Categoria: Literatura

05/03/2021

Figuras da Linguagem

Figuras Sonoras

Aliteração

Repetição de sons consonantais (consoantes).
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
Exemplos:
“(…) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza).

Assonância

Repetição dos mesmos sons vocálicos.
Exemplos:
(A, O) – “Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral”. (Caetano Veloso)
(E, O) – “O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu”. (Fernando Pessoa).

Paranomásia

O emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
Exemplo:
“Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias”. (Padre Antonio Vieira).

Onomatopéia

Criação de uma palavra para imitar um som
Exemplos:
A língua do nhem “Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem…” (Cecília Meireles).

Figuras de sintaxe

Elipse

Omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns:
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa?
b) substantivo – a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã
c) preposição – estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção – espero você me entenda, no lugar de: espero que você me entenda.
e) verbo – queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos – E o rapaz: – Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:

Zeugma

Omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, nas orações comparativas.
Exemplos:
Alguns estudam, outros não, por: alguns estudam, outros não estudam. / “O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano.” (Chico Buarque) – omissão de era.

Hipérbato

Alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolutos.
Exemplos:
Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise.
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato.

Anástrofe

Anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente.
Exemplos:
“Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.”, por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos.
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato.

Pleonasmo

Repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a idéia.
Exemplos:
Vi com meus próprios olhos.
“E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento”. (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe devo (OI pleonástico).
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro – decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo).

Assíndeto

Ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas orações coordenadas.
Exemplos:
“Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios”.

Polissíndeto

Repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Exemplos:
O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. “E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (…)”. (Carlos Drummond de Andrade).

Anacoluto

Termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
Exemplos:
Eu, parece-me que vou desmaiar, / Minha vida, tudo não passa de alguns anos sem importância (sujeito sem predicado), / Quem ama o feio, bonito lhe parece (se alteraram as relações entre termos da oração).

Anáfora

Repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
Exemplos:
“Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor”. (Chico Buarque).
Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.

Silepse

É a concordância com a idéia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos:
a) de gênero (masculino x feminino): São Paulo continua poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é lisonjeiro.
b) de número (singular x plural): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pessoa – os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal).

Antecipação

Antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar anacoluto.
Exemplos:
Joana creio que veio aqui hoje. / O tempo parece que vai piorar.
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.

Figuras de palavras ou tropos

Metáfora

Emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, ou seja, ela reúne dois elementos comparados, mas sem a utilização do termo comparativo.
Na metáfora se estabelece uma assimilação direta, que consiste em transportar para uma coisa o nome de outra pela semelhança, que, subjetivamente, julga-se haver entre elas. É uma figura de linguagem mediante a qual o sentido de uma palavra se transfere a outra.
Exemplos:
A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / “Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta”. (Luís Gonzaga Junior).
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação – atribuição de ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos enamorados) ? Símbolo – nome de um ser ou coisa concreta assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores).
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas.

Quando Jesus diz: “eu sou a videira” (João 15:5), Ele se caracteriza com o que é próprio e essencial da videira.
E ao dizer: “vós sois as varas” (João 15:5), caracteriza-os com o que é próprio das varas.
Para entender melhor e fazer uma boa interpretação dessa figura de linguagem que Jesus utilizou, fazemos as seguintes perguntas: “o que caracteriza a videira? ou para que serve principalmente?” Na resposta a estas perguntas está a explicação da figura. Para que serve a videira? Para transmitir seiva e vida às varas, a fim de produzirem as uvas.
“Eu sou a porta (João 10:9), / eu sou o caminho (João 14:6), / eu sou o pão vivo (João 6:51), / eu sou a luz do mundo (João 9:5), / vós sois a luz do mundo (Mateus 5:14), vós sois o sal da terra (Mateus 5:13), / edifício de Deus (I Coríntios 3:9), vós sois lavoura de Deus (I Coríntios 3:9, / ide, dizei àquela raposa (Lucas 13:32), / a candeia do corpo são os olhos (Mateus 6:22), / Judá é um leãozinho (Gênesis 49:9), / tu és a minha rocha e a minha fortaleza, (Salmos 71:3), / o Senhor Deus é sol e escudo (Salmos 84:11), / e a casa de Jacó será um fogo, e a casa de José uma chama, e a casa de Esaú restolho. (Obadias 1:18)”, etc. [grifo meu]

Catacrese

Uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na ausência de termo específico.
Exemplos:
Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / “Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado”. – O verbo enterrar era usado primitivamente para significar apenas colocar na terra.
Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são considerados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram graças à semelhança de forma existente entre seres.
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora.

Metonímia

Substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado, ou seja, é a designação de uma coisa com o nome de outra em virtude da afinidade entre ambas. Enquanto a metáfora se baseia numa similaridade de sentidos, a metonímia assenta-se numa relação de contiguidade de sentidos. Pode ser emprega a causa pelo efeito, ou o sinal (símbolo) pela realidade que indica o símbolo.
Exemplos:
Ler Jorge Amado (autor pela obra – livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-versa – barbearia) / Bebi dois copos de leite (continente pelo conteúdo – leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe – culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo – anos) / O brasileiro é malandro (sing. pelo plural – brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela obra – copos).
“Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos” (Lucas 16:29), em vez de dizer que têm os escritos de Moisés e dos profetas, ou seja, o Antigo Testamento.
“e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado”. (I João 1:7), é evidente que aqui a palavra sangue indica a paixão e morte de Jesus, única coisa eficaz para apagar o pecado e purificar o homem. [grifo meu]

Antonomásia, perífrase

Consiste na utilização ora de um nome comum ou de uma expressão no lugar de um nome próprio, ora de um nome próprio no lugar de um nome comum ou de uma expressão. Em ambos os casos a palavra expressão realça uma característica do ser (pessoa, coisa) cujo nome substitui. Simplificando, é a substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto.
Exemplos:
O Mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão, Escritor Maldito = Lima Barreto.
“O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. (Lucas 2:10-11). O Salvador é Jesus! [grifo meu]

Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia.

Sinestesia

Interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato).
Exemplos:
“Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava … / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas … / Tanta harmonia melancolizava”. (Cruz e Souza).
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora.

Anadiplose

É a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no começo de outro membro de frase.
Exemplos:
“Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente condena os motivos dados”.

Sinédoque

Faz-se uso dessa figura quando se toma a parte pelo todo ou o todo pela parte, o plural pelo singular, o gênero pela espécie, ou vice-versa.
Exemplos:
“também a minha carne habitará em segurança”. (Salmos 16:9), em vez de: meu corpo ou meu ser, que seria o todo, sendo a carne só parte de seu ser
“Porque todas as vezes que… beberdes este cálice” (1 Coríntios 11:26), em vez de dizer beberdes do cálice, isto é, parte do que há no cálice
“Este homem é uma peste, e promotor sedições entre todos os judeus, por todo o mundo” (Atos 24:5), significando que o apóstolo Paulo havia alcançado com sua pregação aquela parte do mundo ou do Império Romano.

Figuras de pensamento

Antítese

Aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido, melhor ainda, consiste na oposição de dois termos ou de duas expressões na mesma frase ou no mesmo parágrafo, expressando contrastes em construções geralmente simétricas como: prisão/liberdade, noite/dia, escuridão/claridade.
Trata-se de uma figura de retórica muito eficaz que se encontra em muitas partes das Escrituras. O mau e o falso serve de contraste ou fundo ao que é bom e verdadeiro.
Exemplos:
“Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal… O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deuteronômio 30:15-19)
Jesus também fez uso dessa linguagem quando disse: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram”. (Mateus 7:13-14)
Paulo em seus discursos também aplicou esse método, ele contrasta “morte” com “vida terna” e o “salário do pecado” com o “dom gratuíto de Deus” (Romanos 6:23)
Ele também estabelece um contraste entre a Antiga e a Nova Aliança, ente a Lei e o Evangelho (2 Coríntios 3:16-18).
“Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios”. (Vinicius de Moraes).
Obs.: Paradoxo – idéias contraditórias num só pensamento, proposição de Rocha Lima (“dor que desatina sem doer” Camões).

Eufemismo

Consiste em “suavizar” alguma idéia desagradável.
Exemplos:
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado).
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote – afirma-se algo pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.

Hipérbole

Exagero de uma idéia com finalidade expressiva.
Exemplos:
Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos).
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.

Ironia

Utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico.
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase.
Exemplos:
O ministro foi sutil como uma jamanta.

Gradação

Apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax).
Exemplos:
“Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente”.

Prosopopéia, personificação, animismo

É a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados.
Exemplos:
“A lua, (…) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel …” (João Bosco / Aldir Blanc).
Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.

Ora, o mediador não o é de um só, mas Deus é um só. É a lei, então, contra as promessas de Deus? De modo nenhum; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos que crêem.

Gálatas 3:20-22
28/02/2021

Acentuação Gráfica

Literatura – Nova Ortografia

Tabela traz regras já de acordo com a Nova Ortografia
Tipo de palavra ou sílaba
Proparoxítonas
Quando acentuar
Sempre
Exemplos (como eram)
simpática, lúcido, sólido, cômodo
Observações (como ficaram)
Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia. observe:
Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região:
acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal)

 

Tipo de palavra ou sílaba
Paroxítonas
Quando acentuar
Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S
Exemplos (como eram)
fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter,
látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden
Observações (como ficaram)
Continua tudo igual. observe:
1. Terminadas em ENS não levam acento: hifens, polens.
2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal).
3. Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam em R nem nos que terminam em I:
inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato

 

Tipo de palavra ou sílaba
Oxítonas
Quando acentuar
Se terminadas em:
A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS
Exemplos (como eram)
vatapá, igarapé, avô, avós, refém, parabéns
Observações (como ficaram)
Continua tudo igual. observe:
1. terminadas em IISUUS não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi.
2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré (Portugal)

 

Tipo de palavra ou sílaba
Monossílabos tônicos (são oxítonas também)
Quando acentuar
Terminados em:
A, AS, E, ES, O,OS
Exemplos (como eram)
vá, pás, pé, mês, pó, pôs
Observações (como ficaram)
Continua tudo igual
Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.

 

Tipo de palavra ou sílaba
Í e Ú em palavras oxítonas e paroxítonas
Quando acentuar
Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato)
Exemplos (como eram)
saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí
Observações (como ficaram)
1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.
2. Não se acentuam i e u se depois vier ‘nh‘: rainha, tainha, moinho.
3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).
4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú

 

Tipo de palavra ou sílaba
Ditongos abertos em palavras paroxítonas
Quando acentuar
EI, OI
Exemplos (como eram)
idéia, colméia, bóia
Observações (como ficaram)
Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas).
Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. observe:
há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação.
Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R

 

Tipo de palavra ou sílaba
Ditongos abertos em palavras oxítonas
Quando acentuar
ÉIS, ÉU(S), ÓI(S)
Exemplos (como eram)
papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer)
Observações (como ficaram)
Continua tudo igual… mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas)

 

Tipo de palavra ou sílaba
Verbos arguir e redarguir (agora sem trema)
Quando acentuar
arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo
Observações (como ficaram)
Esta regra desapareceu
Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue

 

Tipo de palavra ou sílaba
Verbos terminados em guar, quar e quir
Quando acentuar
aguar enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo
Observações (como ficaram)
Esta regra sofreu alteração. observe:
Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais:
eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico). tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.
Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue)

 

Tipo de palavra ou sílaba
ôo, ee
Quando acentuar
vôo, zôo, enjôo, vêem
Observações (como ficaram)
Esta regra desapareceu
Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo

 

Tipo de palavra ou sílaba
Verbos ter e vir
Quando acentuar
na terceira pessoa do plural do presente do indicativo
Exemplos (como eram)
eles têm, eles vêm
Observações (como ficaram)
Continua tudo igual
Ele vem aqui; eles vêm aqui.
Eles têm sede; ela tem sede

 

Tipo de palavra ou sílaba
Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir)
Quando acentuar
na terceira pessoa do singular leva acento agudo;
na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo
Exemplos (como eram)
ele obtém, detém, mantém;
eles obtêm, detêm, mantêm
Observações (como ficaram)
Continua tudo igual

 

Tipo de palavra ou sílaba
Acento diferencial
Observações (como ficaram)
Esta regra desapareceu, exceto para os verbos:
PODER (diferença entre passado e presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje.
PÔR (diferença com a preposição por): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos;
TER e VIR e seus compostos (ver acima). observe:
1. Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-raios, para-choque.
2. FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada

 

Trema (O trema não é mais um acento gráfico)
Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.
Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano
Este quadro está apoiado nas obras:
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O Acordo Ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.
Danny’s Home Page

 

Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.

Salmos 24:4-5