimos confins exploram as pedras na escuridão e nas trevas mais densas.
  4. Abrem um poço de mina longe do lugar onde habitam; são esquecidos pelos viajantes, ficando pendentes longe dos homens, e oscilam de um lado para o outro.
  5. Quanto à terra, dela procede o pão, mas por baixo é revolvida como por fogo.
  6. As suas pedras são o lugar de safiras, e têm pó de ouro.
  7. A ave de rapina não conhece essa vereda, e não a viram os olhos do falcão.
  8. Nunca a pisaram feras altivas, nem o feroz leão passou por ela.
  9. O homem estende a mão contra a pederneira, e revolve os montes desde as suas raízes.
  10. Corta canais nas pedras, e os seus olhos descobrem todas as coisas preciosas.
  11. Ele tapa os veios d’água para que não gotejem; e tira para a luz o que estava escondido.
  12. Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar do entendimento?
  13. O homem não lhe conhece o caminho; nem se acha ela na terra dos viventes.
  14. O abismo diz: Não está em mim; e o mar diz: Ela não está comigo.
  15. Não pode ser comprada com ouro fino, nem a peso de prata se trocará.
  16. Nem se pode avaliar em ouro fino de Ofir, nem em pedras preciosas de berilo, ou safira.
  17. Com ela não se pode comparar o ouro ou o vidro; nem se trocara por jóias de ouro fino.
  18. Não se fará menção de coral nem de cristal; porque a aquisição da sabedoria é melhor que a das pérolas.
  19. Não se lhe igualará o topázio da Etiópia, nem se pode comprar por ouro puro.
  20. Donde, pois, vem a sabedoria? Onde está o lugar do entendimento?
  21. Está encoberta aos olhos de todo vivente, e oculta às aves do céu.
  22. O Abadom e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos um rumor dela.
  23. Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu lugar.
  24. Porque ele perscruta até as extremidades da terra, sim, ele vê tudo o que há debaixo do céu.
  25. Quando regulou o peso do vento, e fixou a medida das águas;
  26. quando prescreveu leis para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões;
  27. então viu a sabedoria e a manifestou; estabeleceu-a, e também a esquadrinhou.
  28. E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento.

Jó 29

  1. E prosseguindo Jó no seu discurso, disse:
  2. Ah! quem me dera ser como eu fui nos meses do passado, como nos dias em que Deus me guardava;
  3. quando a sua lâmpada luzia sobre o minha cabeça, e eu com a sua luz caminhava através das trevas;
  4. como era nos dias do meu vigor, quando o íntimo favor de Deus estava sobre a minha tenda;
  5. quando o Todo-Poderoso ainda estava comigo, e os meus filhos em redor de mim;
  6. quando os meus passos eram banhados em leite, e a rocha me deitava ribeiros de azeite!
  7. Quando eu saía para a porta da cidade, e na praça preparava a minha cadeira,
  8. os moços me viam e se escondiam, e os idosos se levantavam e se punham em pé;
  9. os príncipes continham as suas palavras, e punham a mão sobre a sua boca;
  10. a voz dos nobres emudecia, e a língua se lhes pegava ao paladar.
  11. Pois, ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; e vendo-me algum olho, dava testemunho de mim;
  12. porque eu livrava o miserável que clamava, e o órfão que não tinha quem o socorresse.
  13. A bênção do que estava a perecer vinha sobre mim, e eu fazia rejubilar-se o coração da viúva.
  14. vestia-me da retidão, e ela se vestia de mim; como manto e diadema era a minha justiça.
  15. Fazia-me olhos para o cego, e pés para o coxo;
  16. dos necessitados era pai, e a causa do que me era desconhecido examinava com diligência.
  17. E quebrava os caninos do perverso, e arrancava-lhe a presa dentre os dentes.
  18. Então dizia eu: No meu ninho expirarei, e multiplicarei os meus dias como a areia;
  19. as minhas raízes se estendem até as águas, e o orvalho fica a noite toda sobre os meus ramos;
  20. a minha honra se renova em mim, e o meu arco se revigora na minhã mão.
  21. A mim me ouviam e esperavam, e em silêncio atendiam ao meu conselho.
  22. Depois de eu falar, nada replicavam, e minha palavra destilava sobre eles;
  23. esperavam-me como à chuva; e abriam a sua boca como à chuva tardia.
  24. Eu lhes sorria quando não tinham confiança; e não desprezavam a luz do meu rosto;
  25. eu lhes escolhia o caminho, assentava-me como chefe, e habitava como rei entre as suas tropas, como aquele que consola os aflitos.

Jó 30

  1. Mas agora zombam de mim os de menos idade do que eu, cujos pais teria eu desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho.
  2. Pois de que me serviria a força das suas mãos, homens nos quais já pereceu o vigor?
  3. De míngua e fome emagrecem; andam roendo pelo deserto, lugar de ruínas e desolação.
  4. Apanham malvas junto aos arbustos, e o seu mantimento são as raízes dos zimbros.
  5. São expulsos do meio dos homens, que gritam atrás deles, como atrás de um ladrão.
  6. Têm que habitar nos desfiladeiros sombrios, nas cavernas da terra e dos penhascos.
  7. Bramam entre os arbustos, ajuntam-se debaixo das urtigas.
  8. São filhos de insensatos, filhos de gente sem nome; da terra foram enxotados.
  9. Mas agora vim a ser a sua canção, e lhes sirvo de provérbio.
  10. Eles me abominam, afastam-se de mim, e no meu rosto não se privam de cuspir.
  11. Porquanto Deus desatou a minha corda e me humilhou, eles sacudiram de si o freio perante o meu rosto.
  12. ë direita levanta-se gente vil; empurram os meus pés, e contra mim erigem os seus caminhos de destruição.
  13. Estragam a minha vereda, promovem a minha calamidade; não há quem os detenha.
  14. Vêm como por uma grande brecha, por entre as ruínas se precipitam.
  15. Sobrevieram-me pavores; é perseguida a minha honra como pelo vento; e como nuvem passou a minha felicidade.
  16. E agora dentro de mim se derrama a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim.
  17. De noite me são traspassados os ossos, e o mal que me corrói não descansa.
  18. Pela violência do mal está desfigurada a minha veste; como a gola da minha túnica, me aperta.
  19. Ele me lançou na lama, e fiquei semelhante ao pó e à cinza.
  20. Clamo a ti, e não me respondes; ponho-me em pé, e não atentas para mim.
  21. Tornas-te cruel para comigo; com a força da tua mão me persegues.
  22. Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar sobre ele, e dissolves-me na tempestade.
  23. Pois eu sei que me levarás à morte, e à casa do ajuntamento destinada a todos os viventes.
  24. Contudo não estende a mão quem está a cair? ou não clama por socorro na sua calamidade?
  25. Não chorava eu sobre aquele que estava aflito? ou não se angustiava a minha alma pelo necessitado?
  26. Todavia aguardando eu o bem, eis que me veio o mal, e esperando eu a luz, veio a escuridão.
  27. As minhas entranhas fervem e não descansam; os dias da aflição me surpreenderam.
  28. Denegrido ando, mas não do sol; levanto-me na congregação, e clamo por socorro.
  29. Tornei-me irmão dos chacais, e companheiro dos avestruzes.
  30. A minha pele enegrece e se me cai, e os meus ossos estão queimados do calor.
  31. Pelo que se tornou em pranto a minha harpa, e a minha flauta em voz dos que choram.

Jó 31

  1. Fiz pacto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?
  2. Pois que porção teria eu de Deus lá de cima, e que herança do Todo-Poderoso lá do alto?
  3. Não é a destruição para o perverso, e o desastre para os obradores da iniqüidade?
  4. Não vê ele os meus caminhos, e não conta todos os meus passos?
  5. Se eu tenho andado com falsidade, e se o meu pé se tem apressado após o engano
  6. (pese-me Deus em balanças fiéis, e conheça a minha integridade);
  7. se os meus passos se têm desviado do caminho, e se o meu coraçao tem seguido os meus olhos, e se qualquer mancha se tem pegado às minhas mãos;
  8. então semeie eu e outro coma, e seja arrancado o produto do meu campo.
  9. Se o meu coração se deixou seduzir por causa duma mulher, ou se eu tenho armado traição à porta do meu próximo,
  10. então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela.
  11. Pois isso seria um crime infame; sim, isso seria uma iniqüidade para ser punida pelos juízes;
  12. porque seria fogo que consome até Abadom, e desarraigaria toda a minha renda.
  13. Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles pleitearam comigo,
  14. então que faria eu quando Deus se levantasse? E quando ele me viesse inquirir, que lhe responderia?
  15. Aquele que me formou no ventre não o fez também a meu servo? E não foi um que nos plasmou na madre?
  16. Se tenho negado aos pobres o que desejavam, ou feito desfalecer os olhos da viúva,
  17. ou se tenho comido sozinho o meu bocado, e não tem comido dele o órfão também
  18. (pois desde a minha mocidade o órfão cresceu comigo como com seu pai, e a viúva, tenho-a guiado desde o ventre de minha mãe);
  19. se tenho visto alguém perecer por falta de roupa, ou o necessitado não ter com que se cobrir;
  20. se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com os velos dos meus cordeiros;
  21. se levantei a minha mão contra o órfao, porque na porta via a minha ajuda;
  22. então caia do ombro a minha espádua, e separe-se o meu braço da sua juntura.
  23. Pois a calamidade vinda de Deus seria para mim um horror, e eu não poderia suportar a sua majestade.
  24. Se do ouro fiz a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança;
  25. se me regozijei por ser grande a minha riqueza, e por ter a minha mão alcança o muito;
  26. se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, quando ela caminhava em esplendor,
  27. e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão;
  28. isso também seria uma iniqüidade para ser punida pelos juízes; pois assim teria negado a Deus que está lá em cima.
  29. Se me regozijei com a ruína do que me tem ódio, e se exultei quando o mal lhe sobreveio
  30. (mas eu não deixei pecar a minha boca, pedindo com imprecação a sua morte);
  31. se as pessoas da minha tenda não disseram: Quem há que não se tenha saciado com carne provida por ele?
  32. O estrangeiro não passava a noite na rua; mas eu abria as minhas portas ao viandante;
  33. se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando a minha iniqüidade no meu seio,
  34. porque tinha medo da grande multidão, e o desprezo das famílias me aterrorizava, de modo que me calei, e não saí da porta…
  35. Ah! quem me dera um que me ouvisse! Eis a minha defesa, que me responda o Todo-Poderoso! Oxalá tivesse eu a acusação escrita pelo meu adversário!
  36. Por certo eu a levaria sobre o ombro, sobre mim a ataria como coroa.
  37. Eu lhe daria conta dos meus passos; como príncipe me chegaria a ele
  38. Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem;
  39. se comi os seus frutos sem dinheiro, ou se fiz que morressem os seus donos;
  40. por trigo me produza cardos, e por cevada joio. Acabaram-se as palavras de Jó.

Jó 32

  1. E aqueles três homens cessaram de responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos.
  2. Então se acendeu a ira de Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão; acendeu-se a sua ira contra Jó, porque este se justificava a si mesmo, e não a Deus.
  3. Também contra os seus três amigos se acendeu a sua ira, porque não tinham achado o que responder, e contudo tinham condenado a Jó.
  4. Ora, Eliú havia esperado para falar a Jó, porque eles eram mais idosos do que ele.
  5. Quando, pois, Eliú viu que não havia resposta na boca daqueles três homens, acendeu-se-lhe a ira.
  6. Então respondeu Eliú, filho de Baraquel, o buzita, dizendo: Eu sou de pouca idade, e vós sois, idosos; arreceei-me e temi de vos declarar a minha opinião.
  7. Dizia eu: Falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria.
  8. Há, porém, um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido.
  9. Não são os velhos que são os sábios, nem os anciãos que entendem o que é reto.
  10. Pelo que digo: Ouvi-me, e também eu declararei a minha opinião.
  11. Eis que aguardei as vossas palavras, escutei as vossas considerações, enquanto buscáveis o que dizer.
  12. Eu, pois, vos prestava toda a minha atenção, e eis que não houve entre vós quem convencesse a Jó, nem quem respondesse às suas palavras;
  13. pelo que não digais: Achamos a sabedoria; Deus é que pode derrubá-lo, e não o homem.
  14. Ora ele não dirigiu contra mim palavra alguma, nem lhe responderei com as vossas palavras.
  15. Estão pasmados, não respondem mais; faltam-lhes as palavras.
  16. Hei de eu esperar, porque eles não falam, porque já pararam, e não respondem mais?
  17. Eu também darei a minha resposta; eu também declararei a minha opinião.
  18. Pois estou cheio de palavras; o espírito dentro de mim me constrange.
  19. Eis que o meu peito é como o mosto, sem respiradouro, como odres novos que estão para arrebentar.
  20. Falarei, para que ache alívio; abrirei os meus lábios e responderei:
  21. Que não faça eu acepção de pessoas, nem use de lisonjas para com o homem.
  22. Porque não sei usar de lisonjas; do contrário, em breve me levaria o meu Criador.

Jó 33

  1. Ouve, pois, as minhas palavras, ó Jó, e dá ouvidos a todas as minhas declaraçoes.
  2. Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar.
  3. As minhas palavras declaram a integridade do meu coração, e os meus lábios falam com sinceridade o que sabem.
  4. O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.
  5. Se podes, responde-me; põe as tuas palavras em ordem diante de mim; apresenta-te.
  6. Eis que diante de Deus sou o que tu és; eu também fui formado do barro.
  7. Eis que não te perturbará nenhum medo de mim, nem será pesada sobre ti a minha mão.
  8. Na verdade tu falaste aos meus ouvidos, e eu ouvi a voz das tuas palavras. Dizias:
  9. Limpo estou, sem transgressão; puro sou, e não há em mim iniqüidade.
  10. Eis que Deus procura motivos de inimizade contra mim, e me considera como o seu inimigo.
  11. Põe no tronco os meus pés, e observa todas as minhas veredas.
  12. Eis que nisso não tens razão; eu te responderei; porque Deus e maior do que o homem.
  13. Por que razão contendes com ele por não dar conta dos seus atos?
  14. Pois Deus fala de um modo, e ainda de outro se o homem não lhe atende.
  15. Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, quando adormecem na cama;
  16. então abre os ouvidos dos homens, e os atemoriza com avisos,
  17. para apartar o homem do seu desígnio, e esconder do homem a soberba;
  18. para reter a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada.
  19. Também é castigado na sua cama com dores, e com incessante contenda nos seus ossos;
  20. de modo que a sua vida abomina o pão, e a sua alma a comida apetecível.
  21. Consome-se a sua carne, de maneira que desaparece, e os seus ossos, que não se viam, agora aparecem.
  22. A sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida aos que trazem a morte.
  23. Se com ele, pois, houver um anjo, um intérprete, um entre mil, para declarar ao homem o que lhe é justo,
  24. então terá compaixão dele, e lhe dirá: Livra-o, para que não desça à cova; já achei resgate.
  25. Sua carne se reverdecerá mais do que na sua infância; e ele tornará aos dias da sua juventude.
  26. Deveras orará a Deus, que lhe será propício, e o fará ver a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça.
  27. Cantará diante dos homens, e dirá: Pequei, e perverti o direito, o que de nada me aproveitou.
  28. Mas Deus livrou a minha alma de ir para a cova, e a minha vida verá a luz.
  29. Eis que tudo isto Deus faz duas e três vezes para com o homem,
  30. para reconduzir a sua alma da cova, a fim de que seja iluminado com a luz dos viventes.
  31. Escuta, pois, ó Jó, ouve-me; cala-te, e eu falarei.
  32. Se tens alguma coisa que dizer, responde-me; fala, porque desejo justificar-te.
  33. Se não, escuta-me tu; cala-te, e ensinar-te-ei a sabedoria.

Jó 34

  1. Prosseguiu Eliú, dizendo:
  2. Ouvi, vós, sábios, as minhas palavras; e vós, entendidos, inclinai os ouvidos para mim.
  3. Pois o ouvido prova as palavras, como o paladar experimenta a comida.
  4. O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom.
  5. Pois Jó disse: Sou justo, e Deus tirou-me o direito.
  6. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.
  7. Que homem há como Jó, que bebe o escárnio como água,
  8. que anda na companhia dos malfeitores, e caminha com homens ímpios?
  9. Porque disse: De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus.
  10. Pelo que ouvi-me, vós homens de entendimento: longe de Deus o praticar a maldade, e do Todo-Poderoso o cometer a iniqüidade!
  11. Pois, segundo a obra do homem, ele lhe retribui, e faz a cada um segundo o seu caminho.
  12. Na verdade, Deus não procederá impiamente, nem o Todo-Poderoso perverterá o juízo.
  13. Quem lhe entregou o governo da terra? E quem lhe deu autoridade sobre o mundo todo?
  14. Se ele retirasse para si o seu espírito, e recolhesse para si o seu fôlego,
  15. toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó.
  16. Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto, inclina os ouvidos às palavras que profiro.
  17. Acaso quem odeia o direito governará? Quererás tu condenar aquele que é justo e poderoso?
  18. aquele que diz a um rei: ó vil? e aos príncipes: ó ímpios?
  19. que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obra de suas mãos?
  20. Eles num momento morrem; e à meia-noite os povos são perturbados, e passam, e os poderosos são levados não por mão humana.
  21. Porque os seus olhos estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos.
  22. Não há escuridão nem densas trevas, onde se escondam os obradores da iniqüidade.
  23. Porque Deus não precisa observar por muito tempo o homem para que este compareça perante ele em juízo.
  24. Ele quebranta os fortes, sem inquiriçao, e põe outros em lugar deles.
  25. Pois conhecendo ele as suas obras, de noite os transtorna, e ficam esmagados.
  26. Ele os fere como ímpios, à vista dos circunstantes;
  27. porquanto se desviaram dele, e não quiseram compreender nenhum de seus caminhos,
  28. de sorte que o clamor do pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos.
  29. Se ele dá tranqüilidade, quem então o condenará? Se ele encobrir o rosto, quem então o poderá contemplar, quer seja uma nação, quer seja um homem só?
  30. para que o ímpio não reine, e não haja quem iluda o povo.
  31. Pois, quem jamais disse a Deus: Sofri, ainda que não pequei;
  32. o que não vejo, ensina-me tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer?
  33. Será a sua recompensa como queres, para que a recuses? Pois tu tens que fazer a escolha, e não eu; portanto fala o que sabes.
  34. Os homens de entendimento dir-me-ão, e o varão sábio, que me ouvir:
  35. Jó fala sem conhecimento, e às suas palavras falta sabedoria.
  36. Oxalá que Jó fosse provado até o fim; porque responde como os iníquos.
  37. Porque ao seu pecado acrescenta a rebelião; entre nós bate as palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.

Jó 35

  1. Disse mais Eliú:
  2. Tens por direito dizeres: Maior é a minha justiça do que a de Deus?
  3. Porque dizes: Que me aproveita? Que proveito tenho mais do que se eu tivera pecado?
  4. Eu te darei respostas, a ti e aos teus amigos contigo.
  5. Atenta para os céus, e vê; e contempla o firmamento que é mais alto do que tu.
  6. Se pecares, que efetuarás contra ele? Se as tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás com isso?
  7. Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá ele da tua mão?
  8. A tua impiedade poderia fazer mal a outro tal como tu; e a tua justiça poderia aproveitar a um filho do homem.
  9. Por causa da multidão das opressões os homens clamam; clamam por socorro por causa do braço dos poderosos.
  10. Mas ninguém diz: Onde está Deus meu Criador, que inspira canções durante a noite;
  11. que nos ensina mais do que aos animais da terra, e nos faz mais sábios do que as aves do céu?
  12. Ali clamam, porém ele não responde, por causa da arrogância os maus.
  13. Certo é que Deus não ouve o grito da vaidade, nem para ela atentará o Todo-Poderoso.
  14. Quanto menos quando tu dizes que não o vês. A causa está perante ele; por isso espera nele.
  15. Mas agora, porque a sua ira ainda não se exerce, nem grandemente considera ele a arrogância,
  16. por isso abre Jó em vão a sua boca, e sem conhecimento multiplica palavras.

Jó 36

  1. Prosseguiu ainda Eliú e disse:
  2. Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há razões a favor de Deus.
  3. De longe trarei o meu conhecimento, e ao meu criador atribuirei a justiça.
  4. Pois, na verdade, as minhas palavras não serão falsas; contigo está um que tem perfeito conhecimento.
  5. Eis que Deus é mui poderoso, contudo a ninguém despre grande é no poder de entendimento.
  6. Ele não preserva a vida do ímpio, mas faz justiça aos aflitos.
  7. Do justo não aparta os seus olhos; antes com os reis no trono os faz sentar para sempre, e assim são exaltados.
  8. E se estão presos em grilhões, e amarrados com cordas de aflição,
  9. então lhes faz saber a obra deles, e as suas transgressões, porquanto se têm portado com soberba.
  10. E abre-lhes o ouvido para a instrução, e ordena que se convertam da iniqüidade.
  11. Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus dias em prosperidade, e os seus anos em delícias.
  12. Mas se não o ouvirem, à espada serão passados, e expirarão sem conhecimento.
  13. Assim os ímpios de coração amontoam, a sua ira; e quando Deus os põe em grilhões, não clamam por socorro.
  14. Eles morrem na mocidade, e a sua vida perece entre as prostitutas.
  15. Ao aflito livra por meio da sua aflição, e por meio da opressão lhe abre os ouvidos.
  16. Assim também quer induzir-te da angústia para um lugar espaçoso, em que não há aperto; e as iguarias da tua mesa serão cheias de gordura.
  17. Mas tu estás cheio do juízo do ímpio; o juízo e a justiça tomam conta de ti.
  18. Cuida, pois, para que a ira não te induza a escarnecer, nem te desvie a grandeza do resgate.
  19. Prevalecerá o teu clamor, ou todas as forças da tua fortaleza, para que não estejas em aperto?
  20. Não suspires pela noite, em que os povos sejam tomados do seu lugar.
  21. Guarda-te, e não declines para a iniqüidade; porquanto isso escolheste antes que a aflição.
  22. Eis que Deus é excelso em seu poder; quem é ensinador como ele?
  23. Quem lhe prescreveu o seu caminho? Ou quem poderá dizer: Tu praticaste a injustiça?
  24. Lembra-te de engrandecer a sua obra, de que têm cantado os homens.
  25. Todos os homens a vêem; de longe a contempla o homem.
  26. Eis que Deus é grande, e nós não o conhecemos, e o número dos seus anos não se pode esquadrinhar.
  27. Pois atrai a si as gotas de água, e do seu vapor as destila em chuva,
  28. que as nuvens derramam e gotejam abundantemente sobre o homem.
  29. Poderá alguém entender as dilatações das nuvens, e os trovões do seu pavilhão?
  30. Eis que ao redor de si estende a sua luz, e cobre o fundo do mar.
  31. Pois por estas coisas julga os povos e lhes dá mantimento em abundância.
  32. Cobre as mãos com o relâmpago, e dá-lhe ordem para que fira o alvo.
  33. O fragor da tempestade dá notícia dele; até o gado pressente a sua aproximação.

Jó 37

  1. Sobre isso também treme o meu coração, e salta do seu lugar.
  2. Dai atentamente ouvidos ao estrondo da voz de Deus e ao sonido que sai da sua boca.
  3. Ele o envia por debaixo de todo o céu, e o seu relâmpago até os confins da terra.
  4. Depois do relâmpago ruge uma grande voz; ele troveja com a sua voz majestosa; e não retarda os raios, quando é ouvida a sua voz.
  5. Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não compreendemos.
  6. Pois à neve diz: Cai sobre a terra; como também às chuvas e aos aguaceiros: Sede copiosos.
  7. Ele sela as mãos de todo homem, para que todos saibam que ele os fez.
  8. E as feras entram nos esconderijos e ficam nos seus covis.
  9. Da recâmara do sul sai o tufão, e do norte o frio.
  10. Ao sopro de Deus forma-se o gelo, e as largas águas são congeladas.
  11. Também de umidade carrega as grossas nuvens; as nuvens espalham relâmpagos.
  12. Fazem evoluções sob a sua direção, para efetuar tudo quanto lhes ordena sobre a superfície do mundo habitável:
  13. seja para disciplina, ou para a sua terra, ou para beneficência, que as faça vir.
  14. A isto, Jó, inclina os teus ouvidos; pára e considera as obras maravilhosas de Deus.
  15. Sabes tu como Deus lhes dá as suas ordens, e faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem?
  16. Compreendes o equilíbrio das nuvens, e as maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos;
  17. tu cujas vestes são quentes, quando há calma sobre a terra por causa do vento sul?
  18. Acaso podes, como ele, estender o firmamento, que é sólido como um espelho fundido?
  19. Ensina-nos o que lhe diremos; pois nós nada poderemos pôr em boa ordem, por causa das trevas.
  20. Contar-lhe-ia alguém que eu quero falar. Ou desejaria um homem ser devorado?
  21. E agora o homem não pode olhar para o sol, que resplandece no céu quando o vento, tendo passado, o deixa limpo.
  22. Do norte vem o áureo esplendor; em Deus há tremenda majestade.
  23. Quanto ao Todo-Poderoso, não o podemos compreender; grande é em poder e justiça e pleno de retidão; a ninguém, pois, oprimirá.
  24. Por isso o temem os homens; ele não respeita os que se julgam sábios.

Jó 38

  1. Depois disso o Senhor respondeu a Jó dum redemoinho, dizendo:
  2. Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
  3. Agora cinge os teus lombos, como homem; porque te perguntarei, e tu me responderás.
  4. Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento.
  5. Quem lhe fixou as medidas, se é que o sabes? ou quem a mediu com o cordel?
  6. Sobre que foram firmadas as suas bases, ou quem lhe assentou a pedra de esquina,
  7. quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?
  8. Ou quem encerrou com portas o mar, quando este rompeu e saiu da madre;
  9. quando eu lhe pus nuvens por vestidura, e escuridão por faixas,
  10. e lhe tracei limites, pondo-lhe portas e ferrolhos,
  11. e lhe disse: Até aqui virás, porém não mais adiante; e aqui se quebrarão as tuas ondas orgulhosas?
  12. Desde que começaram os teus dias, deste tu ordem à madrugada, ou mostraste à alva o seu lugar,
  13. para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela?
  14. A terra se transforma como o barro sob o selo; e todas as coisas se assinalam como as cores dum vestido.
  15. E dos ímpios é retirada a sua luz, e o braço altivo se quebranta.
  16. Acaso tu entraste até os mananciais do mar, ou passeaste pelos recessos do abismo?
  17. Ou foram-te descobertas as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?
  18. Compreendeste a largura da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isso.
  19. Onde está o caminho para a morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar,
  20. para que às tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas para a sua casa?
  21. De certo tu o sabes, porque já então eras nascido, e porque é grande o número dos teus dias!
  22. Acaso entraste nos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva,
  23. que eu tenho reservado para o tempo da angústia, para o dia da peleja e da guerra?
  24. Onde está o caminho para o lugar em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?
  25. Quem abriu canais para o aguaceiro, e um caminho para o relâmpago do trovão;
  26. para fazer cair chuva numa terra, onde não há ninguém, e no deserto, em que não há gente;
  27. para fartar a terra deserta e assolada, e para fazer crescer a tenra relva?
  28. A chuva porventura tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho?
  29. Do ventre de quem saiu o gelo? E quem gerou a geada do céu?
  30. Como pedra as águas se endurecem, e a superfície do abismo se congela.
  31. Podes atar as cadeias das Plêiades, ou soltar os atilhos do Oriom?
  32. Ou fazer sair as constelações a seu tempo, e guiar a ursa com seus filhos?
  33. Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o seu domínio sobre a terra?
  34. Ou podes levantar a tua voz até as nuvens, para que a abundância das águas te cubra?
  35. Ou ordenarás aos raios de modo que saiam? Eles te dirão: Eis-nos aqui?
  36. Quem pôs sabedoria nas densas nuvens, ou quem deu entendimento ao meteoro?
  37. Quem numerará as nuvens pela sabedoria? Ou os odres do céu, quem os esvaziará,
  38. quando se funde o pó em massa, e se pegam os torrões uns aos outros?
  39. Podes caçar presa para a leoa, ou satisfazer a fome dos filhos dos leões,
  40. quando se agacham nos covis, e estão à espreita nas covas?
  41. Quem prepara ao corvo o seu alimento, quando os seus pintainhos clamam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?

Jó 39

  1. Sabes tu o tempo do parto das cabras montesas, ou podes observar quando é que parem as corças?
  2. Podes contar os meses que cumprem, ou sabes o tempo do seu parto?
  3. Encurvam-se, dão à luz as suas crias, lançam de si a sua prole.
  4. Seus filhos enrijam, crescem no campo livre; saem, e não tornam para elas:
  5. Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao asno veloz,
  6. ao qual dei o ermo por casa, e a terra salgada por morada?
  7. Ele despreza o tumulto da cidade; não obedece os gritos do condutor.
  8. O circuito das montanhas é o seu pasto, e anda buscando tudo o que está verde.
  9. Quererá o boi selvagem servir-te? ou ficará junto à tua manjedoura?
  10. Podes amarrar o boi selvagem ao arado com uma corda, ou esterroará ele após ti os vales?
  11. Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo o teu trabalho?
  12. Fiarás dele que te torne o que semeaste e o recolha à tua eira?
  13. Movem-se alegremente as asas da avestruz; mas é benigno o adorno da sua plumagem?
  14. Pois ela deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó,
  15. e se esquece de que algum pé os pode pisar, ou de que a fera os pode calcar.
  16. Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; embora se perca o seu trabalho, ela está sem temor;
  17. porque Deus a privou de sabedoria, e não lhe repartiu entendimento.
  18. Quando ela se levanta para correr, zomba do cavalo, e do cavaleiro.
  19. Acaso deste força ao cavalo, ou revestiste de força o seu pescoço?
  20. Fizeste-o pular como o gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas.
  21. Escarva no vale, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados.
  22. Ri-se do temor, e não se espanta; e não torna atrás por causa da espada.
  23. Sobre ele rangem a aljava, a lança cintilante e o dardo.
  24. Tremendo e enfurecido devora a terra, e não se contém ao som da trombeta.
  25. Toda vez que soa a trombeta, diz: Eia! E de longe cheira a guerra, e o trovão dos capitães e os gritos.
  26. É pelo teu entendimento que se eleva o gavião, e estende as suas asas para o sul?
  27. Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho?
  28. Mora nas penhas e ali tem a sua pousada, no cume das penhas, no lugar seguro.
  29. Dali descobre a presa; seus olhos a avistam de longe.
  30. Seus filhos chupam o sangue; e onde há mortos, ela aí está.

Jó 40

  1. Disse mais o Senhor a Jó:
  2. Contenderá contra o Todo-Poderoso o censurador? Quem assim argúi a Deus, responda a estas coisas.
  3. Então Jó respondeu ao Senhor, e disse:
  4. Eis que sou vil; que te responderia eu? Antes ponho a minha mão sobre a boca.
  5. Uma vez tenho falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei.
  6. Então, do meio do redemoinho, o Senhor respondeu a Jó:
  7. Cinge agora os teus lombos como homem; eu te perguntarei a ti, e tu me responderás.
  8. Farás tu vão também o meu juízo, ou me condenarás para te justificares a ti?
  9. Ou tens braço como Deus; ou podes trovejar com uma voz como a dele?
  10. Orna-te, pois, de excelência e dignidade, e veste-te de glória e de esplendor.
  11. Derrama as inundações da tua ira, e atenta para todo soberbo, e abate-o.
  12. Olha para todo soberbo, e humilha-o, e calca aos pés os ímpios onde estão.
  13. Esconde-os juntamente no pó; ata-lhes os rostos no lugar escondido.
  14. Então também eu de ti confessarei que a tua mão direita te poderá salvar.
  15. Contempla agora o hipopótamo, que eu criei como a ti, que come a erva como o boi.
  16. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre.
  17. Ele enrija a sua cauda como o cedro; os nervos das suas coxas são entretecidos.
  18. Os seus ossos são como tubos de bronze, as suas costelas como barras de ferro.
  19. Ele é obra prima dos caminhos de Deus; aquele que o fez o proveu da sua espada.
  20. Em verdade os montes lhe produzem pasto, onde todos os animais do campo folgam.
  21. Deita-se debaixo dos lotos, no esconderijo dos canaviais e no pântano.
  22. Os lotos cobrem-no com sua sombra; os salgueiros do ribeiro o cercam.
  23. Eis que se um rio trasborda, ele não treme; sente-se seguro ainda que o Jordão se levante até a sua boca.
  24. Poderá alguém apanhá-lo quando ele estiver de vigia, ou com laços lhe furar o nariz?

Jó 41

  1. Poderás tirar com anzol o leviatã, ou apertar-lhe a língua com uma corda?
  2. Poderás meter-lhe uma corda de junco no nariz, ou com um gancho furar a sua queixada?
  3. Porventura te fará muitas súplicas, ou brandamente te falará?
  4. Fará ele aliança contigo, ou o tomarás tu por servo para sempre?
  5. Brincarás com ele, como se fora um pássaro, ou o prenderás para tuas meninas?
  6. Farão os sócios de pesca tráfico dele, ou o dividirão entre os negociantes?
  7. Poderás encher-lhe a pele de arpões, ou a cabeça de fisgas?
  8. Põe a tua mão sobre ele; lembra-te da peleja; nunca mais o farás!
  9. Eis que é vã a esperança de apanhá-lo; pois não será um homem derrubado só ao vê-lo?
  10. Ninguém há tão ousado, que se atreva a despertá-lo; quem, pois, é aquele que pode erguer-se diante de mim?
  11. Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois tudo quanto existe debaixo de todo céu é meu.
  12. Não me calarei a respeito dos seus membros, nem da sua grande força, nem da graça da sua estrutura.
  13. Quem lhe pode tirar o vestido exterior? Quem lhe penetrará a couraça dupla?
  14. Quem jamais abriu as portas do seu rosto? Pois em roda dos seus dentes está o terror.
  15. As suas fortes escamas são o seu orgulho, cada uma fechada como por um selo apertado.
  16. Uma à outra se chega tão perto, que nem o ar passa por entre elas.
  17. Umas às outras se ligam; tanto aderem entre si, que não se podem separar.
  18. Os seus espirros fazem resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.
  19. Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
  20. Dos seus narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que ardem.
  21. O seu hálito faz incender os carvões, e da sua boca sai uma chama.
  22. No seu pescoço reside a força; e diante dele anda saltando o terror.
  23. Os tecidos da sua carne estão pegados entre si; ela é firme sobre ele, não se pode mover.
  24. O seu coração é firme como uma pedra; sim, firme como a pedra inferior dumá mó.
  25. Quando ele se levanta, os valentes são atemorizados, e por causa da consternação ficam fora de si.
  26. Se alguém o atacar com a espada, essa não poderá penetrar; nem tampouco a lança, nem o dardo, nem o arpão.
  27. Ele considera o ferro como palha, e o bronze como pau podre.
  28. A seta não o poderá fazer fugir; para ele as pedras das fundas se tornam em restolho.
  29. Os bastões são reputados como juncos, e ele se ri do brandir da lança.
  30. Debaixo do seu ventre há pontas agudas; ele se estende como um trilho sobre o lodo.
  31. As profundezas faz ferver, como uma panela; torna o mar como uma vasilha de ungüento.
  32. Após si deixa uma vereda luminosa; parece o abismo tornado em brancura de cãs.
  33. Na terra não há coisa que se lhe possa comparar; pois foi feito para estar sem pavor.
  34. Ele vê tudo o que é alto; é rei sobre todos os filhos da soberba.

Jó 42

  1. Então respondeu Jó ao Senhor:
  2. Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
  3. Quem é este que sem conhecimento obscurece o conselho? por isso falei do que não entendia; coisas que para mim eram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia.
  4. Ouve, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me responderas.
  5. Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.
  6. Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza.
  7. Sucedeu pois que, acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
  8. Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa estultícia; porque vós não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.
  9. Então foram Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita, e fizeram como o Senhor lhes ordenara; e o Senhor aceitou a Jó.
  10. O Senhor, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía.
  11. Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro.
  12. E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.
  13. Também teve sete filhos e três filhas.
  14. E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque.
  15. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.
  16. Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração.
  17. Então morreu Jó, velho e cheio de dias.

Ester Salmos

Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo? Eis que Deus não confia nos seus santos, e nem o céu é puro aos seus olhos; quanto menos o homem abominável e corrupto, que bebe a iniqüidade como a água?

Jó 15:14-16

11/03/2021

Ester

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Ester 1

  1. Sucedeu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e seis províncias,
  2. que, estando o rei Assuero assentado no seu trono do seu reino em Susã, a capital,
  3. no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete a todos os seus príncipes e seus servos, estando assim perante ele o poder da Pérsia e da Média, os nobres e os oficiais das províncias.
  4. Nessa ocasião ostentou as riquezas do seu glorioso reino, e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber cento e oitenta dias.
  5. E, acabado aqueles dias, deu o rei um banquete a todo povo que se achava em Susã, a capital, tanto a grandes como a pequenos, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.
  6. As cortinas eram de pano branco verde e azul celeste, atadas com cordões de linho fino e de púrpura a argola de prata e a colunas de mármore; os leitos eram de ouro e prata sobre um pavimento mosaico de pórfiro, de mármore, de madrepérola e de pedras preciosas.
  7. Dava-se de beber em copos de ouro, os quais eram diferentes uns dos outros; e havia vinho real em abundância, segundo a generosidade do rei.
  8. E bebiam como estava prescrito, sem constrangimento; pois o rei tinha ordenado a todos os oficiais do palácio que fizessem conforme a vontade de cada um.
  9. Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres no palácio do rei Assuero.
  10. Ao sétimo dia, o rei, estando já o seu coração alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigta, Abagta, Zétar e Carcás, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,
  11. que introduzissem à presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, pois era formosíssima.
  12. A rainha Vasti, porém, recusou atender à ordem do rei dada por intermédio dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e se inflamou de ira.
  13. Então perguntou o rei aos sábios que conheciam os tempos (pois assim se tratavam os negócios do rei, na presença de todos os que sabiam a lei e o direito;
  14. e os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, Memucã, os sete príncipes da Pérsia e da Média, que viam o rosto do rei e ocupavam os primeiros assentos no reino)
  15. o que se devia fazer, segundo a lei, à rainha Vasti, por não haver cumprido a ordem do rei Assuero dada por intermédio dos eunucos.
  16. Respondeu Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente contra o rei pecou a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes, e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.
  17. Pois o que a rainha fez chegará ao conhecimento de todas as mulheres, induzindo-as a desprezarem seus maridos quando se disser: O rei Assuero mandou que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, e ela não veio.
  18. E neste mesmo dia as princesas da Pérsia e da Média, sabendo do que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e assim haverá muito desprezo e indignação.
  19. Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se entre as leis dos persas e dos medos para que não seja alterado, que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e dê o rei os seus direitos de rainha a outra que seja melhor do que ela.
  20. E quando o decreto que o rei baixar for publicado em todo o seu reino, grande como é, todas as mulheres darão honra a seus maridos, tanto aos nobres como aos humildes.
  21. Pareceu bem este conselho ao rei e aos príncipes; e o rei fez conforme a palavra de Memucã,
  22. enviando cartas a todas as províncias do rei, a cada província segundo o seu modo de escrever e a cada povo segundo a sua língua, mandando que cada homem fosse senhor em sua casa, e que falasse segundo a língua de seu povo.

Ester 2

  1. Passadas estas coisas e aplacada a ira do rei Assuero, lembrou-se ele de Vasti, do que ela fizera e do que se decretara a seu respeito.
  2. Então disseram os servos do rei que lhe ministravam: Busquem-se para o rei moças virgens e formosas.
  3. Ponha o rei em todas as províncias do seu reino oficiais que ajuntem todas as moças virgens e formosas em Susã, a capital, na casa das mulheres, sob a custódia de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e dêem-se-lhes os seus cosméticos.
  4. E a donzela que agradar ao rei seja rainha em lugar de Vasti. E isso pareceu bem ao rei; e ele assim fez.
  5. Havia então em Susã, a capital, certo judeu, benjamita, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis,
  6. que tinha sido levado de Jerusalém com os cativos que foram deportados com Jeconias, rei de Judá, o qual nabucodonosor, rei de Babilônia, transportara.
  7. Criara ele Hadassa, isto é, Ester, filha de seu tio, pois não tinha ela nem pai nem mãe; e era donzela esbelta e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por filha.
  8. Tendo se divulgado a ordem do rei e o seu edito, e ajuntando-se muitas donzelas em Susã, a capital, sob a custódia de Hegai, levaram também Ester ao palácio do rei, à custódia de Hegai, guarda das mulheres.
  9. E a donzela gradou-lhe, e alcançou o favor dele; pelo que ele se apressou em dar-lhe os cosméticos e os devidos alimentos, como também sete donzelas escolhidas do palácio do rei; e a fez passar com as suas donzelas ao melhor lugar na casa das mulheres.
  10. Ester, porém, não tinha declarado o seu povo nem a sua parentela, pois Mardoqueu lhe tinha ordenado que não o declarasse.
  11. E cada dia Mardoqueu passeava diante do pátio da casa das mulheres, para lhe informar como Ester passava e do que lhe sucedia.
  12. Ora, quando chegava a vez de cada donzela vir ao Rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo prescrito para as mulheres, por doze meses (pois assim se cumpriam os dias de seus preparativos, a saber, seis meses com óleo de mirra, e seis meses com especiarias e ungüentos em uso entre as mulheres);
  13. desta maneira vinha a donzela ao rei: dava-lhe tudo quanto ela quisesse para levar consigo da casa das mulheres para o palácio do rei;
  14. à tarde ela entrava, e pela manhã voltava para a segunda casa das mulheres, à custódia de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; ela não tornava mais ao rei, salvo se o rei desejasse, e fosse ela chamada por nome.
  15. Ora, quando chegou a vez de Ester, filha de Abiail, tio de mardoqueu, que a tomara por sua filha, para ir ao rei, coisa nenhuma pediu senão o que indicou Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. Mas Ester alcançava graça aos olhos de todos quantos a viam.
  16. Ester foi levada ao rei Assuero, ao palácio real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano de seu reinado.
  17. E o rei amou a Ester mais do que a todas mulheres, e ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as virgens; de sorte que lhe pôs sobre a cabeça a coroa real, e afez rainha em lugar de Vasti.
  18. Então o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era um banquete em honra de Ester; e concedeu alívio às províncias, e fez presentes com régia liberalidade.
  19. Quando pela segunda vez se ajuntavam as virgens, Mardoqueu estava sentado à porta do rei.
  20. Ester, porém, como Mardoqueu lhe ordenara, não tinha declarado a sua parentela nem o seu povo: porque obedecia as ordens de Mardoqueu como quando estava sendo criada em casa dele.
  21. Naqueles dias, estando Mardoqueu sentado à porta do rei, dois eunucos do rei, os guardas da porta, Bigtã e Teres, se indignaram e procuravam tirar a vida ao rei Assuero.
  22. E veio isto ao conhecimento de Mardoqueu, que revelou à rainha Ester; e Ester o disse ao rei em nome de Mardoqueu.
  23. Quando se investigou o negócio e se achou ser verdade, ambos foram enforcados; e isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei.

Ester 3

  1. Depois destas coisas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, e o exaltou, pondo-lhe o assento acima dos de todos os príncipes que estavam com ele.
  2. E todos os servos do rei que estavam à porta do rei se inclinavam e se prostravam perante Hamã, porque assim ordenara o rei a seu respeito: porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava.
  3. Então os servos do rei que estavam à porta do rei disseram a Mardoqueu: Por que transgrides a ordem do rei?
  4. E sucedeu que, dizendo-lhe eles isso dia após dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se o procedimento de Mardoqueu seria tolerado; pois ele lhes tinha declarado que era judeu.
  5. Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, encheu-se de furor.
  6. Mas, achou pouco tirar a vida somente a Mardoqueu; porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu. Por esse motivo Hamã procurou destruir todos os judeus, o povo de Mardoqueu, que havia em todo o reino de Assuero.
  7. No primeiro mês, que é o mês de nisã, no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, para cada dia e para mês, até o duodécimo, que é o mês de adar.
  8. E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos, e que não cumprem as leis do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo.
  9. Se bem parecer ao rei, decrete-se que seja destruído; e eu pagarei dez mil talentos de prata aos encarregados dos negócios do rei, para os recolherem ao tesouro do rei.
  10. Então o rei tirou do seu dedo o anel, e o deu a Hamã, filho de Hamedata, o agagita, o inimigo dos judeus;
  11. e disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada, como também esse povo, para fazeres dele o que bem parecer aos teus olhos.
  12. Então foram chamados os secretários do rei no primeiro mês, no dia treze do mesmo e, conforme tudo, quando Hamã ordenou, se escreveu aos sátrapas do rei, e aos governadores que havia sobre todas as províncias, e aos príncipes de todos os povos; a cada província segundo o seu modo de escrever, e a cada povo segundo a sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou.
  13. Entiaram-se as cartas pelos correios a todas províncias do rei, para que destruíssem, matassem, e fizessem perecer todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, e para que lhes saqueassem os bens.
  14. Uma cópia do documento havia de ser publicada como decreto em cada província, para que todos os povos estivessem preparados para aquele dia.
  15. Os correios saíram às pressas segundo a ordem do rei, e o decreto foi proclamado em Susã, a capital. Então, o rei e Hamã se assentaram a beber, mas a cidade de Susã estava perplexa.

Ester 4

  1. Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, vestiu-se de saco e de cinza, e saiu pelo meio da cidade, clamando com grande e amargo clamor;
  2. e chegou até diante da porta do rei, pois ninguém vestido de saco podia entrar elas portas do rei.
  3. Em todas as províncias aonde chegava a ordem do rei, e o seu decreto, havia entre os judeus grande pranto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos se deitavam em saco e em cinza.
  4. Quando vieram as moças de Ester e os eunucos lho fizeram saber, a rainha muito se entristeceu; e enviou roupa para Mardoqueu, a fim de que, despindo-lhe o saco, lha vestissem; ele, porém, não a aceitou.
  5. Então Ester mandou chamar Hataque, um dos eunucos do rei, que este havia designado para a servir, e o mandou ir ter com Mardoqueu para saber que era aquilo, e por que era.
  6. Hataque, pois, saiu a ter com Mardoqueu à praça da cidade, diante da porta do rei;
  7. e Mardoqueu lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido, como também a soma exata do dinheiro que Hamã prometera pagar ao tesouro do rei pela destruição dos judeus.
  8. Também lhe deu a cópia do decreto escrito que se publicara em susã para os destruir, para que a mostrasse a Ester, e lha explicasse, ordenando-lhe que fosse ter com o rei, e lhe pedisse misericórdia e lhe fizesse súplica ao seu povo.
  9. Veio, pois, Hataque, e referiu a Ester as palavras de Mardoqueu.
  10. Então falou Ester a Hataque, mandando-o dizer a Mardoqueu:
  11. Todos os servos do rei, e o povo das províncias do rei, bem sabem que, para todo homem ou mulher que entrar à presença do rei no pátio interior sem ser chamado, não há senão uma sentença, a de morte, a menos que o rei estenda para ele o cetro de ouro, para que viva; mas eu já há trinta dias não sou chamada para entrar a ter com o rei.
  12. E referiram a Mardoqueu as palavras de Ester.
  13. Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares no palácio do rei, terás mais sorte para escapar do que todos os outros judeus.
  14. Pois, se de todo te calares agora, de outra parte se levantarão socorro e livramento para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?
  15. De novo Ester mandou-os responder a Mardoqueu:
  16. Vai, ajunta todos os judeus que se acham em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; e eu e as minhas moças também assim jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que isso não é segundo a lei; e se eu perecer, pereci.
  17. Então Mardoqueu foi e fez conforme tudo quanto Ester lhe ordenara.

Ester 5

  1. Ao terceiro dia Ester se vestiu de trajes reais, e se pôs no pátio interior do palácio do rei, defronte da sala do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono, na sala real, defronte da entrada.
  2. E sucedeu que, vendo o rei à rainha Ester, que estava em pé no pátio, ela alcançou favor dele; e o rei estendeu para Ester o cetro de ouro que tinha na sua mão. Ester, pois, chegou-se e tocou na ponta do cetro.
  3. Então o rei lhe disse: O que é, rainha Ester? qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.
  4. Ester respondeu: Se parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que tenho preparado para o rei.
  5. Então disse o rei: Fazei Hamã apressar-se para que se cumpra a vontade de Ester. Vieram, pois, o rei e Hamã ao banquete que Ester tinha preparado.
  6. De novo disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? e se te dará, ainda que seja metade do reino.
  7. Ester respondeu, dizendo; Eis a minha petição e o meu rogo:
  8. Se tenho alcançado favor do rei, e se parecer bem ao rei concerder-me a minha petição e cumprir o meu rogo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme a palavra do rei.
  9. Então naquele dia Hamã saiu alegre e de bom ânimo; porém, vendo Mardoqueu à porta do rei, e que ele não se levantava nem tremia diante dele, Hamã se encheu de furor contra Mardoqueu.
  10. Contudo Hamã se refreou, e foi para casa; enviou e mandou vir os seus amigos, e Zéres, sua mulher.
  11. E contou-lhes Hamã a glória de suas riquezas, a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e como o havia exaltado sobre os príncipes e servos do rei.
  12. E acrescentou: Tampouco a rainha Ester a ninguém fez vir com o rei ao banquete que preparou, senão a mim; e também para amanhã estou convidado por ela juntamente com o rei.
  13. Todavia tudo isso não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mardoqueu sentado à porta do rei.
  14. Então lhe disseram Zéres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca de cinquenta côvados de altura, e pela manhã dize ao rei que nela seja enforcado Mardoqueu; e então entra alegre com o rei para o banquete. E este conselho agradou a Hamã, que mandou fazer a forca.

Ester 6

  1. Naquela mesma noite fugiu do rei o sono; então ele mandou trazer o livro de registro das crônicas, as quais se leram diante do rei.
  2. E achou-se escrito que Mardoqueu tinha denunciado Bigtã e Teres, dois dos eunucos do rei, guardas da porta, que tinham procurado tirar a vida ao rei Assuero.
  3. E o rei perguntou: Que honra, ou dignidade, foi conferida a Mardoqueu por Isso? Responderam os moços do rei que o serviam: Coisa nenhuma se lhe fez.
  4. Então disse o rei: Quem está no pátio? Ora, Hamã acabara de entrar no pátio exterior do palácio real para falar com o rei, a fim de que se enforcasse Mardoqueu na forca que lhe tinha preparado.
  5. E os servos do rei lhe responderam: Eis que Hamã está esperando no pátio. E disse o rei que entrasse.
  6. Hamã, pois, entrou. Perguntou-lhe o rei: Que se fará ao homem a quem o rei se agrada honrar? Então Hamã disse consigo mesmo: A quem se agradaria o rei honrar mais do que a mim?
  7. Pelo que disse Hamã ao rei: Para o homem a quem o rei se agrada honrar,
  8. sejam trazidos trajes reais que o rei tenha usado, e o cavalo em que o rei costuma andar, e ponha-se-lhe na cabeça uma coroa real;
  9. sejam entregues os trajes e o cavalo à mão dum dos príncipes mais nobres do rei, e vistam deles aquele homem a quem o rei se agrada honrar, e façam-no andar montado pela praça da cidade, e proclamem diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei se agrada honrar!
  10. Então disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma os trajes e o cavalo como disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que está sentado à porta do rei; e não deixes falhar coisa alguma de tudo quanto disseste.
  11. Hamã, pois, tomou os trajes e o cavalo e vestiu a Mardoqueu, e o fez andar montado pela praça da cidade, e proclamou diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei se agrada honrar!
  12. Depois disto Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se recolheu a toda pressa para sua casa, lamentando-se e de cabeça coberta.
  13. E contou Hamã a Zerés, sua mulher, e a todos os seus amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então os seus sábios e Zerés, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da linhagem dos judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás diante dele.
  14. Enquanto estes ainda falavam com ele, chegaram os eunucos do rei, e se apressaram a levar Hamã ao banquete que Ester preparara.

Ester 7

  1. Entraram, pois, o rei e Hamã para se banquetearem com a rainha Ester.
  2. Ainda outra vez disse o rei a Ester, no segundo dia, durante o banquete do vinho: Qual é a tua petição, rainha Ester? e ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? Até metade do reino se te dará.
  3. Então respondeu a rainha Ester, e disse: Ó rei! se eu tenho alcançado o teu favor, e se parecer bem ao rei, seja-me concedida a minha vida, eis a minha petição, e o meu povo, eis o meu rogo;
  4. porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para sermos destruídos, mortos e exterminados; se ainda por servos e por servas nos tivessem vendido, eu teria me calado, ainda que o adversário não poderia ter compensado a perda do rei.
  5. Então falou o rei Assuero, e disse à rainha Ester: Quem é e onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim?
  6. Respondeu Ester: Um adversário e inimigo, este perverso Hamã! Então Hamã ficou aterrorizado perante o rei e a rainha.
  7. E o rei, no seu furor, se levantou do banquete do vinho e entrou no jardim do palácio; Hamã, porém, ficou para rogar à rainha Ester pela sua vida, porque viu que já o mal lhe estava determinado pelo rei.
  8. Ora, o rei voltou do jardim do palácio à sala do banquete do vinho; e Hamã havia caído prostrado sobre o leito em que estava Ester. Então disse o rei: Porventura quereria ele também violar a rainha perante mim na minha própria casa? Ao sair essa palavra da boca do rei, cobriram a Hamã o rosto.
  9. Então disse Harbona, um dos eunucos que serviam diante do rei: Eis que a forca de cinqüenta côvados de altura que Hamã fizera para Mardoqueu, que falara em defesa do rei, está junto à casa de Hamã. Então disse o rei: Enforcai-o nela.
  10. Enforcaram-no, pois, na forca que ele tinha preparado para Mardoqueu. Então o furor do rei se aplacou.

Ester 8

  1. Naquele mesmo dia deu o rei Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, o inimigo dos judeus. E Mardoqueu apresentou-se perante o rei, pois Ester tinha declarado o que ele era.
  2. O rei tirou o seu anel que ele havia tomado a Hamã, e o deu a Mardoqueu. E Ester encarregou Mardoqueu da casa de Hamã.
  3. Tornou Ester a falar perante o rei e, lançando-se-lhe aos pés, com lágrimas suplicou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o intento que este projetara contra os judeus.
  4. Então o rei estendeu para Ester o cetro de ouro. Ester, pois, levantou-se e, pondo-se em pé diante do rei,
  5. disse: Se parecer bem ao rei, e se eu tenho alcançado o seu favor, e se este negócio é reto diante do rei, e se eu lhe agrado, escreva-se que se revoguem as cartas concebidas por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, as quais ele escreveu para destruir os judeus que há em todas as províncias do rei.
  6. Pois como poderei ver a calamidade que sobrevirá ao meu povo? ou como poderei ver a destruição da minha parentela?
  7. Então disse o rei Assuero à rainha Ester e ao judeu Mardoqueu: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele enforcaram, porquanto estenderá as mãos contra os judeus.
  8. Escrevei vós também a respeito dos judeus, em nome do rei, como vos parecer bem, e selai-o com o anel do rei; pois um documento escrito em nome do rei e selado com o anel do rei não se pode revogar.
  9. Então foram chamados os secretários do rei naquele mesmo tempo, no terceiro mês, que é o mês de sivã, no vigésimo terceiro dia; e se escreveu conforme tudo quanto Mardoqueu ordenou a respeito dos judeus, aos sátrapas, aos governadores e aos príncipes das províncias, que se estendem da Índia até a Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada província segundo o seu modo de escrever, e a cada povo conforme a sua língua; como também aos judeus segundo o seu modo de escrever e conforme a tua língua.
  10. Mardoqueu escreveu as cartas em nome do rei Assuero e, selando-as com anel do rei, enviou-as pela mão dos correios montados, que cavalgavam sobre ginetes que se usavam no serviço real e que eram da coudelaria do rei.
  11. Nestas cartas o rei concedia aos judeus que havia em cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defenderem as suas vidas, e para destruírem, matarem e esterminarem todas as forças do povo e da província que os quisessem assaltar, juntamente com os seus pequeninos e as suas mulheres, e que saqueassem os seus bens,
  12. num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, do dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar.
  13. E uma cópia da carta, que seria divulgada como decreto em todas as províncias, foi publicada entre todos os povos, para que os judeus estivessem preparados para aquele dia, a fim de se vingarem de seus inimigos.
  14. Partiram, pois, os correios montados em ginetes que se usavam no serviço real, apressados e impelidos pela ordem do rei; e foi proclamado o decreto em Susã, a capital.
  15. Então Mardoqueu saiu da presença do rei, vestido de um traje real azul celeste e branco, trazendo uma grande coroa de ouro, e um manto de linho fino e de púrpura, e a cidade de Susã exultou e se alegrou.
  16. E para os judeus houve luz e alegria, gozo e honra.
  17. Também em toda a província, e em toda cidade, aonde chegava a ordem do rei ao seu decreto, havia entre os judeus alegria e gozo, banquetes e festas; e muitos, dentre os povos da terra, se fizeram judeus, pois o medo dos judeus tinha caído sobre eles.

Ester 9

  1. Ora, no duodécimo mês que é o mês de adar, no dia treze do mês, em que a ordem do rei e o seu decreto estavam para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus esperavam assenhorar-se deles, sucedeu o contrário, de modo que os judeus foram os que se assenhorearam do que os odiavam.
  2. Ajuntaram-se, pois os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, para pôr as mãos naqueles que procuravam o seu mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o medo deles caíra sobre todos aqueles povos.
  3. E todos os príncipes das províncias, os sátrapas, os governadores e os que executavam os negócios do rei auxiliavam aos judeus, porque tinha caído sobre eles o medo de Mardoqueu.
  4. Pois Mardoqueu era grande na casa do rei, e a sua fama se espalhava por todas as províncias, porque o homem ia se tornando cada vez mais poderoso.
  5. Feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos a golpes de espada, matando-os e destruindo-os; e aos que os odiavam trataram como quiseram.
  6. E em Susã, a capital, os judeus mataram e destruíram quinhentos homens;
  7. como também mataram Parsandata, Dalfom, Aspata,
  8. Porata, Adalia, Aridata,
  9. Parmasta, Arisai, Aridai e Vaizata,
  10. os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o inimigo dos judeus; porém ao despojo não estederam a mão.
  11. Nesse mesmo dia veio ao conhecimento do rei o número dos mortos em Susã, a capital.
  12. E disse o rei à rainha Ester: Em Susã, a capital, os judeus mataram e destruíram quinhentos homens e os dez filhos de Hamã; que não teriam feito nas demais províncias do rei? Agora, qual é a tua petição? e te será concedida; e qual é ainda o teu rogo? e atender-se-á.
  13. Respondeu Ester: Se parecer bem ao rei, conceda aos judeus se acham em Susã que façam ainda amanhã conforme o decreto de hoje; e que os dez filhos de Hamã sejam pendurados na forca.
  14. Então o rei mandou que assim se fizesse; e foi publicado em edito em Susã, e os dez filhos de Hamã foram dependurados.
  15. Os judeus que se achavam em Susã reuniram-se também no dia catorze do mês de adar, e mataram em Susã trezentos homens; porém ao despojo não estenderam a mão.
  16. Da mesma sorte os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se reuniram e se dispuseram em defesa das suas vidas, e tiveram repouso dos seus inimigos, matando dos que os odiavam setenta e cinco mil; porém ao despojo não estenderam a mão.
  17. Sucedeu isso no dia treze do mês de adar e no dia catorze descansaram, e o fizeram dia de banquetes e de alegria.
  18. Mas os judeus que se achavam em Susã se ajuntaram no dia treze como também no dia catorze; e descansaram no dia quinze, fazendo-o dia de banquetes e de alegria.
  19. Portanto os judeus das aldeias, que habitam nas cidades não muradas, fazem do dia catorze do mês de adar dia de alegria e de banquetes, e de festas, e dia de mandarem porções escolhidas uns aos outros.
  20. mardoqueu escreveu estas coisas, e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe,
  21. ordenando-lhes que guardassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos,
  22. como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos, e o mês em que se lhes mudou a tristeza em alegria, e o pranto em dia de festa, a fim de que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções escolhidas uns aos outros, e dádivas aos pobres.
  23. E os judeus se comprometeram a fazer como já tinham começado, e como Mardoqueu lhes tinha escrito;
  24. porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, o inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus, e tinha lançado Pur, isto é, a sorte, para os assolar e destruir;
  25. mas quando isto veio perante o rei, ordenou ele por cartas que o mau intento que Hamã formara contra os judeus recaísse sobre a sua cabeça, e que ele e seus filhos fossem pendurados na forca.
  26. Por isso aqueles dias se chamaram Purim, segundo o nome Pur. portanto, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que tinham testemunhado nesse sentido, e do que lhes havia sucedido,
  27. os judeus concordaram e se comprometeram por si, sua descendência, e por todos os que haviam de unir-se com eles, a não deixarem de guardar estes dois dias, conforme o que se escreveras a respeito deles, e segundo o seu tempo determinado, todos os anos;
  28. e a fazerem com que esses dias fossem lembrados e guardados por toda geração, família, província e cidade; e que esses dias de Purim não fossem revogados entre os judeus, e que a memória deles nunca perecesse dentre a sua descendência.
  29. Então a rainha Ester, filha de Abiail, e o judeu Mardoqueu escreveram cartas com toda a autoridade para confirmar esta segunda carta a respeito de Purim,
  30. e enviaram-nas a todos os judeus, às cento e vinte e sete províncias do reino de Assuero, com palavras de paz e de verdade,
  31. para confirmar esses dias de Purim nos seus tempos determinados, como o judeu Mardoqueu e a rainha Ester lhes tinham ordenado, e como eles se haviam obrigado por si e pela sua descendência no tocante a seus jejuns e suas lamentações.
  32. A ordem de Ester confirmou o que dizia respeito ao Purim; e foi isso registrado nos anais.

Esdras

De novo Ester mandou-os responder a Mardoqueu: Vai, ajunta todos os judeus que se acham em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; e eu e as minhas moças também assim jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que isso não é segundo a lei; e se eu perecer, pereci. Então Mardoqueu foi e fez conforme tudo quanto Ester lhe ordenara.

Ester 4:15-17

11/03/2021

Neemias

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Neemias 1

  1. Palavras de Neemias, filho de Hacalias. Ora, sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a capital,
  2. que veio Hanâni, um de meus irmãos, com alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que tinham escapado e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.
  3. Eles me responderam: Os restantes que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande aflição e opróbrio; também está derribado o muro de Jerusalém, e as suas portas queimadas a fogo.
  4. Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu,
  5. e disse: Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos:
  6. Estejam atentos os teus ouvidos e abertos os teus olhos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos, confessando eu os pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; sim, eu e a casa de meu pai pecamos;
  7. na verdade temos procedido perversamente contra ti, e não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a teu servo Moisés.
  8. Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a teu servo Moisés, dizendo: Se vós transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos;
  9. mas se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos e os cumprirdes, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome.
  10. Eles são os teus servos e o teu povo, que resgataste com o teu grande poder e com a tua mão poderosa.
  11. Ó Senhor, que estejam atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que se deleitam em temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. (Era eu então copeiro do rei.)

Neemias 2

  1. Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimos do rei Artaxerxes, quando o vinho estava posto diante dele, que eu apanhei o vinho e o dei ao rei. Ora, eu nunca estivera triste na sua presença.
  2. E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, visto que não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração. Então temi sobremaneira.
  3. e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não há de estar triste o meu rosto, estando na cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas pelo fogo?
  4. Então o rei me perguntou: Que me pedes agora? Orei, pois, ao Deus do céu,
  5. e disse ao rei: Se for do agrado do rei, e se teu servo tiver achado graça diante de ti, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique.
  6. Então o rei, estando a rainha assentada junto a ele, me disse: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu certo prazo.
  7. Eu disse ainda ao rei: Se for do agrado do rei, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do Rio, para que me permitam passar até que eu chegue a Judá;
  8. como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, a fim de que me dê madeira para as vigas das portas do castelo que pertence à casa, e para o muro da cidade, e para a casa que eu houver de ocupar. E o rei mas deu, graças à mão benéfica do meu Deus sobre mim.
  9. Então fui ter com os governadores dalém do Rio, e lhes entreguei as cartas do rei. Ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do exército e cavaleiros.
  10. O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, ficaram extremamente agastados de que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel.
  11. Cheguei, pois, a Jerusalém, e estive ali três dias.
  12. Então de noite me levantei, eu e uns poucos homens comigo; e não declarei a ninguém o que o meu deus pusera no coração para fazer por Jerusalém. Não havia comigo animal algum, senão aquele que eu montava.
  13. Assim saí de noite pela porta do vale, até a fonte do dragão, e até a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam demolidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo.
  14. E passei adiante até a porta da fonte, e à piscina do rei; porém não havia lugar por onde pudesse passar o animal que eu montava.
  15. Ainda de noite subi pelo ribeiro, e contemplei o muro; e virando, entrei pela porta do vale, e assim voltei.
  16. E não souberam os magistrados aonde eu fora nem o que eu fazia; pois até então eu não havia declarado coisa alguma, nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos demais que faziam a obra.
  17. Então eu lhes disse: Bem vedes vós o triste estado em que estamos, como Jerusalém está assolada, e as suas portas queimadas a fogo; vinde, pois, e edifiquemos o muro de Jerusalém, para que não estejamos mais em opróbrio.
  18. Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, e bem assim as palavras que o rei me tinha dito. Eles disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra.
  19. O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesem, o arábio, zombaram de nós, desprezaram-nos e disseram: O que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?
  20. Então lhes respondi: O Deus do céu é que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos: mas vós não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém.

Neemias 3

  1. Então se levantou Eliasibe, o sumo sacerdote, juntamente com os seus irmãos, os sacerdotes, e edificaram a porta das ovelhas, a qual consagraram, e lhe assentaram os batentes. Consagraram-na até a torre dos cem, até a torre de Henanel.
  2. E junto a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o filho de Inri.
  3. Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas.
  4. Ao seu lado fez os reparos Meremote, filho de Urias, filho de Hacoz; ao seu lado Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel; ao seu lado Zadoque, filho de Baaná;
  5. ao lado destes repararam os tecoítas; porém os seus nobres não meteram o pescoço os serviço do Senhor.
  6. Joiada, filho de Paséia, e Mesulão, filho de Besodéias, repararam a porta velha, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes com seus ferrolhos e trancas.
  7. Junto deles fizeram os reparos Melatias, o gibeonita, e Jadom, o meronotita, homens de Gibeão e de Mizpá, que pertenciam ao domínio do governador dalém do Rio;
  8. ao seu lado Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; ao lado dele Hananias, um dos perfumistas; e fortificaram Jerusalém até o muro largo.
  9. Ao seu lado fez os reparos Refaías, filho de Hur, governador da metade do distrito de Jerusalém;
  10. ao seu lado Jedaías, filho de Harumafe, defronte de sua casa; ao seu lado Hatus, filho de Hasabnéias.
  11. Malquias, filho de Harim, e Hassube, filho de Paate-Moabe, repararam outra parte, como também a torre dos fornos;
  12. e ao seu lado Salum, filho de Haloés, governador da outra metade do distrito de Jerusalém, ele e as suas filhas.
  13. A porta do vale, repararam-na Hanum e os moradores de Zanoa; estes a edificaram, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas, como também mil côvados de muro até a porto do monturo.
  14. A porta do monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, governador do distrito Bete-Haquerem; este a edificou, e lhe assentou os batentes com seus ferrolhos e trancas.
  15. A porta da fonte, reparou-a Salum, filho de Col-Hoze, governador do distrito de Mizpá; edificou-a e a cobriu, e lhe assentou os batentes, com seus ferrolhos e trancas; edificou também o muro da piscina de Selá, do jardim do rei, até os degraus que descem da cidade de Davi.
  16. Depois dele Neemias, filho de Azbuque, governador da metade do distrito de Bete-Zur, fez os reparos até defronte dos sepulcros de Davi, até a piscina artificial, e até a casa dos homens poderosos.
  17. Depois dele fizeram os reparos os levitas: Reum, filho de Bani, e ao seu lado, Hasabias, governador da metade do distrito de Queila, por seu distrito;
  18. depois dele seus irmãos, Bavai, filho de Henadade, governador da outra metade do distrito de Queila.
  19. Ao seu lado Ézer, filho de Jesuá, governador de Mizpá, reparou outra parte, defronte da subida para a casa das armas, no ângulo.
  20. Depois dele reparou Baruque, filho de Zabai, outra parte, desde o ângulo até a porta da casa de Eliasibe, o sumo sacerdote.
  21. Depois dele reparou Meremote, filho de Urias, filho de Hacoz, outra parte, deste a porta da casa de Eliasibe até a extremidade da mesma.
  22. Depois dele fizeram os reparos os sacerdotes que habitavam na campina;
  23. depois Benjamim e Hassube, defronte da sua casa; depois deles Azarias, filho de Maaséias, filho de Ananias, junto à sua casa.
  24. Depois dele reparou Binuí, filho de Henadade, outra porte, desde a casa de Azarias até o ângulo e até a esquina.
  25. Palal, filho de Uzai, reparou defronte do ângulo, e a torre que se projeta da casa real superior, que está junto ao átrio da guarda; depois dele Pedaías, filho de Parós.
  26. (Ora, os netinins habitavam em Ofel, até defronte da porta das águas, para o oriente, e até a torre que se projeta.)
  27. Depois repararam os tecoítas outra parte, defronte da grande torre que se projeta, e até o muro de Ofel.
  28. Para cima da porta dos cavalos fizeram os reparos os sacerdotes, cada um defronte da sua casa;
  29. depois dele Zadoque, filho de Imer, defronte de sua casa; e depois dele Semaías, filho de Secanias, guarda da porta oriental.
  30. Depois dele repararam outra parte Hananias, filho de Selemias, e Hanum, o sexto filho de Zalafe. Depois dele reparou Mesulão, filho de Berequias, uma parte defronte da sua câmara.
  31. Depois dele reparou Malquias, um dos ourives, uma parte até a casa dos netinins e dos mercadores, defronte da porta da guarda, e até a câmara superior da esquina.
  32. E entre a câmara da esquina e a porta das ovelhas repararam os ourives e os mercadores.

Neemias 4

  1. Ora, quando Sambalate ouviu que edificávamos o muro, ardeu em ira,indignou-se muito e escarneceu dos judeus;
  2. e falou na presença de seus irmãos e do exército de Samária, dizendo: Que fazem estes fracos judeus? Fortificar-se-ão? Oferecerão sacrifícios? Acabarão a obra num só dia? Vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas?
  3. Ora, estava ao lado dele Tobias, o amonita, que disse: Ainda que edifiquem,vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra.
  4. Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados; faze recair o opróbrio deles sobre as suas cabaças, e faze com que eles sejam um despojo numa terra de cativeiro.
  5. Não cubras a sua iniquidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te provocaram à ira na presença dos edificadores.
  6. Assim edificamos o muro; e todo o muro se completou até a metade da sua altura; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar.
  7. Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, e os arábios, o amonitas e os asdoditas, que ia avante a reparação dos muros de Jerusalém e que já as brechas se começavam a fechar, iraram-se sobremodo;
  8. e coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão
  9. Nós, porém, oramos ao nosso Deus, e pusemos guarda contra eles de dia e de noite.
  10. Então disse Judá: Desfalecem as forças dos carregadores, e há muito escombro; não poderemos edificar o muro.
  11. E os nossos inimigos disseram: Nada saberão nem verão, até que entremos no meio deles, e os matemos, e façamos cessar a obra.
  12. Mas sucedeu que, vindo os judeus que habitavam entre eles, dez vezes nos disseram: De todos os lugares de onde moram subirão contra nós.
  13. Pelo que nos lugares baixos por detrás do muro e nos lugares abertos, dispus o povo segundo suas famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus arcos.
  14. Olhei, levantei-me, e disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Não os temais! Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai por vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas.
  15. Quando os nossos inimigos souberam que nós tínhamos sido avisados, e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro, cada um para a sua obra.
  16. Desde aquele dia metade dos meus moços trabalhavam na obra, e a outra metade empunhava as lanças, os escudos, os arcos, e as couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá.
  17. Os que estavam edificando o muro, e os carregadores que levavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a sua arma;
  18. e cada um dos edificadores trazia a sua espada à cinta, e assim edificavam. E o que tocava a trombeta estava no meu lado.
  19. Disse eu aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos separados no muro, longe uns dos outros;
  20. em qualquer lugar em que ouvirdes o som da trombeta, ali vos ajuntareis conosco. O nosso Deus pelejará por nós.
  21. Assim trabalhávamos na obra; e metade deles empunhava as lanças desde a subida da alva até o sair das estrelas.
  22. Também nesse tempo eu disse ao povo: Cada um com o seu moço pernoite em Jerusalém, para que de noite nos sirvam de guardas, e de dia trabalhem.
  23. Desta maneira nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me acompanhavam largávamos as nossas vestes; cada um ia com a arma à sua direita.

Neemias 5

  1. Então se levantou um grande clamor do povo e de duas mulheres contra os judeus, seus irmãos.
  2. Pois havia alguns que diziam: Nós, nossos filhos e nossas filhas somos muitos; que se nos dê trigo, para que comamos e vivamos.
  3. Também havia os que diziam: Estamos empenhando nossos campos, as nossas vinhas e as nossas casas, para conseguirmos trigo durante esta fome.
  4. Havia ainda outros que diziam: Temos tomado dinheiro emprestado até para o tributo do rei sobre os nossos campos e as nossas vinhas.
  5. Ora, a nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos como os filhos deles; e eis que estamos sujeitando nossos filhos e nossas filhas para serem servos, e algumas de nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo, pois outros têm os nossos campos e as nossas vinhas.
  6. Ouvindo eu, pois, o seu clamor, e estas palavras, muito me indignei.
  7. Então consultei comigo mesmo; depois contendi com do nobres e com os magistrados, e disse-lhes: Estais tomando juros, cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles uma grande assembléia.
  8. E disse-lhes: Nós, segundo as nossas posses, temos resgatado os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às nações; e vós venderíeis os vossos irmãos, ou seriam vendidos a nós? Então se calaram, e não acharam o que responder.
  9. Disse mais: Não é bom o que fazeis; porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos povos, os nosso inimigos? 10Também eu, meus irmãos e meus moços lhes temos emprestado dinheiro e trigo. Deixemos, peço-vos este ganho.
  10. Restituí-lhes hoje os seus campos, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também a centésima parte do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que deles tendes exigido.
  11. Então disseram: Nós lho restituiremos, e nada lhes pediremos; faremos assim como dizes. Então, chamando os sacerdotes, fi-los jurar que fariam conforme prometeram.
  12. Também sacudi as minhas vestes, e disse: Assim sacuda Deus da sua casa e do seu trabalho todo homem que não cumprir esta promessa; assim mesmo seja ele sacudido e despojado. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram ao Senhor; e o povo fez conforme a sua promessa.
  13. Além disso, desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte até o anos trinta e dois do rei Artaxerxes, isto é, por doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.
  14. Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo, e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata; e até os seus moços dominavam sobre o povo. Porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.
  15. Também eu prossegui na obra deste muro, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.
  16. Sentavam-se à minha mesa cento e cinqüenta homens dentre os judeus e os magistrados, além dos que vinham ter conosco dentre as nações que estavam ao redor de nós.
  17. Ora, o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também se preparavam aves e, de dez em dez dias, provisão de toda qualidade de vinho. Todavia, nem por isso exigi o pão devido ao governador, porquanto a servidão deste povo era pesada.
  18. Lembra-te de mim para teu bem, ó meu Deus, e de tudo quanto tenho feito em prol deste povo

Neemias 6

  1. Quando Sambalate, Tobias e Gesem, o arábio, e o resto dos nossos inimigos souberam que eu já tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais,
  2. Sambalate e Gesem mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos numa das aldeias da planície de Ono. Eles, porém, intentavam fazer-me mal.
  3. E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?
  4. Do mesmo modo mandaram dizer-se quatro vezes; e do mesmo modo lhes respondi.
  5. Então Sambalate, ainda pela quinta vez, me enviou o seu moço com uma carta aberta na mão,
  6. na qual estava escrito: Entre as nações se ouviu, e Gesem o diz, que tu e os judeus intentais revoltar-vos, e por isso tu estás edificando o muro, e segundo se diz, queres fazer-te rei deles;
  7. e que constituíste profetas para proclamarem a respeito de ti em Jerusalém: Há rei em Judá. Ora, estas coisas chegarão aos ouvidos do rei; vem pois, agora e consultemos juntamente.
  8. Então mandei dizer-lhe: De tudo o que dizes, coisa nenhuma sucedeu, mas tu mesmo o inventas.
  9. Pois todos eles nos procuravam atemorizar, dizendo: As suas mãos hão de largar a obra, e não se efetuará. Mas agora, ó Deus, fortalece as minhas mãos.
  10. Fui à casa de Semaías, filho de Delaías, filho de Meetabel, que estava em recolhimento; e disse ele: Ajuntemo-nos na casa de Deus, dentro do templo, e fechemos as suas portas, pois virão matar-te; sim, de noite virão matar-te.
  11. Eu, porém, respondi: Um homem como eu fugiria? e quem há que, sendo tal como eu, possa entrar no templo e viver? De maneira nenhuma entrarei.
  12. E percebi que não era Deus que o enviara; mas ele pronunciou essa profecia contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o haviam subornado.
  13. Eles o subornaram para me atemorizar, a fim de que eu assim fizesse, e pecasse, para que tivessem de que me infamar, e assim vituperassem.
  14. Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate, conforme estas suas obras, e também da profetisa Noadias, e dos demais profetas que procuravam atemorizar-me.
  15. Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinqüenta e dois dias.
  16. Quando todos os nosso inimigos souberam disso, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que fizemos esta obra com o auxílio do nosso Deus.
  17. Além disso, naqueles dias o nobres de Judá enviaram muitas cartas a Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles.
  18. Pois muitos em Judá estavam ligados a ele por juramento, por ser ele genro de Secanias, filho de Ará, e por haver seu filho Joanã casado com a filha de Mesulão, filho de Berequias.
  19. Também as boas ações dele contavam perante mim, e as minhas palavras transmitiam a ele. Tobias, pois, escrevia cartas para me atemorizar.

Neemias 7

  1. Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas, e havendo sido designados os porteiros, os cantores e os levitas,
  2. pus Hanâni, meu irmão, e Hananias, governador do castelo, sobre Jerusalém; pois ele era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos;
  3. e eu lhes disse: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e enquanto os guardas estiverem nos postos se fechem e se tranquem as portas; e designei dentre os moradores de Jerusalém guardas, cada um por seu turno, e cada um diante da sua casa.
  4. Ora, a cidade era larga e grande, mas o povo dentro dela era pouco, e ainda as casa não estavam edificadas.
  5. Então o meu Deus me pôs no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o povo, para registrar as genealogias. E achei o livro da genealogia dos que tinham subido primeiro e achei escrito nele o seguinte:
  6. Este são os filhos da província que subiram do cativeiro dentre os exilados, que Nabucodonozor, rei da Babilônia, transportara e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade,
  7. os quais vieram com Zorobabel, Jesuá, Neemias, Azarias, Raamias, Naamâni, Mardoqueu, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná. Este é o número dos homens do povo de Israel:
  8. foram os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois;
  9. os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois;
  10. os filhos de Ará, seiscentos e cinqüenta e dois;
  11. os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá e de Joabe, dois mil oitocentos e dezoito;
  12. os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro;
  13. os filhos de Zatu, oitocentos e quarenta e cinco;
  14. os filhos de Zacai, setecentos e sessenta;
  15. os filhos de Binuí, seiscentos e quarenta e oito;
  16. os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e oito;
  17. os filhos de Azgade, dois mil trezentos e vinte e dois;
  18. os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e sete;
  19. os filhos de Bigvai, dois mil e sessenta e sete;
  20. os filhos de Adim, seiscentos e cinqüenta e cinco;
  21. os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito;
  22. os filhos de Hasum, trezentos e vinte e oito;
  23. os filhos de Bezai, trezentos e vinte e quatro;
  24. os filhos de Harife, cento e doze;
  25. os filhos de Gibeão, noventa e cinco;
  26. os filhos de Belém e de Netofá, cento e oitenta e oito;
  27. os homens de Anatote, cento e vinte e oito;
  28. os homens de Bete-Azmavete, quarenta e dois;
  29. os homens de Quiriate-Jeriam, de Cefira, e de Beerote, setecentos e quarenta e três;
  30. os homens de Ramá e Gaba, seiscentos e vinte e um;
  31. os homens de Micmás, cento e vinte e dois;
  32. os homens de Betel e Ai, cento e vinte e três;
  33. os homens do outro Nebo, cinqüenta e dois;
  34. os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro;
  35. os filhos de Harim, trezentos e vinte;
  36. os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco;
  37. os filhos de Lode, de hadide e de Ono, setecentos e vinte e um;
  38. os filhos de Senaá, três mil novecentos e trinta.
  39. Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesuá, novecentos e setenta e três;
  40. os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois;
  41. os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete;
  42. os filhos de Harim, mil e dezessete;
  43. Os levitas: os filhos de Jesuá, de Cadmiel, dos filhos de Hodevá, setenta e quatro.
  44. Os cantores: os filhos de Asafe, cento e quarenta e oito.
  45. Os porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, cento e trinta e oito.
  46. Os netinis: os filhos de Ziá, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
  47. os filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos de Padom,
  48. os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Salmai,
  49. os filhos de Hanã, os filhos de Gidel, os filhos de Gaar,
  50. os filhos de Recaías, os filhos de Rezim, os filhos de Necoda,
  51. os filhos de Gazão, os filhos de Uzá, os filhos de Paséia,
  52. os filhos de Besai, os filhos de Meunim, os filhos de Nefusesim,
  53. os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Hacur,
  54. os filhos de Bazlite, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,
  55. os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tamá,
  56. os filhos de Nezias, os filhos de Hatifa,
  57. os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soforete, os filhos de Perida,
  58. os filhos de Jaala, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,
  59. os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Paquerete-Hazebaim e os filhos de Amom.
  60. Todos os netinins e os filhos dos servos de Salomão, eram trezentos e noventa e dois.
  61. Estes foram os que subiram de Tel-Mela, Tel-Harsa, Querube, Adom, e Imer; porém não puderam provar que as suas casas paternas e as sua linhagem eram de Israel:
  62. os filhos de Dalaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e quarenta e dois.
  63. E dos sacerdotes: os filhos de Hobaías, os filhos Hacoz, os filhos de Barzilai, que tomara por mulher uma das filhas Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.
  64. Estes buscaram o seu registro entre os arrolados nos registros genealógicos, mas não foi encontrado; pelo que, tidos por imundos, foram excluídos do sacerdócio.
  65. E o governador lhes disse que não comesse das coisas sagradas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim.
  66. Toda esta congregação junta somava quarenta e dois mil trezentos e sessenta;
  67. afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinham duzentos e quarenta e cinco cantores e cantoras.
  68. Os seus cavalos foram setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;
  69. os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; e os seus jumentos, seis mil setecentos e vinte.
  70. Ora, alguns dos cabeças das casas paternas contribuíram para a obra. O governador deu para a tesouraria mil dários de ouro, cinqüenta bacias, e quinhentas e trinta vestes sacerdotais.
  71. E alguns dos cabeças das casas paternas deram para a tesouraria da obra vinte mil dáricos de ouro, e duas mil e duzentas minas de prata.
  72. O que o resto do povo deu foram vinte mil dáricos de ouro, duas mil minas de prata, e sessenta e sete vestes sacerdotais.
  73. Os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, alguns dentre o povo, os netinins e todo o Israel habitaram nas suas cidades. Quando chegou o sétimo mês, já se achavam os filhos de Israel nas suas cidades.

Neemias 8

  1. Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel.
  2. E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
  3. E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
  4. Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
  5. E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
  6. Então Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus; e todo povo, levantando as mãos, respondeu: Amém! amém! E, inclinando-se, adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
  7. Também Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube; Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas explicavam ao povo a lei; e o povo estava em pé no seu lugar.
  8. Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura.
  9. E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
  10. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força.
  11. Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
  12. Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas.
  13. Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei;
  14. e acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês;
  15. e que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes cabanas, como está escrito.
  16. Saiu, pois, o povo e trouxe os ramos; e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
  17. E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo.
  18. E Esdras leu no livro da lei de Deus todos os dias, desde o primeiro até o último; e celebraram a festa por sete dias, e no oitavo dia houve uma assembléia solene, segundo a ordenança.

Neemias 9

  1. Ora, no dia vinte e quatro desse mês, se ajuntaram os filhos de Israel em jejum, vestidos de sacos e com terra sobre as cabeças.
  2. E os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estrangeiros, puseram-se em pé e confessaram os seus pecados e as iniquidades de seus pais.
  3. E, levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus, uma quarta parte do dia; e outra quarta parte fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus.
  4. Então Jesuá, Bani, Cadmiel, Sebanias, Buni, Serebias, Bani e Quenâni se puseram em pé sobre os degraus dos levitas, e clamaram em alta voz ao Senhor seu Deus.
  5. E os levitas Jesuá, Cadmiel, Bani, Hasabnéias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao Senhor vosso Deus de eternidade em eternidade. Bendito seja o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda benção e louvor.
  6. Tu, só tu, és Senhor; tu fizeste o céu e o céu dos céus, juntamente com todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela existe, os mares e tudo quanto neles já, e tu os conservas a todos, e o exército do céu te adora.
  7. Tu és o Senhor, o Deus que elegeste a Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão;
  8. e achaste o seu coração fiel perante ti, e fizeste com ele o pacto de que darias à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e tu cumpriste as tuas palavras, pois és justo.
  9. Também viste a aflição de nossos pais no Egito, e ouviste o seu clamor junto ao Mar Vermelho;
  10. e o operaste sinais e prodígios contra Faraó; e contra todos os seus servos, e contra todo o povo da sua terra; pois sabias com que soberba eles os haviam tratado; e assim adquiriste renome, como hoje se vê.
  11. Fendente o mar diante deles, de modo que passaram pelo meio do mar, em seco; e lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas impetuosas.
  12. Além disso tu os guiaste de dia por uma coluna de nuvem e de noite por uma coluna de fogo, para os alumiares no caminho por onde haviam de ir.
  13. Desceste sobre o monte Sinai, do céu falaste com eles, e lhes deste juízos retos e leis verdadeiras, bons estatutos e mandamentos;
  14. o teu santo sábado lhes fizeste conhecer; e lhes ordenaste mandamentos e estatutos e uma lei, por intermédio de teu servo Moisés.
  15. Do céu lhes deste pão quando tiveram fome, e da rocha fizeste brotar água quando tiveram sede; e lhes ordenaste que entrassem para possuir a terra que com juramento lhes havias prometido dar.
  16. Eles, porém, os nossos pais, se houveram soberbamente e endureceram a cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos,
  17. recusando ouvir-te e não se lembrando das tuas maravilhas, que fizeste no meio deles; antes endureceram a cerviz e, na sua rebeldia, levantaram um chefe, a fim de voltarem para sua servidão. Tu, porém, és um Deus pronto para perdoar, clemente e misericordioso, tardio em irar-te e grande em beneficência, e não os abandonaste.
  18. Ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito, e cometeram grandes blasfêmias,
  19. todavia tu, pela multidão das tuas misericórdias, não os abandonaste no deserto. A coluna de nuvem não se apartou deles de dia, para os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para lhes alumiar o caminho por onde haviam de ir.
  20. Também lhes deste o teu bom espírito para os ensinar, e o teu maná não retiraste da tua boca, e água lhes deste quando tiveram sede.
  21. Sim, por quarenta anos os sustentaste no deserto; não lhes faltou coisa alguma; a sua roupa não envelheceu, e o seus pés não se incharam.
  22. Além disso lhes deste reinos e povos, que lhes repartiste em porções; assim eles possuíram a terra de Siom, a saber; a terra do rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã.
  23. Outrossim multiplicaste os seus filhos como as estrelas do céu, e os introduziste na terra de que tinhas dito a seus pais que nela entrariam para a possuírem.
  24. Os filhos, pois, entraram e possuíram a terra; e abateste perante eles, os moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste nas mãos, como também os seus reis, e os povos da terra, para fazerem deles conforme a sua vontade.
  25. Tomaram cidades fortificadas e uma terra fértil, e possuíram casas cheias de toda sorte de coisas boas, cisternas cavadas, vinhas e olivais, e árvores frutíferas em abundância; comeram, pois, fartaram-se e engordaram, e viveram em delícias, pela tua grande bondade.
  26. Não obstante foram desobedientes, e se rebelaram contra ti; lançaram a tua lei para trás das costas, e mataram os teus profetas que protestavam contra eles para que voltassem a ti; assim cometeram grandes provocações.
  27. Pelo que os entregaste nas mãos dos seus adversários, que os afligiram; mas no templo da sua angústia, quando eles clamaram a ti, tu os ouviste do céu; e segundo a multidão das tuas misericórdias lhes deste libertadores que os libertaram das mãos de seus adversários.
  28. Mas, tendo alcançado repouso, tornavam a fazer o mal diante de ti,; portanto tu os deixavas nas mãos dos seus inimigos, de modo que estes dominassem sobre eles; todavia quando eles voltavam e clamavam a ti, tu os ouvias do céu, e segundo a tua misericórdia os livraste muitas vezes;
  29. e testemunhaste contra eles, para os fazerdes voltar para a tua lei; contudo eles se houveram soberbamente, e não deram ouvidos aos teus mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelos quais viverá o homem que os cumprir; viraram o ombro, endureceram a cerviz e não quiseram ouvir.
  30. Não obstante, por muitos anos os aturaste, e testemunhaste contra eles pelo teu Espírito, por intermédio dos teus profetas; todavia eles não quiseram dar ouvidos; pelo que os entregaste nas mãos dos povos de outras terras.
  31. Contudo pela tua grande misericórdia não os destruíste de todo, nem os abandonaste, porque és um Deus clemente e misericordioso.
  32. Agora, pois, ó nosso Deus, Deus grande, poderoso e temível, que guardas o pacto e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, a nossos reis, a nossos príncipes, a nossos sacerdotes, a nossos profetas, a nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até o dia de hoje.
  33. Tu, porém, és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, mas nós perversamente.
  34. Os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes, e os nossos pais não têm guardado a tua lei, nem têm dado ouvidos aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, com que testificaste contra eles.
  35. Porque eles, no seu reino, na muita abundância de bens que lhes deste, na terra espaçosa e fértil que puseste diante deles, não te serviram, nem se converteram de suas más obras.
  36. Eis que hoje somo escravos; e quanto à terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos escravos nela.
  37. E ela multiplica os seus produtos para os reis que puseste sobre nós por causa dos nossos pecados; também eles dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado como bem lhes apraz, e estamos em grande angústia.
  38. Contudo, por causa de tudo isso firmamos um pacto e o escrevemos; e selam-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.

Neemias 10

  1. Os que selaram foram: Neemias, o governador, filho de Hacalias, Zedequias,
  2. Seraías, Azarias, Jeremias,
  3. Pasur, Amarias, Malquias,
  4. Hatus, Sebanias, Maluque,
  5. Harim, Meremote, Obadias,
  6. Daniel, Ginetom, Baruque,
  7. Mesulão, Abias, Miamim,
  8. Maazias, Bilgai e Semaías;estes foram os sacerdotes.
  9. E os levitas: Jesuá, filho de Azanias, Binuí, dos filhos de Henadade, Cadmiel,
  10. e seus irmãos, Sebanias, Hodias, Quelita, Pelaías, Hanã,
  11. Mica, Reobe, Hasabias,
  12. Zacur, Serebias, Sebanias,
  13. Hodias, Bani e Benínu.
  14. Os chefes do povo: Parós, Paate-Moabe, Elão, Zatu, Bani,
  15. Buni, Azgade, Bebai,
  16. Adonias, Bigvai, Adim,
  17. Ater, Ezequias, Azur,
  18. Hodias, Asum, Bezai,
  19. Harife, Anotote, Nobai,
  20. Magpias, Mesulão, Hezir,
  21. Mesezabel, Zadoque, Jadua,
  22. Pelatias, Hanã, Anaías,
  23. Oséias, Hananias, Ananías,
  24. Haloés, Pilá, Sobeque,
  25. Reum, Hasabna, Maaséias,
  26. Aías, Hanã, Anã,
  27. Maluque, Harim e Baaná.
  28. E o resto do povo, os sacerdotes, os porteiros, os cantores, os netinins, e todos os que se tinham separado dos povos de outras terras para seguir a lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os que tinham conhecimento e entendimento,
  29. aderiram a seus irmãos, os seus nobres, e convieram num juramento sob pena de maldição de que andariam na lei de Deus, a qual foi dada por intermédio de Moisés, servo de Deus, e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos;
  30. de que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos;
  31. de que, se os povos da terra trouxessem no dia de sábado qualquer mercadoria ou quaisquer cereais para venderem, nada lhes compraríamos no sábado, nem em dia santificado; e de que abriríamos mão do produto do sétimo ano e da cobrança nele de todas as dívidas.
  32. Também sobre nós impusemos ordenanças, obrigando-nos a dar a cada ano a terça parte dum siclo para o serviço da casa do nosso Deus;
  33. para os pães da proposição, para a contínua oferta de cereais, para o contínuo holocausto dos sábados e das luas novas, para as festas fixas, para as coisas sagradas, para as ofertas pelo pecado a fim de fazer expiação por Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.
  34. E nós, os sacerdotes, os levitas e o povo lançamos sortes acerca da oferta da lenha que havíamos de trazer à casa do nosso Deus, segundo as nossas casas paternas, a tempos determinados, de ano em ano, para se queimar sobre o altar do Senhor nosso Deus, como está escrito na lei.
  35. Também nos obrigamos a trazer de ano em ano à casa do Senhor as primícias de todos os frutos de todas as árvores;
  36. e a trazer os primogênitos dos nossos filhos, e os do nosso gado, como está escrito na lei, e os primogênitos das nossas manadas e dos nossos rebanhos à casa do nosso Deus, aos sacerdotes que ministram na casa do nosso Deus;
  37. e as primícias da nossa mas, e as nossas ofertas alçadas, e o fruto de toda sorte de árvores, para as câmaras da casa de nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; pois eles, os levitas, recebem os dízimos em todas as cidades por onde temos lavoura.
  38. E o sacerdote, filho de Arão, deve estar com os levitas quando estes receberem os dízimos; e os levitas devem trazer o dízimo dos dízimos à casa do nosso Deus, para as câmaras, dentro da tesouraria.
  39. Pois os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas dos cereais, do mosto e do azeite para aquelas câmaras, em que estão os utensílios do santuário, como também os sacerdotes que ministram, e os porteiros, e os cantores; e assim não negligenciarmos a casa do nosso Deus.

Neemias 11

  1. Ora, os príncipes do povo habitaram em Jerusalém; e o restante do povo lançou sortes, para atirar um de cada dez que habitasse na santa cidade de Jerusalém, ficando nove nas outras cidades.
  2. E o povo bendisse todos os homens que voluntariamente se ofereceram para habitar em Jerusalém.
  3. Estes, pois, são os chefes da província que habitaram em Jerusalém; porém nas cidades de Judá habitou cada um na sua possessão, nas suas cidades, a saber, Israel, os sacerdotes, os levitas, os netinins e os filhos dos servos de Salomão.
  4. E habitaram em Jerusalém alguns dos filhos de Judá e dos filhos de Benjamim. Dos filhos de Judá: Ataías, filho de Uzias, filho de Zacarias, filho de Amarias, filho de Sefatias, filho de Maalelel, dos filhos de Pérez;
  5. e Maaséias, filho de Baruque, filho de Col-Hoze, filho de Hazaías, filho de Adaías, filho de Joiaribe, filho de Zacarias, filho de Silôni.
  6. Todos os filhos de Pérez que habitaram em Jerusalém foram quatrocentos e sessenta e oito homens valentes.
  7. São estes os filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Joede, filho de Pedaías, filho de Colaías, filho de Maaséias, filho de Itiel, filho de Jesaías.
  8. E depois dele Gabai, Salai, …novecentos e vinte e oito.
  9. Joel, filho de Zicri, superintendente sobre eles; e Judá, filho de Senua, o segundo sobre a cidade.
  10. Dos sacerdotes: Jedaías, filho de Joiaribe, Jaquim,
  11. Seraías, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote, filho de Altube, príncipe sobre a casa de Deus;
  12. e seus irmãos que faziam a obra da casa, oitocentos e vinte e dois; e Adaías, filho de Jeroão, filho de Pelalias, filho de Anzi, filho de Zacarias, filha de Pasur, filho de Malquias,
  13. e seus irmãos, cabeças de casas paternas, duzentos e quarenta e dois; e Amassai, filho de Azarel, filho de Aazai, filho de Mesilemote, filho de Imer,
  14. e os irmãos deles, homens valentes, cento e vinte e oito; e o superintendente sobre eles era Zabdiel, filho de Hagedolim.
  15. Dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, filho de Buni;
  16. Sabetai e Jozabade, dos cabeças dos levitas, presidiam o serviço externo da casa de Deus;
  17. Matanias, filho de Mica, filho de Zabdi, filho de Asafe, o dirigente que iniciava as ações de graças na oração, e Baquebuquias, o segundo entre seus irmãos; depois Abda, filho de Samua, filho de Galal, filho de Jedútun.
  18. Todos os levitas na santa cidade foram duzentos e oitenta e quatro.
  19. Também os porteiros, Acube, Talmom, e seus irmãos, os guardas das portas, foram cento e sessenta e dois.
  20. O resto de Israel e dos sacerdotes e levitas, habitou em todas as cidades de Judá, cada um na sua herança.
  21. Os netinins, porém, habitaram em Ofel; e Ziá e Gispa presidiram sobre eles.
  22. O superintendente dos levitas em Jerusalém era Uzi, filho de Bani, filho de Hasabias, filho de Matanias, filho de Mica, dos filhos de Asafe, os cantores; ele estava encarregado do serviço da casa de Deus.
  23. Pois havia uma ordem da parte do rei acerca deles, e uma norma para os cantores, estabelecendo o dever de cada dia.
  24. E Petaías, filho de Mesezabel, dos filhos de Zerá, filho de Judá, estava às ordens do rei, em todos os negócios concernentes ao povo.
  25. E quanto às aldeias com os seus campos, alguns dos filhos de Judá habitaram em Quiriate-Arba e seus arrabaldes, em Dibom e seus arrabaldes, e em Jecabzeel e suas aldeias;
  26. em Jesuá, em Molada, em Bete-Pelete,
  27. Em Hazar-Sual, em Berseba e seus arrabaldes,
  28. em Ziclague, em Mecona e seus arrabaldes,
  29. em En-Rimom, em Zorá, em Jarmute,
  30. em Zanoa, em Adulão e suas aldeias, em Laquis e seus campos, e em Azeca e seus arrabaldes. Acamparam-se, pois, desde Berseba até o vale do Hinom.
  31. Os filhos de Benjamim também habitaram desde Geba em diante, em Micmás e Aíja, em Betel e seus arrabaldes,
  32. em Anatote, em Nobe, em Ananias,
  33. em Hazor, em Ramá, em Gitaim,
  34. em Hadide, em Zeboim, em Nebalate,
  35. em Lode, e em Ono, vale dos artífices.
  36. E dos levitas que habitavam em Judá, algumas turmas foram unidas a Benjamim.

Neemias 12

  1. Ora, estes são os sacerdotes e os levitas que subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesuá: Seraías, Jeremias, Esdras,
  2. Amarias, Maluque, Hatus,
  3. Ido, Ginetói, Abias,
  4. Secanias, Reum, Meremote,
  5. Miamim, Maadias, Bilga,
  6. Semaías, Joiaribe, Jedaías,
  7. Salu, Amoque, Hilquias e Jedaías; estes foram os chefes dos sacerdotes e de seus irmãos, nos dias de Jesuá.
  8. E os levitas: Jesuá, Binuí, Cadmiel, Serebias, Judá, Matanias; este e seus irmãos dirigiam os louvores.
  9. E Baquebuquias e Uni, seus irmãos, estavam defronte deles segundo os seus cargos.
  10. Jesuá foi pai de Joiaquim, Joiaquim de Eliasibe, Eliasibe de Joiada,
  11. Joiada de Jonatã, e Jonatã de Jadua.
  12. E nos dias de Joiaquim foram sacerdotes, chefes das casas paternas: por Seraías, Meraías; por Jeremias, Hananias;
  13. por Esdras, Mesulão; por Amarias, Jeoanã;
  14. por Malúqui, Jonatã; por Sebanias, José;
  15. por Harim, Adná; por Meraiote, Helcai;
  16. por Ido, Zacarias; por Gineton, Mesulão;
  17. por Abias, Zicri; por Miniamim, por Moadias, Piltai;
  18. por Bilga, Samua; por Semaías, Jeonatã;
  19. por Joiaribe, Matenai; por Jedaías, Uzi;
  20. por Salai, Calai; por Amoque, Eber;
  21. por Hilquias, Hasabias; por Jedaías, Netanel.
  22. Nos dias de Eliasibe, Joiada, Joanã e Jadua foram inscritos, dos levitas, os chefes das casas paternas; e assim também os dos sacerdotes, no reinado de Dário, o persa.
  23. Os filhos de Levi, chefes de casas paternas, foram inscritos no livro das crônicas, até os dias de Joanã, filho de Eliasibe.
  24. Foram, pois, os chefes dos levitas: Hasabias, Serebias, Jesuá, filho de Cadmiel, e seus irmãos que ficavam defronte deles, turma contra turma, para louvarem e darem graças, segundo a ordem de Davi, homem de Deus.
  25. Matanias, Baquebuquias, Obadias, Mesulão, Talmom, e Acube eram porteiros, e faziam a guarda junto aos celeiros das portas.
  26. Estes viveram nos dias de Joiaquim, filho de Jesuá, filho de Jozadaque, como também nos dias de Neemias, o governador, e do sacerdote Esdras, o escriba.
  27. Ora, na dedicação dos muros de Jerusalém buscaram os levitas de todos os lugares, para os trazerem a Jerusalém, a fim de celebrarem a dedicação com alegria e com ações de graças, e com canto, címbalos, alaúdes e harpas.
  28. Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém, como das aldeias do netofatitas;
  29. como também de Bete-Gilgal, e dos campos de Geba e Azmavete; pois os cantores tinham edificado para si aldeias ao redor de Jerusalém.
  30. E os sacerdotes e os levitas se purificaram, e purificaram o povo, as portas e o muro.
  31. Então fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro, e constituí duas grandes companhias para darem graças e andarem em procissão, uma das quais foi para a direita sobre o muro, em direção à porta do monturo;
  32. e após ela seguiam Hosaías, e a metade dos príncipes de Judá,
  33. e Azarias, Esdras, Mesulão,
  34. Judá, Benjamim, Semaías, e Jeremias;
  35. e dos filhos dos sacerdotes, levando trombetas, Zacarias, filho de Jonatã, filho de Semaías, filho de Matanias, filho de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe.
  36. e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanâni, com os instrumento musicais de Davi, homem de Deus; e Esdras, o escriba, ia adiante deles.
  37. À entrada da porta da fonte subiram diretamente as escadas da cidade de Davi onde começa a subida do muro, acima da casa de Davi, até a porta das águas a leste.
  38. A outra companhia dos que davam graças foi para a esquerda, seguindo-os eu com a metade do povo, sobre o muro, passando pela torre dos fornos até a muralha larga,
  39. e seguindo por cima da porta de Efraim, e da porta velha, e da porta dos peixes, e pela torre de Hananel, e a torre dos Cem até a porta das ovelhas; e pararam à porta da guarda.
  40. Assim as duas companhias dos que davam graças pararam na casa de Deus, como também eu e a metade dos magistrados que estavam comigo,
  41. e os sacerdotes Eliaquim, Maaséias, Miniamim, Micaías, Elioenai, Zacarias e Hananias, com trombetas,
  42. com também Maaséias, Semaías, Eleazar, Uzi, Jeoanã, Malquias, Elão, e Ézer; e os cantores cantavam, tendo Jezraías por dirigente.
  43. Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe.
  44. No mesmo dia foram nomeados homens sobre as câmaras do tesouro para as ofertas alçadas, as primícias e os dízimos, para nelas recolherem, dos campos, das cidades, os quinhões designados pela lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá se alegrava por estarem os sacerdotes e os levitas no seu posto,
  45. observando os preceitos do seu Deus, e os da purificação, como também o fizeram os cantores e porteiros, conforme a ordem de Davi e de seu filho Salomão.
  46. Pois desde a antigüidade, já nos dias de Davi e de Asafe, havia um chefe dos cantores, e havia cânticos de louvor e de ação de graça a Deus.
  47. Pelo que todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as suas porções destinadas aos levitas, e os levitas separavam as porções destinadas aos filhos de Arão.

Neemias 13

  1. Naquele dia leu-se o livro de Moisés, na presença do povo, e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na assembléias de Deus;
  2. porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água, mas contra eles assalariaram Balaão para os amaldiçoar; contudo o nosso Deus converteu a maldição em benção.
  3. Ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda a multidão mista.
  4. Ora, antes disto Eliasibe, sacerdote, encarregado das câmaras da casa de nosso Deus, se aparentara com Tobias,
  5. e lhe fizera uma câmara grande, onde dantes se recolhiam as ofertas de cereais, o incenso, os utensílios, os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite, que eram dados por ordenança aos levitas, aos cantores e aos porteiros, como também as ofertas alçadas para os sacerdotes.
  6. Mas durante todo este tempo não estava eu em Jerusalém, porque no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei da Babilônia, fui ter com o rei; mas a cabo de alguns dias pedi licença ao rei,
  7. e vim a Jerusalém; e soube do mal que Eliasibe fizera em servir a Tobias, preparando-lhe uma câmara nos átrios da casa de Deus.
  8. Isso muito me desagradou; pelo que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara.
  9. Então, por minha ordem purificaram as câmaras; e tornei a trazer para ali os utensílios da casa de Deus, juntamente com as ofertas de cereais e o incenso.
  10. Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo.
  11. Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto.
  12. Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite.
  13. E por tesoureiros pus sobre os celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus irmãos.
  14. Por isto, Deus meu, lembra-te de mim, e não risques as beneficências que eu tenho feito para a casa do meu Deus e para o serviço dela.
  15. Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos.
  16. E em Jerusalém habitavam homens de Tiro, os quais traziam peixes e toda sorte de mercadorias, que vendiam no sábado aos filhos de Judá, e em Jerusalém.
  17. Então contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado?
  18. Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado.
  19. E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado.
  20. Então os negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes.
  21. Protestei, pois, contra eles, dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão em vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado.
  22. Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia.
  23. Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas, e moabitas;
  24. e seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo.
  25. Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos.
  26. Não pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel. Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar.
  27. E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, esta infidelidade contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras?
  28. Também um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim.
  29. Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdocio, como tambem o pacto do sacerdocio e dos levitas.
  30. Assim os purifiquei de tudo que era estrangeiro, e determinei os cargos para os sacerdotes e para os levitas, cada um na sua função;
  31. como também o que diz respeito à oferta da lenha em tempos determinados, e bem assim às primícias. Lembra-te de mim, Deus meu, para o meu bem.

Esdras Ester

Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu, e disse: Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos: Estejam atentos os teus ouvidos e abertos os teus olhos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos, confessando eu os pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; sim, eu e a casa de meu pai pecamos;

Neemias 1:4-6

11/03/2021

Esdras

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Esdras 1

  1. No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:
  2. Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
  3. Quem há entre vós de todo o seu povo (seja seu Deus com ele) suba para Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.
  4. E todo remanescente, seja qual for o lugar em que é peregrino, seja ajudado pelos homens desse lugar com prata, com ouro, com bens e com animais, afora a oferta voluntária para a casa de Deus, que está em Jerusalém.
  5. Então se levantaram os chefes das casas paternas de Judá e Benjamim e os sacerdotes, e os levitas, todos aqueles cujo espírito Deus despertara, para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém.
  6. E todos os seus vizinhos os ajudaram com utensílios de prata, com ouro, com bens, com animais e com coisas preciosas, afora tudo o que se ofereceu voluntariamente.
  7. Também o rei Ciro tirou os utensílios que pertenciam à casa do Senhor e que Nabucodonozor tinha trazido de Jerusalém e posto na casa de seus deuses.
  8. Ciro, rei da Pérsia, tirou-os pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá.
  9. Este é o número deles: Trinta bacias de ouro, mil bacias de prata, vinte e nove incensários,
  10. trinta taças de ouro, quatrocentas e dez taças de prata e mil outros utensílios.
  11. Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro foram conduzidos de Babilônia para Jerusalém.

Esdras 2

  1. Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro, dentre os exilados, a quem Nabucodonozor, rei de Babilônia, tinha levado para Babilônia, e que voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade;
  2. os quais vieram com Zorobabel Jesuá Neemias, Seraías, Reelaías, Mardoqueu, Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo de Israel.
  3. Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.
  4. Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.
  5. Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco.
  6. Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá e de Joabe, dois mil oitocentos e doze.
  7. Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.
  8. Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco.
  9. Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.
  10. Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois.
  11. Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três.
  12. Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois.
  13. Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis.
  14. Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e seis.
  15. Os filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e quatro.
  16. Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito.
  17. Os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três.
  18. Os filhos de Jora, cento e doze.
  19. Os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três.
  20. Os filhos de Gibar, noventa e cinco.
  21. Os filhos de Belém, cento e vinte e três.
  22. Os homens de Netofá, cinqüenta e seis.
  23. Os homens de Anatote, cento e vinte e oito.
  24. Os filhos de Azmavete, quarenta e dois.
  25. Os filhos de Quiriate-Arim, de Cefira e de Beerote, setecentos e quarenta e três
  26. Os filhos de Ramá e de Gaba, seiscentos e vinte e um.
  27. Os homens de Micmás, cento e vinte e dois.
  28. Os homens de Betel e de Ai, duzentos e vinte e três.
  29. Os filhos de Nebo, cinqüenta e dois.
  30. Os filhos de Magbis, cento e cinqüenta e seis.
  31. Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinquenta e quatro.
  32. Os filhos de Harim, trezentos e vinte.
  33. Os filhos de Lode, de Hadide e de Ono, setecentos e vinte e cinco.
  34. Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco.
  35. Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta.
  36. Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesuá, novecentos e setenta e três.
  37. Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois.
  38. Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete.
  39. Os filhos de Harim, mil e dezessete.
  40. Os levitas os filhos de Jesuá, e de Cadmiel, dos filhos de , Hodavias, setenta e quatro.
  41. Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito.
  42. Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, ao todo, cento e trinta e nove.
  43. Os netinins: os filhos de Ziá, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,
  44. os filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos de Padom,
  45. os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,
  46. os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,
  47. os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,
  48. os filhos de Rezin, os filhos de Necoda, os filhos de Gazão,
  49. os filhos de Uzá, os filhos de Paséia, os filhos de Besai,
  50. os filhos de Asná, os filhos de Meunim, os filhos dos nefusins,
  51. os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Hurur,
  52. os filhos de Bazlute, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,
  53. os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tamá,
  54. os filhos de Nezias, os filhos de Hatifa.
  55. Os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda,
  56. os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,
  57. os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim os filhos de Ami.
  58. Todos os netinins e os filhos dos servos de Salomão foram trezentos e noventa e dois.
  59. Estes foram os que subiram de Tel-Mela, de Tel-Harsa, de Querube, de Adã e de Imer; porém não puderam provar que as suas casas paternas e sua linhagem eram de Israel:
  60. os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinqüenta e dois.
  61. E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Hacoz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.
  62. Estes procuraram o seu registro entre os que estavam arrolados nas genealogias, mas não foi encontrado; pelo que, por imundos, foram excluídos do sacerdócio;
  63. e o governador lhes intimou que não comessem das coisas santíssimas, até que se levantasse um sacerdote com Urim e Tumim.
  64. Toda esta congregação junta somava quarenta e dois mil trezentos e sessenta,
  65. afora os seus servos, e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; também havia duzentos cantores e cantoras.
  66. Os seus cavalos eram setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;
  67. os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte.
  68. Alguns dos chefes das casas paternas, vindo à casa do Senhor em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus, para a edificarem no seu lugar;
  69. conforme as suas posses, deram para a tesouraria da obra, em ouro sessenta e um mil dáricos, e em prata cinco mil minas, e cem vestes sacerdotais.
  70. Ora, os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os netinins, habitaram nas suas cidades, e todo o Israel nas suas cidades.

Esdras 3

  1. Quando chegou o sétimo mês, estando já os filhos de Israel nas suas cidades, ajuntou-se o povo, como um só homem, em Jerusalém.
  2. Então se levantou Jesuá, filho de Jozadaque, com seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos; e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, homem de Deus.
  3. Colocaram o altar sobre a sua base (pois o terror estava sobre eles por causa dos povos das terras e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos pela manhã e à tarde.
  4. E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito, e ofereceram holocaustos diários segundo o número ordenado para cada dia,
  5. e em seguida o holocausto contínuo, e os das luas novas e de todas as festas fixas do Senhor, como também os de qualquer que fazia oferta voluntária ao Senhor.
  6. Desde o primeiro dia do sétimo mês começaram a oferecer holocaustos ao Senhor; porém ainda não haviam sido lançados os alicerces do templo do Senhor.
  7. Deram dinheiro aos pedreiros e aos carpinteiros; como também comida e bebida, e azeite aos sidônios, e aos tírios, para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope, segundo a concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia.
  8. Ora, no segundo ano da sua vinda à casa de Deus em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do cativeiro para Jerusalém, deram início à obra e constituíram os levitas da idade de vinte anos para cima, para superintenderem a obra da casa do Senhor.
  9. Então se levantaram Jesuá com seus filhos e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, como um só homem, para superintenderem os que faziam a obra na casa de Deus; como também os filhos de Henadade, com seus filhos e seus irmãos, os levitas.
  10. Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, os sacerdotes trajando suas vestes, apresentaram-se com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem ao Senhor, segundo a ordem de Davi, rei de Israel.
  11. E cantavam a revezes, louvando ao Senhor e dando-lhe graças com estas palavras: Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo levantou grande brado, quando louvaram ao Senhor, por se terem lançado os alicerces da casa do Senhor.
  12. Muitos, porém, dos sacerdotes e dos levitas, e dos chefes das casas paternas, os idosos que tinham visto a primeira casa, choraram em altas vozes quando, a sua vista, foi lançado o fundamento desta casa; também muitos gritaram de júbilo;
  13. de maneira que não podia o povo distinguir as vozes do júbilo das vozes do choro do povo; porque o povo bradava em tão altas vozes que o som se ouvia de mui longe.

Esdras 4

  1. Ora, ouvindo os adversários de Judá e de Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor, Deus de Israel,
  2. chegaram-se a Zorobabel e aos chefes das casas paternas, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco; pois, como vós, buscamos o vosso Deus; como também nós lhe temos sacrificado desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir para aqui.
  3. Responderam-lhes, porém, Zorobabel e Jesuá e os outros chefes das casas paternas de Israel: Não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sozinhos a edificaremos ao Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.
  4. Então o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá, e os inquietava, impedindo-os de edificar;
  5. e assalariaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, por todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até o reinado de Dario, rei da Pérsia.
  6. No reinado de Assuero, no princípio do seu reino, escreveram uma acusação contra os habitantes de Judá e de Jerusalém.
  7. Também nos dias de Artaxerxes escreveram Bislão, Mitredate, Tabeel, e os companheiros destes, a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta foi escrita em caracteres aramaicos, e traduzida na língua aramaica.
  8. Reum, o comandante, e Sinsai, o escrivão, escreveram uma carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes, do teor seguinte,
  9. isto é, escreveram Reum, o comandante, Sinsai, o escrivão, e os seus companheiros, os juízes, os governadores, os oficiais, os persas, os homens de Ereque, os babilônios, os susanquitas, isto é, os elamitas,
  10. e as demais nações que o grande e afamado Osnapar transportou, e que fez habitar na cidade de Samária e no restante da província dalém do Rio.
  11. Eis, pois, a cópia da carta que mandaram ao rei Artaxerxes: Teus servos, os homens de além do Rio, assim escrevem:
  12. Saiba o rei que os judeus que subiram de ti a nós foram a Jerusalém e estão reedificando aquela rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os seus muros e reparando os seus fundamentos.
  13. Agora saiba o rei que, se aquela cidade for reedificada e os muros forem restaurados, eles não pagarão nem tributo, nem imposto, nem pedágio; e assim se danificará a fazenda dos reis.
  14. Agora, visto que comemos do sal do palácio, e não nos convém ver a desonra do rei, por isso mandamos dar aviso ao rei,
  15. para que se busque no livro das crônicas de teus pais; e acharás no livro das crônicas e saberás que aquela é uma cidade rebelde, e danosa a reis e províncias, e que nela houve rebelião em tempos antigos; por isso é que ela foi destruída.
  16. Nós, pois, estamos avisando ao rei que, se aquela cidade for reedificada e os seus muros forem restaurados, não terás porção alguma a oeste do Rio.
  17. Então o rei enviou esta resposta a Reum, o comandante, e a Sinsai, o escrivão, e aos demais seus companheiros, que habitavam em Samária e no restante do país a oeste do Rio: Saudações!
  18. A carta que nos enviastes foi claramente lida na minha presença.
  19. E, ordenando-o eu, buscaram e acharam que desde tempos antigos aquela cidade se tem levantado contra os reis, e que nela se tem feito rebelião e sedição.
  20. E tem havido reis poderosos sobre Jerusalém, os quais dominavam igualmente toda a província dalém do Rio; e a eles se pagavam tributos, impostos e pedágio.
  21. Agora, pois, dai ordem para que aqueles homens parem, a fim de que não seja edificada aquela cidade até que eu dê ordem.
  22. E guardai-vos de serdes remissos nisto; não suceda que o dano cresça em prejuízo dos reis.
  23. Então, logo que a cópia da carta do rei Artaxerxes foi lida perante Reum e Sinsai, o escrivão, e seus companheiros, foram eles apressadamente a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força e com violência.
  24. Então cessou a obra da casa de Deus, que estava em Jerusalém, ficando interrompida até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia.

Esdras 5

  1. Ora, os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram.
  2. Então se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles estavam os profetas de Deus, que os ajudavam.
  3. Naquele tempo vieram ter com eles Tatenai, o governador da província a oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros, e assim lhes perguntaram: Quem vos deu ordem para edificar esta casa, e completar este muro?
  4. Ainda lhes perguntaram: Quais são os nomes dos homens que constroem este edifício?
  5. Os olhos do seu Deus, porém, estavam sobre os anciãos dos judeus, de modo que eles não os impediram, até que o negócio se comunicasse a Dario, e então chegasse resposta por carta sobre isso.
  6. A cópia da carta que Tatenai, o governador da província a oeste do Rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros, os governadores, que estavam deste lado do Rio, enviaram ao rei Dario;
  7. enviaram-lhe um relatório, no qual estava escrito: Ao rei Dario toda a paz.
  8. Saiba o rei que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, a qual se edifica com grandes pedras, e já a madeira está sendo posta nas paredes, e esta obra vai-se fazendo com diligência, e se adianta em suas mãos.
  9. Então perguntamos àqueles anciãos, falando-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificar esta casa, e completar este muro?
  10. Além disso lhes perguntamos pelos seus nomes, para tos declararmos, isto é, para te escrevermos os nomes dos homens que entre eles são os chefes.
  11. E esta é a resposta que nos deram: Nós somos servos do Deus do céu e da terra, e reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada, a qual um grande rei de Israel edificou e acabou.
  12. Mas depois que nossos pais provocaram à ira o Deus do céu, ele os entregou na mão de Nabucodonozor, o caldeu, rei de Babilônia, o qual destruiu esta casa, e transportou o povo para Babilônia.
  13. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro baixou decreto para que esta casa de Deus fosse reedificada.
  14. E até os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonozor tinha tomado do templo que estava em Jerusalém e levado para o templo de Babilônia, o rei Siro os tirou do templo de Babilônia, e eles foram entregues a um homem cujo nome era Sesbazar, a quem ele tinha constituído governador;
  15. e disse-lhe: Toma estes utensílios, vai, e leva-os para o templo que está em Jerusalém, e reedifique-se a casa de Deus no seu lugar.
  16. Então veio o dito Sesbazar, e lançou os fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém; de então para cá ela vem sendo edificada, não estando ainda concluída.
  17. Agora, pois, se parece bem ao rei, busque-se nos arquivos reais, ali em Babilônia, para ver se é verdade haver um decreto do rei Ciro para se reedificar esta casa de Deus em Jerusalém, e sobre isto nos faça o rei saber a sua vontade.

Esdras 6

  1. Então o rei Dario o decretou, e foi feita uma busca nos arquivos onde se guardavam os tesouros em Babilônia.
  2. E em Ecbatana, a capital, que está na província da Média, se achou um rolo, e nele estava escrito um memorial, que dizia assim:
  3. No primeiro ano do rei Ciro, o rei Ciro baixou um decreto com respeito à casa de Deus em Jerusalém: Seja edificada a casa, o lugar em que se oferecem sacrifícios, e sejam os seus fundamentos bem firmes; a sua altura será de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados,
  4. com três carreiras de grandes pedras, e uma carreira de madeira nova; e a despesa se fará do tesouro do rei.
  5. Além disso sejam restituídos os utensílios de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonozor tirou do templo em Jerusalém e levou para Babilônia, e que se tornem a levar para o templo em Jerusalém, cada um para o seu lugar, e tu os porás na casa de Deus.
  6. Agora, pois, Tatenai, governador de além do Rio, Setar- Bozenai, e os vossos companheiros, os governadores, que estais além do Rio, retirai-vos desse lugar;
  7. deixai de impedir a obra desta casa de Deus; edifiquem o governador dos judeus e os seus anciãos esta casa de Deus no seu lugar.
  8. Além disso, por mim se decreta o que haveis de fazer para com esses anciãos dos judeus, para a edificação desta casa de Deus, a saber, que da fazenda do rei, dos tributos da província dalém do Rio, se pague prontamente a estes homens toda a despesa.
  9. Igualmente o que for necessário, como novilhos, carneiros e cordeiros, para holocaustos ao Deus do céu; também trigo, sal, vinho e azeite, segundo a palavra dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes isso de dia em dia sem falta;
  10. para que ofereçam sacrifícios de cheiro suave ao Deus do céu, e orem pela vida do rei e de seus filhos.
  11. Também por mim se decreta que a todo homem que alterar este decreto, se arranque uma viga da sua casa e que ele seja pregado nela; e da sua casa se faça por isso um monturo.
  12. O Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome derribe todos os reis e povos que estenderem a mão para alterar o decreto e para destruir esta casa de Deus, que está em Jerusalém. Eu, Dario, baixei o decreto. Que com diligência se execute.
  13. Então Tatenai, o governador a oeste do Rio, Setar-Bozenai, e os seus companheiros executaram com toda a diligência o que mandara o rei Dario.
  14. Assim os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia de Ageu o profeta e de Zacarias, filho de Ido. Edificaram e acabaram a casa de acordo com o mandado do Deus de Israel, e de acordo com o decreto de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia.
  15. E acabou-se esta casa no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.
  16. E os filhos de Israel, os sacerdotes e os levitas, e o resto dos filhos do cativeiro fizeram a dedicação desta casa de Deus com alegria.
  17. Ofereceram para a dedicação desta casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros e quatrocentos cordeiros; e como oferta pelo pecado por todo o Israel, doze bodes, segundo o número das tribos de Israel.
  18. E puseram os sacerdotes nas suas divisões e os levitas nas suas turmas, para o serviço de Deus em Jerusalém, conforme o que está escrito no livro de Moisés.
  19. E os que vieram do cativeiro celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês.
  20. Pois os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem; todos estavam limpos. E imolaram o cordeiro da páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
  21. Assim comeram a páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os que, unindo-se a eles, se apartaram da imundícia das nações da terra para buscarem o Senhor, Deus de Israel;
  22. e celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com alegria; porque o Senhor os tinha alegrado, tendo mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da casa de Deus, o Deus de Israel.

Esdras 7

  1. Ora, depois destas coisas, no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias,
  2. filho de Salum, filho de Zadoque, filho de Aitube,
  3. filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote,
  4. filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui,
  5. filho de Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote –
  6. este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus de Israel tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira.
  7. Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos netinins, no sétimo ano do rei Artaxerxes.
  8. No quinto mês Esdras chegou a Jerusalém, no sétimo ano deste rei.
  9. Pois no primeiro dia do primeiro mês ele partiu de Babilônia e no primeiro dia do quinto mês chegou a Jerusalém, graças à mão benéfica do seu Deus sobre ele.
  10. Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças.
  11. Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu a Esdras, o sacerdote, o escriba instruído nas palavras dos mandamentos do Senhor e dos seus estatutos para Israel:
  12. Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu: Saudações.
  13. Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir a Jerusalém, vá contigo.
  14. Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para indagares a respeito de Judá e de Jerusalém, conforme a lei do teu Deus, a qual está na tua mão;
  15. e para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Deus de Israel cuja habitação está em Jerusalém,
  16. com toda a prata e o ouro que achares em toda a província de Babilônia, e com as ofertas voluntárias do povo e dos sacerdotes, que voluntariamente as oferecerem para a casa do seu Deus, que está em Jerusalem;
  17. portanto com toda a diligência comprarás com este dinheiro novilhos, carneiros, e cordeiros, com as suas ofertas de cereais e as suas ofertas de libações, e os oferecerás sobre o altar da casa do vosso Deus, que está em Jerusalém.
  18. Também o que a ti e a teus irmãos parecer bem fazerdes do resto da prata e do ouro, o fareis conforme a vontade do vosso Deus.
  19. Os vasos que te foram dados para o serviço da casa do teu Deus, entrega-os todos perante ele, o Deus de Jerusalém.
  20. E tudo o mais que for necessário para a casa do teu Deus, e que te convenha dar, o darás da casa dos tesouros do rei.
  21. E eu, o rei Artaxerxes, decreto a todos os tesoureiros que estão na província dalém do Rio, que tudo quanto vos exigir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu, prontamente se lhe conceda,
  22. até cem talentos de prata cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite, e sal à vontade.
  23. Tudo quanto for ordenado pelo Deus do céu, isso precisamente se faça para a casa do Deus do céu; pois, por que haveria ira sobre o reino do rei e de seus filhos?
  24. Também vos notificamos acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, netinins, e outros servos desta casa de Deus, que não será lícito exigir-lhes nem tributo, nem imposto, nem pedágio.
  25. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, constitui magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está na província dalém do Rio, isto é, todos os que conhecem as leis do teu Deus; e ensina-as ao que não as conhece.
  26. E todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, com zelo se lhe execute a justiça: quer seja morte, quer desterro, quer confiscação de bens, quer prisão.
  27. Bendito seja o Senhor Deus de nossos pais, que pôs no coração do rei este desejo de ornar a casa do Senhor, que está em Jerusalém;
  28. e que estendeu sobre mim a sua benevolência perante o rei e os seus conselheiros e perante todos os príncipes poderosos do rei. Assim encorajado pela mão do Senhor, meu Deus, que estava sobre mim, ajuntei dentre Israel alguns dos homens principais para subirem comigo.

Esdras 8

  1. Estes, pois, são os chefes de suas casas paternas, e esta é a genealogia dos que subiram comigo de Babilônia no reinado do rei Artaxerxes:
  2. Dos filhos de Finéias, Gérson; dos filhos de Itamar, Daniel; dos filhos de Davi, Hatus;
  3. dos filhos de Secanias, dos filhos de Parós, Zacarias; e com ele, segundo as genealogias dos varões, se contaram cento e cinqüenta;
  4. dos filhos de Paate-Moabe, Elioenai, filho de Zeraías, e com ele duzentos homens;
  5. dos filhos de Zatu, Secanias, o filho de Jaaziel, e com ele trezentos homens;
  6. dos filhos de Adim, Ebede, filho de Jônatas, e com ele cinqüenta homens;
  7. dos filhos de Elão, Jesaías, filho de Atalias, e com ele setenta homens;
  8. dos filhos de Sefatias, Zebadias, filho de Micael, e com ele oitenta homens; e
  9. dos filhos de Joabe, Obadias, filho de Jeiel, e com ele duzentos e dezoito homens;
  10. dos filhos de Bani, Selomite, o filho de Josifias, e com ele cento e sessenta homens;
  11. dos filhos de Bebai, Zacarias, o filho de Bebai, e com ele vinte e oito homens;
  12. dos filhos de Azgade, Joanã, o filho de Hacatã, e com ele cento e dez homens;
  13. dos filhos de Adonicão, que eram os últimos, eis os seus nomes: Elifelete, Jeuel e Semaías, e com eles sessenta homens;
  14. e dos filhos de Bigvai, Utai e Zabude, e com eles setenta homens.
  15. Ajuntei-os à margem do rio que corre para Ava; e ficamos ali acampados três dias. Então passei em revista o povo e os sacerdotes, e não achei ali nenhum dos filhos de Levi.
  16. Mandei, pois, chamar Eliézer, Ariel, Semaías, Elnatã, Jaribe, Elnatã, Natã, Zacarias e Mesulão, os chefes, como também, Joiaribe e Elnatã, que eram mestres.
  17. E os enviei a Ido, chefe em Casífia, e lhes pus na boca palavras para dizerem a Ido e aos seus irmãos, os netinins, em Casífia, que nos trouxessem ministros para a casa do nosso Deus.
  18. E, pela boa mão de nosso Deus sobre nós, trouxeram-nos um homem entendido, dos filhos de Mali, filho de Levi, filho de Israel; e Serebias, com os seus filhos e irmãos, dezoito;
  19. e Hasabias, e com ele Jesaías, dos filhos de Merári, com seus irmãos e os filhos deles, vinte;
  20. e dos netinins, que Davi e os príncipes tinham dado para o serviço dos levitas, duzentos e vinte, todos eles mencionados por nome.
  21. Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos humilharmos diante do nosso Deus, a fim de lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos pequeninos, e para toda a nossa fazenda.
  22. Pois tive vergonha de pedir ao rei uma escolta de soldados, e cavaleiros para nos defenderem do inimigo pelo caminho, porquanto havíamos dito ao rei: A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas o seu poder e a sua ira estão contra todos os que o deixam.
  23. Nós, pois, jejuamos, e pedimos isto ao nosso Deus; e ele atendeu às nossas orações.
  24. Então separei doze dos principais dentre os sacerdotes: Serebias e Hasabias, e com eles dez dos seus irmãos;
  25. e pesei-lhes a prata, o ouro e os vasos, a oferta para a casa do nosso Deus, que o rei, os seus conselheiros, os seus príncipes e todo o Israel que estava ali haviam oferecido;
  26. entreguei-lhes nas mãos seiscentos e cinqüenta talentos de prata, e em vasos de prata cem talentos; e cem talentos de ouro;
  27. e vinte taças de ouro no valor de mil dáricos, e dois vasos de bronze claro e brilhante, tão precioso como o ouro.
  28. E disse-lhes: Vós sois santos ao Senhor, e santos são estes vasos; como também esta prata e este ouro são ofertas voluntárias, oferecidas ao Senhor, Deus de vossos pais.
  29. Vigiai, pois, e guardai-os até que os peseis na presença dos principais dos sacerdotes e dos levitas, e dos príncipes das casas paternas de Israel, em Jerusalém, nas câmaras da casa do Senhor.
  30. Então os sacerdotes e os levitas receberam o peso da prata, e do ouro, e dos vasos, a fim de os trazerem para Jerusalém, para a casa do nosso Deus.
  31. Então partimos do rio Ava, no dia doze do primeiro mês, a fim de irmos para Jerusalém; e a mão do nosso Deus estava sobre nós, e ele nos livrou da mão dos inimigos, e dos que nos armavam ciladas pelo caminho.
  32. Chegamos, pois, a Jerusalém, e repousamos ali três dias.
  33. No quarto dia se pesou a prata, e o ouro, e os vasos, na casa do nosso Deus, para as mãos de Meremote filho do sacerdote Urias; e com ele estava Eleazar, filho de Finéias, e com eles os levitas Jozabade, filho de Jesuá, e Noadias, filho de Binuí.
  34. Tudo foi entregue por número e peso; e o peso de tudo foi registrado na ocasião.
  35. Os exilados que tinham voltado do cativeiro ofereceram holocaustos ao Deus de Israel: doze novilhos por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros, e doze bodes em oferta pelo pecado; tudo em holocausto ao Senhor.
  36. Então entregaram os editos do rei aos sátrapas do rei, e aos governadores a oeste do Rio; e estes ajudaram o povo e a casa de Deus.

Esdras 9

  1. Ora, logo que essas coisas foram terminadas, vieram ter comigo os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, não se têm separado dos povos destas terras, das abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos epípcios e dos amorreus;
  2. pois tomaram das suas filhas para si e para seus filhos; de maneira que a raça santa se tem misturado com os povos de outras terras; e até os oficiais e magistrados foram os primeiros nesta transgressão.
  3. Ouvindo eu isto, rasguei a minha túnica e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e me sentei atônito.
  4. Então se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel por causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu permaneci sentado atônito até a oblação da tarde.
  5. A hora da oblação da tarde levantei-me da minha humilhação, e com a túnica e o manto rasgados, pus-me de joelhos, estendi as mãos ao Senhor meu Deus,
  6. e disse: Ó meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar o meu rosto a ti, meu Deus; porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até o céu.
  7. Desde os dias de nossos pais até o dia de hoje temos estado em grande culpa, e por causa das nossas iniqüidades fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, na mão dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, à rapina e à confusão do rosto, como hoje se vê.
  8. Agora, por um pequeno momento se manifestou a graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar um restante que escape, e para nos dar estabilidade no seu santo lugar, a fim de que o nosso Deus nos alumie os olhos, e nos dê um pouco de refrigério em nossa escravidão;
  9. pois somos escravos; contudo o nosso Deus não nos abandonou em nossa escravidão, mas estendeu sobre nós a sua benevolência perante os reis da Pérsia, para nos dar a vida, a fim de levantarmos a casa do nosso Deus e repararmos as suas assolações, e para nos dar um abrigo em Judá e em Jerusalém.
  10. Agora, ó nosso Deus, que diremos depois disto? Pois temos deixado os teus mandamentos,
  11. os quais ordenaste por intermédio de teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que estais entrando para a possuir, é uma terra imunda pelas imundícias dos povos das terras, pelas abominações com que, na sua corrupção, a encheram duma extremidade à outra.
  12. Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos filhos, nem procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes e comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre.
  13. E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas iniqüidades, e ainda nos deixaste este remanescente;
  14. tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos que cometem estas abominações? Não estarias tu indignado contra nós até de todo nos consumires, de modo que não ficasse restante, nem quem escapasse?
  15. Ó Senhor Deus de Israel, justo és, pois ficamos qual um restante que escapou, como hoje se vê. Eis que estamos diante de ti em nossa culpa; e, por causa disto, ninguém há que possa subsistir na tua presença.

Esdras 10

  1. Ora, enquanto Esdras orava e fazia confissão, chorando e prostrando-se diante da casa de Deus, ajuntou-se a ele, de Israel, uma grande congregação de homens, mulheres, e crianças; pois o povo chorava amargamente.
  2. Então Seeanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel.
  3. Agora, pois, façamos um pacto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os que delas são nascidos, conforme o conselho do meu Senhor, e dos que tremem ao mandamento do nosso Deus; e faça-se conforme a lei.
  4. Levanta-te; pois a ti pertence este negócio, e nós somos contigo; tem bom ânimo, e faze-o.
  5. Então Esdras se levantou, e ajuramentou os principais dos sacerdotes, os levitas, e todo o Israel, de que fariam conforme esta palavra; e eles juraram.
  6. Em seguida Esdras se levantou de diante da casa de Deus, e entrou na câmara de Joanã, filho de Eliasibe; e, chegando lá, não comeu pão, nem bebeu água, porque pranteava por causa da infidelidade dos do cativeiro.
  7. E fizeram passar pregão por Judá e Jerusalém, a todos os que vieram do cativeiro, para que se ajuntassem em Jerusalem;
  8. e que todo aquele que dentro de três dias não viesse, segundo o conselho dos oficiais e dos anciãos, toda a sua fazenda se pusesse em interdito, e fosse ele excluído da congregação dos que voltaram do cativeiro.
  9. Pelo que todos os homens de Judá e de Benjamim dentro de três dias se ajuntaram em Jerusalém. Era o nono mês, aos vinte dias do mês; e todo o povo se assentou na praça diante da casa de Deus, tremendo por causa deste negócio e por causa das grandes chuvas.
  10. Então se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós tendes transgredido, e casastes com mulheres estrangeiras, aumentando a culpa de Israel.
  11. Agora, pois, fazei confissão ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei o que é do seu agrado; separai-vos dos povos das terras, e das mulheres estrangeiras.
  12. E toda a congregação respondeu em alta voz: Conforme as tuas palavras havemos de fazer.
  13. Porém o povo é muito; também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora. Isso não é obra de um dia nem de dois, pois somos muitos os que transgredimos neste negócio.
  14. Ponham-se os nossos oficiais por toda a congregação, e todos os que em nossas cidades casaram com mulheres estrangeiras venham em tempos apontados, e com eles os anciãos e juízes de cada cidade, até que se desvie de nós o ardor da ira do nosso Deus no tocante a este negócio.
  15. (Somente Jônatas, filho de Asael, e Jazéias, filho de Ticvá, se opuseram a isso; e Mesulão, e Sabetai, o levita, os apoiaram.)
  16. Assim o fizeram os que tornaram do cativeiro: foram indicados o sacerdote Esdras e certos homens, cabeças de casas paternas, segundo as suas casas paternas, cada um designado por nome; e assentaram-se no primeiro dia do décimo mês, para averiguar este negócio.
  17. E no primeiro dia do primeiro mês acabaram de tratar de todos os homens que tinham casado com mulheres estrangeiras.
  18. Entre os filhos dos sacerdotes acharam-se estes que tinham casado com mulheres estrangeiras: dos filhos de Jesuá, filho de Jozadaque, e seus irmãos, Maaséias, Eliézer, Jaribe e Gedalias.
  19. E deram a sua mão, comprometendo-se a despedirem suas mulheres; e, achando-se culpados, ofereceram um carneiro do rebanho pela sua culpa.
  20. Dos filhos de Imer: Hanâni e Zebadias.
  21. Dos filhos de Harim: Maaséias, Elias, Semaías, Jeiel e Uzias.
  22. E dos filhos de Pasur: Elioenai, Maaséias, Ismael, Netanel, Jozabade e Elasa.
  23. Dos levitas: Jozabade, Simei, Quelaías (este é Quelita) , Petaías, Judá e Eliézer.
  24. Dos cantores: Eliasibe. Dos porteiros: Salum, Telem e îri.
  25. E de Israel, dos filhos de Parós: Ramias, Izias, Malquias, Miamim, Eleazar, Hasabias e Benaías.
  26. Dos filhos de Elão: Matanias, Zacarias, Jeiel, Abdi, Jerimote e Elias.
  27. Dos filhos de Zatu: Elioenai, Eliasibe, Matanias, Jerimote, Zabade e Aziza.
  28. Dos filhos de Bebai: Jeoanã, Hananias, Zabai e Atlai.
  29. Dos filhos de Bani: Mesulão, Maluque, Adaías, Jasube, Seal e Jerimote.
  30. Dos filhos de Paate-Moabe: Adná, Quelal, Benaías, Maaséias, Matanias, Bezaleel, Binuí e Manassés.
  31. Dos filhos de Harim: Eliézer, Issijá, Malquias, Semaías, Simeão,
  32. Benjamim, Maluque e Semarias.
  33. Dos filhos de Hasum: Matenai, Matatá, Zabade, Elifelete, Jeremai, Manassés e Simei.
  34. Dos filhos de Bani: Maadai, Anrão e Uel,
  35. Benaías, Bedéias, Queluí,
  36. Vanias, Meremote, Eliasibe,
  37. Matanias, Matenai e Jaasu.
  38. Dos filhos de Binuí: Simei,
  39. Selemias, Natã, Adaías,
  40. Macnadbai, Sasai, Sarai,
  41. Azarel, Selemias, Semarias,
  42. Salum, Amarias e José.
  43. Dos filhos de Nebo: Jeiel, Matitias, Zabade, Zebina, Jadai, Joel e Benaías.
  44. Todos estes tinham tomado mulheres estrangeiras; e se despediram das mulheres e dos filhos.

II Crônicas Neemias

Pois os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem; todos estavam limpos. E imolaram o cordeiro da páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos. Assim comeram a páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os que, unindo-se a eles, se apartaram da imundícia das nações da terra para buscarem o Senhor, Deus de Israel;

Esdras 6:20-21

11/03/2021

II Crônicas

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II Crônicas 1

  1. Ora, Salomão, filho de Davi, fortaleceu-se no seu reino, e o Senhor seu Deus era com ele, e muito o engrandeceu.
  2. E falou Salomão a todo o Israel, aos chefes de mil e de cem, e aos juízes, e a todos os principes em todo o Israel, chefes das casas paternas.
  3. E foi Salomão, e toda a congregação com ele, ao alto que estava em Gibeão porque ali estava a tenda da revelação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha feito no deserto.
  4. Mas Davi tinha feito subir a arca de Deus de Quiriate-Jearim ao lugar que lhe preparara; pois lhe havia armado uma tenda em Jerusalém.
  5. Também o altar de bronze feito por Bezaleel, filho de Uri, filho de Hur, estava ali diante do tabernáculo do Senhor; e Salomão e a congregação o buscavam.
  6. E Salomão ofereceu ali sacrifícios perante o Senhor, sobre o altar de bronze que estava junto à tenda da revelação; ofereceu sobre ele mil holocaustos.
  7. Naquela mesma noite Deus apareceu a Salomão, e lhe disse: Pede o que queres que eu te dê.
  8. E Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande benevolência para com meu pai Davi, e a mim me fizeste rei em seu lugar.
  9. Agora, pois, ó Senhor Deus, confirme-se a tua promessa, dada a meu pai Davi; porque tu me fizeste rei sobre um povo numeroso como o pó da terra.
  10. Dá-me, pois, agora sabedoria e conhecimento, para que eu possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderá julgar este teu povo, que é tão grande?
  11. Então Deus disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens ou honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento para poderes julgar o meu povo, sobre o qual te fiz reinar,
  12. sabedoria e conhecimento te são dados; também te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, nem haverá depois de ti rei que tenha coisas semelhantes.
  13. Assim Salomão veio a Jerusalém, do alto que estava em Gibeão, de diante da tenda da revelação; e reinou sobre Israel.
  14. Salomão ajuntou carros e cavaleiros; teve mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, que colocou nas cidades dos carros e junto de si em Jerusalém.
  15. E o rei tornou o ouro e a prata tão comuns em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos em abundância como os sicômoros que há na baixada.
  16. Os cavalos que Salomão tinha eram trazidos do Egito e de Coa; e os mercadores do rei os recebiam de Coa por preço determinado.
  17. E faziam subir e sair do Egito cada carro por seiscentos siclos de prata, e cada cavalo por cento e cinqüenta; e assim por meio deles eram exportados para todos os reis dos heteus, e para os reis da Síria.

II Crônicas 2

  1. Ora, resolveu Salomão edificar uma casa ao nome do Senhor, como também uma casa real para si.
  2. Designou, pois, Salomão setenta mil homens para servirem de carregadores, e oitenta mil para cortarem pedras na montanha, e três mil e seiscentos inspetores sobre eles.
  3. E Salomão mandou dizer a Hurão, rei de Tiro: Como fizeste com Davi, meu pai, mandando-lhe cedros para edificar uma casa em que morasse, assim também fazem comigo.
  4. Eis que vou edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus e lha consagrar para queimar perante ele incenso aromático, para apresentar continuamente, o pão da preposição, e para oferecer os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas do Senhor nosso Deus; o que é obrigação perpétua de Israel.
  5. A casa que vou edificar há de ser grande, porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses.
  6. Mas quem é capaz de lhe edificar uma casa, visto que o céu e até o céu dos céus o não podem conter? E quem sou eu, para lhe edificar uma casa, a não ser para queimar incenso perante ele?
  7. Agora, pois, envia-me um homem hábil para trabalhar em ouro, em prata, em bronze, em ferro, em púrpura, em carmesim, e em azul, e que saiba lavrar ao buril, para estar com os peritos que estão comigo em Judá e em Jerusalém, os quais Davi, meu pai, escolheu.
  8. Manda-me também madeiras de cedro, de cipreste, e de algumins do Líbano; porque bem sei eu que os teus servos sabem cortar madeira no Líbano; e eis que os meus servos estarão com os teus servos,
  9. a fim de me prepararem madeiras em abundância, porque a casa que vou edificar há de ser grande e maravilhosa.
  10. E aos teus servos, os trabalhadores que cortarem a madeira, darei vinte mil coros de trigo malhado, vinte mil coros de cevada, vinte mil e batos de vinho e vinte mil batos de azeite.
  11. Hurão, rei de Tiro, mandou por escrito resposta a Salomão, dizendo: Porquanto o Senhor ama o seu povo, te constituiu rei sobre ele.
  12. Disse mais Hurão: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que fez o céu e a terra, que deu ao rei Davi um filho sábio, de grande prudência e entendimento para edificar uma casa ao Senhor, e uma casa real para si.
  13. Agora, pois, envio um homem perito, de entendimento, a saber, Hurão- Abi,
  14. filho duma mulher das filhas de Dã, e cujo pai foi um homem de Tiro; este sabe trabalhar em ouro, em prata, em bronze, em ferro, em pedras e em madeira, em púrpura, em azul, em linho fino, e em carmesim, e é hábil para toda obra de buril, e para toda espécie de engenhosas invenções; para que lhe seja designado um lugar juntamente com os teus peritos, e com os peritos de teu pai Davi, meu senhor.
  15. Agora mande meu senhor para os seus servos o trigo, a cevada, o azeite, e o vinho, de que falou;
  16. e nós cortaremos tanta madeira do Líbano quanta precisares, e a levaremos em jangadas pelo mar até Jope, e tu mandarás transportá-la para Jerusalém.
  17. Salomão contou todos os estrangeiros que havia na terra de Israel, segundo o recenseamento que seu pai Davi fizera; e acharam-se cento e cinqüenta e três mil e seiscentos.
  18. E deles separou setenta mil para servirem de carregadores, e oitenta mil para cortarem madeira na montanha, como também três mil e seiscentos inspetores para fazerem trabalhar o povo.

II Crônicas 3

  1. Então Salomão começou a edificar a casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu.
  2. Começou a edificar no segundo dia do segundo mês, no quarto ano do seu reinado.
  3. Estes foram os fundamentos que Salomão pôs para edificar a casa de Deus. O comprimento em côvados, segundo a primitiva medida, era de sessenta côvados, e a largura de vinte côvados:
  4. O pórtico que estava na frente tinha vinte côvados de comprimento, correspondendo à largura da casa, e a altura era de cento e vinte; e por dentro o revestiu de ouro puro.
  5. A câmara maior forrou com madeira de cipreste e a cobriu de ouro fino, no qual gravou palmas e cadeias.
  6. Para ornamento guarneceu a câmara de pedras preciosas; e o ouro era ouro de Parvaim.
  7. Também revestiu de ouro as traves e os umbrais, bem como as paredes e portas da câmara, e lavrou querubins nas paredes.
  8. Fez também a câmara santíssima, cujo comprimento era de vinte côvados, correspondendo à largura da casa, e a sua largura era de vinte côvados; e a revestiu de ouro fino, do peso de seiscentos talentos.
  9. O peso dos pregos era de cinqüenta siclos de ouro. Também revestiu de ouro os cenáculos.
  10. Também fez na câmara santíssima dois querubins de madeira, e os cobriu de ouro.
  11. As asas dos querubins tinham vinte côvados de comprimento: uma asa de um deles, tendo cinco côvados, tocava na parede da casa, e a outra asa, tendo também cinco côvados, tocava na asa do outro querubim;
  12. também a asa deste querubim, tendo cinco côvados, tocava na parede da casa, e a outra asa, tendo igualmente cinco côvados, estava unida à asa do primeiro querubim.
  13. Assim as asas destes querubins se estendiam por vinte côvados; eles estavam postos em pé, com os rostos virados para â camara.
  14. Também fez o véu de azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins.
  15. Diante da casa fez duas colunas de trinta e cinco côvados de altura; e o capitel que estava sobre cada uma era de cinco côvados.
  16. Também fez cadeias no oráculo, e as pôs sobre o alto das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs nas cadeias.
  17. E levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; e chamou o nome da que estava à direita Jaquim, e o nome da que estava à esquerda Boaz.

II Crônicas 4

  1. Além disso fez um altar de bronze de vinte côvados de comprimento, vinte de largura e dez de altura.
  2. Fez também o mar de fundição; era redondo e media dez côvados duma borda à outra, cinco de altura e trinta de circunfêrencia.
  3. Por baixo da borda figuras de bois que cingiam o mar ao redor, dez em cada côvado, contornando-o todo; os bois estavam em duas fileiras e foram fundidos juntamente com o mar.
  4. O mar estava assentado sobre doze bois, três dos quais olhavam para o norte, três para o ocidente, três para o sul, e três para o oriente; e o mar estava posto sobre os bois, cujas ancas estavam todas para a banda de dentro.
  5. Tinha quatro dedos de grossura; e a sua borda foi feita como a borda dum copo, como a flor dum lírio; e cabiam nele mais de três mil batos.
  6. Fez também dez pias; e pôs cinco à direita e cinco à esquerda, para lavarem nelas; isto é, lavaram nelas o que pertencia ao holocausto. Porém o mar era para os sacerdotes se lavarem nele.
  7. E fez dez castiçais de ouro, segundo o que fora ordenado a respeito deles, e pô-los no templo, cinco à direita e cinco à esquerda.
  8. Também fez dez mesas, e pô-las no templo, cinco à direita e cinco à esquerda; e fez ainda cem bacias de ouro.
  9. Fez mais o átrio dos sacerdotes, e o átrio grande, e as suas portas, as quais revestiu de bronze.
  10. E pôs o mar ao lado direito da casa, a sudeste.
  11. Hurão fez ainda as caldeiras, as pás e as bacias. Assim completou Hurão a obra que fazia para o rei Salomão na casa de Deus:
  12. as duas colunas, os globos, e os dois capitéis no alto das colunas; as duas redes para cobrir os dois globos dos capitéis que estavam no alto das colunas;
  13. e as quatrocentas romãs para as duas redes, duas fileiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capitéis que estavam em cima das colunas.
  14. Também fez as bases, e as pias sobre as bases;
  15. o mar, e os doze bois debaixo dele.
  16. Semelhantemente as caldeiras, as pás, os garfos e todos os vasos, os fez Hurão-Abi de bronze luzente para o rei Salomão, para a casa do Senhor.
  17. Na campina do Jordão os fundiu o rei, na terra argilosa entre Sucote e Zeredá.
  18. Salomão fez todos estes vasos em grande abundância, de sorte que o peso do bronze não se podia averiguar.
  19. Assim fez Salomão todos os vasos que eram para a casa de Deus, o altar de ouro, as mesas para os pães da proposição,
  20. os castiçais com as suas lâmpadas, de ouro puro, para arderem perante o oráculo, segundo a ordenança;
  21. as flores, as lâmpadas e as tenazes, de ouro puríssimo,
  22. como também as espevitadeiras, as bacias, as colheres e os braseiros, de ouro puro. Quanto à entrada da casa, tanto as portas internas, do lugar santíssimo, como as portas da casa, isto é, do santuário, eram de ouro.

II Crônicas 5

  1. Assim se completou toda a obra que Salomão fez para a casa do Senhor. Então trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi tinha consagrado, a saber, a prata, e ouro e todos os vasos, e os pôs nos tesouros da casa de Deus.
  2. Então Salomão congregou em Jerusalém os anciãos de Israel, e todos as cabeças das tribos, os chefes das casas paternas dos filhos de Israel, para fazerem subir da cidade de Davi, que é Sião, a arca do pacto do Senhor.
  3. E todos os homens de Israel se congregaram ao rei na festa, no sétimo mês.
  4. E, tendo chegado todos os anciãos de Israel; os levitas levantaram a arca;
  5. e fizeram subir a arca, a tenda da revelação e todos os utensílios sagrados que estavam na tenda; os sacerdotes levitas os levaram.
  6. Então o rei Salomão e toda a congregação de Israel, que se havia reunido a ele diante da arca, sacrificavam carneiros e bois, que não se podiam contar nem numerar por causa da sua multidão.
  7. Assim trouxeram os sacerdotes a arca do pacto do Senhor para o seu lugar, no oráculo da casa, no lugar santíssimo, debaixo das asas dos querubins.
  8. Porque os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca, cobrindo a arca e os seus varais:
  9. Os varais eram tão compridos que as suas pontas se viam perante o oráculo, mas não se viam de fora; e ali tem estado a arca até o dia de hoje.
  10. Na arca não havia coisa alguma senão as duas tábuas que Moisés ali tinha posto em Horebe, quando o Senhor fez um pacto com os filhos de Israel, ao saíram eles do Egito.
  11. Quando os sacerdotes saíram do lugar santo (pois todos os sacerdotes que se achavam presentes se tinham santificado, sem observarem a ordem das suas turmas;
  12. também os levitas que eram cantores, todos eles, a saber, Asafe, Remã, Jedútum e seus filhos, e seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos, com alaúdes e com harpas, estavam em pé ao lado oriental do altar, e juntamente com eles cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas) ,
  13. quando os trombeteiros e os cantores estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos de música, e louvavam ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do Senhor,
  14. de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus.

II Crônicas 6

  1. Então disse Salomão: O Senhor disse que habitaria nas trevas.
  2. E eu te construí uma casa para morada, um lugar para a tua eterna habitação.
  3. Então o rei virou o rosto e abençoou toda a congregação de Israel; e toda a congregação estava em pé.
  4. E ele disse: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, que pelas suas mãos cumpriu o que falou pela sua boca a Davi, meu pai, dizendo:
  5. Desde o dia em que tirei o meu povo da terra do Egito não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edificar nela uma casa em que estivese o meu nome, nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo Israel;
  6. mas escolhi Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi Davi para que estivesse sobre o meu povo Israel.
  7. Davi, meu pai, teve no seu coração o propósito de edificar uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.
  8. Mas o Senhor disse a Davi, meu pai: Porquanto tiveste no teu coração o propósito de edificar uma casa ao meu nome, fizeste bem em ter isto no teu coração.
  9. Contudo tu não edificarás a casa, mas teu filho, que há de proceder de teus lombos, esse edificará a casa ao meu nome.
  10. Assim cumpriu o Senhor a palavra que falou; pois eu me levantei em lugar de Davi, meu pai, e me assentei sobre o trono de Israel, como prometeu o Senhor, e edifiquei a casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.
  11. E pus nela a arca, em que está o pacto que o Senhor fez com os filhos de Israel.
  12. Depois Salomão se colocou diante do altar do Senhor, na presença de toda a congregação de Israel, e estendeu as mãos
  13. (pois Salomão tinha feito uma plataforma de bronze, de cinco côvados de comprimento, cinco de largura e três de altura, a qual tinha posto no meio do átrio; a ela assomou e, pondo-se de joelhos perante toda a congregação de Israel, estendeu as mãos para o céu),
  14. e disse: Ó Senhor, Deus de Israel, não há, nem no céu nem na terra, Deus semelhante a ti, que guardas o pacto e a beneficência para com os teus servos que andam perante ti de todo o seu coração;
  15. que cumpriste ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe falaste; sim, pela tua boca o disseste, e pela tua mão o cumpriste, como se vê neste dia.
  16. Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, cumpre ao teu servo Davi, meu pai, o que lhe promete-te, dizendo: Nunca te faltará varão diante de mim, que se assente sobre o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem o seu caminho para andarem na minha lei, como tu andaste diante de mim.
  17. Agora pois, Senhor, Deus de Israel, confirme-se a tua palavra, que falaste ao teu servo Davi.
  18. Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter; quanto menos esta casa que tenho edificado!
  19. Contudo, atende à oração e à súplica do teu servo, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo faz diante de ti;
  20. que dia e noite estejam os teus olhos abertos para esta casa, sim, para o lugar de que disseste que ali porias o teu nome; para ouvires a oração que o teu servo fizer neste lugar.
  21. Ouve as súplicas do teu servo, e do teu povo Israel, que fizerem neste lugar; sim, ouve do lugar da tua habitação, do céu; e, ouvindo, perdoa.
  22. Se alguém pecar contra o seu próximo, e lhe for exigido que jure, e ele vier jurar perante o teu altar, nesta casa,
  23. ouve então do céu, age, e julga os teus servos: paga ao culpado, fazendo recair sobre a sua cabeça o seu proceder, e justifica ao reto, retribuindo-lhe segundo a sua retidão.
  24. Se o teu povo Israel for derrotado diante do inimigo, por ter pecado contra ti; e eles se converterem, e confessarem o teu nome, e orarem e fizerem súplicas diante de ti nesta casa,
  25. ouve então do céu, e perdoa os pecados do teu povo Israel, e torna a levá-los para a terra que lhes deste a eles e a seus pais.
  26. Se o céu se fechar e não houver chuva, por terem pecado contra ti; se orarem, voltados para este lugar, e confessarem o teu nome, e se converterem dos seus pecados, quando tu os afligires,
  27. ouve então do céu, e perdoa o pecado dos teus servos, e do teu povo Israel, ensinando-lhes o b décima quarta a Jesebeabe, envia chuva sobre a tua terra, que deste ao teu povo em herança.
  28. Se houver na terra fome ou peste, se houver crestamento ou ferrugem, gafanhotos ou lagarta; se os seus inimigos os cercarem nas suas cidades; seja qual for a praga ou doença que houver;
  29. toda oração e toda súplica que qualquer homem ou todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a sua praga e a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta casa,
  30. ouve então do céu, lugar da tua habitação, e perdoa, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos, segundo vires o seu coração (pois tu, só tu conheces o coração dos filhos dos homens)
  31. para que te temam e andem nos teus caminhos todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais.
  32. Assim também ao estrangeiro, que não é do teu povo Israel, quando vier de um país remoto por amor do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço estendido, vindo ele e orando nesta casa,
  33. ouve então do céu, lugar da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro te suplicar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, e te temam como o teu povo Israel, e saibam que pelo teu nome é chamada esta casa que edifiquei.
  34. Se o teu povo sair à guerra contra os seus inimigos, seja qual for o caminho por que os enviares, e orarem a ti, voltados para esta cidade que escolheste e para a casa que edifiquei ao teu nome,
  35. ouve então do céu a sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa.
  36. Se pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em cativeiro para alguma terra, longínqua ou próxima;
  37. se na terra para onde forem levados em cativeiro caírem em si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro te suplicarem, dizendo: Pecamos, cometemos iniqüidade, procedemos perversamente;
  38. se eles se arrependerem de todo o seu coração e de toda a sua alma, na terra do seu cativeiro, a que os tenham levado cativos, e orarem voltados para a sua terra, que deste a seus pais, e para a cidade que escolheste, e para a casa que edifiquei ao teu nome,
  39. ouve então do céu, lugar da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas, defende a sua causa e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti.
  40. Agora, ó meu Deus, estejam os teus olhos abertos, e os teus ouvidos atentos à oração que se fizer neste lugar.
  41. Levanta-te pois agora, Senhor Deus, e vem para o lugar do teu repouso, tu e a arca da tua fortaleza; sejam os teus sacerdotes, ó Senhor Deus, vestidos de salvação, e os teus santos se regozijem no bem.
  42. Senhor Deus, não faças virar o rosto do teu ungido; lembra-te das tuas misericórdias para com teu servo Davi!

II Crônicas 7

  1. Tendo Salomão acabado de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a casa.
  2. E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a sua casa.
  3. E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo, e a glória do Senhor sobre a casa, prostraram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, adoraram ao Senhor e lhe deram graças, dizendo: Porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
  4. Então o rei e todo o povo ofereceram sacrifícios perante o Senhor.
  5. E o rei Salomão ofereceu em sacrifício vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todo o povo consagraram a casa de Deus.
  6. Os sacerdotes estavam em pé nos seus postos, como também os levitas com os instrumentos musicais do Senhor, que o rei Davi tinha feito para dar graças ao Senhor (porque a sua benignidade dura para sempre), quando Davi o louvava pelo ministério deles; e os sacerdotes tocavam trombetas diante deles; e todo o Israel estava em pé.
  7. Salomão consagrou também o meio do átrio que estava diante da casa do Senhor; porquanto ali ele ofereceu os holocaustos e a gordura das ofertas pacíficas; pois no altar de bronze que Salomão tinha feito não cabiam o holocausto, e a oferta de cereais e a gordura.
  8. Assim naquele tempo celebrou Salomão a festa por sete dias, e todo o Israel com ele, uma grande congregação, vinda desde a entrada de Hamate e desde o rio do Egito.
  9. E no oitavo dia celebraram uma assembléia solene, pois haviam celebrado por sete dias a dedicação do altar, e por sete dias a festa.
  10. E, no vigésimo terceiro dia do sétimo, mês, ele despediu o povo para as suas tendas, alegre e de bom ânimo pelo bem que o Senhor tinha feito a Davi e a Salomão, e a seu povo Israel.
  11. Assim Salomão acabou a casa do Senhor e a casa do rei; tudo quanto Salomão intentara fazer na casa do Senhor e na sua própria casa, ele o realizou com êxito.
  12. E o Senhor apareceu de noite a Salomão e lhe disse: Eu ouvi a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício.
  13. Se eu cerrar o céu de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo;
  14. e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.
  15. Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar.
  16. Pois agora escolhi e consagrei esta casa, para que nela esteja o meu nome para sempre; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração perpetuamente.
  17. E, quanto a ti, se andares diante de mim como andou Davi, teu pai, fazendo conforme tudo o que te ordenei, guardando os meus estatutos e as minhas ordenanças,
  18. então confirmarei o trono do teu reino, conforme o pacto que fiz com Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará varão que governe em Israel.
  19. Mas se vos desviardes, e deixardes os meus estatutos e os meus mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e os adorardes,
  20. então vos arrancarei da minha terra que vos dei; e esta casa que consagrei ao meu nome, lançá-la-ei da minha presença, e farei com que ela seja por provérbio e motejo entre todos os povos.
  21. E desta casa, que é tão exaltada, se espantará qualquer que por ela passar, e dirá: Por que fez o Senhor assim a esta terra e a esta casa.
  22. E lhe responderão: Porquanto deixaram ao Senhor Deus de seus pais, que os tirou da terra do Egito, e se apegaram a outros deuses, e os adoraram e os serviram; por isso trouxe sobre eles todo este mal

II Crônicas 8

  1. Ao fim de vinte anos, nos quais Salomão tinha edificado a casa do Senhor e a sua propria casa
  2. Salomão edificou as casas que Salomão tinha dado, e fez habitar nelas os filhos de Israel.
  3. Depois foi Salomão a Hamate-Zobá, e apoderou-se dela.
  4. E edificou Tadmor no deserto, e todas as cidades-armazéns, que edificou em Hamate.
  5. Edificou também Bete-Horom, tanto a alta como a baixa, cidades fortes, com muros, portas e ferrolhos;
  6. como também Baalate, e todas as cidades-armazéns que Salomão tinha, e todas as cidades para os seus carros e as cidades para os seus cavaleiros, e tudo quanto Salomão desejava edificar em Jerusalém, no Líbano e em toda a terra do seu domínio.
  7. Quanto a todo o povo que tinha ficado dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos heveus e dos jebuseus, os quais não eram de Israel;
  8. a seus filhos, que ficaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não destruíram, Salomão lhes impôs tributo de trabalho forçado, até o dia de hoje.
  9. Mas dos filhos de Israel Salomão não fez escravo algum para a sua obra; porém eram homens de guerra, chefes dos seus capitães, e chefes dos seus carros e dos seus cavaleiros.
  10. Estes eram os chefes dos oficiais que o rei Salomão tinha, duzentos e cinqüenta; que presidiam sobre o seu povo.
  11. E Salomão levou a filha do Faraó da cidade de Davi para a casa que lhe edificara; pois disse: Minha mulher não morará na casa de Davi, rei de Israel, porquanto os lugares nos quais entrou a arca do Senhor são santos.
  12. Então Salomão ofereceu holocaustos ao Senhor, sobre o altar do Senhor, que edificara diante do pórtico;
  13. e isto segundo o dever de cada dia, fazendo ofertas segundo o mandamento de Moisés, nos sábados e nas luas novas, e nas três festas anuais, a saber: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos.
  14. Também, conforme a ordem de Davi, seu pai, designou as turmas dos sacerdotes para os seus cargos, como também os levitas para os seus cargos, para louvarem a Deus e ministrarem diante dos sacerdotes, como exigia o dever de cada dia, e ainda os porteiros, pelas suas turmas, a cada porta; pois assim tinha mandado Davi, o homem de Deus.
  15. E os sacerdotes e os levitas não se desviaram do que lhes mandou o rei, em negócio nenhum, especialmente no tocante aos tesouros.
  16. Assim se executou toda a obra de Salomão, desde o dia em que se lançaram os fundamentos da casa do Senhor, até se acabar. Deste modo se completou a casa do Senhor.
  17. Então Salomão foi a Eziom-Geber, e a Elote, à praia do mar, na terra de Edom.
  18. E Hurão, por meio de seus servos, enviou-lhe navios, e servos práticos do mar; e eles foram com os servos de Salomão a Ofir, e de lá tomaram quatrocentos e cinqüenta talentos de ouro, e os trouxeram ao rei Salomão.

II Crônicas 9

  1. Tendo a rainha de Sabá ouvido da fama de Salomão, veio a Jerusalém para prová-lo por enigmas; trazia consigo uma grande comitiva, e camelos carregados de especiarias, e ouro em abundância, e pedras preciosas; e vindo ter com Salomão, falou com ele de tudo o que tinha no seu coração.
  2. E Salomão lhe respondeu a todas as perguntas; não houve nada que Salomão não lhe soubesse explicar.
  3. Vendo, pois, a rainha de Sabá a sabedoria de Salomão, e a casa que ele edificara,
  4. e as iguarias da sua mesa, e o assentar dos seus oficiais, e as funções e os trajes dos seus servos, e os seus copeiros e os trajes deles, e os holocaustos que ele oferecia na casa do Senhor, ficou estupefata.
  5. Então disse ao rei: Era verdade o que ouvi na minha terra acerca dos teus feitos e da tua sabedoria.
  6. Todavia eu não o acreditava, até que vim e os meus olhos o viram; e eis que não me contaram metade da grandeza da tua sabedoria; sobrepujaste a fama que ouvi.
  7. Bem-aventurados os teus homens! Bem-aventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti, e ouvem a tua sabedoria!
  8. Bendito seja o Senhor teu Deus, que se agradou de ti, colocando-te sobre o seu trono, para ser rei pelo Senhor teu Deus! Porque teu Deus amou a Israel, para o estabelecer perpetuamente, por isso te constituiu rei sobre eles, para executares juízo e justiça.
  9. Então ela deu ao rei cento e vinte talentos de ouro, e especiarias em grande abundância, e pedras preciosas; e nunca houve tais especiarias quais a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.
  10. Também os servos de Hurão, e os servos de Salomão, que de Ofir trouxeram ouro, trouxeram madeira de algumins, e pedras preciosas.
  11. E o rei fez, da madeira de algumins, degraus para a casa do Senhor e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes para os cantores, quais nunca dantes se viram na terra de Judá.
  12. E o rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo quanto ela desejou, tudo quanto lhe pediu, excedendo mesmo o que ela trouxera ao rei. Assim voltou e foi para a sua terra, ela e os seus servos.
  13. Ora, o peso do ouro que se trazia cada ano a Salomão era de seiscentos e sessenta e seis talentos,
  14. afora o que os mercadores e negociantes traziam; também todos os reis da Arábia, e os governadores do país traziam a Salomão ouro e prata.
  15. E o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido, empregando em cada pavês seiscentos siclos de ouro batido;
  16. como também trezentos escudos de ouro batido, empregando em cada escudo trezentos siclos de ouro. E o rei os depositou na casa do bosque do Líbano.
  17. Fez mais o rei um grande trono de marfim, e o revestiu de ouro puro.
  18. O trono tinha seis degraus e um estrado de ouro, que eram ligados ao trono, e de ambos os lados tinha braços junto ao lugar do assento, e dois leões de pé junto aos braços.
  19. E havia doze leões em pé de um e outro lado sobre os seis degraus; outro tal não se fizera em reino algum.
  20. Também todos os vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os utensílios da casa do bosque do Líbano, de ouro puro; a prata reputava-se sem valor nos dias de Salomão.
  21. Pois o rei tinha navios que iam a Társis com os servos de Hurão; de três em três anos os navios voltavam de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e pavões.
  22. Assim excedeu o rei Salomão todos os reis da terra, em riqueza e em sabedoria.
  23. E todos os reis da terra buscavam a presença de Salomão para ouvirem a sabedoria que Deus lhe tinha posto no coração.
  24. Cada um trazia o seu presente, vasos de prata, vasos de ouro, vestidos, armaduras, especiarias, cavalos e mulos, uma quota de ano em ano.
  25. Teve também Salomão quatro mil manjedouras para os cavalos de seus carros, doze mil cavaleiros; e os colocou nas cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalém.
  26. Ele dominava sobre todos os reis, desde o Rio Eufrates até a terra dos filisteus, e até o termo do Egito.
  27. Também o rei tornou a prata tão comum em Jerusalém como as pedras, e os cedros tantos em abundância como os sicômoros que há na baixada.
  28. E cavalos eram trazidos a Salomão do Egito e de todas as terras.
  29. Ora, o restante dos atos de Salomão, desde os primeiros até os últimos, porventura não estão escritos na história de Natã, o profeta, e na profecia de Aías, o silonita, e nas visões de Ido, o vidente, acerca de Jeroboão, filho de Nebate?
  30. Salomão reinou em Jerusalém quarenta anos sobre todo o Israel.
  31. E dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi, seu pai. E Roboão, seu filho, reinou em seu lugar.

II Crônicas 10

  1. Roboão foi a Siquém, pois todo o Israel se congregara ali para fazê-lo rei.
  2. E Jeroboão, filho de Nebate, que estava então no Egito para onde fugira da presença do rei Salomão, ouvindo isto, voltou do Egito.
  3. E mandaram chamá-lo; Jeroboão e todo o Israel vieram e falaram a Roboão, dizendo:
  4. Teu pai fez duro o nosso jugo; agora, pois, alivia a dura servidão e o pesado jugo que teu pai nos impôs, e nós te serviremos.
  5. Ele lhes respondeu: Daqui a três dias tornai a mim. Então o povo se foi.
  6. E teve o rei Roboão conselho com os anciãos, que tinham assistido diante de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, e perguntou-lhes: Como aconselhais vós que eu responda a este povo?
  7. Eles lhe disseram: Se te fizeres benigno para com este povo, e lhes agradares, e lhes falares boas palavras, então eles serão teus servos para sempre.
  8. Mas ele deixou o conselho que os anciãos lhe deram, e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, e que assistiam diante dele.
  9. Perguntou-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
  10. E os jovens que haviam crescido com ele responderam-lhe Assim dirás a este povo, que te falou, dizendo: Teu pai fez pesado nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: o meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.
  11. Assim que, se meu pai vos carregou dum jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões.
  12. Veio, pois, Jeroboão com todo o povo a Roboão, ao terceiro dia, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.
  13. E o rei Roboão lhes respondeu asperamente e, deixando o conselho dos anciãos,
  14. falou-lhes conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai fez pesado o vosso jugo, mas eu lhe acrescentarei mais; meu pai vos castigou com açoites, mas eu vos castigarei com escorpiões.
  15. O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque esta mudança vinha de Deus, para que o Senhor confirmasse a sua palavra, a qual falara por intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.
  16. Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, respondeu-lhe dizendo: Que parte temos nós em Davi? Não temos herança no filho de Jessé: Cada um as suas tendas, ó Israel! Agora olha por tua casa, ó Davi! Então todo o Israel se foi para as suas tendas:
  17. (Mas quanto aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão.)
  18. Então o rei Roboão enviou-lhes Hadorão, que estava sobre a leva de tributários servis; mas os filhos de Israel o apedrejaram, de modo que morreu. E o rei Roboão se apressou a subir para o seu carro, e fugiu para Jerusalém.
  19. Assim se rebelou Israel contra a casa de Davi, até o dia de hoje.

II Crônicas 11

  1. Tendo Roboão chegado a Jerusalém, convocou da casa de Judá e Benjamim cento e oitenta mil escolhidos, destros na guerra, para pelejarem contra Israel a fim de restituírem o reino a Roboão.
  2. Veio, porém, a palavra do Senhor a Semaías, homem de Deus, dizendo:
  3. Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o Israel em Judá e Benjamim, dizendo:
  4. Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis contra os vossos irmãos; volte cada um à sua casa, porque de mim proveio isto. Ouviram, pois, a palavra do Senhor, e desistiram de ir contra Jeroboão.
  5. E Roboão habitou em Jerusalém, e edificou em Judá cidades para fortalezas.
  6. Edificou, pois, Belém, Etã, Tecoa,
  7. Bete-Zur, Socó, Adulão,
  8. Gate, Maressa, Zife,
  9. Adoraim, Laquis, Azeca,
  10. Zorá, Aijalom e Hebrom, que estão em Judá e em Benjamim, cidades fortes.
  11. Fortificou estas cidades e pôs nelas capitães, e armazéns de víveres, de azeite e de vinho.
  12. E pôs em cada cidade paveses e lanças, e fortificou-as grandemente, de sorte que reteve Judá e Benjamim.
  13. Também os sacerdotes e os levitas que havia em todo o Israel recorreram a ele de todos os seus termos.
  14. Pois os levitas deixaram os seus arrabaldes e a sua possessão, e vieram para Judá e para Jerusalém, porque Jeroboão e seus filhos os lançaram fora, para que não exercessem o ofício sacerdotal ao Senhor;
  15. e Jeroboão constituiu para si sacerdotes, para os altos, e para os demônios, e para os bezerros que fizera.
  16. Além desses, de todas as tribos de Israel, os que determinaram no seu coração buscar ao Senhor Deus de Israel, também vieram a Jerusalém, para oferecerem sacrifícios ao Senhor Deus de seus pais.
  17. Assim fortaleceram o reino de Judá e corroboraram a Roboão, filho de Salomão, por três anos; porque durante três anos andaram no caminho de Davi e Salomão.
  18. Roboão tomou para si, por mulher, a Maalate, filha de Jerimote, filho de Davi; e a Abiail, filha de Eliabe, filho de Jessé,
  19. a qual lhe deu os filhos Jeús, Semarias e Zaao.
  20. Depois dela tomou a Maacá, filha de Absalão; esta lhe deu Abias, Atai, Ziza e Selomite.
  21. Amava Roboão a Maacá, filha de Absalão, mais do que a todas as suas outras mulheres e concubinas; pois tinha tomado dezoito mulheres e sessenta concubinas, e gerou vinte e oito filhos e sessenta filhas.
  22. E Roboão designou Abias, filho de Maacá, chefe e príncipe entre os seus irmãos, porque queria fazê-lo rei.
  23. Também usou de prudência, distribuindo todos os seus filhos por entre todas as terras de Judá e Benjamim, por todas as cidades fortes; e deu-lhes víveres em abundância, e procurou para eles muitas mulheres.

II Crônicas 12

  1. E sucedeu que, quando ficou estabelecido o reino de Roboão, e havendo o rei se tornado forte, ele deixou a lei do Senhor, e com ele todo o Israel.
  2. Pelo que, no quinto ano da rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém (porque eles tinham transgredido contra o Senhor)
  3. com mil e duzentes carros e sessenta mil cavaleiros; era inumerável a gente que vinha com ele do Egito: líbios, suquitas e etíopes;
  4. E tomou as cidades fortificadas de Judá, e chegou até Jerusalém.
  5. Então Semaías, o profeta, fei ter com Roboão e com os príncipes de Judá que se tinham ajuntado em Jerusalém por causa de Sisaque, e disse-lhes: Assim diz o Senhor: Vós me deixastes a mim, pelo que eu também vos deixei na mão de Sisaque.
  6. Então se humilharam os príncipes de Israel e o rei, e disseram: O Senhor é justo.
  7. Quando, pois, o Senhor viu que se humilhavam, veio a palavra do Senhor a Semaías, dizendo: Humilharam-se, não os destruirei; mas dar-lhes-ei algum socorro, e o meu furor não será derramado sobre Jerusalém por mão de Sisaque.
  8. Todavia eles lhe serão servos, para que conheçam a diferença entre a minha servidão e a servidão dos reinos da terra.
  9. Subiu, pois, Sisaque, rei do Egito, contra Jerusalém, e levou os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei; levou tudo. Levou até os escudos de ouro que Salomão fizera.
  10. E o rei Roboão fez em lugar deles escudos de bronze, e os entregou na mão dos capitães da guarda, que guardavam a porta da casa do rei.
  11. E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor, vinham os da guarda e os levavam; depois tornavam a pô-los na câmara da guarda.
  12. E humilhando-se ele, a ira do Senhor se desviou dele, de modo que não o destruiu de todo; porque ainda havia coisas boas em Judá.
  13. Fortaleceu-se, pois, o rei Roboão em Jerusalém, e reinou. Roboão tinha quarenta e um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o Senhor escolhera dentre todas as tribos de Israel, para pôr ali o seu nome. E era o nome de sua mãe Naama, a amonita.
  14. Ele fez o que era mau, porquanto não dispôs o seu coração para buscar ao Senhor.
  15. Ora, os atos de Roboão, desde os primeiros até os últimos, porventura não estão escritos nas histórias de Semaías, o profeta, e de Ido, o vidente, na relação das genealogias? Houve guerra entre Roboão e Jeroboão por todos os seus dias.
  16. E Roboão dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi. E Abias, seu filho, reinou em seu lugar.

II Crônicas 13

  1. No ano décimo oitavo do rei Jeroboão começou Abias a reinar sobre Judá.
  2. Três anos reinou em Jerusalém; o nome de sua mãe era Micaías, filha de Uriel de Gibeá. E houve guerra entre Abias e Jeroboão.
  3. Abias dispôs-se para a peleja com um exército de varões valentes, quatrocentos mil homens escolhidos; e Jeroboão dispôs contra ele a batalha com oitocentos mil homens escolhidos, todos homens valentes.
  4. Então Abias pôs-se em pé em cima do monte Zemaraim, que está na região montanhosa de Efraim, e disse: Ouvi-me, Jeroboão e todo o Israel:
  5. Porventura não vos convém saber que o Senhor Deus de Israel deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos, por um pacto de sal?
  6. Contudo levantou-se Jeroboão, filho de Nebate, servo de Salomão, filho de Davi, e se rebelou contra seu senhor;
  7. e ajuntaram-se a ele homens vadios filhos de Belial, e fortaleceram-se contra Roboão, filho de Salomão, sendo Roboão ainda moço e indeciso de coração, e nao podendo resistir-lhes.
  8. E agora julgais poder resistir ao reino do Senhor, que está na mão dos filhos de Davi, visto que sois uma grande multidão, e tendes convosco os bezerros de ouro que Jeroboão vos fez para deuses.
  9. Não lançastes fora os sacerdotes do Senhor, filhos de Arão, e os levitas, e não fizestes para vós sacerdotes, como o fazem os povos das outras terras? Qualquer que vem a consagrar-se, trazendo um novilho e sete carneiros, logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.
  10. Mas, quanto a nós, o Senhor é nosso Deus, e nunca o deixamos. Temos sacerdotes que ministram ao Senhor, os quais são filhos de Arão, e os levitas para o seu serviço.
  11. Queimam perante o Senhor cada manhã e cada tarde holocausto e incenso aromático; também dispõem os pães da proposição sobre a mesa de ouro puro, e o castiçal de ouro e as suas lâmpadas para se acenderem cada tarde; porque nós temos guardado os preceitos do Senhor nosso Deus; mas vós o deixastes.
  12. Eis que Deus está conosco, à nossa frente, como também os seus sacerdotes com as trombetas, para tocarem alarme contra vós. O filhos de Israel, não pelejeis contra o Senhor Deus de vossos pais; porque não sereis bem sucedidos.
  13. Jeroboão, porém, armou uma emboscada, para dar sobre Judá pela retaguarda; de maneira que as suas tropas estavam em frente de Judá e a emboscada por detrás.
  14. Então os de Judá olharam para trás, e eis que tinham de pelejar por diante e pela retaguarda; então clamaram ao Senhor, e os sacerdotes tocaram as trombetas.
  15. E os homens de Judá deram o brado de guerra; e sucedeu que, bradando eles, Deus feriu Jeroboão e todo o Israel diante de Abias e de Judá.
  16. E os filhos de Israel fugiram de diante de Judá, e Deus lhos entregou nas suas maos.
  17. De maneira que Abias e o seu povo fizeram grande matança entre eles; pois que caíram mortos de Israel quinhentos mil homens escolhidos.
  18. Assim foram humilhados os filhos de Israel naquele tempo, e os filhos de Judá prevaleceram, porque confiaram no Senhor Deus de seus pais.
  19. E Abias foi perseguindo Jeroboão, e tomou-lhe cidades: Betel e seus arrabaldes, Jesana e seus arrabaldes, e Efrom e seus arrabaldes.
  20. Jeroboão não recobrou mais a sua força nos dias de Abias; e o Senhor o feriu, e ele morreu.
  21. Abias, porém, se fortaleceu, e tomou para si catorze mulheres, e teve vinte e dois filhos e dezesseis filhas.
  22. O restante dos atos de Abias, os seus caminhos e as suas palavras, estão escritos no comentário do profeta Ido.

II Crônicas 14

  1. Abias dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi. E Asa, seu filho, reinou em seu lugar; nos seus dias a terra esteve em paz por dez anos.
  2. E Asa fez o que era bom e reto aos olhos do Senhor seu Deus;
  3. removeu os altares estranhos, e os altos, quebrou as colunas, cortou os aserins,
  4. e mandou a Judá que buscasse ao Senhor, Deus de seus pais, e que observasse a lei e o mandamento.
  5. Também removeu de todas as cidades de Judá os altos e os altares de incenso; e sob ele o reino esteve em paz.
  6. Edificou cidades fortificadas em Judá; porque a terra estava em paz, e não havia guerra contra ele naqueles anos, porquanto o Senhor lhe dera repouso.
  7. Disse, pois, a Judá: Edifiquemos estas cidades, e cerquemo-las de muros e torres, portas e ferrolhos; a terra ainda é nossa porque buscamos ao Senhor nosso Deus; nós o buscamos, e ele nos deu repouso de todos os lados. Edificaram, pois, e prosperaram.
  8. Ora, tinha Asa um exército de trezentos mil homens de Judá, que traziam pavês e lança; e duzentos e oitenta mil de Benjamim, que traziam escudo e atiravam com arco; todos estes eram homens valentes.
  9. E Zerá, o etíope, saiu contra eles, com um exército de um milhão de homens, e trezentos carros, e chegou até Maressa.
  10. Então Asa saiu contra ele, e ordenaram a batalha no vale de Zefatá, junto a Maressa.
  11. E Asa clamou ao Senhor seu Deus, dizendo: Ó Senhor, nada para ti é ajudar, quer o poderoso quer o de nenhuma força. Acuda-nos, pois, o Senhor nosso Deus, porque em ti confiamos, e no teu nome viemos contra esta multidão. Ó Senhor, tu és nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem.
  12. E o Senhor desbaratou os etíopes diante de Asa e diante de Judá; e os etíopes fugiram.
  13. Asa e o povo que estava com ele os perseguiram até Gerar; e caíram tantos dos etíopes que já não havia neles resistência alguma; porque foram quebrantados diante do Senhor, e diante do seu exército. Os homens de Judá levaram dali mui grande despojo.
  14. Feriram todas as cidades nos arredores de Gerar, porque veio sobre elas o terror da parte do Senhor; e saquearam todas as cidades, pois havia nelas muito despojo.
  15. Também feriram as malhadas do gado, e levaram ovelhas em abundância, e camelos, e voltaram para Jerusalém.

II Crônicas 15

  1. Então veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Odede,
  2. que saiu ao encontro de Asa e lhe disse: Ouvi-me, Asa, e todo o Judá e Benjamim: O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele; se o buscardes, o achareis; mas se o deixardes, ele vos deixará.
  3. Ora, por muito tempo Israel esteve sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei.
  4. Quando, porém, na sua angústia voltaram para o Senhor, Deus de Israel, e o buscaram, o acharam.
  5. E naqueles tempos não havia paz nem para o que saia, nem para o que entrava, mas grandes perturbações estavam sobre todos os habitantes daquelas terras.
  6. Pois nação contra nação e cidade contra cidade se despedaçavam, porque Deus as conturbara com toda sorte de aflições.
  7. Vós, porém, esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra terá uma recompensa.
  8. Asa, tendo ouvido estas palavras, e a profecia do profeta filho de Odede, cobrou ânimo e lançou fora as abominações de toda a terra de Judá e de Benjamim, como também das cidades que tomara na região montanhosa de Efraim, e renovou o altar do Senhor, que estava diante do pórtico do Senhor.
  9. E congregou todo o Judá e Benjamim, e os de Efraim, Manassés e Simeão que com eles peregrinavam; pois que muitos e Israel tinham vindo a ele quando viram que o Senhor seu Deus era com ele.
  10. Ajuntaram-se em Jerusalém no terceiro mês, no décimo quinto ano do reinado de Asa.
  11. E no mesmo dia ofereceram em sacrifício ao Senhor, do despojo que trouxeram, setecentos bois e sete mil ovelhas.
  12. E entraram no pacto de buscarem ao Senhor, Deus de seus pais, de todo o seu coração e de toda a sua alma;
  13. e de que todo aquele que não buscasse ao Senhor, Deus de Israel, fosse morto, tanto pequeno como grande, tanto homem como mulher.
  14. E prestaram juramento ao Senhor em alta voz, com júbilo, ao som de trombetas e buzinas.
  15. E todo o Judá se alegrou deste juramento; porque de todo o seu coração juraram, e de toda a sua vontade buscaram ao Senhor, e o acharam; e o Senhor lhes deu descanso ao redor.
  16. O rei Asa depôs Maacá, sua mãe, para que não fosse mais rainha, porquanto ela fizera um abominável ídolo para servir de Asera, ao qual Asa derrubou e, despedaçando-o, o queimou junto ao ribeiro de Cedrom.
  17. Os altos, porém, não se tiraram de Israel; contudo o coração de Asa foi perfeito todos os seus dias.
  18. E trouxe para a casa de Deus as coisas que seu pai tinha consagrado, e as que ele mesmo tinha consagrado: prata, ouro e utensílios.
  19. E não mais houve guerra até o ano trigésimo quinto do reinado de Asa.

II Crônicas 16

  1. No trigésimo sexto ano do reinado de Asa, Baasa, rei de Israel, subiu contra Judá e edificou a Ramá, para não deixar ninguém sair nem entrar para Asa, rei de Judá.
  2. Então Asa tirou a prata e o ouro dos tesouros da casa do Senhor, e da casa do rei, e enviou mensageiros a Bene-Hadade, rei da Síria, que habitava em Damasco, dizendo:
  3. Haja aliança entre mim e ti, como havia entre meu pai e o teu. Eis que te envio prata e ouro; vai, pois, e rompe a sua aliança com Baasa, rei de Israel, para que se retire de mim.
  4. E Bene-Hadade deu ouvidos ao rei Asa, e enviou os comandantes dos seus exércitos contra as cidades de Israel, os quais feriram Ijom, Dã, Abel-Maim e todas as cidades-armazéns de Naftali.
  5. E tendo Baasa notícia disto, cessou de edificar a Ramá, e não continuou a sua obra.
  6. Então o rei Asa tomou todo o Judá, e eles levaram as pedras de Ramá, e a sua madeira, com que Baasa edificara; e com elas edificou Geba e Mizpá.
  7. Naquele mesmo tempo veio Hanâni, o vidente, ter com Asa, rei de Judá, e lhe disse: Porque confiaste no rei da Síria, e não confiaste no Senhor teu Deus, por isso o exército do rei da Síria escapou da tua mão.
  8. Porventura não foram os etíopes e os líbios um grande exército, com muitíssimos carros e cavaleiros? Confiando tu, porém, no Senhor, ele os entregou nas mãos.
  9. Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte a favor daqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisto procedeste loucamente, pois desde agora haverá guerras contra ti.
  10. Então Asa, indignado contra o vidente, lançou-o na casa do tronco, porque estava enfurecido contra ele por causa disto; também nesse mesmo tempo Asa oprimiu alguns do povo.
  11. Eis que os atos de Asa, desde os primeiros até os últimos, estão escritos no livro dos reis de Judá e de Israel.
  12. No ano trinta e nove do seu reinado Asa caiu doente dos pés; e era mui grave a sua enfermidade; e nem mesmo na enfermidade buscou ao Senhor, mas aos médicos.
  13. E Asa dormiu com seus pais, morrendo no ano quarenta e um do seu reinado.
  14. E o sepultaram no sepulcro que tinha cavado para si na cidade de Davi, havendo-o deitado na cama, que se enchera de perfumes e de diversas especiarias preparadas segundo a arte dos perfumistas; e destas coisas fizeram-lhe uma grande queima.

II Crônicas 17

  1. Jeosafá, seu filho, reinou em seu lugar, e fortaleceu-se contra Israel.
  2. Pôs forças armadas em todas as cidades fortes de Judá e dispôs guarnições na terra de Judá, como também nas cidades de Efraim que Asa, seu pai, tinha tomado.
  3. E o Senhor era com Jeosafá, porque andou conforme os primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não buscou aos baalins;
  4. antes buscou ao Deus de seu pai, e andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel.
  5. Por isso o Senhor confirmou o reino na sua mão; e todo o Judá trouxe presentes a Jeosafá; e ele teve riquezas e glória em abundância.
  6. E encorajou-se o seu coração nos caminhos do Senhor; e ele tirou de Judá os altos e os aserins.
  7. No terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, Bene-Hail, Obadias, Zacarias, Netanel e Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá;
  8. e com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão.
  9. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo.
  10. Então caiu o temor do Senhor sobre todos os reinos das terras que estavam ao redor de Judá, de modo que não fizeram guerra contra Jeosafá.
  11. Alguns dentre os filisteus traziam presentes a Jeosafá, e prata como tributo; e os árabes lhe trouxeram rebanhos: sete mil e setecentos carneiros, e sete mil e setecentos bodes.
  12. Assim Jeosafá ia-se tornando cada vez mais poderoso; e edificou fortalezas e cidades-armazéns em Judá;
  13. e teve grande quantidade de munições nas cidades de Judá, e soldados, homens valorosos, em Jerusalém.
  14. Este é o número deles segundo as suas casas paternas: de Judá os comandantes de mil: o comandante Adná, com trezentos mil homens valorosos;
  15. após ele o comandante Jeoanã com duzentos e oitenta mil;
  16. após ele Amasias, filho de Zicri, que voluntariamente se entregou ao Senhor, e com ele duzentos mil valorosos;
  17. e de Benjamim: Eliadá, homem destemido, com duzentos mil armados de arco e de escudo;
  18. e após ele Jeozabade, com cento e oitenta mil armados para a guerra.
  19. Estes estavam no serviço do rei, afora os que o rei tinha posto nas cidades fortes por todo o Judá.

II Crônicas 18

  1. Tinha, pois, Jeosafá riquezas e glória em abundância, e aparentou-se com Acabe.
  2. Ao cabo de alguns anos foi ter com Acabe em Samária. E Acabe matou ovelhas e bois em abundância, para ele e para o povo que o acompanhava; e o persuadiu a subir com ele a Ramote-Gileade.
  3. Perguntou Acabe, rei de Israel, a Jeosafá, rei de Judá: Irás tu comigo a Ramote-Gileade? E respondeu-lhe Jeosafá: Como tu és sou eu, e o meu povo como o teu povo; seremos contigo na guerra.
  4. Disse mais Jeosafá ao rei de Israel: Consulta hoje a palavra do Senhor.
  5. Então o rei de Israel ajuntou os profetas, quatrocentos homens, e lhes perguntou: Iremos à peleja contra Ramote-Gileade, ou deixarei de ir? Responderam eles: Sobe, porque Deus a entregará nas mãos do rei.
  6. Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor a quem possamos consultar?
  7. Ao que o rei de Israel respondeu a Jeosafá: Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; eu, porém, o odeio, porque nunca profetiza o bem a meu respeito, mas sempre o mal; é Micaías, filho de Inlá. Mas Jeosafá disse: Não fale o rei assim.
  8. Então o rei de Israel chamou um eunuco, e disse: Traze aqui depressa Micaías, filho de Inlá.
  9. Ora, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na praça à entrada da porta de Samária; e todos os profetas profetizavam diante deles.
  10. E Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Assim diz o Senhor: Com estes ferirás os sírios, até que sejam consumidos.
  11. E todos os profetas profetizavam o mesmo, dizendo: Sobe a Ramote-Gileade, e serás bem sucedido, pois o Senhor a entregará nas mãos do rei.
  12. O mensageiro que fora chamar Micaías lhe falou, dizendo: Eis que as palavras dos profetas, a uma voz, são favoráveis ao rei: seja, pois, também a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom.
  13. Micaías, porém, disse: Vive o Senhor, que o que meu Deus me disser, isso falarei.
  14. Quando ele chegou à presença do rei, este lhe disse: Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja, ou deixarei de ir? Respondeu ele: Subi, e sereis bem sucedidos; e eles serão entregues nas vossas mãos.
  15. Mas o rei lhe disse: Quantas vezes hei de conjurar-te que não me fales senão a verdade em nome do Senhor?
  16. Respondeu ele: Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne em paz cada um para sua casa.
  17. Então o rei de Israel disse a Jeosafá: Não te disse eu que ele não profetizaria a respeito de mim o bem, porém o mal?
  18. Prosseguiu Micaías: Ouvi, pois, a palavra do Senhor! Vi o Senhor assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé à sua direita e à sua esquerda.
  19. E o Senhor perguntou: Quem induzirá Acabe, rei de Israel, a subir, para que caia em Ramote-Gileade? E um respondia de um modo, e outro de outro.
  20. Então saiu um espírito, apresentou-se diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei. Perguntou-lhe o Senhor: De que modo?
  21. E ele disse: Eu sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Ao que disse o Senhor. Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim.
  22. Agora, pois, eis que o Senhor pôs um espírito mentiroso na boca destes teus profetas; o Senhor é quem falou o mal a respeito de ti.
  23. Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegando-se, feriu a Micaías na face e disse: Por que caminho passou de mim o Espírito do Senhor para falar a ti?
  24. Respondeu Micaías: Eis que tu o verás naquele dia, quando entrares numa câmara interior para te esconderes.
  25. Então disse o rei de Israel: Tomai Micaías, e tornai a levá-lo a Amom, o govenador da cidade, e a Joás, filho do rei,
  26. dizendo-lhes: Assim diz o rei: Metei este homem no cárcere, e sustentai-o a pão e água até que eu volte em paz.
  27. Mas disse Micaías: se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim. Disse mais: Ouvi, povos todos!
  28. Subiram, pois, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, a Ramote-Gileade.
  29. E disse o rei de Israel a Jeosafá: Eu me disfarçarei, e entrarei na peleja; tu, porém, veste os teus trajes reais. Disfarçou- se, pois, o rei de Israel, e eles entraram na peleja.
  30. Ora, o rei da Síria dera ordens aos capitães dos seus carros, dizendo: Não pelejareis nem contra pequeno nem contra grande, senão só contra o rei de Israel.
  31. Pelo que os capitães dos carros, quando viram a Jeosafá, disseram: Este é o rei de Israel. Viraram-se, pois, para pelejar contra ele; mas Jeosafá clamou, e o Senhor o socorreu, e os desviou dele.
  32. Pois vendo os capitães dos carros que não era o rei de Israel, deixaram de segui-lo.
  33. Então um homem entesou e seu arco e, atirando a esmo, feriu o rei de Israel por entre a couraça e a armadura abdominal. Pelo que ele disse ao carreteiro: Dá volta, e tira-me do exército, porque estou gravemente ferido.
  34. E a peleja tornou-se renhida naquele dia; contudo o rei de Israel foi sustentado no carro contra os sírios até a tarde; porém ao pôr do sol morreu.

II Crônicas 19

  1. Jeosafá, rei de Judá, voltou em paz à sua casa em Jerusalém.
  2. Mas Jeú, filho de Hanâni, a vidente, saiu ao encontro do rei Jeosafá e lhe disse: Devias tu ajudar o ímpio, e amar aqueles que odeiam ao Senhor? Por isso virá sobre ti grande ira da parte do Senhor.
  3. Contudo, alguma virtude se acha em ti, porque tiraste para fora da terra as aserotes, e dispuseste o teu coração para buscar a Deus.
  4. Habitou, pois, Jeosafá em Jerusalém; e tornou a passar pelo povo desde Berseba até a região montanhosa de Efraim, fazendo com que voltasse ao Senhor Deus de seus pais.
  5. Estabeleceu juízes na terra, em todas as cidades fortes de Judá, de cidade em cidade;
  6. e disse aos juízes: Vede o que fazeis; porque não julgais da parte do homem, mas da parte do Senhor, e ele está convosco no julgamento.
  7. Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; tomai cuidado no que fazeis; porque não há no Senhor nosso Deus iniqüidade, nem acepção de pessoas, nem aceitação de presentes.
  8. Também em Jerusalém estabeleceu Jeosafá alguns dos levitas e dos sacerdotes e dos chefes das casas paternas de Israel sobre e juízo da parte do Senhor, e sobre as causas civis. E voltaram para Jerusalém.
  9. E deu-lhes ordem, dizendo: Assim procedei no temor do Senhor, com fidelidade e com coração perfeito.
  10. Todas as vezes que se vos submeter qualquer controvérsia da parte de vossos irmãos que habitam nas suas cidades, entre sangue e sangue, entre lei e mandamento, entre estatutos e juízos, admoestai- os a que se não façam culpados para com o Senhor, e deste modo venha grande ira sobre vós e sobre vossos irmãos. Procedei assim, e não vos fareis culpados.
  11. E eis que Amarias, o sumo sacerdete, presidirá sobre vós em todos os negócios do Senhor; e Zebadias, filho de Ismael, príncipe da casa de Judá, em todos os negócios do rei; também os levitas serão oficiais perante vós. Procedei corajosamente e seja o Senhor com os retos.

II Crônicas 20

  1. Depois disto sucedeu que os moabitas, e os amonitas, e com eles alguns dos meunitas vieram contra Jeosafá para lhe fazerem guerra.
  2. Vieram alguns homens dar notícia a Jeosafá, dizendo: Vem contra ti uma grande multidão de Edom, dalém do mar; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi.
  3. Então Jeosafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá.
  4. E Judá se ajuntou para pedir socorro ao Senhor; de todas as cidades de Judá vieram para buscarem ao Senhor.
  5. Jeosafá pôs-se em pé na congregação de Judá e de Jerusalém, na casa do Senhor, diante do átrio novo,
  6. e disse: Ó Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus no céu? e não és tu que governas sobre todos os reinos das nações? e na tua mão há poder e força, de modo que não há quem te possa resistir.
  7. Oh! nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo?
  8. E habitaram nela, e nela edificaram um santuário ao teu nome, dizendo:
  9. Se algum mal nos sobrevier, espada, juízo, peste, ou fome, nós nos apresentaremos diante desta casa e diante de ti, pois teu nome está nesta casa, e clamaremos a ti em nossa aflição, e tu nos ouvirás e livrarás.
  10. Agora, pois, eis que os homens de Amom, de Moabe, e do monte Seir, pelos quais não permitiste que passassem os filhos de Israel, quando vinham da terra do Egito, mas deles se desviaram e não os destruíram –
  11. eis como nos recompensam, vindo para lançar-nos fora da tua herança, que nos fizeste herdar.
  12. Ah! nosso Deus, não os julgarás? Porque nós não temos força para resistirmos a esta grande multidão que vem contra nós, nem sabemos o que havemos de fazer; porém os nossos olhos estão postos em ti.
  13. E todo o Judá estava em pé diante do Senhor, como também os seus pequeninos, as suas mulheres, e os seus filhos.
  14. Então veio o Espírito do Senhor no meio da congregação, sobre Jaaziel, filho de Zacarias, filho de Benaías, filho de Jeiel, filho de Matanias o levita, dos filhos de Asafe,
  15. e disse: Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Jeosafá. Assim vos diz o Senhor: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, porque a peleja não é vossa, mas de Deus.
  16. Amanhã descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz, e os achareis na extremidade do vale, defronte do deserto de Jeruel.
  17. Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados e vede o livramento que o Senhor vos concederá, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor está convosco.
  18. Então Jeosafá se prostrou com o rosto em terra; e todo o Judá e os moradores de Jerusalém se lançaram perante o Senhor, para o adorarem.
  19. E levantaram-se os levitas dos filhos dos coatitas e dos filhos dos coraítas, para louvarem ao Senhor Deus de Israel, em alta voz.
  20. Pela manhã cedo se levantaram saíram ao deserto de Tecoa; ao saírem, Jeosafá pôs-se em pé e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém. Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e sereis bem sucedidos.
  21. Tendo ele tomado conselho com o povo, designou os que haviam de cantar ao Senhor e louvá-lo vestidos de trajes santos, ao saírem diante do exército, e dizer: Dai graças ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre.
  22. Ora, quando começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os homens de Amom, de Moabe e do monte Seir, que tinham vindo contra Judá; e foram desbaratados.
  23. Pois os homens de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do monte Seir, para os destruir e exterminar; e, acabando eles com os moradores do monte Seir, ajudaram a destruir-se uns aos outros.
  24. Nisso chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam para a multidão, e eis que eram cadáveres que jaziam por terra, não havendo ninguém escapado.
  25. Quando Jeosafá e o seu povo vieram para saquear os seus despojos, acharam entre eles gado em grande número, objetos de valor e roupas, assim como jóias preciosas, e tomaram para si tanto que não podiam levar mais; por três dias saquearam o despojo, porque era muito.
  26. Ao quarto dia eles se ajuntaram no vale de Beraca; pois ali louvaram ao Senhor. Por isso aquele lugar é chamado o vale de Beraca, até o dia de hoje.
  27. Então, voltando dali todos os homens de Judá e de Jerusalém com Jeosafá à frente deles, retornaram a Jerusalém com alegria; porque o Senhor os fizera regozijar-se, sobre os seus inimigos.
  28. Vieram, pois, a Jerusalém com alaúdes, com harpas e com trombetas, para a casa do Senhor.
  29. Então veio o temor de Deus sobre todos os reinos daqueles países, quando eles ouviram que o Senhor havia pelejado contra os inimigos de Israel.
  30. Assim o reino de Jeosafá ficou em paz; pois que o seu Deus lhe deu repouso ao redor.
  31. E Jeosafá reinou sobre Judá; era da idade de trinta e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Azuba, filha de Sili.
  32. Ele andou no caminho de Asa, seu pai, e não se desviou dele, fazendo o que era reto aos olhos do Senhor.
  33. Contudo os altos não foram tirados; nem tinha o povo ainda disposto o seu coração para o Deus de seus pais.
  34. Ora, o restante dos atos de Jeosafá, desde os primeiros até os últimos, eis que está escrito nas crônicas de Jeú, filho de Hanâni, que estão inseridas no livro dos reis de Israel.
  35. Depois disto Jeosafá, rei de Judá, se aliou com Acazias, rei de Israel, que procedeu impiamente;
  36. aliou-se com ele para construírem navios que fossem a Társis; e construíram os navios em Eziom-Geber.
  37. Então Eliézer, filho de Dodavaú, de Maressa, profetizou contra Jeosafá, dizendo: Porquanto te aliaste com Acazias, o Senhor destruiu as tuas obras. E os navios se despedaçaram e não puderam ir a Társis.

II Crônicas 21

  1. Depois Jeosafá dormiu com seus pais, e com eles foi sepultado na cidade de Davi. E Jeorão, seu filho, reinou em seu lugar.
  2. E tinha irmãos, filhos de Jeosafá: Azarias, Jeiel, Zacarias, Asarias, Micael e Sefatias; todos estes foram filhos de Jeosafá, rei de Judá.
  3. Seu pai lhes dera grandes dádivas, em prata, em ouro e em objetos preciosos, juntamente com cidades fortes em Judá; mas o reino deu a Jeorão, porque ele era o primogênito.
  4. Ora, tendo Jeorão subido ao reino de seu pai, e havendo-se fortificado, matou todos os seus irmãos à espada, como também alguns dos príncipes de Israel.
  5. Jeorão tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém.
  6. E andou no caminho dos reis de Israel, como faz Acabe, porque tinha a filha de Acabe por mulher; e fazia o que parecia mal aos olhos do senhor.
  7. Contudo o Senhor não quis destruir a casa de Davi, em atenção ao pacto que tinha feito com ele, e porque tinha dito que lhe daria por todos os dias uma lâmpada, a ele e a seus filhos.
  8. Nos dias de Jeorão os edomeus se revoltaram contra o domínio de Judá, e constituíram para si um rei.
  9. Pelo que Jeorão passou adiante com os seus chefes e com todos os seus carros; e, levantando-se de noite, desbaratou os edomeus, que tinham cercado a ele e aos capitães dos carros.
  10. Todavia os edomeus ficaram revoltados contra o domínio de Judá até o dia de hoje. Nesse mesmo tempo Libna também se revoltou contra o seu domínio, porque ele deixara ao Senhor, Deus de seus pais.
  11. Ele fez também altos nos montes de Judá, induziu os habitantes de Jerusalém à idolatria e impeliu Judá a prevaricar.
  12. Então lhe veio uma carta da parte de Elias, o profeta, que dizia: Assim diz o Senhor, Deus de Davi teu pai: Porquanto não andaste nos caminhos de Jeosafá, teu pai, e nos caminhos de Asa, rei de Judá;
  13. mas andaste no caminho dos reis de Israel e induziste Judá e os habitantes de Jerusalém a idolatria semelhante à idolatria da casa de Acabe, e também mataste teus irmãos, da casa de teu pai, os quais eram melhores do que tu;
  14. eis que o Senhor ferirá com uma grande praga o teu povo, os teus filhos, as tuas mulheres e toda a tua fazenda;
  15. e tu terás uma grave enfermidade; a saber, um mal nas tuas entranhas, ate que elas saiam, de dia em dia, por causa do mal.
  16. E o Senhor despertou contra Jeorão o espírito dos filisteus e dos árabes que estão da banda dos etíopes.
  17. Estes subiram a Judá e, dando sobre ela, levaram toda a fazenda que se achou na casa do rei, como também seus filhos e suas mulheres; de modo que não lhe ficou filho algum, senão Jeoacaz, o mais moço de seus filhos.
  18. E depois de tudo isso o Senhor o feriu nas suas entranhas com uma enfermidade incurável.
  19. No decorrer do tempo, ao fim de dois anos, saíram-lhe as entranhas por causa da doença, e morreu desta horrível enfermidade. E o seu povo não lhe queimou aromas como queimara a seus pais.
  20. Tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar de si saudades; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.

II Crônicas 22

  1. Então os habitantes de Jerusalém fizeram reinar em seu lugar Acazias, seu filho mais moço, porque a tropa que viera com os árabes ao arraial tinha matado todos os mais velhos. Assim reinou Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá.
  2. Tinha quarenta e dois anos quando começou a reinar, e reinou um ano em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Atalia, filha de Onri.
  3. Ele também andou nos caminhos da casa de Acabe, porque sua mãe era sua conselheira para proceder impiamente.
  4. E fez o que era mau aos olhos do Senhor, como fez a casa de Acabe; porque eles eram seus conselheiros depois da morte de seu pai, para sua perdição.
  5. Andando nos conselhos deles foi com Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, a guerrear contra Hazael, rei da Síria, junto a Ramote-Gileade; e os sírios feriram Jorão,
  6. o qual voltou para curar-se em Jizreel das feridas que lhe fizeram em Ramá, quando ele pelejava contra Hazael, rei da Síria. E Acazias, filho de Jeorão, rei de judá, desceu para visitar Jorão, filho de Acabe, em Jizreel, por estar ele doente.
  7. Foi por vontade de Deus que Acazias, para sua ruína visitou Jorão; pois, quando chegou, saiu com Jorão contra Jeú, filho de Ninsi, a quem o Senhor tinha ungido para exterminar a casa de Acabe.
  8. E quando Jeú executava juízo contra a casa de Acabe, achou os príncipes de Judá e os filhos dos irmãos de Acazias, que o serviam, e os matou.
  9. Depois buscou a Acazias, o qual foi preso quando se escondia em Samária, trouxeram-no a Jeú e o mataram. Então o sepultaram, pois disseram: É filho de Jeosafá, que buscou ao Senhor de toda o seu coração. E já não tinha a casa de Acazias ninguém que fosse capaz de reinar.
  10. Vendo Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a estirpe real da casa de Judá.
  11. Mas Jeosabeate, filha do rei, tomou Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os filhos do rei, que estavam para ser mortos, e o pôs com a sua ama na câmara dos leitos. Assim Jeosabeate, filha do rei Jeorão, mulher do sacerdote Jeoiada e irmã de Acazias, o escondeu de Atalia, de modo que ela não o matou.
  12. E esteve com eles seis anos, escondido na casa de Deus; e Atalia reinou sobre a terra.

II Crônicas 23

  1. Ora, no sétimo ano Jeoiada, cobrando ânimo, tomou consigo em aliança os capitães de cem, Azarias, filho de Jeroão, Ismael, filho de Jeoanã, Azarias, filho de Obede, Maaséias, filho de Adaías, e Elisafaté, filho de Zicri.
  2. Estes percorreram a Judá, ajuntando os levitas de todas as cidades de Judá e os chefes das casas paternas de Israel; e vieram para Jerusalém.
  3. E toda aquela congregação fez aliança com o rei na casa de Deus. E Jeoiada lhes disse: Eis que reinará o filho do rei, como o Senhor falou a respeito dos filhos de Davi.
  4. Isto é o que haveis de fazer: uma terça parte de vós, isto é, dos sacerdotes e dos levitas que entram no sábado, servirá de porteiros às entradas;
  5. outra terça parte estará junto à casa do rei; e a outra terça parte à porta do Fundamento; e todo o povo estará nos átrios da casa do Senhor.
  6. Não entre, porém, ninguém na casa da Senhor, senão os sacerdotes e os levitas que ministram; estes entrarão, porque são santos; mas todo o povo guardará a ordenança do Senhor.
  7. E os levitas cercarão o rei de todos os lados, cada um com as suas armas na mão; e qualquer que entrar na casa seja morto; mas acompanhai vós o rei, quando entrar e quando sair.
  8. Fizeram, pois, os levitas e todo o Judá conforme tudo o que ordenara e sacerdote Jeoiada; e tomou cada um os seus homens, tanto os que haviam de entrar no sábado como os que haviam de sair, pois o sacerdote Jeoiada não despediu as turmas.
  9. Também o sacerdote Jeoiada deu aos capitães de cem as lanças, os paveses e os escudos que tinham pertencido ao rei Davi, os quais estavam na casa de Deus.
  10. E dispôs todo o povo, cada um com as suas armas na mão, desde o lado direito até o lado esquerdo da casa, por entre o altar e a casa, ao redor do rei.
  11. Então tiraram para fora o filho do rei e, pondo-lhe a coroa e o testemunho, o fizeram rei; e Jeoiada e seus filhos o ungiram, e disseram: Viva o rei!
  12. Ouvindo, pois, Atalia a voz de povo que corria e louvava ao rei, veio ao povo na casa do Senhor;
  13. e quando olhou, eis que o rei estava junto à sua coluna, à entrada, e os capitães e os trombeteiros perto do rei; e todo o povo da terra se alegrava, e tocava trombetas; e também os cantores tocavam instrumentos musicais, e dirigiam os cânticos de louvor. Então Atalia, rasgando os seus vestidos, clamou: Traição! Traição!
  14. Nisso o sacerdote Jeoiada trouxe para fora os centuriões que estavam sobre o exército e disse-lhes: Trazei-a por entre as fileiras, e o que a seguir seja morto à espada. Pois o sacerdote dissera: Não a mateis na casa do Senhor.
  15. Então deitaram as mãos nela; e ela foi até a entrada da porta dos cavalos, que dá para a casa do rei, e ali a mataram.
  16. E Jeoiada firmou um pacto entre si e o povo todo e o rei, pelo qual seriam o povo do Senhor.
  17. Depois todo o povo entrou na casa de Baal, e a derrubaram; quebraram os seus altares e as suas imagens, e a Matã, sacerdote de Baal, mataram diante dos altares.
  18. E Jeoiada dispôs guardas na casa do Senhor, sob a direção dos sacerdotes levíticos a quem Davi designara na casa do Senhor para oferecerem com alegria e com cânticos os holocaustos do Senhor, como está escrito na lei de Moisés, e segundo a ordem de Davi.
  19. Colocou porteiros às portas da casa do Senhor, para que não entrasse nela ninguém imundo no tocante a coisa alguma.
  20. E tomou os centuriões, os nobres, os governadores do povo e todo o povo da terra; e conduziram da casa do Senhor o rei e, passando pela porta superior para a casa do rei, fizeram-no sentar no trono real.
  21. Assim todo o povo da terra se alegrou, e a cidade ficou em paz, depois que mataram Atalia à espada.

II Crônicas 24

  1. Tinha Joás sete anos quando começou a reinar, e reinou quarenta anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zíbia, de Berseba.
  2. E Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor por todos os dias do sacerdote Jeoiada.
  3. E tomou Jeoiada para ele duas mulheres, das quais teve filhos e filhas.
  4. Depois disso Joás resolveu renovar a casa do Senhor.
  5. Reuniu, pois, os sacerdotes e os levitas e lhes disse: Saí pelas cidades de Judá, e levantai dinheiro de todo a Israel, anualmente, para reparar a casa do vosso Deus; e vede que apresseis este negócio: contudo os levitas não o apressaram.
  6. Pelo que o rei chamou Jeoiada, o chefe, e lhe perguntou: Por que não tens obrigado os levitas a trazerem de Judá e de Jerusalém o imposto ordenado por Moisés, servo do Senhor, à congregação de Israel, para a tenda do testemunho?
  7. Pois os filhos de Atalia, aquela mulher ímpia, tinham arruinado a casa de Deus; e até empregaram todas as coisas sagradas da casa do Senhor no serviço dos baalins.
  8. O rei, pois, deu ordem; e fizeram uma arca, e a puseram do lado de fora, à porta da casa do Senhor.
  9. E publicou-se em Judá e em Jerusalém que trouxessem ao Senhor o imposto que Moisés, o servo de Deus, havia ordenado a Israel no deserto.
  10. Então todos os príncipes e todo o povo se alegraram, e trouxeram o imposto e o lançaram na arca, até que ficou cheia.
  11. E quando era trazida a arca pelas mãos dos levitas ao recinto do rei, na ocasião em que viam que havia muito dinheiro, vinham o escrivão do rei e o deputado do sumo sacerdote, esvaziavam a arca e, tomando-a, tornavam a levá-la ao seu lugar. Assim faziam dia após dia, e ajuntaram dinheiro em abundância.
  12. E o rei e Jeoiada davam-no aos encarregados da obra da casa do Senhor; e assalariaram pedreiros e carpinteiros para renovarem a casa do Senhor, como tambem os que trabalhavam em ferro e em bronze para repararem a casa do Senhor.
  13. Assim os encarregados da obra faziam com que o serviço da reparação progredisse nas suas mãos; e restituíram a casa de Deus a seu estado anterior, e a consolidaram.
  14. Depois de acabarem a obra trouxeram ao rei e a Jeoiada o resto do dinheiro, e dele se fizeram utensílios para a casa do Senhor, para serem usados no ministério e nos holocaustos, e colheres, e vasos de ouro e de prata. E se ofereciam holocaustos continuamente na casa do Senhor, por todos os dias de Jeoiada.
  15. Jeoiada, porém, envelheceu e, cheio de dias, morreu; tinha cento e trinta anos quando morreu.
  16. E o sepultaram na cidade de Davi com os reis, porque tinha feito o bem em Israel, e para com Deus e sua casa.
  17. E depois da morte de Jeoiada vieram os príncipes de Judá e prostraram-se diante do rei; então o rei lhes deu ouvidos.
  18. E eles, abandonando a casa do Senhor, Deus de seus pais, serviram aos aserins e aos ídolos; de sorte que veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa.
  19. Contudo Deus enviou profetas entre eles para os fazer tornar ao Senhor, os quais protestaram contra eles; mas eles não lhes deram ouvidos.
  20. E o Espírito de Deus apoderou-se de Zacarias, filho do sacerdote Jeoiada, o qual se pôs em pé acima do povo, e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do Senhor, de modo que não possais prosperar? Porquanto abandonastes o Senhor, também ele vos abandonou.
  21. Mas conspiraram contra ele e por ordem do rei, o apedrejaram no átrio da casa do Senhor.
  22. Assim o rei Joás não se lembrou da bondade que lhe fizera Jeoiada pai de Zacarias, antes matou-lhe o filho, o qual morrendo disse: Veja-o o Senhor, e o retribua.
  23. Decorrido um ano, o exército da Síria subiu contra Joás; e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o povo todos os seus príncipes, e enviaram todo o seu despojo ao rei de Damasco.
  24. O exército dos sírios viera com poucos homens, contudo o Senhor entregou nas suas mãos um exército mui grande, porquanto abandonaram o Senhor, Deus de seus pais. Assim executaram juízo contra Joás.
  25. Quando os sírios se retiraram dele, deixaram-no gravemente ferido; então seus servos conspiraram contra ele por causa do sangue dos filhos do sacerdote Jeoiada, e o mataram na sua cama, e assim morreu; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.
  26. Estes foram os que conspiraram contra ele Zabade, filho de Simeate a amonita, e Jeozabade, filho de Sinrite a moabita.
  27. Ora, quanto a seus filhos, e ao grande número de oráculos pronunciados contra ele, e à restauração da casa de Deus, eis que estão escritos no comentário do livro dos reis. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.

II Crônicas 25

  1. Amazias tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jeoadã, de Jerusalém.
  2. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, mas não o fez com coração perfeito.
  3. Quando o reino já lhe tinha sido confirmado, ele matou os seus servos que tinham assassinado o rei seu pai.
  4. Contudo não matou os filhos deles mas fez segundo está escrito na lei: no livro de Moisés, como o Senhor ordenou, dizendo: Não morrerão os pais pelos filhos nem os filhos pelos pais; mas cada um morrerá pelo seu pecado.
  5. Depois Amazias congregou Judá e o colocou, segundo as suas casas paternas sob comandantes de milhares e de centenas, por todo o Judá e Benjamim; e os contou de vinte anos para cima, e achou deles trezentos mil escolhidos que podiam ir à guerra e sabiam manejar lança e escudo.
  6. Também de Israel tomou a soldo cem mil varões valentes, por cem talentos de prata.
  7. Veio ter com ele, porém, um homem de Deus, dizendo: Ó rei, não deixes ir contigo o exército de Israel, porque o Senhor não é com Israel, a saber, com todos os filhos de Efraim.
  8. Mas se julgas que assim serás forte para a peleja, Deus te fará cair diante do inimigo; pois Deus tem poder para ajudar e para fazer cair.
  9. Então perguntou Amazias ao homem de Deus: Mas que se fará dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? Respondeu o homem de Deus: Mais tem o Senhor que te dar do que isso.
  10. Então Amazias separou as tropas que lhe tinham vindo de Efraim, para que voltassem para a sua terra; pelo que muito se acendeu a ira deles contra Judá, e voltaram para a sua terra ardendo em ira.
  11. Amazias, cobrando ânimo, conduziu o seu povo, e foi ao Vale do Sal, onde matou dez mil dos filhos de Seir.
  12. Os filhos de Judá prenderam vivos outros dez mil, e trazendo-os ao cume da rocha, lançaram-nos dali abaixo, de modo que todos foram despedaçados.
  13. Mas os homens das tropas que Amazias despedira, não deixando que fossem com ele à batalha, deram sobre as cidades de Judá, desde Samária até Bete-Horom, e dos seus habitantes mataram três mil, e saquearam grande despojo.
  14. Quando Amazias veio da matança dos edomeus, trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir e os elevou para serem os seus deuses, prostrando-se diante deles e queimando-lhes incenso.
  15. Pelo que o Senhor se irou contra Amazias e lhe enviou um profeta, que lhe disse: Por que buscaste os deuses deste povo, os quais não livraram o seu próprio povo da tua mão?
  16. Enquanto ele ainda falava com o rei, este lhe respondeu: Fizemos-te conselheiro do rei? Cala-te! Por que haverias de ser morto? Então o profeta calou, havendo dito: Sei que Deus resolveu destruir-te, porquanto fizeste isto, e não deste ouvidos a meu conselho.
  17. Tendo Amazias, rei de Judá, tomado conselho, mandou dizer a Jeoás, filho de Jeoacaz, filho de Jeú, rei de Israel: Vem, vejamo-nos face a face.
  18. Mas Jeoás, rei de Israel, mandou responder a Amazias, rei de Judá: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá tua filha por mulher a meu filho. Mas uma fera que estava no Líbano passou e pisou o cardo.
  19. Tu dizes a ti mesmo: Eis que feri Edom. Assim o teu coração se eleva para te gloriares. Agora, pois, fica em tua casa; por que te meterias no mal, para caíres tu e Judá contigo?
  20. Amazias, porém, não lhe deu ouvidos; pois isto vinha de Deus, para entregá-los na mão dos seus inimigos, porque buscaram os deuses de Edom.
  21. Subiu, pois, Jeoás, rei de Israel; e ele e Amazias, rei de Judá, se viram face a face em Bete-Semes, que pertence a Judá.
  22. E Judá foi desbaratado diante de Israel, e fugiu cada um para a sua tenda.
  23. E Jeoás, rei de Israel, prendeu Amazias, rei de Judá, filho de Joás, o filho de Jeoacaz, em Bete-Semes, e o levou a Jerusalém; e derrubou o muro de Jerusalém, desde a porta de Efraim até a porta da esquina, quatrocentos côvados.
  24. Também tomou todo o ouro, e toda a prata, e todos os utensílios que se acharam na casa de Deus com Obede-Edom, e os tesouros da casa do rei, e os reféns, e voltou pura Samária.
  25. E Amazias, filho de Joás, rei de Judá, viveu quinze anos depois da morte de Jeoás, filho de Jeoacaz, rei de Israel.
  26. Quanto ao restante dos atos de Amazias, desde os primeiros até os últimos, não estão porventura escritos no livro dos reis de Judá e de Israel?
  27. Desde o tempo em que Amazias se desviou do Senhor, conspiraram contra ele em Jerusalém, e ele fugiu para Laquis; mas perseguiram-no até Laquis, e ali o mataram.
  28. E o trouxeram sobre cavalos e o sepultaram junto a seus pais na cidade de Davi.

II Crônicas 26

  1. Então todo o povo de Judá tomou a Uzias, que tinha dezesseis anos, e o fizeram rei em lugar de seu pai Amazias.
  2. Ele edificou Elote, e a restituiu a Judá, depois que o rei dormiu com seus pais.
  3. Tinha Uzias dezesseis anos quando começou a reinar, e reinou cinqüenta e dois anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jecolia, de Jerusalém.
  4. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias seu pai.
  5. E buscou a Deus enquanto viveu Zacarias, que o instruiu no temor de Deus; e enquanto buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar.
  6. Saiu e guerreou contra os filisteus, e derrubou o muro de Gate, o muro de Jabné e o muro de Asdode; e edificou cidades no país de Asdode e entre os filisteus;
  7. porque Deus, o ajudou contra os filisteus e contra os árabes que habitavam em Gur-Baal, e contra os meunitas.
  8. Os amonitas pagaram tributo a Uzias; e a sua fama se espalhou até a entrada do Egito, pois se tornou muito poderoso.
  9. Também Uzias edificou torres em Jerusalém, à porta da esquina, à porta do vale e ao ângulo do muro, e as fortificou.
  10. Edificou torres no deserto, e cavou muitos poços, porque tinha muito gado tanto nos vales como nas campinas; e tinha lavradores e vinhateiros nos montes e nos campos férteis, pois era amigo da agricultura.
  11. Tinha também Uzias um exército de homens destros nas armas, que saíam à guerra em tropas, segundo o número da sua resenha feita pelo escrivão Jeiel e o oficial Maaséias, sob as ordens de Hananias, um dos príncipes do rei.
  12. O número total dos chefes das casas paternas, homens valorosos, era de dois mil e seiscentos.
  13. E sob as suas ordens havia um exército disciplinado de trezentos e sete mil e quinhentos homens, que guerreavam valorosamente, para ajudarem o rei contra os inimigos.
  14. Uzias proveu o exército inteiro de escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos, e até fundas para atirar pedras.
  15. E em Jerusalém fabricou máquinas, inventadas por peritos, para que fossem colocadas nas torres e nos cantos das muralhas, a fim de se atirarem com elas flechas e grandes pedras. E voou a sua fama até muito longe; porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou poderoso.
  16. Mas, quando ele se havia tornado poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus; pois entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso.
  17. Mas o sacerdote Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do Senhor, homens valorosos,
  18. e se opuseram ao rei Uzias, dizendo-lhe: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que foram consagrados para queimarem incenso. Sai do santuário, pois cometeste uma transgressão; e não será isto para honra tua da parte do Senhor Deus.
  19. Então Uzias se indignou; e tinha na mão um incensário para queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, nasceu-lhe a lepra na testa, perante os sacerdotes, na casa de Senhor, junto ao altar do incenso.
  20. Então o sumo sacerdote Azarias olhou para ele, como também todos os sacerdotes, e eis que já estava leproso na sua testa. E apressuradamente o lançaram fora, e ele mesmo se apressou a sair, porque o Senhor o ferira.
  21. Assim ficou leproso o rei Uzias até o dia da sua morte; e, por ser leproso, morou numa casa separada, pois foi excluído da casa do Senhor. E Jotão, seu filho, tinha o cargo da casa do rei, julgando o povo da terra.
  22. Quanto ao restante dos atos de Uzias, desde os primeiros até os últimos, o profeta Isaías, filho de Amoz, o escreveu.
  23. Assim dormiu Uzias com seus pais, e com eles o sepultaram, isto é, no campo de sepultura que era dos reis; pois disseram: ele é leproso. E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.

II Crônicas 27

  1. Tinha Jotão vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jerusa, filha de Zadoque,
  2. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Uzias, seu pai; todavia não invadiu o templo do Senhor. Mas o povo ainda se corrompia.
  3. Ele construiu a porta superior da casa do Senhor, e edificou extensivamente sobre o muro de Ofel.
  4. Também edificou cidades na região montanhosa de Judá, e castelos e torres nos bosques.
  5. Guerreou contra o rei dos amonitas e prevaleceu sobre eles; de modo que os amonitas naquele ano lhe deram cem talentos de prata, dez mil coros de trigo e dez mil de cevada. Isso lhe trouxeram os amonitas também no segundo e no terceiro ano.
  6. Assim Jotão se tornou poderoso, porque dirigiu os seus caminhos na presença do Senhor seu Deus.
  7. Ora, o restante dos atos de Jotão, e todas as suas guerras e os seus caminhos, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá.
  8. Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém.
  9. E Jotão dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi. E Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.

II Crônicas 28

  1. Tinha Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém. E não fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai;
  2. mas andou nos caminhos dos reis de Israel, e até fez imagens de fundição para os baalins.
  3. Também queimava incenso no vale do filho de Hinom, e queimou seus filhos no fogo, conforme as abominações das nações que o senhor expulsara de diante dos filhos de Israel.
  4. E sacrificava e queimava incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore frondosa.
  5. Pelo que o Senhor seu Deus o entregou na mão do rei dos sírios, os quais o derrotaram e tomaram-lhe em cativeiro grande multidão de presos, que levaram para Damasco. Foi também entregue na mão do rei de Israel, o qual lhe infligiu grande derrota,
  6. pois Peca, filho de Remalias, matou em Judá, num só dia cento e vinte mil todos homens valentes; porquanto haviam abandonado o Senhor, Deus de seus pais.
  7. E Zicri, varão poderoso de Efraim matou Maaséias, filho do rei, e Azricão, e mordomo, e Elcana, o segundo depois do rei.
  8. E os filhos de Israel levaram cativos de seus irmãos duzentos mil, mulheres filhos e filhas; também saquearam deles grande despojo, que levaram para Samária.
  9. Mas estava ali um profeta do Senhor, cujo nome era Odede, o qual saiu ao encontro do exército que vinha para Samária, e lhe disse: Eis que, irando-se o Senhor Deus de vossos pais contra Judá, os entregou na vossa mão, e vós os matastes com uma raiva que chegou até o céu.
  10. E agora vós quereis sujeitar a vós os filhos de Judá e de Jerusalém, como escravos e escravas; porventura não sois vós mesmos culpados para com o Senhor vosso Deus?
  11. Agora, pois, ouvi-me, e tornai a enviar os cativos que trouxestes dentre vossos irmãos, pois o ardor da ira do Senhor está sobre vós.
  12. Então alguns dos chefes dos efraimitas, a saber, Azarias, filho de Joanã, Berequias, filho de Mesilemote, Jeizquias, filho de Salum, e Amasa, filho de Hadlai, se levantaram contra os que voltavam da guerra,
  13. e lhes disseram: Não fareis entrar aqui estes cativos; porque, além da nossa culpa contra o Senhor, o que vós quereis fazer acrescentaria mais a nossos pecados e a nossas culpas; pois já temos grande culpa, e o ardor da ira do Senhor está sobre Israel.
  14. Então os homens armados deixaram os cativos e o despojo diante dos príncipes e de toda a congregação.
  15. E os homens já mencionados por nome se levantaram e tomaram os cativos, e vestiram do despojo a todos os que dentre eles estavam nus; vestiram-nos, e os calçaram, e lhes deram de comer e de beber, e os ungiram; e, levando sobre jumentos todos os que estavam fracos, conduziram-nos a Jericó, a cidade das palmeiras, a seus irmãos. Depois voltaram para Samária.
  16. Naquele tempo o rei Acaz mandou pedir socorro ao rei da Assíria.
  17. Pois de novo os edomeus, tendo invadido Judá, a derrotaram e levaram prisioneiros.
  18. Também os filisteus tinham invadido as cidades da baixada e do sul de Judá, e tinham tomado Bete-Semes, Aijalom, Gederote, Socó e suas aldeias, Timna e suas aldeias, e Ginzo e suas aldeias, estabelecendo-se ali.
  19. Pois o Senhor humilhou Judá por causa do rei Acaz, porque este se houve desenfreadamente em Judá, havendo desprezado ao Senhor.
  20. E veio a ele Tilgate-Pilneser, rei da Assíria, e o pôs em aperto, em vez de fortalecê-lo.
  21. Pois Acaz saqueou a casa do Senhor, e a casa do rei, e dos príncipes, e deu os despojos por tributo ao rei da Assíria; porém isso não o ajudou.
  22. No tempo da sua angústia houve-se com ainda maior desprezo pelo Senhor, este mesmo rei Acaz.
  23. Pois sacrificou aos deuses de Damasco, que o tinham derrotado, e disse: Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam, portanto eu lhes sacrificarei, para que me ajudem a mim. Eles, porém, foram a ruína dele e de todo o Israel.
  24. Ajuntou Acaz os utensílios da casa de Deus, fê-los em pedaços, e fechou as portas da casa do Senhor; e fez para si altares em todos os cantos de Jerusalém.
  25. Também em cada cidade de Judá fez altos para queimar incenso a outros deuses, assim provocando à ira o Senhor, Deus de seus pais.
  26. Ora, o restante dos seus atos e de todos os seus caminhos, desde os primeiros até os últimos, eis que está escrito no livro dos reis de Judá e de Israel.
  27. E Acaz dormiu com seus pais, e o sepultaram na cidade, em Jerusalém; pois não o puseram nos sepulcros dos reis de Israel. E Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.

II Crônicas 29

  1. Ezequias começou a reinar quando tinha vinte e cinco anos; e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Abia, filha de Zacarias.
  2. Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Davi, seu pai.
  3. Pois ele, no primeiro ano do seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da casa do Senhor, e as reparou.
  4. Fez vir os sacerdotes e os levitas e, ajuntando-os na praça oriental,
  5. disse-lhes: Ouvi-me, ó levitas; santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e tirai do santo lugar a imundícia.
  6. Porque nossos pais se houveram traiçoeiramente, e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor nosso Deus; deixaram-no e, desviando os seus rostos da habitação do Senhor, voltaram-lhe as costas.
  7. Também fecharam as portas do alpendre, apagaram as lâmpadas, e não queimaram incenso nem ofereceram holocaustos no santo lugar ao Deus de Israel.
  8. Pelo que veio a ira do Senhor sobre Judá e Jerusalém, e ele os entregou para serem motivo de espanto, de admiração e de escárnio, como vós o estais vendo com os vossos olhos.
  9. Porque eis que nossos pais caíram à espada, e nossos filhos, nossas filhas e nossas mulheres estão por isso em cativeiro.
  10. Agora tenho no coração o propósito de fazer um pacto com o Senhor, Deus de Israel, para que se desvie de nós o ardor da sua ira.
  11. Filhos meus, não sejais negligentes, pois o Senhor vos escolheu para estardes diante dele a fim de o servir, e para serdes seus ministros e queimardes incenso.
  12. Então se levantaram os levitas: Maate, filho de Amasai, e Joel, filho de Azarias, dos filhos dos coatitas; e dos filhos de Merári: Quis, filho de Abdi, e Azurias, filho de Jealelel; e dos gersonitas: Joá, filho de Zima, e Edem filho de Joá;
  13. e dos filhos de Elizafã: Sínri e Jeuel; dos filhos de Asafe; Zacarias e Matanias;
  14. e dos filhos de Hemã: Jeuel e Simei; e dos filhos de Jedutun: Semaías e Uziel.
  15. Ajuntaram seus irmãos, santificaram-se e entraram conforme a ordem do rei, segundo as palavras do Senhor, para purificarem a casa do Senhor.
  16. Também os sacerdotes entraram na parte interior da casa do Senhor para a limparem, e tirarem para fora, ao átrio da casa do Senhor, toda a imundícia que acharem no templo do Senhor; e os levitas a tomaram e a levaram para fora, ao ribeiro de Cedrom.
  17. Começaram a santificá-la no primeiro dia do primeiro mês, e ao oitavo dia do mês chegaram ao alpendre do Senhor, e santificaram a casa do Senhor em oito dias; no décimo sexto dia do primeiro mês acabaram.
  18. Então foram ter com o rei Ezequias no palácio, e disseram: Acabamos de limpar toda a casa do Senhor, como também o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a mesa dos pães da proposição com todos os seus utensílios.
  19. Todos os utensílios que o rei Acaz, no seu reinado, lançou fora, na sua infidelidade, já os preparamos e santificamos; e eis que estão diante do altar do Senhor.
  20. Então o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os príncipes da cidade e subiu à casa do Senhor.
  21. E trouxeram sete novilhos, sete carneiros, sete cordeiros e sete bodes, como oferta pelo pecado a favor do reino, e do santuário e de Judá; e o rei deu ordem aos sacerdotes, filhos de Arão, que os oferecessem sobre o altar do Senhor.
  22. Os sacerdotes pois imolaram os novilhos, e tomando o sangue o espargiram sobre o altar; também imolaram os carneiros, e espargiram o sangue sobre o altar; semelhantemente imolaram os cordeiros, e espargiram o sangue sobre o altar.
  23. Então trouxeram os bodes, como oferta pelo pecado, perante o rei e a congregação, que lhes impuseram as mãos;
  24. e os sacerdotes os imolaram, e com o seu sangue fizeram uma oferta pelo pecado, sobre o altar, para fazer expiação por todo o Israel. Porque o rei tinha ordenado que se fizesse aquele holocausto e aquela oferta pelo pecado por todo o Israel.
  25. Também dispôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas conforme a ordem de Davi, e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque esta ordem viera do Senhor, por meio de seus profetas.
  26. E os levitas estavam em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as trombetas.
  27. E Ezequias ordenou que se oferecesse o holocausto sobre o altar; e quando começou o holocausto, começou também o canto do Senhor, ao som das trombetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel.
  28. Então toda a congregação adorava, e os cantores cantavam, e os trombeteiros tocavam; tudo isso continuou até se acabar o holocausto.
  29. Tendo eles acabado de fazer a oferta, o rei e todos os que estavam com ele se prostraram e adoraram.
  30. E o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem ao Senhor com as palavras de Davi, e de Asafe, o vidente. E eles cantaram louvores com alegria, e se inclinaram e adoraram.
  31. Então Ezequias disse: Agora que vos consagrastes ao Senhor chegai-vos e trazei sacrifícios e ofertas em ação de graças a casa do Senhor. E a congregação trouxe sacrifícios e ofertas em ação de graças, e todos os que estavam dispostos de coração trouxeram holocaustos.
  32. E o número dos holocaustos que a congregação trouxe foi de setenta novilhos, cem carneiros e duzentos cordeiros, tudo isso em holocausto ao Senhor.
  33. Houve também, de coisas consagradas, seiscentos bois e três mil ovelhas.
  34. Eram, porém, mui poucos os sacerdotes, de modo que não podiam esfolar todos os holocaustos; pelo que seus irmãos, os levitas, os ajudaram, até se acabar a obra, e até que os outros sacerdotes se santificassem, pois os levitas foram mais retos de coração, para se santificarem, do que os sacerdotes.
  35. E houve também holocaustos em abundância, juntamente com a gordura das ofertas pacíficas, e com as ofertas de libação para cada holocausto. Assim se restabeleceu o ministério da casa do Senhor.
  36. E Ezequias regozijou-se, e com ele todo o povo, por causa daquilo que Deus tinha preparado a favor do povo; pois isto se fizera de improviso.

II Crônicas 30

  1. Depois disso Ezequias enviou mensageiros por todo o Israel e Judá, e escreveu cartas a Efraim e a Manassés, para que viessem à casa do Senhor em Jerusalém, a fim de celebrarem a páscoa ao Senhor Deus de Israel.
  2. Pois o rei tivera conselho com os príncipes e com toda a congregação em Jerusalém, para celebrarem a páscoa no segundo mês.
  3. Pois não a puderam celebrar no tempo próprio porque não se tinham santificado sacerdotes em número suficiente, e porque o povo não se tinha ajuntado em Jerusalém.
  4. Isto pareceu bem aos olhos do rei e de toda a congregação.
  5. E decretaram que se fizesse proclamação por todo o Israel, desde Berseba até Dã para que viessem celebrar a páscoa ao Senhor, Deus de Israel, em Jerusalém; porque muitos não a tinham celebrado como está escrito.
  6. Foram pois, os correios com as cartas, do rei e dos, seus príncipes, por todo o Israel e Judá, segundo a ordem do rei, dizendo: Filhos de Israel, voltai para o Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, para que ele se volte para o restante de vós que escapastes da mão dos reis da Assíria.
  7. Não sejais como vossos pais e vossos irmãos, que foram infiéis para com o Senhor, Deus de seus pais, de modo que os entregou à desolação como vedes.
  8. Não endureçais agora a vossa cerviz, como fizeram vossos pais; mas submetei-vos ao Senhor, e entrai no seu santuário que ele santificou para sempre, e servi ao Senhor vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de vós.
  9. Pois, se voltardes para o Senhor, vossos irmãos e vossos filhos acharão misericórdia diante dos que os levaram cativos, e tornarão para esta terra; porque o Senhor vosso Deus é clemente e compassivo, e não desviará de vós o seu rosto, se voltardes para ele.
  10. Os correios, pois, foram passando de cidade em cidade, pela terra de Efraím e Manassés, até Zebulom; porém riam-se e zombavam deles.
  11. Todavia alguns de Aser, e de Manassés, e de Zebulom, se humilharam e vieram a Jerusalém.
  12. E a mão de Deus esteve com Judá, dando-lhes um só coração para cumprirem a ordem do rei e dos príncipes conforme a palavra do Senhor.
  13. E ajuntou-se em Jerusalém muito povo para celebrar a festa dos pães ázimos no segundo mês, uma congregação mui grande.
  14. E, levantando-se, tiraram os altares que havia em Jerusalém; também tiraram todos os altares de incenso, e os lançaram no ribeiro de Cedrom.
  15. Então imolaram a páscoa no décimo quarto dia do segundo mês; e os sacerdotes e levitas, envergonhados, santificaram-se e trouxeram holocaustos à casa do Senhor.
  16. Tomaram os seus lugares, segundo a sua ordem, conforme a lei de Moisés, homem de Deus; e os sacerdotes espargiram o sangue, que recebiam da mão dos levitas.
  17. Pois havia muitos na congregação que não se tinham santificado; pelo que os levitas tiveram que imolar os cordeiros da páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem ao Senhor.
  18. Porque uma multidão do povo, muitos de Efraím e Manassés, Issacar e Zebulom, não se tinham purificado, contudo comeram a páscoa, ainda que não segundo o que está escrito; pois Ezequias tinha orado por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe todo aquele
  19. que dispõe o seu coração para buscar a Deus, o Senhor, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário.
  20. E o Senhor ouviu Ezequias, e sarou o povo.
  21. E os filhos de Israel que se acharam em Jerusalém celebraram a festa dos pães ázimos por sete dias com grande alegria; e os levitas e os sacerdotes louvaram ao Senhor de dia em dia com instrumentos fortemente retinintes, cantando ao Senhor.
  22. E Ezequias falou benignamente a todos os levitas que tinham bom entendimento no serviço do Senhor. Assim comeram as ofertas da festa por sete dias, sacrificando ofertas pacíficas, e dando graças ao Senhor, Deus de seus pais.
  23. E, tendo toda a congregação resolvido celebrar outros sete dias, celebraram por mais sete dias com alegria.
  24. Pois Ezequias, rei de Judá, apresentou à congregação para os sacrifícios mil novilhos e sete mil ovelhas; e os príncipes apresentaram à congregação mil novilhos e dez mil ovelhas; e os sacerdotes se santificaram em grande número.
  25. E regozijaram-se toda a congregação de Judá, juntamente com os sacerdotes e levitas, e toda a congregação dos que vieram de Israel, como também os estrangeiros que vieram da terra de Israel e os que habitavam em Judá.
  26. Assim houve grande alegria em Jerusalém, pois desde os dias de Salomão, filho de Davi, rei de Israel, não tinha havido coisa semelhante em Jerusalém.
  27. Então os levitas sacerdotes se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida, porque a sua oração chegou até a santa habitação de Deus, até o céu.

II Crônicas 31

  1. Acabado tudo isso, todos os israelitas que ali estavam saíram às cidades de Judá e despedaçaram as colunas, cortaram os aserins, e derrubaram os altos e altares por toda a Judá e Benjamim, como também em Efraim e Manassés, até os destruírem de todo. Depois voltaram todos os filhos de Israel para as suas cidades, cada um para sua possessão.
  2. E Ezequias estabeleceu as turmas dos sacerdotes e levitas, turma por turma, cada um segundo o seu serviço, tanto os sacerdotes como os levitas, para os holocaustos e as ofertas pacíficas, para ministrarem, renderem ações de graças e cantarem louvores nas portas do arraial do Senhor.
  3. A contribuição da fazenda do rei foi designada para os holocaustos: os holocaustos da manhã e da tarde, e os holocaustos dos sábados, das luas novas e das festas fixas, como está escrito na lei do Senhor.
  4. Além disso ordenou ao povo que morava em Jerusalém que desse a porção pertencente aos sacerdotes e aos levitas, para que eles se dedicassem à lei do Senhor.
  5. Logo que esta ordem se divulgou, os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias de trigo, mosto, azeite, mel e todo produto do campo; também trouxeram em abundância o dízimo de tudo.
  6. Os filhos de Israel e de Judá que habitavam nas cidades de Judá também trouxeram o dízimo de bois e de ovelhas, e o dízimo das coisas dedicadas que foram consagradas ao Senhor seu Deus, e depositaram-nos em montões.
  7. No terceiro mês começaram a formar os montões, e no sétimo mês acabaram.
  8. Vindo, pois, Ezequias e os príncipes, e vendo aqueles montões, bendisseram ao Senhor e ao seu povo Israel.
  9. Então perguntou Ezequias aos sacerdotes e aos levitas acerca daqueles montões.
  10. Respondeu-lhe Azarias, o sumo sacerdote, que era da casa de Zadoque, dizendo: Desde que o povo começou a trazer as ofertas para a casa do Senhor, tem havido o que comer e de que se fartar, e ainda nos tem sobejado bastante, porque o Senhor abençoou ao seu povo; e os sobejos constituem esta abastança.
  11. Então ordenou Ezequias que se preparassem câmaras na casa do Senhor; e as prepararam.
  12. Ali recolheram fielmente as ofertas, os dízimos e as coisas dedicadas; e tinha o cargo disto o levita Conanias, e depois dele Simei, seu irmão.
  13. E Jeiel, Azazias, Naate, Asael, Jerimote, Jozabade, Eliel, Ismaquias, Maate e Benaías eram superintendentes sob a direção de Conanias e de Simei, seu irmão, por decreto do rei Ezequias e de Azarias, o chefe da casa de Deus.
  14. E o levita Coré, filho de Imná, e guarda da porta oriental, estava encarregado das ofertas voluntárias que se faziam a Deus, para distribuir as ofertas do Senhor e as coisas santíssimas.
  15. E debaixo das suas ordens estavam Edem, Miniamim, Jesuá, Semaías, Amarias e Secanias, nas cidades dos sacerdotes, para fazerem com fidelidade a distribuição a seus irmãos, segundo as suas turmas, tanto aos pequenos como aos grandes,
  16. exceto os que estavam contados pelas genealogias, varões da idade de três anos para cima, todos os que entravam na casa do Senhor, para o seu serviço diário nos seus cargos segundo as suas turmas.
  17. Quanto ao registro dos sacerdotes, era feito segundo as suas casas paternas; e o dos levitas da idade de vinte anos para cima era feito segundo os seus cargos nas suas turmas.
  18. Os sacerdotes eram arrolados com todos os seus pequeninos, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, por toda a congregação; porque estes se dedicavam fielmente às coisas consagradas.
  19. Também para os filhos de Arão os sacerdotes que estavam nos campos dos arrabaldes das suas cidades, em cada cidade, havia homens designados por nome para distribuírem porções a todo homem entre os sacerdotes e a todos os arrolados entre os levitas.
  20. Assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e fiel perante o Senhor seu Deus.
  21. E toda a obra que empreendeu no serviço da casa de Deus, e de acordo com a lei e os mandamentos, para buscar a seu Deus, ele a fez de todo o seu coração e foi bem sucedido.

II Crônicas 32

  1. Depois destas coisas e destes atos de fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria e, entrando em Judá, acampou-se contra as cidades fortes, a fim de apoderar-se delas.
  2. Quando Ezequias viu que Senaqueribe tinha vindo com o propósito de guerrear contra Jerusalém,
  3. teve conselho com os seus príncipes e os seus poderosos, para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram.
  4. Assim muito povo se ajuntou e tapou todas as fontes, como também o ribeiro que corria pelo meio da terra, dizendo: Por que viriam os reis da Assíria, e achariam tantas águas?
  5. Ezequias, cobrando ânimo, edificou todo o muro que estava demolido, levantando torres sobre ele, fez outro muro por fora, fortificou a Milo na cidade de Davi, e fez armas e escudos em abundância.
  6. Então pôs oficiais de guerra sobre o povo e, congregando-os na praça junto à porta da cidade, falou-lhes ao coração, dizendo:
  7. Sede corajosos, e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis, por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, pois há conosco um maior do que o que está com ele.
  8. Com ele está um braço de carne, mas conosco o Senhor nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear por nós. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá.
  9. Depois disso Senaqueribe, rei da Assíria, enquanto estava diante de Laquis, com todas as suas forças, enviou os seus servos a Jerusalém a Ezequias, rei de Judá, e a todo o Judá que estava em Jerusalém, dizendo:
  10. Assim diz Senaqueribe, rei da Assíria: Em que confiais vós, para vos deixardes sitiar em Jerusalém?
  11. Porventura não vos engana Ezequias, para vos fazer morrer à fome e à sede, quando diz: O Senhor nosso Deus nos livrará das mãos do rei da Assíria?
  12. Esse mesmo Ezequias não lhe tirou os altos e os altares, e não ordenou a Judá e a Jerusalém, dizendo: Diante de um só altar adorareis, e sobre ele queimareis incenso?
  13. Não sabeis vós o que eu e meus pais temos feito a todos os povos de outras terras? Puderam de qualquer maneira os deuses das nações daquelas terras livrar a sua terra da minha mão?
  14. Qual é, de todos os deuses daquelas nações que meus pais destruíram, o que pôde livrar o seu povo da minha mão, para que o vosso Deus vos possa livrar da minha mão?
  15. Agora, pois, não vos engane Ezequias, nem vos incite assim, nem lhe deis crédito. Porque nenhum deus de nação alguma, nem de reino algum, pôde livrar o seu povo da minha mão, nem da mão de meus pais; quanto menos o vosso Deus vos poderá livrar da minha mão?
  16. E os servos de Senaqueribe falaram ainda mais contra o Senhor Deus, e contra o seu servo Ezequias.
  17. Ele também escreveu cartas para blasfemar do Senhor Deus de Israel, dizendo contra ele: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo da minha mão, assim também o Deus de Ezequias não livrará o seu povo da minha mão.
  18. E clamaram em alta voz, na língua dos judeus, ao povo de Jerusalém que estava em cima do muro, para os atemorizarem e os perturbarem, a fim de tomarem a cidade.
  19. E falaram do Deus de Jerusalém como dos deuses dos povos da terra, que são obras das mãos dos homens.
  20. Mas o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amoz, oraram por causa disso, e clamaram ao céu.
  21. Então o Senhor enviou um anjo que destruiu no arraial do rei da Assíria todos os guerreiros valentes, e os príncipes, e os chefes. Ele, pois, envergonhado voltou para a sua terra; e, quando entrou na casa de seu deus, alguns dos seus próprios filhos o mataram ali à espada.
  22. Assim o Senhor salvou Ezequias, e os moradores de Jerusalém, da mão de Senaqueribe, rei da Assíria, e da mão de todos; e lhes deu descanso de todos os lados.
  23. E muitos trouxeram presentes a Jerusalém ao Senhor, e coisas preciosas a Ezequias, rei de Judá, de modo que desde então ele foi exaltado perante os olhos de todas as nações.
  24. Naqueles dias Ezequias, adoecendo, estava à morte: e orou ao Senhor o qual lhe respondeu, e lhe deu um sinal.
  25. Mas Ezequias não correspondeu ao benefício que lhe fora feito, pois o seu coração se exaltou; pelo que veio grande ira sobre ele, e sobre Judá e Jerusalém.
  26. Todavia Ezequias humilhou-se pela soberba do seu coração, ele e os habitantes de Jerusalém; de modo que a grande ira do Senhor não veio sobre eles nos dias de Ezequias.
  27. E teve Ezequias riquezas e honra em grande abundância; proveu-se de tesourarias para prata, ouro, pedras preciosas, especiarias, escudos, e toda espécie de objetos desejáveis;
  28. também de celeiros para o aumento de trigo, de vinho, e de azeite; e de estrebarias para toda a casta de animais, e de currais para os rebanhos.
  29. Além disso edificou para si cidades, e teve rebanhos e manadas em abundância; pois Deus lhe tinha dado muitíssima fazenda.
  30. Também foi Ezequias quem tapou o manancial superior das águas de Giom, fazendo-as correr em linha reta pelo lado ocidental da cidade de Davi. Ezequias, pois, prosperou em todas as suas obras.
  31. Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes de Babilônia, que lhe foram enviados a perguntarem acerca do prodígio que fora feito na sua terra, Deus o desamparou para experimentá-lo, e para saber tudo o que havia no seu coração.
  32. Ora, o restante dos atos de Ezequias, e as suas boas obras, eis que estão escritos na visão do profeta Isaías, filho de Amoz, no livro dos reis de Judá e de Israel.
  33. E Ezequias dormiu com seus pais, e o sepultaram no mais alto dos sepulcros dos filhos de Davi; e todo o Judá e os habitantes de Jerusalém lhe renderam honras na sua morte. E Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.

II Crônicas 33

  1. Tinha Manassés doze anos quando começou a reinar, e reinou cinqüenta e cinco anos em Jerusalém.
  2. E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme as abominações dos povos que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.
  3. Pois tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derribado; e levantou altares aos baalins, e fez aserotes, e adorou a todo o exército do céu, e o serviu.
  4. Também edificou altares na casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente.
  5. Edificou altares a todo o exército do céu, nos dois átrios da casa do Senhor.
  6. Além disso queimou seus filhos como sacrifício no vale do filho de Hinom; e usou de augúrios e de encantamentos, e dava-se a artes mágicas, e instituiu adivinhos e feiticeiros; sim, fez muito mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.
  7. Também a imagem esculpida do ídolo que tinha feito, ele a colocou na casa de Deus, da qual Deus tinha dito a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei eu o meu nome para sempre;
  8. e nunca mais removerei o pé de Israel da terra que destinei a vossos pais; contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que eu lhes ordenei, toda a lei, os estatutos e as ordenanças dados por intermédio de Moisés.
  9. Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que eles fizeram o mal ainda mais do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.
  10. Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos.
  11. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os comandantes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias de bronze, o levaram para Babilônia.
  12. E estando ele angustiado, suplicou ao Senhor seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais;
  13. sim, orou a ele; e Deus se aplacou para com ele, e ouviu-lhe a súplica, e tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o Senhor era Deus.
  14. Ora, depois disso edificou um muro do lado de fora da cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, até a entrada da porta dos peixes; e fê-lo passar ao redor de Ofel, e o levantou muito alto; também pôs oficiais do exército em todas as cidades fortificadas de Judá.
  15. Tirou da casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que tinha edificado no monte da casa do Senhor, e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade.
  16. Também reparou o altar do Senhor, e ofereceu sobre ele sacrifícios de ofertas pacíficas e de ações de graças; e ordenou a Judá que servisse ao Senhor Deus de Israel.
  17. Contudo o povo ainda sacrificava nos altos, mas somente ao Senhor seu Deus.
  18. O restante dos atos de Manassés, e a sua oração ao seu Deus, e as palavras dos videntes que lhe falaram em nome do Senhor, Deus de Israelram os seus altares e as suas imagens, e a Matã, sacerdote de
  19. Também a sua oração, e como Deus se aplacou para com ele, e todo o seu pecado, e a sua transgressão, e os lugares onde edificou altos e pôs os aserins e as imagens esculpidas antes de se ter humilhado, eis que estão escritos nas crônicas dos videntes.
  20. E dormiu Manassés com seus pais, e o sepultaram em sua casa; e Amom, seu filho, reinou em seu lugar.
  21. Tinha Amom vinte e dois anos quando começou a reinar, e reinou dois anos em Jerusalém.
  22. Fez o que era mau aos olhos do Senhor, como havia feito Manassés, seu pai Amom sacrificou a todas as imagens esculpidas que Manassés, seu pai, tinha feito, e as serviu.
  23. Mas não se humilhou perante o Senhor, como Manassés, seu pai, se humilhara; pelo contrário multiplicou Amom os seus delitos.
  24. E conspiraram contra ele os seus servos, e o mataram em sua casa.
  25. Mas o povo da terra matou todos os que conspiraram contra o rei Amom, e fez reinar em lugar dele seu filho Josias.

II Crônicas 34

  1. Tinha Josias oito anos quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém.
  2. Fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou nos caminhos de Davi, seu pai, sem se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda.
  3. Pois no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; e no duodécimo ano começou a purificar Judá e Jerusalém, dos altos, dos aserins e das imagens esculpidas e de fundição.
  4. Foram derribados na presença dele os altares dos baalins; e ele derribou os altares de incenso que estavam acima deles; os aserins e as imagens esculpidas e de fundição ele os quebrou e reduziu a pó, que espargiu sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado.
  5. E os ossos dos sacerdotes queimou sobre os seus altares; e purificou Judá e Jerusalém.
  6. E nas cidades de Manassés, de Efraim, de Simeão e ainda até Naftali, em seus lugares assolados ao redor,
  7. derribou os altares, reduziu a pó os aserins e as imagens esculpidas, e cortou todos os altares de incenso por toda a terra de Israel. Então, voltou para Jerusalém.
  8. No décimo oitavo ano do seu reinado, havendo já purificado a terra e a casa, ele enviou Safã, filho de Azalias, Maaséias, o governador da cidade, e Joá, filho de Joacaz, o cronista, para repararem a casa do Senhor seu Deus.
  9. E foram ter com Hilquias, o sumo sacerdote, e entregaram o dinheiro que se tinha trazido à casa de Deus, e que os levitas, guardas da entrada, tinham recebido da mão de Manassés, de Efraim e de todo o resto de Israel, como também, de todo o Judá e Benjamim, e dos habitantes de Jerusalém.
  10. E eles o entregaram nas mãos dos oficiais que eram superintendentes da casa do Senhor; estes o deram aos que faziam a obra e que trabalhavam na casa do Senhor, para consertarem e repararem a casa.
  11. Deram-no aos carpinteiros e aos edificadores, a fim de comprarem pedras lavradas, e madeiras para as junturas e para servirem de vigas para as casas que os reis de Judá tinham destruído.
  12. E os homens trabalhavam fielmente na obra; e os superintendentes sobre eles eram Jaate e Obadias, levitas, dos filhos de Merári, como também Zacarias e Mesulão, dos filhos dos coatitas, para adiantarem a obra; e todos os levitas que eram entendidos em instrumentos de música.
  13. Estavam sobre os carregadores e dirigiam todos os que trabalhavam em qualquer sorte de serviço; também dentre os levitas eram os escrivães, os oficiais e os porteiros.
  14. Ora, quando estavam tirando o dinheiro que se tinha trazido à casa do Senhor, Hilquias, o sacerdote, achou o livro da lei do Senhor dada por intermédio de Moisés.
  15. Disse Hilquias a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã.
  16. Safã levou o livro ao rei, e deu conta também ao rei, dizendo: Teus servos estão fazendo tudo quanto se lhes encomendou.
  17. Tomaram o dinheiro que se achou na casa do Senhor, e o entregaram nas mãos dos superintendentes e nas mãos dos que fazem a obra.
  18. Safã, o escrivão, falou ainda ao rei, dizendo: O sacerdote Hilquias entregou-me um livro. E Safã leu nele perante o rei.
  19. Quando o rei ouviu as palavras da lei, rasgou as suas vestes.
  20. E o rei ordenou a Hilquias, a Aicão, filho de Safã, a Abdom, filho de Mica, a Safã, o escrivão, e a Asaías, servo do rei, dizendo:
  21. Ide, consultai ao Senhor por mim e pelos que restam em Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou; pois grande é o furor do Senhor que se tem derramado sobre nos por não terem os nossos pais guardado a palavra do Senhor, para fazerem conforme tudo quanto está escrito neste livro.
  22. Então Hilquias e os enviados do rei foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Hasra, o guarda das vestiduras (ela habitava então em Jerusalém na segunda parte); e lhe falaram a esse respeito.
  23. E ela lhes respondeu: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim:
  24. Assim diz o Senhor: Eis que trarei o mal sobre este lugar, e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá.
  25. Porque me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos; portanto o meu furor se derramará sobre este lugar, e não se apagará.
  26. Todavia ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao Senhor, assim lhe direis: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Quanto às palavras que ouviste,
  27. porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te humilhaste perante mim, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor.
  28. Eis que te ajuntarei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar e sobre os seus habitantes. E voltaram com esta resposta ao rei.
  29. Então o rei mandou reunir todos os anciãos de Judá e de Jerusalém;
  30. e o rei subiu à casa do Senhor, com todos os homens de Judá, e os habitantes de Jerusalém, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o menor até o maior; e ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do pacto, que fora encontrado na casa do Senhor.
  31. E o rei pôs-se em pé em seu lugar, e fez um pacto perante o Senhor, de andar após o Senhor, e de guardar os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, a fim de cumprir as palavras do pacto, que estavam escritas naquele livro.
  32. Também fez com que todos quantos se achavam em Jerusalém e em Benjamim o firmassem; e os habitantes de Jerusalém fizeram conforme o pacto de Deus, do Deus de seus pais.
  33. E Josias tirou todas as abominações de todas as terras que eram dos filhos de Israel; e ainda fez que todos quantos se achavam em Israel servissem ao Senhor seu Deus. E, enquanto ele viveu, não deixaram de seguir ao Senhor, Deus de seus pais.

II Crônicas 35

  1. Então Josias celebrou a páscoa ao Senhor em Jerusalém; imolou-se o cordeiro da páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês.
  2. E estabeleceu os sacerdotes nos seus cargos, e os animou a servirem na casa do Senhor.
  3. E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e que estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que Salomão, filho de Davi, rei de Israel, edificou; não tereis mais esta carga sobre os vossos ombros. Agora servi ao Senhor vosso Deus e ao seu povo Israel;
  4. preparai-vos segundo as vossas casas paternas, e segundo as vossas turmas, conforme o preceito de Davi, rei de Israel, e o de Salomão, seu filho.
  5. E estai no lugar santo segundo as divisões das casas paternas de vossos irmãos, os filhos do povo, e haja para cada divisão uma parte de uma família levítica.
  6. Também imolai a páscoa, e santificai-vos, e preparai-a para vossos irmãos, fazendo conforme a palavra do Senhor dada por intermédio de Moisés.
  7. Ora, Josias deu aos filhos do povo, a todos que ali estavam, cordeiros e cabritos do rebanho em número de trinta mil, todos para os sacrifícios da páscoa, e três mil novilhos; isto era da fazenda do rei.
  8. Também os seus príncipes fizeram ofertas voluntárias ao povo, aos sacerdotes e aos levitas; Hilquias, Zacarias e Jeiel, chefes da casa de Deus, deram aos sacerdotes, para os sacrifícios da páscoa, dois mil e seiscentos cordeiros e cabritos e trezentos novilhos.
  9. Também Conanias, e Semaías e Netanel, seus irmãos, como também Hasabias, Jeiel e Jozabade, chefes dos levitas, apresentaram aos levitas, para os sacrifícios da páscoa, cinco mil cordeiros e cabritos e quinhentos novilhos.
  10. Assim se preparou o serviço, e puseram-se os sacerdotes nos seus postos, e os levitas pelas suas turmas, conforme a ordem do rei.
  11. Então imolaram a páscoa; e os sacerdotes espargiam o sangue que recebiam das mãos dos levitas, e estes esfolavam as reses.
  12. E puseram à parte os holocaustos para os distribuírem aos filhos do povo, segundo as divisões das casas paternas, a fim de que os oferecessem ao Senhor, como está escrito no livro de Moisés; e assim fizeram com os novilhos.
  13. Assaram a páscoa ao fogo, segundo a ordenança; e as ofertas sagradas cozeram em panelas em caldeirões e em tachos, e prontamente as repartiram entre todo o povo.
  14. Depois prepararam o que era preciso para si e para os sacerdotes; porque os sacerdotes, filhos de Arão, se ocuparam até a noite em oferecer os holocaustos e a gordura; pelo que os levitas prepararam para si e para os sacerdotes, filhos de Arão.
  15. Os cantores, filhos de Asafe, estavam no seu posto, segundo o mandado de Davi, de Asafe, de Hemã e de Jedútum vidente do rei; como também os porteiros estavam a cada porta; não precisaram se desviar do seu serviço, porquanto seus irmãos, os levitas preparavam o necessário para eles.
  16. Assim se estabeleceu todo o serviço do Senhor naquele dia, para celebrar a páscoa, e para oferecer holocaustos sobre o altar do Senhor, segundo a ordem do rei Josias.
  17. E os filhos de Israel que ali estavam celebraram a páscoa naquela ocasião e, durante sete dias, a festa dos pães ázimos.
  18. Nunca se celebrara em Israel uma páscoa semelhante a essa, desde os dias do profeta Samuel; e nenhum dos reis de Israel celebrara tal páscoa como a que Josias celebrou com os sacerdotes e levitas, e todo o Judá e Israel que ali estavam, e os habitantes de Jerusalém.
  19. Foi no décimo oitavo ano do reinado de Josias que se celebrou esta páscoa.
  20. Depois de tudo isso, havendo Josias já preparado o templo, subiu Neco, rei do Egito, para guerrear contra Carquêmis, junto ao Eufrates; e Josias lhe saiu ao encontro.
  21. Neco, porém, mandou-lhe mensageiros, dizendo: Que tenho eu que fazer contigo, rei de Judá? Não é contra ti que venho hoje, mas contra a casa à qual faço guerra; e Deus mandou que me apressasse. Deixa de te opores a Deus, que está comigo, para que ele não te destrua.
  22. Todavia Josias não quis virar dele o seu rosto, mas disfarçou-se para pelejar contra ele e, não querendo ouvir as palavras de Neco, que saíram da boca de Deus, veio pelejar no vale de Megido.
  23. E os flecheiros atiraram ao rei Josias. Então o rei disse a seus servos: Tirai-me daqui, porque estou gravemente ferido.
  24. Seus servos o removeram do carro e pondo-o no seu segundo carro, o trouxeram a Jerusalém. Ele morreu, e foi sepultado nos sepulcros de seus pais. E todo o Judá e Jerusalém prantearam a Josias.
  25. Também Jeremias fez uma lamentação sobre Josias; e todos os cantores e cantoras têm falado de Josias nas suas lamentações até o dia de hoje; e as estabeleceram por costume em Israel; e eis que estão escritas nas Lamentações.
  26. Ora, o restante dos atos de Josias, e as suas boas obras em conformidade com o que está escrito na lei do Senhor,
  27. e os seus atos, desde os primeiros até os últimos, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá.

II Crônicas 36

  1. O povo da terra tomou Jeoacaz, filho de Josias, e o constituiu rei em lugar de seu pai, em Jerusalém.
  2. Tinha Jeoacaz vinte e três anos quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém.
  3. Porquanto o rei do Egito o depôs em Jerusalém, e condenou a terra a pagar um tributo de cem talentos de prata e um talento de ouro.
  4. Então o rei do Egito constituiu Eliaquim, irmão de Jeoacaz, rei sobre Judá e Jerusalém, e mudou-lhe o nome em Jeoiaquim; mas a seu irmão, Jeoacaz, Neco o tomou e o levou para o Egito.
  5. Tinha Jeoiaquim vinte e cinco anos quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém; e fez o que era mau aos olhos do Senhor seu Deus.
  6. Contra ele subiu Nabucodonozor, rei de Babilônia, e o amarrou com cadeias a fim de o levar para Babilônia.
  7. Também alguns dos vasos da casa do Senhor levou Nabucodonozor para Babilônia, e pô-los no seu templo em Babilônia.
  8. Ora, o restante dos atos de Jeoiaquim, e as abominações que praticou, e o que se achou contra ele, eis que estão escritos no livro dos reis de Israel e de Judá. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
  9. Tinha Joaquim oito anos quando começou a reinar, e reinou três meses e dez dias em Jerusalém; e fez o que era mau aos olhos do Senhor.
  10. Na primavera seguinte o rei Nabucodonozor mandou que o levassem para Babilônia, juntamente com os vasos preciosos da casa do Senhor; e constituiu a Zedequias, irmão de Joaquim, rei sobre Judá e Jerusalém.
  11. Tinha Zedequias vinte e um anos quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém.
  12. E fez o que era mau aos olhos do Senhor seu Deus: e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que lhe falava da parte do Senhor.
  13. Também rebelou-se contra o rei Nabucodonozor, que o tinha ajuramentado por Deus. Mas endureceu a sua cerviz e se obstinou no seu coração, para não voltar ao Senhor, Deus de Israel.
  14. Além disso todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam cada vez mais a sua infidelidade, seguindo todas as abominações dos gentios; e profanaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado para si em Jerusalém.
  15. E o Senhor, Deus de seus pais, falou-lhes persistentemente por intermédio de seus mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação.
  16. Eles, porém, zombavam dos mensageiros de Deus, desprezando as suas palavras e mofando dos seus profetas, até que o furor do Senhor subiu tanto contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve.
  17. Por isso fez vir sobre eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus mancebos à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos mancebos, nem das donzelas, nem dos velhos nem dos decrépitos; entregou-lhos todos nas mãos.
  18. E todos os vasos da casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou para Babilônia.
  19. Também queimaram a casa de Deus, derribaram os muros de Jerusalém, queimaram a fogo todos os seus palácios, e destruíram todos os seus vasos preciosos.
  20. E aos que escaparam da espada, a esses levou para Babilônia; e se tornaram servos dele e de seus filhos, até o tempo do reino da Pérsia,
  21. para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.
  22. Ora, no primeiro ano de Ciro, rei da pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:
  23. Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós de todo o seu povo suba, e o Senhor seu Deus seja com ele.

I Crônicas Esdras

Então Deus disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens ou honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento para poderes julgar o meu povo, sobre o qual te fiz reinar, sabedoria e conhecimento te são dados; também te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, nem haverá depois de ti rei que tenha coisas semelhantes.

II Crônicas 1:11-12

11/03/2021

I Crônicas

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I Crônicas 1

  1. Adão, Sete, Enos,
  2. Quenã, Maalalel, Jarede,
  3. Enoque, Matusalém, Lameque,
  4. Noé, Sem, Cão e Jafé.
  5. Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.
  6. Os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e Togarma.
  7. Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.
  8. Os filhos de Cão: Cuche, Mizraim, Pute e Canaã.
  9. Os filhos de Cuche: Seba, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá: Sebá e Dedã.
  10. Cuche foi pai de Ninrode, o qual foi o primeiro a ser poderoso na terra:
  11. De Mizraim descenderam os ludeus, os anameus, os leabeus, os naftueus,
  12. os patrusins, os casluins (dos quais procederam os filisteus) e os caftoreus.
  13. Canaã foi pai de Sidom, seu primogênito, e de Hete,
  14. e dos jebuseus, dos amorreus, dos girgaseus,
  15. dos heveus, dos arqueus, dos sineus,
  16. dos arvadeus, dos zemareus e dos hamateus.
  17. Os filhos de Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude, Arã, Uz, Hul, Geter e Meseque.
  18. Arfaxade foi pai de Selá; e Selá foi pai de Eber.
  19. A Eber nasceram dois filhos: o nome dum foi Pelegue, pois nos seus dias se repartiu a terra; e o nome do seu irmão foi Joctã.
  20. Joctã foi pai de Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá,
  21. Hadorão, Uzal, Diclá,
  22. Ebal, Abimael, Sebá,
  23. Ofir, Havilá e Jobabe; todos esses foram filhos de Joctã.
  24. Sem, Arfaxade, Selá;
  25. Eber, Pelegue, Reú;
  26. Serugue, Naor, Tera;
  27. Abrão, que é Abraão.
  28. Os filhos de Abraão: Isaque e Ismael.
  29. Estas são as suas gerações: o primogênito de Ismael, Nebaiote; depois Quedar, Adbeel, Mibsão,
  30. Misma, Dumá, Massá, Hadade, Tema,
  31. Jetur, Nafis e Quedemá; esses foram os filhos de Ismael.
  32. Quanto aos filhos de Quetura, concubina de Abraão, esta deu à luz Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá. Os filhos de Jocsã foram Sebá e Dedã.
  33. Os filhos de Midiã: Efá, Efer, Hanoque, Abidá e Eldá; todos esses foram filhos de Quetura.
  34. Abraão foi pai de Isaque. Os filhos de Isaque: Esaú e Israel.
  35. Os filhos de Esaú: Elifaz, Reuel, Jeús, Jalão e Corá.
  36. Os filhos de Elifaz: Temã, Omar, Zefi, Gatã, Quenaz, Timna e Amaleque.
  37. Os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá.
  38. Os filhos de Seir: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás, Disom, Eser e Disã.
  39. Os filhos de Lotã: Hori, e Homã; e a irmã de Lotã foi Timna.
  40. Os filhos de Sobal: Aliã, Manaate, Ebal, Sefi e Onã. Os filhos de Zibeão: Aías e Anás.
  41. Anás foi pai de Disom. Os filhos de Disom: Hanrão, Esbã, Itrã e Querã.
  42. Os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Jaacã. Os filhos de Disã: Uz e Arã.
  43. Estes foram os reis que reinaram na terra de Edom, antes que houvesse rei sobre os filhos de Israel: Belá, filho de Beor; e era o nome da sua cidade Dinabá.
  44. Morreu Belá, e reinou em seu lugar Jobabe, filho de Zerá, de Bozra.
  45. Morreu Jobabe, e reinou em seu lugar Husão, da terra dos temanitas.
  46. Morreu Husão, e reinou em seu lugar Hadade, filho de Bedade, que derrotou os midianitas no campo de Moabe; e era o nome da sua cidade Avite.
  47. Morreu Hadade, e reinou em seu lugar Sâmela, de Masreca.
  48. Morreu Sâmela, e reinou em seu lugar Saul, de Reobote junto ao rio.
  49. Morreu Saul, e reinou em seu lugar Baal-Ranã, filho de Acbor.
  50. Morreu Baal-Hanã, e Hadade reinou em seu lugar; e era o nome da sua cidade Paí. O nome de sua mulher era Meetabel, filha de Matrede, filha de Me-Zaabe.
  51. E morreu Hadade. Os príncipes de Edom foram: o príncipe Timna, o príncipe Aliá, o príncipe Jetete,
  52. o príncipe Aolíbama, o príncipe Elá, o príncipe Pinom,
  53. o príncipe Quenaz, o príncipe Temã, o príncipe Mibzar,
  54. o príncipe Magdiel, o príncipe lrã. Estes foram os príncipes de Edom.

I Crônicas 2

  1. Foram estes os filhos de Israel: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom,
  2. Dã, José, Benjamim, Naftali, Gade e Aser.
  3. Os filhos de Judá: Er, Onã e Selá; estes três lhe nasceram da filha de Suá, a cananéia. E Er, o primogênito de Judá, foi mau aos olhos do Senhor, que o matou:
  4. Tamar, nora de Judá, lhe deu à luz Pérez e Zerá. Ao todo os filhos de Judá foram cinco.
  5. Os filhos de Perez: Hezrom e Hamul:
  6. Os filhos de Zerá: Zinri, Etã, Hemã, Calcol e Dara; cinco ao todo.
  7. Os filhos de Carmi: Acar, o perturbador de Israel, que pecou no anátema.
  8. De Etã foi filho Azarias.
  9. Os filhos que nasceram a Hezrom: Jerameel, Rão e Quelubai.
  10. Rão foi pai de Aminadabe, e Aminadabe de Nasom, príncipe dos filhos de Judá;
  11. Nason foi pai de Salmom, e Salmom de Boaz;
  12. Boaz foi pai de Obede, e Obede de Jessé;
  13. a Jessé nasceram Eliabe, seu primogênito, Abinadabe o segundo, Siméia o terceiro,
  14. Netanel o quarto, Radai o quinto,
  15. Ozen o sexto e Davi o sétimo;
  16. e foram suas irmãs Zeruia e Abigail. Os filhos de Zeruia foram: Abisai, Joabe e Asael, três.
  17. Abigail deu à luz Amasa; o pai de Amasa foi Jeter, o ismaelita.
  18. A Calebe, filho de Hezrom, nasceram filhos de Azuba, sua mulher, e de Jeriote; e os filhos dela foram estes: Jeser, Sobabe e Ardom.
  19. Morreu Azuba; e Calebe tomou para si Efrata, da qual lhe nasceu Hur.
  20. Hur foi pai de îri, e îri de Bezaleel.
  21. Então Hezrom, tendo já sessenta anos, tomou por mulher a filha de Maquir, pai de Gileade; e conheceu-a, e ela lhe deu à luz Segube.
  22. Segube foi pai de Jair, o qual veio a ter vinte e três cidades na terra de Gileade.
  23. Mas Gesur e Arã tomaram deles Havote-Jair, e Quenate e suas aldeias, sessenta cidades. Todos estes foram filhos de Maquir, pai de Gileade.
  24. Depois da morte de Hezrom, em Calebe de Efrata, Abia, mulher de Hezrom, lhe deu Asur, pai de Tecoa.
  25. Os filhos de Jerameel, primogênito de Jezrom, foram: Rão, o primogênito, Buna, Orem, Ozem e Aías.
  26. Jerameel teve outra mulher, cujo nome era Atara, a qual foi mãe de Onã.
  27. Os filhos de Rão, primogênito de Jerameel, foram: Maaz, Jamim e Equer.
  28. Os filhos de Onã, foram: Samai e Jada; e os filhos de Samai: Nadabe e Abisur.
  29. O nome da mulher de Abisur era Abiail, que lhe deu à luz Abã e Molide.
  30. Os filhos de Nadabe: Selede e Apaim; e Selede morreu sem filhos.
  31. O filho de Apaim: Isi; o filho de Isi: Sesã; o filho de Sesã: Alai.
  32. Os filhos de Jada, irmão de Samai: Jeter e Jônatas; e Jeter morreu sem filhos.
  33. Os filhos de Jônatas: Pelete e Zaza. Esses foram os filhos de Jerameel.
  34. Sesã não teve filhos, mas filhas. E tinha Sesã um servo egípcio, cujo nome era Jará:
  35. Deu, pois, Sesã sua filha por mulher a Jará, seu servo; e ela lhe deu à luz Atai.
  36. Atai foi pai de Natã, Natã de Zabade,
  37. Zabade de Eflal, Eflal de Obede,
  38. Obede de Jeú, Jeú de Azarias,
  39. Azarias de Helez, Helez de Eleasá,
  40. Eleasá de Sismai, Sismai de Salum,
  41. Salum de Jecamias, e Jecamias de Elisama.
  42. Os filhos de Calebe, irmão de Jerameel: Messa, seu primogênito, que foi o pai de Zife, e os filhos de Maressa, pai de Hebrom.
  43. Os filhos de Hebrom: Corá, Tapua, Requem e Sema.
  44. Sema foi pai de Raão, pai de Jorqueão; e Requem foi pai de Samai.
  45. O filho de Samai foi Maom; e Maom foi pai de Bete-Zur.
  46. Efá, a concubina de Calebe, teve Harã, Moza e Gazez; e Harã foi pai de Gazez.
  47. Os filhos de Jadai: Regem, Jotão, Gesã, Pelete, Efá e Saafe.
  48. Maacá, concubina de Calebe, deu à luz Seber e Tiraná.
  49. Deu à luz também Saafe, pai de Madmana, e Seva, pai de Macbena e de Gibeá; e a filha de Calebe foi Acsa.
  50. Estes foram os filhos de Calebe, filho de Hur, o primogênito de Efrata: Sobal, pai de Quiriate-Jearim,
  51. Salma, pai de Belém, e Harefe, pai de Bete-Gader.
  52. Os filhos de Sobal, pai de Quiriate-Jearim, foram: Haroé e metade dos menuotes.
  53. As famílias de Quiriate-Jearim: os itreus, os puteus, os sumateus e os misraeus; destes saíram os zorateus e os estaloeus.
  54. Os filhos de Salma: Belém, os netofatitas, Atarote-Bete-Joabe, metade dos manaatitas e os zoritas.
  55. As famílias dos escribas que habitavam em Jabes: os tiratitas, os simeatitas e os sucatitas; estes são os queneus que descenderam de Hamate, pai da casa de Recabe.

I Crônicas 3

  1. Estes foram os filhos de Davi que lhe nasceram em Hebrom: o primogênito Amnom, de Ainoã, a jizreelita; o segundo Daniel, de Abigail, a carmelita;
  2. O terceiro Absalão, filho de Maacá, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto Adonias, filho de Hagite;
  3. O quinto Sefatias, de Abital; o sexto Itreão, de Eglá, sua mulher.
  4. Seis lhe nasceram em Hebrom, onde reinou sete anos e seis meses; e reinou trinta e três anos em Jerusalém.
  5. Estes lhe nasceram em Jerusalém: Siméia, Sobabe, Natã e Salomão; estes quatro lhe nasceram de Bate-Sua, filha de Amiel.
  6. Nasceram-lhe mais: Ibar, Elisama, Elifelete,
  7. Nogá, Nefegue, Jafia,
  8. Elisama, Eliadá e Elifelete, nove.
  9. Todos estes foram filhos de Davi, afora os filhos das concubinas; e Tamar foi irmã deles.
  10. Filho de Salomão foi Roboão, de quem foi filho Abias, de quem foi filho Asa, de quem foi filho Jeosafá,
  11. de quem foi filho Jorão, de quem foi filho Acazias, de quem foi filho Joás,
  12. de quem foi filho Amazias, de quem foi filho Jotão,
  13. de quem foi filho Acaz, de quem foi filho Ezequias, de quem foi filho Manassés,
  14. de quem foi filho Amom, e de quem foi filho Josias.
  15. Os filhos de Josias: o primogênito Joanã, o segundo Jeoiaquim, o terceiro Zedequias, o quarto Salum.
  16. Os filhos de Jeoiaquim: Jeconias, seu filho, e Zedequias, seu filho.
  17. Os filhos de Jeconias, o deportado: Sealtiel, seu filho,
  18. Malquirão, Pedaías, Senazar, Jecamias, Hosama e Nedabias.
  19. Os filhos de Pedaías: Zorobabel e Simei; e os filhos de Zorobabel: Mesulão e Hananias, e Selomite, irmã destes;
  20. e Hasubá, Oel, Berequias, Hasadias e Jusabe-Hesede, cinco.
  21. Hananias foi pai de Pelatias; Pelatias de Jesaías; Jesaías de Refaías; Refaías de Arnã; Arnã de Obadias; e Obadias de Secanias.
  22. Os filhos de Secanias: Semaías e os filhos deste: Hatus, Igal, Bariá, Nearias e Safate, seis.
  23. Os filhos de Nearias: Elioenai, Ezequias e Azricão, três.
  24. E os filhos de Elioenai: Hodavias, Eliasibe, Pelaías, Acube, Joanã, Delaías e Anani, sete.

I Crônicas 4

  1. Os filhos de Judá: Pérez, Hezrom, Carmi, Hur e Sobal.
  2. Reaías, filho de Sobal, foi pai de Jaate, e Jaate de Aümai e Laade; estas são as famílias dos zoratitas.
  3. Estes foram os filhos de Etã: Jizreel, Ismá, e Idbás; e o nome da irmã deles era Hazelelponi;
  4. e mais Penuel, pai de Gedor, e Ézer, pai de Husá; estes foram os filhos de Hur, o primogênito de Efrata, pai de Belém.
  5. Asur, pai de Tecoa, tinha duas mulheres: Helá e Naará.
  6. Naará deu-lhe à luz Aüzão, Hefer, Temêni e Haastári; estes foram os filhos de Naará.
  7. E os filhos de Helá: Zerete, Izar e Etnã.
  8. Coz foi pai de Anube e Zobeba, e das famílias de Acarel, filho de Harum.
  9. Jabes foi mais ilustre do que seus irmãos (sua mãe lhe pusera o nome de Jabes, dizendo: Porquanto com dores o dei à luz)..
  10. Jabes invocou o Deus de Israel, dizendo: Oxalá que me abençoes, e estendas os meus termos; que a tua mão seja comigo e faças que do mal eu não seja afligido! E Deus lhe concedeu o que lhe pedira.
  11. Quelube, irmão de Suá, foi pai de Meir; e este foi pai de Estom.
  12. Estom foi pai de Bete-Rafa, Paséia e Teína, que foi pai de Ir-Naás; estes foram os homens, de Reca.
  13. Os filhos de Quenaz: Otniel e Seraías; e Otniel foi pai de Hatate
  14. e Meonotai, que foi pai de Ofra; Seraías foi pai de Joabe, fundador de Ge-Harasim, cujos habitantes foram artífices.
  15. Os filhos de Calebe, filho de Jefoné: æru, Elá e Naã; e Elá foi pai de Quenaz:
  16. Os filhos de Jealelel: Zife, Zifá, Tíria e Asareel.
  17. Os filhos de Ezra: Jeter, Merede, Efer e Jalom; e ela deu à luz Miriã, Samai, e Isbá, pai de Estemoa,
  18. cuja mulher judia deu à luz Jerede, pai de Gedor, Heber, pai de Socó, e Jecutiel, pai de Zanoa; e estes foram os filhos de Bitia, filha de Faraó, que Merede tomou.
  19. Os filhos da mulher de Hodias, irmã de Naã, foram os pais de Queila, o garmita, e Estemoa, o maacatita.
  20. Os filhos de Simão: Amnom, Rina, Bene-Hanã e Tilom; e os filhos de Isi: Zoete e Bene-Zoete.
  21. Os filhos de Selá, filho de Judá: Er, pai de Leca, Lada, pai de Maressa, e as famílias da casa dos que fabricavam linho, em Bete-Asbéia;
  22. como também Joquim, e os homens de Cozeba, e Joás e Sarafe, os quais dominavam sobre Moabe, e Jasúbi-Leém. (Estes registros são antigos.)
  23. Estes foram os oleiros, os habitantes de Netaim e de Gedera; e moravam ali com o rei para o seu serviço.
  24. Os filhos de Simeão: Nemuel, Jamim, Jaribe, Zerá e Saul,
  25. de quem foi filho Salum, de quem foi filho Mibsão, de quem foi filho Misma.
  26. Os filhos de Misma: Jamuel, seu filho, de quem foi filho Zacur, de quem foi filho Simei.
  27. Simei teve dezesseis filhos e seis filhas; porém seus irmãos não tiveram muitos filhos, nem se multiplicou toda a sua família tanto como as dos filhos de Judá.
  28. Eles habitaram em Berseba, Molada, Hazar-Sual,
  29. Bila, Ezem, Tolade,
  30. Betuel, Horma, Ziclague,
  31. Bete-Marcabote, Hazar-Susim, Bete-Biri e Saraim; essas foram as suas cidades até o reinado de Davi.
  32. As suas aldeias foram: Etã, Aim, Rimom, Toquem e Asã, cinco cidades,
  33. com todas as suas aldeias, que estavam em redor destas cidades, até Baal. Estas foram as suas habitações e as suas genealogias.
  34. Ora, Mesobabe, Jamleque, Josa, filho dc Amazias,
  35. Joel, Jeú, filho de Josibias, filho de Seraías, filho de Asiel,
  36. Elioenai, Jaacobá, Jesoaías, Asaías, Adiel, Jesimiel, Benaías,
  37. e Ziza, filho de Sifi, filho de Alom, filho de Jedaías, filho de Sínri, filho de Semaías
  38. estes, registrados por nome, foram príncipes nas suas famílias; e as famílias de seus pais se multiplicaram grandemente.
  39. Chegaram até a entrada de Gedor, ao lado oriental do vale, em busca de pasto para os seus rebanhos;
  40. e acharam pasto abundante e bom, e a terra era espaçosa, quieta e pacífica; pois os que antes habitavam ali eram descendentes de Cão.
  41. Estes que estão inscritos por nome, vieram nos dias de Ezequias, rei de Judá, e destruíram as tendas e os meunins que se acharam ali, e os exterminaram totalmente até o dia de hoje, e habitaram em lugar deles; porque ali havia pasto para os seus rebanhos.
  42. Também deles, isto é, dos filhos de Simeão, quinhentos homens foram ao monte Seir, tendo por capitães Pelatias, Nearias, Refaías e Uziel, filhos de Isi,
  43. e, matando o restante dos amalequitas, que havia escapado, ficaram habitando ali até o dia de hoje.

I Crônicas 5

  1. Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas, porquanto profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel, de sorte que a sua genealogia não é contada segundo o direito da primogenitura;
  2. pois Judá prevaleceu sobre seus irmãos, e dele proveio o príncipe; porém a primogenitura foi de José);
  3. os filhos de Rúben o primogênito de Israel: Hanoque, Palu, Hezrom e Carmi.
  4. Os filhos de Joel: Semaías, de quem foi filho Gogue, de quem foi filho Simei,
  5. de quem foi filho Mica, de quem foi filho Reaías, de quem foi filho Baal,
  6. de quem foi filho Beera, a quem Tilgate-Pilneser levou cativo; ele foi príncipe dos rubenitas.
  7. E seus irmãos, pelas suas famílias, quando se fez a genealogia das suas gerações, foram: o chefe Jeiel, Zacarias,
  8. Belá, filho de Azaz, filho de Sema, filho de Joel, que habitou em Aroer até Nebo e Baal-Meom;
  9. ao oriente habitou até a entrada do deserto, desde o rio Eufrates; porque seu gado se tinha multiplicado na terra de Gileade.
  10. E nos dias de Saul fizeram guerra aos hagarenos, que caíram pela sua mão; e eles habitaram nas suas tendas em toda a região oriental de Gileade.
  11. E os filhos de Gade habitaram defronte deles na terra de Basã, até Salca:
  12. o chefe Joel, Safã o segundo, Janai e Safate em Basã,
  13. e seus irmãos, segundo as suas casas paternas: Micael, Mesulão, Sebá, Jorai, Jacã, Ziá e Eber, sete.
  14. Estes foram os filhos de Abiail, filho de Huri, filho de Jaroá, filho de Gileade, filho de Micael, filho de Jesisai, filho de Jado, filho de Buz;
  15. Aí, filho de Abdiel, filho de Guni, chefe das casas paternas.
  16. E habitaram em Gileade, em Basã, e nas suas aldeias, como também em todos os arrabaldes de Sarom até os seus termos.
  17. Todos estes foram registrados, segundo as suas genealogias, nos dias de Jotão, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, rei de Israel.
  18. Os rubenitas, os gaditas, e a meia tribo de Manassés tinham homens valentes, que traziam escudo e espada e entesavam o arco, e que eram destros na guerra, quarenta e quatro mil setecentos e sessenta, que saíam à peleja.
  19. Fizeram guerra aos hagarenos, bem como a Jetur, a Nafis e a Nodabe,
  20. e foram ajudados contra eles, de sorte que os hagarenos e todos quantos estavam com eles foram entregues em sua mão; porque clamaram a Deus na peleja, e ele lhes deu ouvidos, porquanto confiaram nele.
  21. E levaram o gado deles: cinqüenta mil camelos, duzentos e cinqüenta mil ovelhas e dois mil jumentos; e também cem mil homens,
  22. pois muitos caíram mortos, porque de Deus era a peleja; e ficaram habitando no lugar deles até o cativeiro.
  23. Os filhos da meia tribo de Manassés habitaram naquela terra; e multiplicaram-se desde Basã até Baal-Hermom, Senir, e o monte Hermom.
  24. E estes foram os cabeças de suas casas paternas, a saber: Efer, Isi, Eliel, Azriel, Jeremias, Hodavias e Jadiel, homens valentes, homens de nome, e chefes das suas casas paternas.
  25. Cometeram, porém, transgressões contra o Deus de seus pais, e se prostituíram, seguindo os deuses dos povos da terra, os quais Deus destruíra de diante deles.
  26. Pelo que o Deus de Israel excitou o espírito de Pul, rei da Assíria, e o espírito de Tilgate-Pilneser, rei da Assíria, que os levaram cativos, a saber: os rubenitas, os gaditas, e a meia tribo de Manassés; e os transportaram para Hala, Habor, Hara, e para o rio de Gozã, onde estão até o dia de hoje.

I Crônicas 6

  1. Os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merári.
  2. Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel.
  3. Os filhos de Anrão: Arão, Moisés e Miriã; e os filhos de Arão: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
  4. Eleazar foi pai de Finéias, Finéias de Abisua,
  5. Abisua de Buqui, Buqui de Uzi,
  6. Uzi de Zeraías, Zeraías de Meraiote,
  7. Meraiote de Amarias, Amarias de Aitube,
  8. Aitube de Zadoque, Zadoque de Aimaaz,
  9. Aimaaz de Azarias, Azarias de Joanã,
  10. Joanã de Azarias, que exerceu o sacerdócio na casa que Salomão edificou em Jerusalém;
  11. Azarias foi pai de Amarias, Amarias de Aitube,
  12. Aitube de Zadoque, Zadoque de Salum,
  13. Salum de Hilquias, Hilquias de Azarias,
  14. Azarias de Seraías, Seraías de Jeozadaque;
  15. e Jeozadaque foi levado cativo quando o Senhor levou em cativeiro Judá e Jerusalém por intermédio de Nabucodonozor.
  16. Os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merári.
  17. Estes são os nomes dos filhos de Gérson: Líbni e Simei.
  18. Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel.
  19. Os filhos de Merári: Mali e Musi. Estas são as famílias dos levitas, segundo as casas de seus pais.
  20. De Gérson: Líbni, de quem foi filho Jaate, de quem foi filho Zima,
  21. de quem foi filho Joá, de quem foi filho Ido, de quem foi filho Zerá, de quem foi filho Jeaterai:
  22. Os filhos de Coate: Aminadabe, de quem foi filho Corá, de quem foi filho Assir,
  23. de quem foi filho Elcana, de quem foi filho Ebiasafe, de quem foi filho Assir,
  24. de quem foi filho Taate, de quem foi filho Uriel, de quem foi filho Uzias, de quem foi filho Saul.
  25. Os filhos de Elcana: Amasai e Aimote,
  26. de quem foi filho Elcana, de quem foi filho Zofai, de quem foi filho Naate,
  27. de quem foi filho Eliabe, de quem foi filho Jeroão, de quem foi filho Elcana.
  28. E os filhos de Samuel: Joel, seu primogênito, e Abias, o segundo.
  29. Os filhos de Merári: Mali, de quem foi filho Líbni, de quem foi filho Simei, de quem foi filho Uzá,
  30. de quem foi filho Siméia, de quem foi filho Hagias, de quem foi filho Asaías.
  31. Estes são os que Davi constituiu sobre o serviço de canto da casa do Senhor, depois: que a arca teve repouso.
  32. Ministravam com cântico diante do tabernáculo da tenda da revelação, até que Salomão edificou a casa do Senhor em Jerusalém; e exerciam o seu ministério segundo a sua ordem.
  33. São estes: pois, os que ali estavam com seus filhos: dos filhos dos coatitas, Hemã, o cantor, filho de Joel, filho de Samuel,
  34. filho de Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá,
  35. filho de Zufe, filho de Elcana:, filho de Maate, filho de Amasai,
  36. filho de Elcana, filho de Joel, filho de Azarias, filho de Sofonias,
  37. filho de Taate, filho de Assir, filho de Ebiasafe, filho de Corá,
  38. filho de Izar, filho de Coate, filho de Levi, filho de Israel.
  39. E seu irmão Asafe estava à sua direita; e era Asafe filho de Berequias, filho de Siméia,
  40. filho de Micael, filho de Baaséias, filho de Malquias,
  41. filho de Etni, filho de Zerá, filho de Adaías,
  42. filho de Etã, filho de Zima, filho de Simei,
  43. filho de Jaate, filho de Gérson, filho de Levi.
  44. E à esquerda estavam seus irmãos, os filhos de Merári: Etã, filho de Quísi, filho de Abdi, filho de Maluque,
  45. filho de Hasabias, filho de Amazias, filho de Hilquias,
  46. filho de Anzi, filho de Bani, filho de Semer,
  47. filho de Mali, filho de Musi, filho de Merári, filho de Levi.
  48. Mas Arão e seus irmãos, os levitas, foram designados para todo o serviço do tabernáculo da casa de Deus.
  49. Mas Arão e seus filhos ofereciam os sacrifícios sobre o altar do holocausto e o incenso sobre o altar do incenso, para todo o serviço do lugar santíssimo, e para fazer expiação a favor de Israel, conforme tudo quanto Moisés, servo de Deus, havia ordenado:
  50. Estes foram os filhos de Arão: Eleazar, de quem foi filho Finéias, de quem foi filho Abisua,
  51. de quem foi filho Buqui, de quem foi filho Uzi, de quem foi filho Zeraías,
  52. de quem foi filho Meraiote, de quem foi filho Amarias, de quem foi filho Aitube,
  53. de quem foi filho Zadoque, de quem foi filho Aimaaz.
  54. Ora, estas foram as suas habitações, segundo os seus acampamentos nos seus termos, a saber: aos filhos de Arão, das famílias dos coatitas (porque lhes caiu a primeira sorte),
  55. deram-lhes Hebrom, na terra de Judá, e os campos que a rodeiam;
  56. porém os campos da cidade e as suas aldeias, deram-nos a Calebe, filho de Jefone.
  57. E aos filhos de Arão deram as cidades de refúgio: Hebrom, Libna e seus campos, Jatir, Estemoa e seus campos,
  58. Hilem e seus campos, Debir e seus campos,
  59. Asã e seus campos, Bete-Senues e seus campos;
  60. e da tribo de Benjamim: Geba e seus campos, Alemete e seus campos, Anatote e seus campos; todas as suas cidades, pelas suas famílias, foram treze.
  61. Mas aos filhos de Coate, aos restantes da família da tribo, por sorte caíram dez cidades da meia tribo, da metade de Manassés;
  62. aos filhos de Gérsom segundo as suas famílias, cairam treze cidades das tribos de Issacar, Aser, Naftali e Manassés, em Basã;
  63. e aos filhos de Merári, segundo as suas famílias, por sorte caíram doze cidades das tribos de Rúben Gade e Zebulom.
  64. Assim os filhos de Israel deram aos levitas estas cidades e seus campos.
  65. Deram-lhes por sorte, da tribo dos filhos de Judá, da tribo dos filhos de Simeão, e da tribo dos filhos de Benjamim, estas cidades que são mencionadas nominalmente.
  66. Algumas das famílias dos filhos de Coate receberam da tribo de Efraim cidades de seus termos.
  67. Deram-lhes as cidades de refúgio: Siquém e seus campos, na região montanhosa de Efraim, como também Gezer e seus campos.
  68. Jocmeão e seus campos, Bete-Horom e seus campos,
  69. Aijalom e seus campos, e Gate-Rimom e seus campos;
  70. e da meia tribo de Manassés, Aner e seus campos, e Bileã e seus campos, deram-nos aos restantes da família dos filhos de Coate.
  71. Aos filhos de Gérson deram, da família da meia tribo de Manassés, Golã, em Basã, e seus campos, e Astarote e seus campos;
  72. e da tribo de Issacar: Quedes e seus campos, Daberate e seus campos,
  73. Ramote e seus campos, e Aném e seus campos;
  74. e da tribo de Aser: Masal e seus campos, Abdom e seus campos,
  75. Hucoque e seus campos, e Reobe e seus campos;
  76. e da tribo de Naftali: Quedes, em Galiléia, e seus campos, Hamom e seus campos, e Quiriataim e seus campos.
  77. Aos restantes dos filhos de Merári deram, da tribo de Zebulom, Rimono e seus campos, Tabor e seus campos;
  78. e dalém do Jordão, na altura de Jericó, ao oriente do Jordão, deram, da tribo de Rúben Bezer, no deserto, e seus campos, Jaza e seus campos,
  79. Quedemote e seus campos, e Mefaate e seus campos;
  80. e da tribo de Gade, Ramote, em Gileade, e seus campos, Maanaim e seus campos.
  81. Hesbom e seus campos, e Jazer e seus campos.

I Crônicas 7

  1. Os filhos de Issacar foram: Tola, Pua, Jasube e Sinrom, quatro.
  2. Os filhos de Tola: Uzi, Refaias, Jeriel, Jamai, lbsão e Semuel, chefes das suas casas paternas, da linhagem de Tola, homens valentes nas suas gerações; o seu número nos dias de Davi foi de vinte e dois mil e seiscentos.
  3. Os filhos de Uzi: Izraías e mais os filhos de Izraías: Micael, Obadias, Joel e Issijá, cinco, todos eles chefes.
  4. E houve com eles, nas suas gerações, segundo as suas casas paternas, em tropas de gente de guerra, trinta e seis mil; pois tiveram muitas mulheres e filhos.
  5. E seus irmãos, em todas as famílias de Issacar, varões valentes, todos contados pelas suas genealogias, foram oitenta e sete mil.
  6. Os filhos de Benjamim: Beiá, Bequer e Jediael, três.
  7. Os filhos de Belá: Ezbom, Uzi, Uziel; Jerimote e Iri, cinco chefes de casas paternas, homens valentes, os quais foram contados pelas suas genealogias vinte e dois:
  8. Os filhos de Bequer: Zemira, Joás, Eliézer, Elioenai, Onri, Jerimote, Abias, Anatote e Alemete; todos estes foram filhos de Bequer.
  9. E foram contados pelas suas genealogias, segundo as suas gerações, chefes das suas casas paternas, homens valentes, vinte mil e duzentos.
  10. Os filhos de Jediael: Bilã, e mais os filhos de Bilã: Jeús, Benjamim, Eúde, Quenaaná, Zetã, Társis e Aisaar.
  11. Todos estes filhos de Jediael, segundo os chefes das casas paternas, homens valentes, foram dezessete mil e duzentos, que podiam sair no exército à peleja.
  12. E também Supim, e Hupim, os filhos de Ir, com Husim, o filho de Aer.
  13. Os filhos de Naftali: Jaziel, Guni, Jezer e salum, filho de Bila.
  14. Os filhos de Manassés: Asriel, que teve da sua mulher; a sua concubina, a sira, teve a Maquir, pai de Gileade;
  15. e Maquir tomou mulheres para Hupim e Supim; a irmã dele se chamava Maacar. Foi o nome do segundo Zelofeade; e Zelofeade teve filhas.
  16. Maacá, mulher de Maquir, teve um filho, e chamou o seu nome Peres, e o nome de seu irmão foi Seres; e foram seus filhos: Ulão e Raquém.
  17. De Ulão foi filho Beda. Esses foram os filhos de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés.
  18. Sua irmã Hamolequete teve Isode, Abiezer e Maclá.
  19. E foram os filhos de Semida: Aiã, Siquém, Líqui e Anião. que
  20. Os filhos de Efraim: Sutela, de quem foi filho Berede, de quem foi filho Taate, de quem foi filho Eleadá, de quem foi filho Taate,
  21. de quem foi filho Zabade, de quem foi filho Sutela; e Ezer e Eleade, aos quais os homens de Tate, naturais da terra, mataram, por terem descido para tomar o seu gado.
  22. E Efraim, seu pai, os pranteou por muitos dias, pelo que seus irmãos vieram para o consolar.
  23. Depois juntou-se com sua mulher, e concebendo ela, teve um filho, ao qual ele deu o nome de Berias, porque as coisas iam mal na sua casa.
  24. Sua filha foi Seerá, que edificou a Bete-Horom, a baixa e a alta, como também a Uzem-Seerá.
  25. Foi seu filho Refa, como também Resefe, de quem foi filho Tela, de quem foi filho Taã,
  26. de quem foi filho Ladã, de quem foi filho Amiúde, de quem foi filho Elisama,
  27. de quem foi filho Num, de quem foi filho Josué:
  28. Ora, as suas possessões e as suas habitações foram Betel e suas aldeias, e ao oriente Naarã, e ao ocidente Gezer e suas aldeias, e Siquém e suas aldeias, até Gaza e suas aldeias;
  29. e da banda dos filhos de Manassés, Bete-Seã e suas aldeias, Taanaque e suas aldeias, Megido e suas aldeias, e Dor e suas aldeias. Nesses lugares habitaram os filhos de José, filho de Israel.
  30. Os filhos de Aser: Imná, Isvá, Isvi, Berias e Sera, irmã deles:
  31. Os filhos de Berias: Heber e Malquiel; este foi o pai de Birzavite.
  32. Heber foi pai de Jaflete, Somer, Hotão e Suá, irmã deles.
  33. Os filhos de Jaflete: Pasaque, Bimal e Asvate; esses foram os filhos de Jaflete.
  34. Os filhos de Semer: Aí, Roga, Jeubá e Arã:
  35. Os filhos de seu irmão Helem: Zofa, Imna, Seles e Amal.
  36. Os filhos de Zofa: Suá, Harnefer, Sual, Beri, Inra,
  37. Bezer, Hode, Samá, Silsa, Itrã e Beera.
  38. Os filhos de Jeter: Jefoné, Pispa e Ara.
  39. Os filhos de Ula: Ará, Haniel e Rízia.
  40. Todos esses foram filhos de Aser, chefes das casas paternas, homens escolhidos e valentes, chefes dos príncipes; e o número deles, contados segundo as suas genealogias para o serviço de guerra, foi vinte e seis mil homens.

I Crônicas 8

  1. Benjamim foi pai de Belá, seu primogênito, de Asbel o segundo, e de Aará o terceiro,
  2. de Noá o quarto, e de Rafa o quinto.
  3. Belá teve estes filhos: Adar, Gêra, Abiúde,
  4. Abisua, Naamã, Aoá,
  5. Gêra, Sefufã e Hurão.
  6. Estes foram os filhos de Eúde, que foram os chefes das casas paternas dos habitantes de Geba, e que foram levados cativos para Manaate;
  7. Naamã, Aías e Gêra; este os transportou; foi ele pai de Uzá e Aiúde.
  8. Saaraim teve filhos na terra de Moabe, depois que despedira Husim e Baara, suas mulheres.
  9. E de Hodes, sua mulher, teve Jobabe, Zíbia, Messa, Malcã,
  10. Jeuz, Saquias e Mirma; esses foram seus filhos:, chefes de casas paternas:
  11. De Husim teve Abitube e Elpaal.
  12. Os filhos de Elpaal: Eber, Misã, Semede (este edificou Ono e Lode e suas aldeias),
  13. Berias e Sema (estes foram chefes de casas paternas dos habitantes de Aijalom, os quais afugentaram os habitantes de Gatel ,
  14. Aiô, Sasaque e Jerimote.
  15. Zebadias, Arade, Eder,
  16. Micael, Ispá e Joá foram filhos de Berias;
  17. Zebadias, Mesulão, Hizqui, Heber,
  18. Ismerai, Izlias e Jobabe foram filhos de Elpaal;
  19. Jaquim, Zicri, Zabdi,
  20. Elienai, Ziletai, Eliel,
  21. Adaías, Beraías e Sinrate foram filhos de Simei;
  22. Ispã, Eber, Eliel,
  23. Abdom, Zicri, Hanã,
  24. Hananias, Elão, Antotias,
  25. Ifdéias e Penuel foram filhos de Sasaque;
  26. Sanserai, Searias, Atalias,
  27. Jaaresias, Elias e Zicri foram filhos de Jeroão.
  28. Estes foram chefes de casas paternas, segundo as suas gerações, homens principais; e habitaram em Jerusalém.
  29. E em Gibeão habitaram o pai de Gibeão, cuja mulher se chamava Maacá,
  30. e seu filho primogênito Abdom, depois Zur, Quiz, Baal, Nadabe,
  31. Gedor, Aiô, Zequer e Miclote.
  32. Miclote foi pai de Siméia; também estes habitaram em Jerusalém defronte de seus irmãos.
  33. Ner foi pai de Quis, e Quis de Saul; Saul foi pai de Jônatas, Malquisua, Abinadabe e Es-Baal.
  34. Filho de Jônatas foi Meribe-Baal; e Meribe-Baal foi pai de Mica.
  35. Os filhos de Mica foram: Pitom, Meleque, Tareá e Acaz.
  36. Acaz foi pai de Jeoada; Jeoada foi pai de Alemete, Azmavete e Zinri; Zinri foi pai de Moza;
  37. Moza foi pai de Bineá, de quem foi filho Rafa, de quem foi filho Eleasá, de quem foi filho Azel.
  38. Azel teve seis filhos, cujos nomes foram: Azricão, Bocru, Ismael, Searias, Obadias e Hanã; todos estes foram filhos de Azel.
  39. Os filhos de Eseque, seu irmão: Ulão, seu primogênito, Jeús o segundo, e Elifelete o terceiro.
  40. Os filhos de Ulão foram homens heróis, valentes, e flecheiros destros; e tiveram muitos filhos, e filhos de filhos, cento e cinqüenta. Todos estes foram dos filhos de Benjamim.

I Crônicas 9

  1. Todo o Israel, pois, foi arrolado por genealogias, que estão inscritas no livro dos reis de Israel; e Judá foi transportado para Babilônia, por causa da sua infidelidade.
  2. Ora, os primeiros a se restabelecerem nas suas possessões e nas suas cidades foram de Israel, os sacerdotes, os levitas, e os netinins.
  3. E alguns dos filhos de Judá, de Benjamim, e de Efraim e Manassés, habitaram em Jerusalém:
  4. Utai, filho de Amiúde, filho de Onri, filho de Inri, filho de Bari, dos filhos de Pérez, filho de Judá;
  5. dos silonitas: Asaías o primogênito, e seus filhos;
  6. dos filhos de Zerá: Jeuel e seus irmãos, seiscentos e noventa;
  7. dos filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Hodavias, filho de Hassenua;
  8. Ibnéias, filho de Jeroão; Elá, filho de Uzi, filho de Mícri; Mesulão, filho de Sefatias, filho de Reuel, filho de Ibnijas;
  9. e seus irmãos, segundo as suas gerações, novecentos e cinqüenta e seis. Todos estes homens foram chefes de casas paternas, segundo as casas de seus pais.
  10. E dos sacerdotes: Jedaías, Jeoiaribe e Jaquim;
  11. Azarias, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote. filho de Aitube, regente da casa de Deus;
  12. Adaías, filho de Jeroão, filho de Pasur, filho de Malquias; Maasai, filho de Adiel, filho de Jazera, filho de Mesulão, filho de Mesilemite, filho de Imer;
  13. como também seus irmãos, chefes de suas casas paternas, mil setecentos e sessenta, homens capacitados para o serviço a casa de Deus.
  14. E dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, dos filhos de Merári:
  15. Baquebacar, Heres, Galal, e Matanias, filho de Mica, filho de Zicri, filho de Asafe;
  16. Obadias, filho de Semaías, filho de Galal, filho de Jedútun; e Berequias, filho de Asa, filho de Elcana, morador das aldeias dos netofatitas.
  17. Foram porteiros: Salum, Acube, Talmom, Aimã, e seus irmãos, sendo Salum o chefe;
  18. e até aquele tempo estavam de guarda à porta do rei, que ficava ao oriente. Estes foram os porteiros para os arraiais dos filhos de Levi.
  19. Salum, filho de Coré, filho de Ebiasafe, filho de Corá, e seus irmãos da casa de seu pai, os coraítas estavam encarregados do serviço como guardas das entradas do tabernáculo, como seus pais também tinham sido encarregados do arraial do Senhor, sendo guardas da entrada.
  20. Finéias, filho de Eleazar, dantes era guia entre eles; e o Senhor era com ele.
  21. Zacarias, filho de Meselemias, guardava a porta da tenda da revelação.
  22. Todos estes, escolhidos para serem guardas das entradas, foram duzentos e doze; e foram contados por suas genealogias, nas suas aldeias. Davi e Samuel, o vidente, os constituíram nos seus respectivos cargos.
  23. Tinham, pois, eles e seus filhos o cargo das portas da casa do Senhor, a saber, da casa da tenda, como guardas.
  24. Os porteiros estavam aos quatro lados, ao oriente, ao ocidente, ao norte e ao sul:
  25. Seus irmãos, que moravam nas suas aldeias, deviam de tempo em tempo vir por sete dias para servirem com eles.
  26. pois os quatro porteiros principais, que eram levitas, estavam encarregados das câmaras e dos tesouros da casa de Deus.
  27. E se alojavam à roda da casa de Deus. Porque a sua guarda lhes estava entregue, e tinham o encargo de abri-la cada manhã.
  28. Alguns deles estavam encarregados dos utensílios do serviço, pois estes por conta eram trazidos e por conta eram tirados.
  29. Outros estavam encarregados dos móveis e de todos os utensílios do santuário, como também da flor de farinha, do vinho, do azeite, do incenso e das especiarias.
  30. Os que confeccionavam as especiarias eram dos filhos dos sacerdotes.
  31. Matitias, um dos levitas, o primogênito de Salum, o coraíta, estava encarregado de tudo o que se cozia em sertãs.
  32. E seus irmãos, dentre os filhos dos coatitas, alguns tinham o cargo dos pães da proposição, para os prepararem de sábado em sábado.
  33. Estes são os cantores, chefes de casas paternas dos levitas, que moravam nas câmaras e estavam isentos de outros serviços, porque de dia e de noite se ocupavam naquele serviço.
  34. Estes foram chefes de casas paternas dos levitas, em suas gerações; e estes habitaram em Jerusalém.
  35. Em Gibeão habitou Jeiel, pai de Hibeão (e era o nome de sua mulher Maacá);
  36. seu filho primogênito foi Abdom; depois Zur, Quis, Baal, Ner, Nadabe,
  37. Gedor, Aiô, Zacarias e Miclote.
  38. Miclote foi pai de Simeão; também estes habitaram em Jerusalém defronte d‰ seus irmaos.
  39. Ner foi pai de Quis; Quis de Saul; e Saul de Jônatas, Malquisua, Abinadabe e Es-Baal.
  40. Filho de Jônatas foi Meribe-Baal; Meribe-Baal foi pai de Mica.
  41. Os filhos de Mica: Pitom, Meleque, Tareá, e Acaz.
  42. Acaz foi pai de Jará; Jará foi pai de Alemete, Azmavete e Zinri; Zinri foi pai de Moza;
  43. Moza foi pai de Bineá, de quem foi filho Refaías, de quem foi filho Eleasá, de quem foi filho Azel.
  44. Azel teve seis filhos, cujos nomes são: Azricão, Bocru, Ismael, Searias, Obadias e Hanã; estes foram os filhos de Azel.

I Crônicas 10

  1. Ora, os filisteus pelejaram contra Israel; e os homens de Israel, fugindo de diante dos filisteus, caíram mortos no monte Gilboa.
  2. Os filisteus perseguiram a Saul e seus filhos, e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul.
  3. A peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram, e ele foi ferido pelos flecheiros.
  4. Então disse Saul: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que que não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Mas o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a sua espada, e se lançou sobre ela.
  5. Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul estava morto, lançou-se também sobre sua espada, e morreu.
  6. Assim morreram Saul e seus três filhos; morreu toda a sua casa juntamente.
  7. Quando todos os homens de Israel que estavam no vale viram que Israel havia fugido, e que Saul eram mortos, abandonaram as suas cidades e fugiram, e vindo os filisteus, habitaram nelas.
  8. No dia seguinte, quando os filisteus vieram para despojar os mortos acharam Saul e seus filhos estirados no monte Gilboa.
  9. Então o despojaram, tomaram a sua cabeça e as suas armas, e enviaram mensageiros pela terra dos filisteus em redor, para levarem a boa nova a seus ídolos e ao povo.
  10. Puseram as armas dele na casa de seus deuses, e pregaram-lhe a cabeça na casa de Dagom.
  11. Quando, pois, toda a Jabes-Gileade ouviu tudo quanto os filisteus haviam feito a Saul,
  12. todos os homens valentes se levantaram e, tomando o corpo de Saul e os corpos de seus filhos, trouxeram-nos: a Jabes; e sepultaram os seus ossos debaixo o terebinto em Jabes, e jejuaram sete dias.
  13. Assim morreu Saul por causa da sua infidelidade para com o Senhor, porque não havia guardado a palavra do Senhor; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar,
  14. e não buscou ao Senhor; pelo que ele o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.

I Crônicas 11

  1. Então todo o Israel se ajuntou a Davi em Hebron, dizendo: Eis que somos teus ossos e tua carne.
  2. Já dantes, quando Saul ainda era rei, eras tu o que fazias Israel sair, e entrar; também o Senhor teu Deus te disse: Tu apascentaras o meu povo Israel; tu seras príncipe sobre o meu povo Israel.
  3. Assim vieram todos os anciãos de Israel ao rei, a Hebrom; e Davi fez com eles um pacto em Hebrom, perante o Senhor; e ungiram a Davi rei sobre Israel, conforme a palavra do Senhor por intermédio de Samuel.
  4. Então Davi, com todo o Israel, partiu para Jerusalém , que é Jebus; e estavam ali os jebuseus, habitantes da terra.
  5. E disseram os habitantes de Jebus a Davi: Tu não entrarás aqui. Não obstante isso, Davi tomou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.
  6. Davi disse: Qualquer que primeiro ferir os jebuseus será chefe e capitão. E Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro, pelo que foi feito chefe.
  7. Então Davi habitou na fortaleza, e por isso foi chamada cidade de Davi.
  8. E edificou a cidade ao redor, desde Milo em diante; e Joabe reparou o resto da cidade.
  9. Davi tornava-se cada vez mais forte; porque o Senhor dos exércitos era com ele.
  10. São estes os chefes dos valentes de Davi, que o apoiaram fortemente no seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, conforme a palavra do Senhor, no tocante a Israel.
  11. Esta é a relação dos valentes de Davi: Jasobeão, filho dum hacmonita, o chefe dos trinta, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, duma só vez os matou.
  12. Depois dele, Eleazar, filho de Dodó, o aoíta; ele estava entre os três valentes.
  13. Este esteve com Davi em Pas-Damim, quando os filisteus ali se ajuntaram à peleja, onde havia um pedaço de campo cheio de cevada; e o povo fugia de diante dos filisteus.
  14. Mas eles se puseram no meio daquele campo, e o defenderam, e mataram os filisteus; e o Senhor os salvou com uma grande vitória.
  15. Três dos trinta chefes desceram à penha; a ter com Davi, na caverna de Adulão; e o exército dos filisteus estara acampado no vale de Refaim.
  16. Davi estava então no lugar forte, e a guarnição dos filisteus estava em Belém.
  17. E Davi, ofegante, exclamou: Quem me dera beber da água do poço de Belém, que está junto à porta!
  18. Então aqueles três romperam pelo arraial dos filisteus, tiraram água do poço de Belém, que estava junto à porta, e a trouxeram a Davi; porém Davi não a quis beber, mas a derramou perante o Senhor,
  19. dizendo: Não permita meu Deus que eu faça isso! Beberia eu o sangue da vida destes homens? Pois com perigo das suas vidas a trouxeram. Assim, não a quis beber. Isso fizeram aqueles três valentes.
  20. Abisai, irmão de Joabe, era o chefe dos três; o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, os matou, e teve nome entre os três.
  21. Ele foi mais ilustre do que os outros dois, pelo que foi feito chefe deles; todavia não igualou aos primeiros três.
  22. Havia também Benaías, filho de Jeoiada, filho de um homem valente de Cabzeel, autor de grandes feitos; este matou dois filhos de Ariel de Moabe; depois desceu e matou um leão dentro duma cova, no tempo da neve.
  23. Matou também um egípcio, homem de grande altura, de cinco côvados. O egípcio tinha na mão uma lança como o órgão de tecelão; mas Benaías desceu contra ele com um cajado, arrancou-lhe da mão a lança e com ela o matou.
  24. Estas coisas fez Benaías, filho de Jeoiada, pelo que teve nome entre os três valentes.
  25. e o mais ilustre, contudo não igualou aos primeiros três; e Davi o pôs sobre os da sua guarda.
  26. Os valentes dos exércitos: Asael, irmão de Joabe; El-Hanã, filho de Dodó, de Belém;
  27. Samote, o harorita; Helez, o pelonita;
  28. Ira, filho de Iques, o tecoíta; Abiezer, o anatotita;
  29. Sibecai, o husatita; Ilai, o aoíta;
  30. Maarai, o netofatita; Helede, filho de Baaná, o netofatita;
  31. Itai, filho de Ribai, de Gibeá, dos filhos de Benjamim; Benaías, o piratonita;
  32. Hurai, dos ribeiros de Gaás; Abiel, o arbatita;
  33. Azmavete, o baarumita; Eliabá, o saalbonita;
  34. dos filhos de Hasem, o gizonita: Jônatas, filho de Sage, o hararita;
  35. Aião, filho de Sacar, o hararita; Elifal, filho de Ur.
  36. Hefer, o mequeratita; Aías, o pelonita;
  37. Hezro, o carmelita; , Naarai, filho de Ebzai;
  38. Joel, irmão de Natã; Mibar, filho de Harri;
  39. Zeleque, o amonita; Naarai, o berotita, escudeiro de Joabe, filho de Zeniia;
  40. Ira, o itrita; Garebe, o itrita;
  41. Urias, o heteu; Zabade, filho de Alai;
  42. Adina, filho de Siza, o rubenita, chefe dos rubenitas, e com ele trinta;
  43. Hanã, filho de Maacá; Jeosafá, o mitnita;
  44. Uzias, o asteratita; Sama e Jeiel, filhos de Hotão, o aroerita;
  45. Jediael, filho de Sínri, e Joá, seu irmão, o tizita;
  46. Eliel, o maavita; Jeribai e Josavias, filhos de Elnaão; Itma, o moabita;
  47. Eliel, Obede e Jaasiel, o mezobaíta

I Crônicas 12

  1. Ora, estes são os que vieram a Davi a Ziclague, estando ele ainda tolhido nos seus movimentos por causa de Saul, filho de Quis; e eram dos valentes que o ajudaram na guerra.
  2. Eram archeiros, e usavam tanto da mão direita como da esquerda em atirar pedras com fundas e em disparar flechas com o arco; eram dos irmãos de Saul, benjamitas.
  3. Aizer, o chefe, e Joás, filhos de Semaá, o gibeatita; Jeziel e Pelete, filhos de Azmavete; Beraca e Jeú, o anatotita;
  4. Ismaías, o gibeonita, valente entre os trinta, e chefe deles; Jeremias, Jaaziel, Joanã e Jozabade, o gederatita;
  5. Eluzai, Jerimote, Bealias, Semarias e Sefatias, o harufita;
  6. Elcana, Issias, Azarel, Joezer e Jasobeão, os coraítas;
  7. e Joela e Zebadias, filhos de Jeroão de Ged or.
  8. Dos gaditas se passaram para Davi, ao lugar forte no deserto, homens valentes adestrados para a guerra, que sabiam manejar escudo e lança; seus rostos eram como rostos de leões, e eles eram tão ligeiros como corças sobre os montes.
  9. Ezer era o chefe, Obadias o segundo, Eliabe o terceiro,
  10. Mismana o quarto, Jeremias o quinto,
  11. Atai o sexto, Eliel o sétimo,
  12. Joanã o oitavo, Elzabade o nono,
  13. Jeremias o décimo, Macbanai o undécimo.
  14. Estes, dos filhos de Gade, foram os chefes do exército; o menor valia por cem, e o maior por mil.
  15. Estes são os que passaram o Jordão no mês primeiro, quando ele transbordava por todas as suas ribanceiras, e puseram em fuga todos os dois vales ao oriente e ao ocidente.
  16. Igualmente alguns dos filhos de Benjamim e de Judá vieram a Davi, ao lugar forte.
  17. Davi saiu-lhes ao encontro e lhes disse: Se viestes a mim pacificamente para me ajudar, o meu coração se unirá convosco; porém se é para me entregar aos meus inimigos, sem que haja mal nas minhas mãos, o Deus de nossos pais o veja e o repreenda.
  18. Então veio o espírito sobre Amasai, chefe dos trinta, que disse: Nós somos teus, ó Davi, e contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz contigo, e paz com quem te ajuda! pois que teu Deus te ajuda. E Davi os recebeu, e os fez chefes de tropas.
  19. Também de Manassés alguns se passaram para Davi; foi quando ele veio com os filisteus para a batalha contra Saul; todavia não os ajudou, pois os chefes dos filisteus tendo feito conselho, o despediram, dizendo: Com perigo de nossas cabeças ele se passará para Saul, seu senhor:
  20. Voltando ele, pois, a Ziclague, passaram-se para ele, de Manassés: Adná, Jozabade, Jediael, Micael, Jozabade, Eliú e Ziletai, chefes de milhares dos de Manassés.
  21. E estes ajudaram a Davi contra a tropa de saqueadores, pois todos eles eram heróis valentes, e foram chefes no exército.
  22. De dia em dia concorriam a Davi para o ajudar, até que se fez um grande exército, como o exército de Deus.
  23. Ora, estes são os números dos chefes armados para a peleja, que vieram a Davi em Hebrom, para transferir a ele o reino de Saul, conforme a palavra do Senhor:
  24. dos filhos de Judá, que traziam escudo e lança, seis mil e oitocentos, armados para a peleja;
  25. dos filhos de Simeão, homens valentes para pelejar, sete mil e cem;
  26. dos filhos de Levi quatro mil e seiscentos;
  27. Jeoiada, que era o chefe da casa de Arão, e com ele três mil e setecentos;
  28. e Zadoque, ainda jovem, homem valente, com vinte e dois príncipes da casa de seu pai;
  29. dos filhos de Benjamim, irmãos de Saul, três mil, porque até então a maior parte deles se tinha conservado fiel à casa de Saul;
  30. dos filhos de Efraim vinte mil e oitocentos homens valentes, homens de nome nas casas de seus pais;
  31. da meia tribo de Manassés dezoito mil, que foram designados por nome para virem fazer Davi rei;
  32. dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, entendidos na ciência dos tempos para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos sob suas ordens;
  33. de Zebulom, dos que podiam sair no exército, cinqüenta mil, ordenados para a peleja com todas as armas de guerra, como também destros para ordenarem a batalha, e não eram de coração dobre;
  34. de Naftali, mil chefes, e com eles trinta e sete mil com escudo e lança;
  35. dos danitas vinte e oito mil e seiscentos, destros para ordenarem a batalha;
  36. de Aser, dos que podiam sair no exército e ordenar a batalha, quarenta mil;
  37. da outra banda do Jordão, dos rubenitas e gaditas, e da meia tribo de Manassés, com toda sorte de instrumentos de guerra para pelejar, cento e vinte mil.
  38. Todos estes, homens de guerra, que sabiam ordenar a batalha, vieram a Hebrom com inteireza de coração, para constituir Davi rei sobre todo o Israel; e também todo o resto de Israel estava de um só coração para constituir Davi rei.
  39. E estiveram ali com Davi três dias, comendo e bebendo, pois seus irmãos lhes tinham preparado as provisões.
  40. Também da vizinhança, e mesmo desde Issacar, Zebulom e Naftali, trouxeram sobre jumentos, e camelos, e mulos e bois, pão, provisões de farinha, pastas de figos e cachos de passas, vinho e azeite, bois e gado miúdo em abundância; porque havia alegria em Israel.

I Crônicas 13

  1. Ora, Davi consultou os chefes dos milhares, e das centenas, a saber, todos os oficiais.
  2. E disse Davi a toda a congregação de Israel: Se bem vos parece, e se isto vem do Senhor nosso Deus, enviemos mensageiros por toda parte aos nossos outros irmãos que estão em todas as terras de Israel, e com eles aos sacerdotes e levitas nas suas cidades, e nos seus campos, para que se reunam conosco,
  3. e tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque não a buscamos nos dias de Saul.
  4. E toda a congregação concordou em que assim se fizesse; porque isso pareceu reto aos olhos de todo o povo.
  5. Convocou, pois, Davi todo o Israel desde Sior, o ribeiro do Egito, até a entrada de Hamate, para trazer de Quiriate-Jearim a arca de Deus.
  6. E Davi, com todo o Israel, subiu a Baalá, isto é, a Quiriate-Jearim, que está em Judá, para fazer subir dali a arca de Deus, a qual se chama pelo nome do Senhor, que habita entre os querubins.
  7. Levaram a arca de Deus sobre um carro novo, tirando-a da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro.
  8. Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus com todas as suas forças, cantando e tocando harpas, alaúdes, tamboris, címbalos e trombetas.
  9. Quando chegaram a eira de Quidom, Uzá estendeu a mão para segurar a arca, porque os bois tropeçavam.
  10. Então se acendeu a ira do Senhor contra Uzá, e o Senhor o feriu por ter estendido a mão à arca; e ele morreu ali perante Deus.
  11. E Davi se encheu de desgosto porque o Senhor havia irrompido contra Uzá; pelo que chamou aquele lugar Pérez-Uzá, como se chama até o dia de hoje.
  12. Temeu Davi a Deus naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus?
  13. Pelo que não trouxe a arca a si para a cidade de Davi, porém a fez retirar para a casa de Obede-Edom, o giteu.
  14. Assim ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom, três meses em sua casa; e o Senhor abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo o que lhe pertencia.

I Crônicas 14

  1. Hirão, rei de Tiro, mandou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, pedreiros e carpinteiros para lhe edificarem uma casa.
  2. Então percebeu Davi que o Senhor o tinha confirmado rei sobre Israel; porque o seu reino tinha sido muito exaltado por amor do seu povo Israel.
  3. Davi tomou em Jerusalém ainda outras mulheres, e teve ainda filhos e filhas.
  4. Estes, pois, são os nomes dos filhos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã, Salomão,
  5. Ibar, Elisua, Elpelete,
  6. Nogá, Nefegue, Jafia,
  7. Elisama, Beeliada e Elifelete.
  8. Quando os filisteus ouviram que Davi havia sido ungido rei sobre todo o Israel, subiram todos em busca dele; o que ouvindo Davi, logo saiu contra eles.
  9. Ora, os filisteus tinham vindo e feito uma arremetida pelo vale de Refaim.
  10. Então Davi consultou a Deus, dizendo: Subirei contra os filisteus, e nas minhas mãos os entregarás?: E o Senhor lhe disse: Sobe, porque os entregarei nas tuas mãos.
  11. E subiram os filisteus a Baal-Perazim, onde Davi os derrotou; e disse Davi: por minha mão Deus fez uma brecha nos meus inimigos, como uma brecha feita pelas águas. Pelo que chamaram aquele lugar Baal-Perazim:
  12. E deixaram ali os seus deuses, que, por ordem de Davi, foram queimados a fogo.
  13. Mas os filisteus tornaram a fazer uma arremetida pelo vale.
  14. Tornou Davi a consultar a Deus, que lhe respondeu: Não subirás atrás deles; mas rodeia-os por detrás e vem sobre eles por defronte dos balsameiros;
  15. e será que, ouvindo tu um ruído de marcha pelas copas dos balsameiros, sairás à peleja; porque Deus terá saído diante de ti para ferir o exército dos filisteus.
  16. E fez Davi como Deus lhe ordenara; e desbarataram o exército dos filisteus desde Gibeão até Gezer:
  17. Assim a fama de Davi se espalhou por todas aquelas terras, e o Senhor pôs o temor dele sobre todas aquelas gentes.

I Crônicas 15

  1. Davi fez para si casas na cidade de Davi; também preparou um lugar para a arca de Deus, e armou-lhe uma tenda:
  2. Então disse Davi: Ninguém deve levar a arca de Deus, senão os levitas; porque o Senhor os elegeu para levarem a arca de Deus, e para o servirem para sempre.
  3. Convocou, pois, Davi todo o Israel a Jerusalém, para fazer subir a arca do Senhor ao seu lugar, que lhe tinha preparado.
  4. E reuniu os filhos de Arão e os levitas.
  5. dos filhos de Coate, Uriel, o chefe, e de seus irmãos cento e vinte;
  6. dos filhos de Merári, Asaías, o chefe, e de seus irmãos duzentos e vinte;
  7. dos filhos de Gérson Joel, o chefe, e de seus irmãos cento e trinta;
  8. dos filhos de Elizafã, Semaías, o chefe, e de seus irmãos duzentos;
  9. dos filhos de Hebrom, Eliel, o chefe, e de seus irmãos oitenta;
  10. dos filhos de Uziel, Aminadabe, o chefe, e de seus irmãos cento e doze.
  11. Então chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar, e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe,
  12. e disse-lhes: Vós sois os chefes das casas paternas entre os levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do Senhor Deus de Israel ao lugar que lhe preparei.
  13. Porquanto da primeira vez vós não a levastes, o Senhor fez uma brecha em nós, porque não o buscamos segundo a ordenança:
  14. Santificaram-se, pois, os sacerdotes e os levitas para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel.
  15. E os levitas trouxeram a arca de Deus sobre os seus ombros, pelos varais que nela havia, como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do Senhor.
  16. E Davi ordenou aos chefes dos levitas que designassem alguns de seus irmãos como cantores, para tocarem com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, e levantarem a voz com alegria.
  17. Designaram, pois, os levitas a Hemã, filho de Joel; e dos seus irmãos, a Asafe, filho de Berequias; e dos filhos de Merári, seus irmãos, a Etã, filho de Cusaías;
  18. e com eles a seus irmãos da segunda ordem: Zacarias, Bene, Jaaziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Benaías, Maaséias, Matitias, Elifeleu e Micnéias, e Obede-Edom e Jeiel, os porteiros.
  19. Assim os cantores Hemã, Asafe e Etã se faziam ouvir com címbalos de bronze;
  20. e Zacarias, Aziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Maaséias e Benaías, com alaúdes adaptados ao soprano;
  21. e Matitias, Elifeleu, Micnéias, Obede-Edom, Jeiel e Azazias, com harpas adaptadas ao baixo, para dirigirem;
  22. e Quenanias, chefe dos levitas, estava encarregado dos cânticos e os dirigia, porque era entendido;
  23. e Berequias e Elcana eram porteiros da arca;
  24. e Sebanias, Jeosafá, Netanel, Amasai, Zacarias, Benaías e Eliézer, os sacerdotes, tocavam as trombetas perante a arca de Deus; e Obede-Edom e Jeías eram porteiros da arca.
  25. Sucedeu pois que Davi, os anciãos de Israel, os capitães dos milhares foram, com alegria, para fazer subir a arca do pacto do Senhor, da casa de Obede-Edem.
  26. E sucedeu que, havendo Deus ajudado os levitas que levavam a arca do pacto dó Senhor, sacrificaram sete novilhos e sete carneiros.
  27. Davi ia vestido de um manto de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e juntamente com eles Quenanias, diretor do canto; Davi levava também sobre si um éfode de linho.
  28. Assim todo o Israel fez subir a arca do pacto do Senhor com vozes de júbilo, ao som de buzinas, trombetas e címbalos, juntamente com alaúdes e harpas.
  29. E sucedeu que, chegando a arca do pacto do Senhor à cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, olhou duma janela e, vendo Davi dançar e saltar, desprezou-o no seu coração.

I Crônicas 16

  1. Trouxeram, pois, a arca de Deus e a colocaram no meio da tenda que Davi lhe tinha armado; e ofereceram holocaustos e sacrifícios pacíficos perante Deus.
  2. Tendo Davi acabado de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos, abençoou o povo em nome do Senhor.
  3. Então repartiu a todos em Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um, um pão, um pedaço de carne e um bolo de passas.
  4. Também designou alguns dos levitas por ministros perante a arca do Senhor, para celebrarem, e para agradecerem e louvarem ao Senhor Deus de Israel, a saber:
  5. Asafe, o chefe, e Zacarias, o segundo depois dele; Jeiel, Semiramote, Jeiel, Matitias, Eliabe, Benaías, Obede-Edom e Jeiel, com alaúdes e com harpas; e Asafe se fazia ouvir com címbalos;
  6. e Benaías e Jaaziel, os sacerdotes, tocavam trombetas continuamente perante a arca do pacto de Deus.
  7. Foi nesse mesmo dia que Davi, pela primeira vez, ordenou que pelo ministério de Asafe e de seus irmãos se dessem ações de graças ao Senhor, nestes termos:
  8. Louvai ao Senhor, invocai o seu nome; fazei conhecidos entre os povos os seus feitos.
  9. Cantai-lhe, salmodiai-lhe, falai de todas as suas obras maravilhosas.
  10. Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam ao Senhor.
  11. Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.
  12. Lembrai-vos das obras maravilhosas que ele tem feito, dos seus prodígios, e dos juízos da sua boca,
  13. vós, descendência de Israel, seus servos, vós, filhos de Jacó, seus eleitos.
  14. Ele é o Senhor nosso Deus; em toda a terra estão os seus juízos.
  15. Lembrai-vos perpetuamente do seu pacto, da palavra que prescreveu para mil geraçoes;
  16. do pacto que fez com Abraão, do seu juramento a Isaque,
  17. o qual também a Jacó confirmou por estatuto, e a Israel por pacto eterno,
  18. dizendo: A ti te darei a terra de Canaã, quinhão da vossa herança.
  19. Quando eram poucos em número, sim, mui poucos, e estrangeiros na terra,
  20. andando de nação em nação, e dum reino para outro povo,
  21. a ninguém permitiu que os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis,
  22. dizendo: Não toqueis os meus ungidos, e não façais mal aos meus profetas.
  23. Cantai ao Senhor em toda a terra; proclamai de dia em dia a sua salvação.
  24. Publicai entre as nações a sua gloria, entre todos os povos as suas maravilhas.
  25. Porque grande é o Senhor, e mui digno de louvor; também é mais temível do que todos os deuses.
  26. Pois todos os deuses dos povos são ídolos, porém o Senhor fez os céus.
  27. Diante dele há honra e majestade; há força e alegria no seu lugar.
  28. Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força.
  29. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei presentes, e vinde perante ele; adorai ao Senhor vestidos de trajes santos.
  30. Trema diante dele toda a terra; o mundo se acha firmado, de modo que se não pode abalar.
  31. Alegre-se o céu, e regozije-se a terra; e diga-se entre as nações: O Senhor reina.
  32. Brama o mar e a sua plenitude; exulte o campo e tudo o que nele há;
  33. então jubilarão as árvores dos bosques perante o Senhor, porquanto vem julgar a terra.
  34. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
  35. E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação, e ajunta-nos, e livra-nos das nações, para que demos graças ao teu santo nome, e exultemos no teu louvor.
  36. Bendito seja o Senhor Deus de Israel, de eternidade a eternidade. Então todo o povo disse: Amém! e louvou ao Senhor.
  37. Davi, pois, deixou ali, diante da arca do pacto do Senhor, Asafe e seus irmãos, para ministrarem continuamente perante a arca, segundo a exigência de cada dia.
  38. Também deixou Obeede-Edom , com seus irmãos, sessenta e oito; Obede-Edomsa filho de Jedútum e Hosa, para serem porteiros;
  39. e deixou Zadoque, o sacerdote, e seus irmãos, os sacerdotes, diante do tabernáculo do Senhor, no alto que havia em Gibeao,
  40. para oferecerem holocaustos ao Senhor continuamente, pela manhã e à tarde, sobre o altar dos holocaustos; e isto segundo tudo o que está escrito na lei que o Senhor tinha ordenado a Israel;
  41. e com eles Hemã, e Jedútum e os demais escolhidos, que tinham sido nominalmente designados, para darem graças ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre.
  42. Estavam Hemã e Jedútun encarregados das trombetas e dos címbalos para os que os haviam de tocar, e dos outros instrumentos para os cânticos de Deus; e os filhos de Jedútun estavam à porta.
  43. Então todo o povo se retirou, cada um para a sua casa; e Davi voltou para abençoar a sua casa.

I Crônicas 17

  1. Tendo Davi começado a morar em sua casa, disse ao profeta Natã: Eis que eu moro numa casa de cedro, mas a arca do pacto do Senhor está debaixo de cortinas.
  2. Então Natã disse a Davi: Tudo quanto tens no teu coração faze, porque Deus é contigo.
  3. Mas sucedeu, na mesma noite, que a palavra de Deus veio à Natã, dizendo:
  4. Vai e dize a Davi, meu servo: Assim diz o Senhor: Tu não me edificarás casa para eu habitar;
  5. porque em nenhuma casa morei, desde o dia em que fiz subir Israel até o dia e hoje, mas fui de tenda em tenda, e de tabernáculo em tabernáculo.
  6. Por todas as partes por onde tenho andado com todo o Israel, porventura falei eu jamais uma palavra a algum dos juízes de Israel, a quem ordenei que apascentasse o meu povo, dizendo: Por que não me tendes edificado uma casa de cedro?
  7. Agora, pois, assim dirás a meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo Israel;
  8. e estive contigo por onde quer que andavas, e de diante de ti exterminei todos os teus inimigos; também te farei um nome como o nome dos grandes que estão na terra.
  9. Designarei um lugar para o meu povo Israel, e o plantarei, para que ele habite no seu lugar, e nunca mais seja perturbado; e nunca mais debilitarão os filhos da perversidade, como dantes,
  10. e como desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo Israel; e subjugarei todos os teus inimigos. Também te declaro que o Senhor te edificará uma casa.
  11. Quando forem cumpridos os teus dias, para ires a teus pais, levantarei a tua descendência depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino.
  12. Esse me edificará casa, e eu firmarei o seu trono para sempre.
  13. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e a minha misericórdia não retirarei dele, como a retirei daquele que foi antes de ti;
  14. mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e para sempre o seu trono será firme.
  15. Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.
  16. Então entrou o rei Davi, sentou-se perante o Senhor, e disse: Quem sou eu, ó Senhor Deus, e que é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?,
  17. E isto foi pouco aos teus olhos, O Deus; também falaste da casa do teu servo para tempos distantes, e me consideras como a um homem ilustre, ó Senhor Deus.
  18. Que mais te dirá Davi, acerca da honra feita ao teu servo? pois tu bem conheces o teu servo.
  19. O Senhor! por amor do teu servo, e segundo o teu coração, fizeste todas estas grandezas, tornando conhecidas todas estas grandes coisas.
  20. O Senhor, ninguém há semelhante a ti, e não há Deus fora de ti, segundo tudo quanto ouvimos com os nossos ouvidos.
  21. Também quem há como o teu povo Israel, única gente na terra a quem Deus foi remir para ser seu povo, fazendo-te nome por meio de feitos grandes e terríveis, expulsando as nações de diante do teu povo, que remiste do Egito?
  22. Pois fizeste o teu povo Israel povo teu para sempre; e tu, Senhor, te fizeste seu Deus.
  23. Agora, ó Senhor, seja confirmada para sempre a palavra que falaste acerca da teu servo, e acerca da sua casa, e faze como falaste.
  24. E seja o teu nome estabelecido e glorificado para sempre, e diga-se: O Senhor dos exércitos é o Deus de Israel, sim, é Deus para Israel; permaneça firme diante de ti a casa de Davi, teu servo.
  25. Porque tu, Deus meu, revelaste ao teu servo que lhe edificarias casa; pelo que o teu servo achou confiança para orar em tua presença.
  26. Agora, pois, ó Senhor, tu és Deus, e falaste este bem acerca do teu servo.
  27. E agora foste servido abençoar a casa do teu servo, para que permaneça para sempre diante de ti; porque tu, Senhor, a abençoaste, ficará abençoada para sempre.

I Crônicas 18

  1. Depois disto Davi derrotou os filisteus, e os subjugou e tomou das mãos deles Gate e as suas aldeias.
  2. Também derrotou os moabitas, e estes lhe ficaram sujeitos, pagando-lhe tributos.
  3. Davi derrotou também Hadadézer, rei de Zobá, junto a Hamate, quando foi estabelecer o seu domínio junto ao rio Eufrates.
  4. E Davi lhe tomou mil carros, sete mil cavaleiros e vinte mil homens de infantaria; e jarretou todos os cavalos dos carros; porém reservou deles para cem carros.
  5. E quando os sírios de Damasco vieram para ajudar a Hadadézer, rei de Zobá, Davi matou deles vinte e dois mil homens.
  6. Então Davi pôs guarnições entre os sírios de Damasco, e os sirios lhe ficaram sujeitos, pagando-lhe tributos; e o Senhor dava vitória a Davi, por onde quer que ia.
  7. Davi tomou os escudos de ouro que tinham sido dos servos de Hadadézer, e os trouxe a Jerusalém.
  8. Também de Tibate, e de Cum, cidades de Hadadézer, Davi tomou muitíssimo bronze, de que Salomão fez o mar de bronze, as colunas, e os utensílios de bronze.
  9. Ora, quando Toú, rei de Hamate, ouviu que Davi destruíra todo o exército de Hadadézer, rei de Zobá,
  10. mandou seu filho Hadorão ao rei Davi, para o saudar, e para o felicitar por haver pelejado contra Hadadézer e por tê-lo destruído (porque Hadadézer fazia guerra a Toú). Enviou-lhe também toda sorte de utensílios de ouro, de prata e de bronze. l
  11. A estes também o rei Davi consagrou ao Senhor, juntamente com a prata e o ouro que trouxera de todas as nações dos edomeus, dos moabitas, dos amonitas, dos filisteus e dos amalequitas.
  12. Além disso Abisai, filho de Zeruia, matou dezoito mil edomeus no Vale do Sal.
  13. E pôs guarnições em Edom, e todos os edomeus ficaram sujeitos a Davi; e o Senhor dava vitória a Davi, por onde quer que ia.
  14. Dari, pois, reinou sobre todo o Israel; e julgava, e fazia justiça a todo o seu povo.
  15. Joabe, filho de Zeruia, tinha o cargo do exército; Jeosafá, filho de Ailude, era cronista;
  16. Zadoque, filho de Aiuube, e Abimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes; Sarsa era escrivão;
  17. Benaías, filho de Jeoiada, tinha o cargo dos quereteus e peleteus; e os filhos de Davi eram os primeiros junto ao rei.

I Crônicas 19

  1. Aconteceu, depois disto, que Naás, rei dos amonitas, morreu; e seu filho reinou em seu lugar.
  2. Então disse Davi: usarei de benevolência para com Hanum, filho de Naás, porque seu pai usou de benevolência para comigo. Pelo que Davi enviou mensageiros para o consolarem acerca de seu pai. Mas quando os servos de Davi chegaram à terra dos amonitas, a Hanum, para o consolarem,
  3. disseram os príncipes dos amonitas a Hanum: Pensas que Davi quer honrar a teu pai, porque te mandou consoladores? Não vieram ter contigo os seus servos a esquadrinhar, a transtornar e a espiar a terra?
  4. Pelo que Hanum tomou os servos de Davi, raspou-lhes a barba, e lhes cortou as vestes pelo meio até o alto das coxas, e os despediu.
  5. Então foram alguns e avisaram a Davi acerca desses homens; pelo que ele mandou mensageiros ao seu encontro, pois estavam sobremaneira envergonhados. Disse o rei: Ficai em Jericó até que vos torne a crescer a barba, e então voltai.
  6. Vendo os amonitas que se tinham feito odiosos para com Davi, Hanum e os amonitas enviaram mil talentos de prata, para alugarem para si carros e cavaleiros de Mesopotâmia, de Arã-Maacá e de Zobá.
  7. E alugaram para si trinta e dois mil carros e o rei de Maacá com a sua gente, os quais vieram e se acamparam diante de Medeba; também os amonitas se ajuntaram das suas cidades e vieram para a guerra.
  8. Davi, quando soube disto, enviou Joabe e todo o exército de homens valentes.
  9. Os amonitas saíram e ordenaram a batalha à porta da cidade; porém os reis que tinham vindo se puseram à parte no campo.
  10. Ora, quando Joabe viu que a batalha estava ordenada contra ele pela frente e pela retaguarda, escolheu os melhores dentre os homens de Israel, e os pôs em ordem contra os sirios;
  11. e o resto do povo entregou na mão de Abisai, seu irmão; e eles se puseram em ordem de batalha contra os amonitas.
  12. E disse Joabe: Se os sírios forem mais fortes do que eu, tu virás socorrer-me; e, se os amonitas forem mais fortes do que tu, então eu te socorrerei a ti.
  13. Esforça-te, e pelejemos varonilmente pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe parecer.
  14. Então se chegou Joabe, e o povo que estava com ele, diante dos sírios, para a batalha; e estes fugiram de diante dele.
  15. Vendo, pois, os amonitas que os sírios tinham fugido, fugiram eles também de diante de Abisai, irmão de Joabe, e entraram na cidade. Então Joabe voltou para Jerusalém.
  16. Ora, vendo-se os sírios derrotados diante de Israel, enviaram mensageiros, e fizeram sair os sírios que habitavam além do rio; e tinham por comandante Sofaque, chefe do exército de Hadadézer.
  17. Avisado disto, Davi ajuntou todo o Israel, passou o Jordão e, indo ao encontro deles, ordenou contra eles a batalha. Tendo Davi ordenado a batalha contra os sírios, pelejaram estes contra ele.
  18. Mas os sírios fugiram de diante de Israel; e Davi matou deles os homens de sete mil carros, e quarenta mil homens da infantaria; matou também Sofaque, chefe do exército.
  19. Vendo, pois, os servos de Hadadézer que tinham sido derrotados diante de Israel, fizeram paz cem Davi, e e serviram; e os sírios nunca mais quiseram socorrer os amonitas.

I Crônicas 20

  1. Aconteceu pois que, na primavera, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, Joabe levou a flor do exército, e devastou a terra dos amonitas, e foi, e pôs cerco a Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém. E Joabe bateu Rabá, e a destruiu.
  2. Tirando Davi a coroa da cabeça do rei deles, achou nela o peso dum talento de ouro, e havia nela pedras preciosas; e foi posta sobre a cabeça de Davi. E ele levou da cidade mui grande despojo.
  3. Também fez sair o povo que estava nela e o fez trabalhar com serras, com trilhos de ferro e com machado, e assim fez Davi a todas as cidades dos amonitas. Então voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém.
  4. Depois disso levantou-se guerra em Gezer com os filisteus; então Sibecai, o husatita, matou Sipai, dos filhos do gigante; e eles ficaram subjugados.
  5. Tornou a haver guerra com os filisteus; e El-Hanã, filho de Jair, matou Lami, irmão de Golias, o giteu, cuja lança tinha a haste como órgão de tecelão,
  6. Houve ainda outra guerra em Gate, onde havia um homem de grande estatura, que tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão e seis em cada pé, e que também era filho do gigante.
  7. Tendo ele insultado a Israel, Jônatas, filho de Siméia, irmão de Davi, o matou.
  8. Esses nasceram ao gigante em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão dos seus servos.

I Crônicas 21

  1. Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar Israel.
  2. E disse Davi a Joabe e aos príncipes de povo: Ide, cantai a Israel desde Berseba até Dã; e trazei-me a conta, para que eu saiba o número deles.
  3. Então disse Joabe: O Senhor acrescente ao seu povo cem vezes tanto como ele é! Porventura, é rei meu senhor, não são teus os servos de meu senhor? Por que requer isto e meu senhor. Por que traria ele culpa sobre Israel?
  4. Todavia a palavra de rei prevaleceu contra Joabe. Pelo que saiu Joabe, e passou por todo o Israel; depois voltou para Jerusulém.
  5. E Joabe deu a Davi o resultado da numeração do povo. E era todo o Israel um milhão e cem mil homens que arrancavam da espada; e de Judá quatrocentos e setenta mil homens que arrancavam da espada.
  6. Mas entre eles Joabe não contou os de Levi e Benjamim, porque a palavra do rei lhe foi abominável.
  7. E este negócio desagradou a Deus, pelo que feriu Israel.
  8. Então disse Davi a Deus: Gravemente pequei em fazer tal coisa; agora porém, peço-te, tira a iniqüidade de teu servo, porque procedi mui loucamente.
  9. Falou o Senhor a Gade, o vidente de Davi, dizendo:
  10. Vai, e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te proponho; escolhe uma delas, para que eu ta faça.
  11. E Gade veio a Davi, e lhe disse: Assim diz o Senhor: Escolhe o que quiseres:
  12. ou três anos de fome; ou seres por três meses consumido diante de teus adversários, enquanto a espada de teus inimigos te alcance; ou que por três dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra, e o anjo do Senhor façam destruição por todos os termos de Israel. Vê, pois, agora que resposta hei de levar a quem me enviou.
  13. Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque mui grandes são as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens.
  14. Mandou, pois, o Senhor a peste a Israel; e caíram de Israel setenta mil homens.
  15. E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, estando ele prestes a destrui-la, o Senhor olhou e se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo destruidor: Basta; agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.
  16. E Davi, levantando os olhos, viu o anjo do Senhor, que estava entre a terra e o céu, tendo na mão uma espada desembainhada estendida sobre Jerusalém. Então Davi e os anciãos, cobertos de sacos, se prostraram sobre os seus rostos.
  17. E dissemorreram Saul e seus três filhos; morreu toda a sua o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e procedi muito mal; mas estas ovelhas, que fizeram? Seja tua mão, Senhor Deus meu, contra mim e contra a casa de meu pai, porem não contra o teu povo para castigá-lo com peste.
  18. Então o anjo do Senhor ordenou a Gade que dissesse a Davi para subir e levantar um altar ao Senhor na eira de Ornã, o jebuseu.
  19. Subiu, pois, Davi, conforme a palavra que Gade falara em nome do Senhor.
  20. E, virando-se Ornã, viu o anjo; e seus quatro filhos, que estavam com ele, se esconderam. Ora, Ornã estava debulhando trigo.
  21. Quando Davi se vinha chegando a Ornã, este olhou e o viu e, saindo da terra, prostrou-se diante dele com o rosto em terra.
  22. Então disse Davi a Ornã: Dá-me o lugar da eira pelo seu valor, para eu edificar nele um altar ao Senhor, para que cesse esta praga de sobre o povo.
  23. Respondeu Ornã a Davi: Toma-o para ti, e faça o rei meu senhor o que lhe parecer bem. Eis que dou os bois para holocaustos, os trilhos para lenha, e o trigo para oferta de cereais; tudo dou.
  24. Mas o rei Davi disse a Ornã: Não, antes quero comprá-lo pelo seu valor; pois não tomarei para o Senhor o que é teu, nem oferecerei holocausto que não me custe nada.
  25. E Davi deu a Ornã por aquele lugar o peso de seiscentos siclos de ouro.
  26. Então Davi edificou ali um altar ao Senhor, e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas; e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu do céu, com fogo sobre o altar de holocausto.
  27. E o Senhor deu ordem ao anjo, que tomou a meter a sua espada na bainha.
  28. Nesse mesmo tempo, vendo Davi que o Senhor lhe respondera na eira de Ornã, o jebuseu, ofereceu ali os seus sacrifícios.
  29. Pois o tabernáculo do Senhor que Moisés fizera no deserto, e o altar do holocausto, estavam naquele tempo no alto de Gibeão;
  30. mas Davi não podia ir perante ele para consultar a Deus, porque estava atemorizado por causa da espada do anjo do Senhor.

I Crônicas 22

  1. Então disse Davi: Esta é a casa de Senhor Deus, e este é o altar de holocausto para Israel.
  2. Então Davi deu ordem que se ajuntassem os estrangeiros que estavam na terra de Israel, e encarregou pedreiros de lavrarem pedras de cantaria para edificar a casa de Deus,
  3. Também aparelhou ferro em abundância, para os pregos das portas das entradas e para as junturas; como também bronze em abundância, sem pesá-lo;
  4. e madeira de cedro sem conta, porque os sidonios e tírios traziam a Davi cedro em abundancia
  5. Porque dizia Davi: Salomão, meu filho, ainda é moço e tenro, e a casa que se há de edificar para o Senhor deve ser magnífica em excelência, de renome e glória em todas as terras; eu, pois, agora lhe farei os preparativos. Assim fez Davi grandes preparativos antes da sua morte.
  6. Então chamou a Salomão, seu filho, e lhe ordenou que edificasse uma casa ao Senhor Deus de Israel.
  7. Disse Davi a Salomão: Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração a proposito de edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus.
  8. A palavra do Senhor, porém, veio a mim, dizendo: Tu tens derramado muito sangue, e tens feito grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derrumado na terra, perante mim.
  9. Eis que te nascerá um filho, que será homem de repouso; porque lhe darei repouso de todos os seus inimigos ao redor; portanto Salomão será o seu nome, e eu darei paz e descanso a Israel nos seus dias.
  10. Ele edificará uma casa ao meu nome. Ele me será por filho, e eu lhe serei por pai, e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel para sempre.
  11. Agora, meu filho, o Senhor seja contigo; prospera, e edifica a casa de Senhor teu Deus, como ele falou a respeito de ti.
  12. Tão somente te dê o Senhor prudência e entendimento para governares sobre Israel, e para guardares a lei do Senhor teu Deus.
  13. Então prosperarás, se tiveres cuidado de guardar os estatutos e os juízos que o Senhor ordenou a Moisés acerca de Israel. Esforça-te, e tem bem ânimo; não temas, nem te espantes.
  14. Com trabalhos penosas preparei para a casa do Senhor cem mil talentos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e bronze e ferro que por sua abundância, não se pesou; também madeira e pedras preparei; e tu os aumentarás ainda.
  15. Além disso tens trabalhadores em grande número, canteiros, pedreiros e carpinteiros, e toda sorte de peritos em toda espécie de obra.
  16. Do ouro, da prata, da bronze e do ferro não há conta. Levanta-te, pois; mãos à obra! E o Senhor seja contigo!
  17. Também Davi deu ordem a todos os chefes de Israel que ajudassem a Salomão, seu filho, dizendo:
  18. Porventura não está convosco o Senhor vosso Deus, e não vos deu repouso por todos os lados? Pois entregou na minha mão os habitantes da terra; e a terra foi subjugada diante do Senhor e diante do seu povo.
  19. Disponde, pois, agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao Senhor vosso Deus; e levantai-vos, e edificai o santuário do Senhor Deus, para que a arca do pacto do Senhor e os vasos sagrados de Deus sejam trazidos, para a casa que se há de edificar ao nome do Senhor.

I Crônicas 23

  1. Ora, sendo Davi já velho e cheio de dias, fez Salomão, seu filho, rei sobre Israel.
  2. E reuniu todos os chefes de Israel, como também os sacerdotes e levitas.
  3. Foram contados os levitas de trinta anos para cima; e foi o número deles, segundo o seu registo, trinta e oito mil homens.
  4. Deste número vinte e quatro mil promoverão a obra da casa do Senhor; seis mil servirão como oficiais e juízes;
  5. quatro mil como porteiros; e quatro mil para louvarem ao Senhor com os instrumentos, que eu fiz para o louvar, disse Davi.
  6. Davi os repartiu por turmas segundo os filhos de Levi: Gérsom, Coate e Merári.
  7. Dos gersonitas: Ladã e Simei.
  8. Os filhos de Ladã: Jeiel o chefe, Zetão e Joel, três.
  9. Os filhos de Simei: Selomite, Haziel e Arã, três; estes foram os chefes das casas paternas de Ladã.
  10. Os filhos de Simei: Jaate, Zina, Jeús e Berias; estes foram os filhos de Simei, quatro.
  11. Jaate era o chefe, e Ziza o segundo. Mas Jeús e Berias não tiveram muitos filhos; pelo que estes, contados juntos, se tornaram uma só casa paterna.
  12. Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel, quatro.
  13. Os filhos de Anrão: Arão e Moisés. Arão foi separado para consagrar as coisas santíssimas, ele e seus filhos, eternamente para queimarem incenso diante do Senhor, e o servirem, e pronunciarem bençãos em nome de Deus para sempre.
  14. Mas quanto a Moisés, homem de Deus, seus filhos foram contados entre os da tribo de Davi.
  15. Os filhos de Moisés: Gerson e Eliézer.
  16. De Gérson: Sebuel o chefe.
  17. De Eliézer: Reabias o chefe; e Eliézer não teve outros filhos; porém os filhos de Reabias foram muito numerosos.
  18. De Izar: Selomite o chefe.
  19. Os filhos: de Hebrom: Jerias o chefe, Amarias o segundo, Jaaziel o terceiro, e Jecameão o quarto.
  20. Os filhos de Uziel: Mica o chefe. Issias o segundo.
  21. Os filhos de Merári: Mali e Musi. Os filhos de Mali: Eleazar e Quis.
  22. Eleazar morreu, não tendo filhos, mas tão somente filhas; e os filhos de Quis, seus irmãos, tomaram-nas por mulheres.
  23. Os filhos de Musi: Mali, Eder e Jerimote, três.
  24. Esses são os filhos de Levi segundo as suas casas paternas, isto é, segundo os chefes das casas paternas, conforme o número dos que foram registrados pelos seus: nomes, individualmente, da idade de vinte anos para cima, os quais trabalhavam no serviço da casa do Senhor.
  25. Pois Davi disse: O Senhor Deus de Israel deu repouso ao seu povo; e ele habita em Jerusalém para sempre.
  26. Também os levitas não terão mais de levar o tabernáculo e todos os objetos pertencentes ao serviço do mesmo.
  27. Eis porque, segundo as ultimas palavras de Davi, foram contados os levitas da idade de vinte anos para cima.
  28. Porque o seu cargo seria o de assistirem aos filhos de Arão no serviço da casa do Senhor, nos átrios, e nas câmaras, e na purificação de todas as coisas sagradas, e em qualquer trabalho para o serviço da casa de Deus,
  29. cuidando dos pães da proposição, e da flor de farinha para a oferta de cereais, quer seja de bolos ázimos, quer seja do que se assa na panela, quer seja do que é misturado com azeite, e de toda sorte de medidas e pesos;
  30. e de estarem cada manhã em pé para render graças e louvor ao Senhor, e semelhantemente à tarde.
  31. e oferecerem continuamente perante o Senhor todos os holocaustos, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas, segundo o número ordenado.
  32. Também teriam a seu cargo a tenda da revelação, o lugar santo, e os filhos de Arão, seus irmãos, no serviço da casa do Senhor.

I Crônicas 24

  1. As turmas dos filhos de Arão foram estas: os filhos de Arão: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
  2. Mas Nadabe e Abiú morreram antes de seu pai, e não tiveram filhos; por isso Eleazar e Itamar exerciam o sacerdócio.
  3. E Davi, juntamente com Zadoque, dos filhos de Eleazar, e com Aimeleque, dos filhos de Itamar, os distribuiu segundo os deveres do seu serviço.
  4. E acharam-se mais chefes dentre os filhos de Eleazar do que dentre os filhos de Itamar; e assim foram distribuídos: dos filhos de Eleazar, chefes das casas paternas, dezesseis; e dos filhos de Itamar, segundo as suas casas paternas, oito.
  5. Assim foram distribuídos por sortes, tanto uns como os outros; porque havia príncipes do santuário e príncipes de Deus, tanto dentre os filhos de Eleazar, como dentre os filhos de Itamar.
  6. E os registrou Semaías, filho de Netanel, o escrivão dentre os levitas, diante do rei, dos príncipes, de Zadoque, o sacerdote, de Aimeleque, filho de Abiatar, e dos chefes das casas paternas entre os sacerdotes e entre os levitas, tomando-se uma casa paterna para Eleazar, e outra para Itamar.
  7. Assim a primeira sorte saiu a Jeoiaribe, a segunda a Jedaías,
  8. a terceira a Harim, a quarta a Seorim,
  9. a quinta a Malquias, a sexta a Miamim,
  10. a sétima a Hacoz, a oitava a Abias,
  11. a nona a Jesuá, a décima a Secanias,
  12. a undécima a Eliasibe, a duodécima a Jaquim,
  13. a décima terceira a Hupá, a décima quarta a Jesebeabe,
  14. a décima quinta a Bilga, a décima sexta a Imer,
  15. a décima sétima a Hezir, a décima oitava a Hapizes,
  16. a décima nona a Petaías, a vigésima a Jeezquel,
  17. a vigésima primeira a Jaquim, a vigésima segunda a Gamul,
  18. a vigésima terceira a Delaías, a vigésima quarta a Maazias.
  19. Esta foi a distribuição deles no seu serviço, para entrarem na casa do Senhor, segundo lhes fora ordenado por Arão, seu pai, como o Senhor Deus de Israel lhe tinha mandado.
  20. Do restante dos filhos de Levi: dos filhos de Anrão, Subael; dos filhos de Subael, Jedeías.
  21. Quanto a Reabias: dos filhos de Reabias, Issijá o chefe;
  22. dos izaritas, Selomote; dos filhos de Selomote, Jaate;
  23. dos filhos de Hebrom: Jerias o chefe, Amarias o segundo, Jaaziel o terceiro, Jecameão o quarto;
  24. dos filhos de Uziel, Mica; dos filhos de Mica, Samir;
  25. o irmão de Mica, Issijá; dos filhos de Issijá, Zacarias.
  26. Os filhos de Merári, Mali e Musi; dos filhos de Jaazias, Beno;
  27. os filhos de Merári: de Jaazias: Beno, Soão, Zacur e Ibri;
  28. de Mali, Eleazar; e este não teve filhos.
  29. Quanto a Quis: dos filhos de Quis, Jerameel;
  30. e os filhos de Musi: Mali, Eder e Jerimote. Esses foram os filhos dos levitas, segundo as suas casas paternas.
  31. Estes também, como seus irmãos, os filhos de Arão, lançaram sortes diante do rei Davi, de Zadoque, de Aimeleque, e dos chefes das casas paternas entre os sacerdotes e entre os levitas; assim fizeram, tanto para o chefe de casa paterna, como para o seu irmão menor.

I Crônicas 25

  1. Também Davi juntamente com os capitães do exército, separou para o serviço alguns dos filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedútum para profetizarem com harpas, com alaúdes, e com címbalos. Este foi o número dos homens que fizeram a obra: segundo o seu serviço:
  2. dos filhos de Asafe: Zacur, José, Netanias e Asarela, filhos de Asafe, a cargo de Asafe, que profetizava sob as ordens do rei.
  3. De Jedútum os filhos de Jedútun: Gedalias, e Zeri, Jesaías, Hasabias e Matitias, seis, a cargo de seu pai, Jedútum que profetizava com a harpa, louvando ao Senhor e dando-lhe graças.
  4. De Hemã, os filhos de Hemã: Buquias, Matanias, Uziel, Sebuel, Jerimote, Hananias, Hanâni, Eliatá, Gidálti, e Românti-Ezer, Josbecasa, Malóti, Hotir e Maaziote.
  5. Todos estes foram filhos de Hemã, o vidente do rei, segundo a promessa de Deus de exaltá-lo. Deus dera a Hemã catorze filhos e três filhas.
  6. Todos estes estavam sob a direção de seu pai para a música na casa do Senhor, com címbalos, alaúdes e harpas para o serviço da casa de Deus. E Asafe, Jedútun e Hemã estavam sob as ordens do rei.
  7. Era o número deles, juntamente com seus irmãos instruídos em cantar ao Senhor, todos eles mestres, duzentos e oitenta e oito.
  8. E determinaram os seus cargos por sortes, todos igualmente, tanto o pequeno como o grande, assim o mestre como o discípulo.
  9. A primeira sorte, que era de Asafe, saiu a José; a segunda a Gedalias, que com seus irmãos e filhos eram doze;
  10. a terceira a Zacur, seus filhos e irmãos, doze;
  11. a quarta a Izri, seus filhos e irmãos, doze;
  12. a quinta a Netanias, seus filhos e irmaos, doze;
  13. a sexta a Buquias, seus filhos e irmãos, doze;
  14. a sétima a Jesarela, seus filhos e irmãos, doze;
  15. a oitava a Jesaías, seus filhos e irmãos, doze;
  16. a nona a Matanias, seus filhos e irmãos, doze;
  17. a décima a Simei, seus filhos e irmãos, doze;
  18. a undécima a Azarel, seus filhos e irmãos, doze;
  19. a duodécima a Hasabias, seus filhos e irmãos, doze;
  20. a décima terceira a Subael, seus filhos: e irmãos, doze;
  21. a décima quarta a Matitias, seus filhos e irmãos, doze;
  22. a décima quinta a Jerimote, seus filhos e irmãos, doze;
  23. a décima sexta a Hananias, seus filhos e irmãos, doze;
  24. a décima sétima a Josbecasa, seus filhos e irmãos, doze;
  25. a décima oitava a Hanâni, seus filhos e irmãos, doze;
  26. a décima nona a Malóti, seus filhos e irmãos, doze;
  27. a vigésima a Eliatá, seus filhos e irmãos, doze;
  28. a vigésima primeira a Hotir, seus filhos e irmãos, doze;
  29. a vigésima segunda a Gidálti, seus filhos e irmãos, doze;
  30. a vigésima terceira a Maaziote, seus filhos e irmãos, doze;
  31. a vigésima quarta a Românti-Ezer, seus filhos e irmãos, doze.

I Crônicas 26

  1. Quanto às turmas dos porteiros: Meselemias, filho de Coré, dos filhos de Asafe.
  2. E foram os filhos de Meselemias: Zacarias o primogênito, Jediael o segundo, Zebadias o terceiro, Jatniel o quarto,
  3. Elão o quinto, Jeoanã o sexto, Elioenai, o sétimo.
  4. Os filhos de Obede-Edom foram: Semaías o primogênito, Jeozabade o segundo, Joá o terceiro, Sacar o quarto, Netanel o quinto,
  5. Amiel o sexto, Issacar o sétimo, Peuletai o oitavo; porque Deus o tinha abençoado.
  6. Também a seu filho Semaías nasceram filhos, que dominaram sobre a casa de seu pai porque foram varões valentes.
  7. Os filhos de Semaías: Otni, Rafael, Obede e Elzabade, com seus irmãos, homens valentes, Eliú e Semaquias.
  8. Todos estes foram dos filhos de Obede-Edom; eles e seus filhos e irmãos, homens capazes e de força para o serviço, eram sessenta e dois, de Obede-Edom.
  9. Os filhos e os irmãos de Meselemias, homens valentes, foram dezoito.
  10. De Hosa, dos filhos de Merári, foram filhos: Sínri o chefe (ainda que não era o primogênito, contudo seu pai o constituiu chefe),
  11. Hilquias o segundo, Tebalias o terceiro, e Zacarias o quarto; todos os filhos e irmãos de Hosa foram treze.
  12. Destes se fizeram as turmas dos porteiros, isto é, dos homens principais, tendo cargos como seus irmaos, para ministrarem na casa do Senhor.
  13. E lançaram sortes, assim os pequenos como os grandes, segundo as suas casas paternas, para cada porta.
  14. E caiu a sorte do oriente a Selemias. Depois se lançou a sorte por seu filho Zacarias, conselheiro entendido, e saiu-lhe a do norte.
  15. A Obede-Edom a do sul; e a seus filhos a casa dos depósitos.
  16. A Supim e Hosa a do ocidente; perto da porta Salequete, junto ao caminho da subida, uma guarda defronte de outra guarda.
  17. Ao oriente estavam seis levitas, ao norte quatro por dia, ao sul quatro por dia, porém para a casa dos depósitos de dois em dois.
  18. Para Parbar, ao ocidente, quatro junto ao caminho, e dois junto a Parbar.
  19. Essas foram as turmas dos porteiros dentre os filhos dos coraítas, e dentre os filhos de Merári.
  20. E dos levitas, Aías tinha cargo dos tesouros da casa de Deus e dos tesouros das ofertas dedicadas.
  21. Quanto aos filhos de Ladã, os filhos dos gersonitas que pertencem a Ladã, chefes das casas paternas de Ladã; Jeiéli.
  22. Os filhos de Jeiéli: Zetão e Joel, seu irmão; estes tinham cargo dos tesouros da casa do Senhor.
  23. Dos anramitas, dos izaritas:, dos hebronitas, dos uzielitas.
  24. Sebuel, filho de Gérsom o filho de Moisés, que era chefe dos tesouros.
  25. Seus irmãos: de Eliézer foi filho Reabias, de quem foi filho Jesaías, de quem foi filho Jorão, de quem foi filho Zicri, de quem foi filho Selomote.
  26. Este Selomote e seus irmãos tinham a seu cargo todos os tesouros das ofertas dedicadas, que o rei Davi e os chefes das casas paternas, chefes de milhares, e de centenas, e chefes do exército tinham dedicado.
  27. Dos despojos das guerras dedicaram ofertas para consertarem a casa do Senhor.
  28. Também tudo quanto fora dedicado por Samuel, o vidente, Saul, filho de Quis, Abner, filho de Ner, e Joabe, filho de Zeruia, isto é, tudo quanto qualquer havia dedicado estava sob a guarda de Selomote e seus irmãos.
  29. Dos izaritas, Quenanias e seus filhos foram postos sobre Israel para os negócios de fora, como oficiais e juízes.
  30. Dos hebronitas foram Hasabias e seus irmãos, homens valentes, mil e setecentos, que tinham a seu cargo Israel, ao ocidente do Jordão, em todos os negócios do Senhor e no serviço do rei.
  31. Jerias era o chefe dos hebronitas, segundo as suas gerações conforme as casas paternas. No ano quarenta do reino de Davi foram procurados, e acharam-se entre eles varões valentes em Jazer de Gileade.
  32. A ele e a seus irmãos, dois mil e setecentos homens valentes, chefes das casas paternas, o rei Davi constituiu sobre os rubenitas e os gaditas, e a meia tribo dos manassitas, para todos os serviços de Deus, e para todos os negócios do rei.

I Crônicas 27

  1. Ora, os filhos de Israel segundo o seu número, os chefes das casas paternas, e os chefes dos milhares e das centenas, com os seus oficiais, que serviam ao rei em todos os negócios das turmas que entravam e saíam de mês em mês, em todos os meses do ano, eram em cada turma vinte e quatro mil.
  2. sobre a primeira turma, no primeiro mês, estava Jasobeão, filho de Zabdiel; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  3. Era ele descendente de Pérez, e chefe de todos os comandantes do exército para o primeiro mês.
  4. Sobre a turma do segundo mês estava Dodai, o aoíta, com a sua turma, cujo chefe era Miclote; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  5. O terceiro comandante do exército, para o terceiro mês, era o chefe Benaías, filho do sacerdote Jeoiada; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  6. Este é aquele Benaías que era o varão valente entre os trinta e comandava os trinta; e da sua turma era seu filho Amizabade.
  7. O quarto, do quarto mês, era Asael, irmão de Joabe, e depois dele Zebadia; seu filho; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  8. O quinto, do quinto mês:, Samute, o israíta; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  9. O sexto, do sexto mês: Ira, filho de Iques, o tecoíta; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  10. O sétimo, do sétimo mês:, Helez, o pelonita, descendente de Efraim; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  11. O oitavo, do oitavo mês, Sibecai, o husatita, dos zeraítas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  12. O nono, do nono mês, Abiezer, o anatotita, dos benjamitas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  13. O décimo, do décimo mês, Maarai, o netofatita, dos zeraítas; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  14. O undécimo, do undécimo mês, Benaías, o piratonita, dos filhos de Efraim; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  15. O duodécimo, do duodécimo mês, Heldai, o netofatita, de Otniel; e em sua turma havia vinte e quatro mil.
  16. Sobre as tribos de Israel estavam estes: sobre os rubenitas era chefe Eliézer, filho de Zicri; sobre os simeonitas, Sefatias, filho de Maacá;
  17. sobre os levitas, Hasabias, filho de Quemuel; sobre os aronitas, Zadoque;
  18. sobre Judá, , Eliu:, um dos irmãos de Davi; sobre Issacar, Onri, filho de Micael;
  19. sobre Zebulom, Ismaías, filho de Obadias; sobre Naftali, Jerimote, filho de Azrriel;
  20. sobre os filhos de Efraim, Oséias, filho de Azazias; sobre a meia tribo de Manassés, Joel, filho de Pedaías;
  21. sobre a meia tribo de Manassés em Gileade, Ido, filho de Zacarias; sobre Benjamim, Jaasiel, filho de Abner;
  22. sobre Dã, Azarel, filho de Jeroão. Esses eram os chefes das tribos de Israel.
  23. Não tomou, porém, Davi o número dos de vinte anos para baixo, porquanto o Senhor tinha dito que havia de multiplicar Israel como as estrelas do céu.
  24. Joabe, filho de Zeruia, tinha começado a numerá-los, porém não acabou, porquanto viera por isso ira sobre Israel; pelo que o número não foi posto no livro das crônicas do rei Davi.
  25. Sobre os tesouros do rei estava Azmavete, filho de Adiel; sobre os tesouros dos campos, das cidades, das aldeias e das torres, Jônatas, filho de Uzias;
  26. sobre os que faziam a obra do campo, na lavoura da terra, Ezri, filho de Quelube;
  27. sobre as vinhas, Simei, o ramatita; sobre o produto das vides nas adegas do vinho, Zabdi, o sifmita;
  28. sobre os olivais e sicômoros que havia nas campinas, Baal-Hanã, o gederita; sobre os armazéns do azeite, Joás;
  29. sobre o gado que pastava em Sarom, Sitrai, o saronita; sobre o gado dos vales, Safate, filho de Adlai;
  30. sobre os camelos, Obil, o ismaelita; sobre as jumentas, Jedeías, o meronotita;
  31. e sobre o gado miúdo, Jaziz, o hagrita. Todos esses eram os intendentes dos bens do rei Davi.
  32. Jônatas, tio de Davi, era conselheiro, homem entendido, e escriba; ele e Jeiel, filho de Hacmôni, assistiam os filhos do rei;
  33. Aitofel era conselheiro do rei; Husai, o arquita, era amigo o rei;
  34. depois de Aitotel, Jeoiada, filho de Benaías, e Abiatar foram conselheiros; e Joabe era chefe do exército do rei.

I Crônicas 28

  1. Ora, Davi convocou a Jerusalém todos os chefes de Israel, os chefes das tribos, os chefes das turmas que serviam o rei, os chefes de mil, e os chefes de cem, e os intendentes de todos os bens e possessões do rei e de seus filhos, como também os oficiais e os homens mais valorosos e valentes.
  2. Então o rei Davi se pôs em pé, e disse: Ouvi-me, irmãos meus e povo meu. Em meu coração havia eu proposto edificar uma casa de repouso para a arca do pacto de Senhor, e para o escabelo dos pés do nossó Deus, e tinha feito os preparativos para a edificar.
  3. Mas Deus me disse: Tu não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e tens derramado muito sangue.
  4. Todavia o Senhor Deus de Israel escolheu-me de toda a casa de meu pai, para ser rei sobre Israel para sempre; porque a Judá escolheu por príncipe, e na casa de Judá a casa de meu pai, e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer rei sobre todo o Israel.
  5. E, de todos os meus filhos (porque muitos filhos me deu o Senhor), escolheu ele o meu filho Salomão para se assentar no trono do reino do Senhor sobre Israel,
  6. e me disse: Teu filho Salomão edificará a minha casa e os meus átrios, porque o escolhi para me ser por filho, e eu lhe serei por pai.
  7. Estabelecerei o seu reino para sempre, se ele perseverar em cumprir os meus mandamentos e os meus juízos, como o faz no dia de hoje.
  8. Agora, pois, à vista de todo o Israel, a congregação do Senhor, e em presença de nosso Deus, que nos ouve, observai e buscai todos os mandamentos do Senhor vosso Deus, para que possuais esta boa terra, e a deixeis por herança a vossos filhos depois de, vos, para sempre.
  9. E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o com coração perfeito e espírito voluntário; porque o Senhor esquadrinha todos os corações, e penetra todos os desígnios e pensamentos. Se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre.
  10. Agora toma cuidado, porque o Senhor te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra.
  11. Então Davi deu a Salomão, seu filho, o modelo do alpendre com as suas casas, as suas tesourarias, os seus cenáculos e as suas recâmaras interiores, como também da casa do propiciatório;
  12. e também o modelo de tudo o que tinha em mente para os átrios da casa do Senhor, para todas as câmaras em redor, para os tesouros da casa de Deus e para os tesouros das coisas sagradas;
  13. também para as turmas dos sacerdotes e dos levitas, para toda a obra do serviço da casa do Senhor e para todos os vasos do serviço da casa do Senhor,
  14. especificando o peso do ouro para os vasos de ouro, para todos os vasos de cada espécie de serviço, o peso da prata para todos os vasos de prata, para todos os vasos de cada espécie de serviço;
  15. o peso para os castiçais de ouro e suas lâmpadas, o peso do ouro para cada castiçal e as suas lâmpadas, e o peso da prata para os castiçais de prata, para cada castiçal e as suas lâmpadas, segundo o uso de cada castiçal;
  16. o peso do ouro para as mesas dos pães da proposição, para cada mesa; como também da prata para as mesas de prata;
  17. e o ouro puro para os garfos, as bacias e os jarros; para as taças de ouro, o peso para cada taça; como também para as taças de prata, o peso para cada taça,
  18. e para o altar do incenso, o peso de ouro refinado; como também o ouro para o modelo do carro dos querubins que, de asas estendidas, cobririam a arca do pacto do Senhor.
  19. Tudo isso se me fez entender, disse Davi, por escrito da mão do Senhor, a saber, todas as obras deste modelo.
  20. Disse, pois, Davi a seu filho Salomão: Esforça-te e tem bom ânimo, e faze a obra; não temas, nem te desalentes, pois o Senhor Deus, meu Deus, é contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que seja acabada toda a obra para o serviço da casa do Senhor.
  21. Eis aí as turmas dos sacerdotes e dos levitas para todo o serviço da casa de Deus; e estará contigo para toda a obra todo homem bem disposto e perito em qualquer espécie de serviço; também os chefes e todo o povo estarão inteiramente às tuas ordens.

I Crônicas 29

  1. Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e a obra é grande, porque o palácio não é para homem, mas para o Senhor Deus.
  2. Eu, pois, com todas as minhas forças tenho preparado para a casa de meu Deus o ouro para as obras de ouro, a prata para as de prata, o bronze para as de bronze, o ferro para as de ferro e a madeira para as de madeira; pedras de oberilo, pedras de engaste, pedras de ornato, pedras de várias cores, toda sorte de pedras preciosas, e mármore em abundância.
  3. Além disso, porque pus o meu afeto na casa de meu Deus, o ouro e prata particular que tenho, eu o dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário:
  4. três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir, e sete mil talentos de prata refinada, para cobrir as paredes das casas;
  5. ouro para as obras e ouro, e prata para as de prata, para toda a obra a ser feita por mão de artífices. Quem, pois, está disposto a fazer oferta voluntária, consagrando-se hoje ao Senhor?
  6. Então os chefes das casas paternas, os chefes das tribos de Israel, e os chefes de mil e de cem, juntamente com os intendentes da obra do rei, fizeram ofertas voluntárias;
  7. e deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos e dez mil , dracmas de ouro, e dez mil talentos de prata, dezoito mil talentos de bronze, e cem mil talentos de ferro.
  8. E os que tinham pedras preciosas deram-nas para o tesouro da casa do Senhor, que estava ao cargo de Jeiel, o gersonita.
  9. E o povo se alegrou das ofertas voluntárias que estes fizeram, pois de um coração perfeito as haviam oferecido ao Senhor; e também o rei Davi teve grande alegria.
  10. Pelo que Davi bendisse ao Senhor na presença de toda a congregação, dizendo: Bendito és tu, ó Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade.
  11. Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é, ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos.
  12. Tanto riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.
  13. Agora, pois, ó nosso Deus, graças te damos, e louvamos o teu glorioso nome.
  14. Mas quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos fazer ofertas tão voluntariamente? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos.
  15. Porque somos estrangeiros diante de ti e peregrinos, como o foram todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não há permanência:
  16. Oh! Senhor, Deus nosso, toda esta abundância, que preparamos para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão, e é toda tua.
  17. E bem sei, Deus meu, que tu sondas o coração, e que te agradas da retidão. Na sinceridade de meu coração voluntariamente ofereci todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, ofereceu voluntariamente.
  18. O Senhor, Deus de nossos pais Abraão, Isaque e Israel, conserva para sempre no coração do teu povo estas disposições e estes pensamentos, e encaminha o seu coração para ti.
  19. E a Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhes e os teus estatuto, e para fazer todas estas coisas, e para edificar o palácio para o qual tenha providenciado.
  20. Então disse Davi a toda a congregação: Bendizei ao Senhor vosso Deus! E toda a congregação bendisse ao Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se e prostraram-se perante a Senhor e perante o rei.
  21. E no dia seguinte imolaram sacrifícios ao Senhor e lhe ofereceram em holocausto mil novilhos, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações, e sacrifícios em abundância a favor de todo o Israel.
  22. E comeram e beberam naquele dia perante o Senhor, com grande gozo. E pela segunda vez proclamaram rei a Salomão, filho de Davi, e o ungiram ao Senhor para ser príncipe, e a Zadoque para ser sacerdote.
  23. Assim Salomão se assentou no trono do Senhor, como rei em lugar de seu pai Davi, e prosperou; e todo o Israel lhe prestou obediência.
  24. E todos os chefes, e os homens poderosos, e também todos os filhos do rei Davi se submeteram ao rei Salomão.
  25. E o Senhor engrandeceu muito a Salomão à vista de todo o Israel, e deu-lhe tal majestade real qual antes dele não teve nenhum rei em Israel.
  26. Assim Davi, filho de Jessé, reinou sobre todo o Israel.
  27. O tempo que reinou sobre Israel foi quarenta anos; em Hebrom reinou sete anos, e em Jerusalém trinta e três.
  28. E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e honra; e Salomão, seu filho, reinou em seu lugar.
  29. Ora, os atos do rei Davi, desde os primeiros até os últimos, estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente, e nas crônicas do profeta Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente,
  30. com todo o seu reinado e o seu poder e os acontecimentos que sobrevieram a ele, a Israel, e a todos os reinos daquelas terras.

II Reis II Crônicas

Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, o único a quem Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e a obra é grande, porque o palácio não é para homem, mas para o Senhor Deus. Eu, pois, com todas as minhas forças tenho preparado para a casa de meu Deus o ouro para as obras de ouro, a prata para as de prata, o bronze para as de bronze, o ferro para as de ferro e a madeira para as de madeira; pedras de oberilo, pedras de engaste, pedras de ornato, pedras de várias cores, toda sorte de pedras preciosas, e mármore em abundância.

I Crônicas 29:1-2