Epístolas Paulinas – II Timóteo
Novo Testamento
Autor: Paulo, o apóstolo.
Lugar e Data: Provavelmente tenha sido escrita em Roma, ano 65-67 d.C. Esta carta contém as últimas palavras do apóstolo.
Propósito:
Geral, o de animar e instruir o jovem evangelista em seu trabalho ministerial.
Especial, o de pedir ao seu filho no evangelho, Timóteo, que vá logo a Roma levando ao apóstolo o consolo da sua companhia, 1:4; 4:9,21.
Marco Histórico: Geralmente se crê que Paulo esteve encarcerado duas vezes em Roma, e que foi durante a segunda vez que escreveu esta carta. Anteriormente ele havia tido alguma liberdade, pois vivia numa casa alugada, At 28:30. Durante esse tempo teria acesso aos amigos, mas agora estava incomunicável e Onesíforo havia tido dificuldade de encontrá-lo, 1:17. Muitos de seus companheiros o haviam abandonado, ele esperava ser executado logo. Percebe-se, através da carta, um tom triste de solidão, e o anseio de Paulo de ver a seu amado Timóteo.
Particularidades da Carta: As duas cartas a Timóteo contém exortações urgentes. É possível que Timóteo estivesse enfermo (veja I Timóteo 5:23).
Talvez também fosse tímido, II Timóteo 1:6-7. A palavra “envergonhado” parece saliente na epístola.
Paulo instou com ele para que não se envergonhasse de seu testemunho, de seu amigo prisioneiro, 1:8, ou de seu trabalho, 2:15.
Exortou-o a considerar-se como um soldado em meio a uma batalha renhida, 2:3-4.
A Carta pode ser dividida em quatro partes: Os capítulos proporcionam as divisões naturais.
Parte I.
Saudações pessoais, exortações e experiências. Capítulo 1.
Afetuosa saudação, 1-4.
Lembra a piedosa linhagem de Timóteo e o exorta à seriedade e ao valor, 5-8.
Refere-se ao plano de salvação por meio de Cristo, 9-10.
Alusões pessoais ao próprio chamado do autor da carta à obra e sua firme confiança no Senhor, 11-12.
Refere-se à deslealdade das igrejas da Ásia e recomenda a confiabilidade de Onesíforo,15-18.
Parte II.
Antes de todo, conselhos ao jovem servo do Senhor. Capítulo 2.
Como soldado espiritual, atleta e lavrador.
A ser forte na graça divina e a escolher ajudantes fiéis, 1-2.
A manifestar qualidades militares de resistência e a separar-se das ataduras do mundo, 3-4.
Como atleta espiritual, a observar as regras do jogo, 5.
Como um lavrador que espera os frutos, 6.
Verdades que se deve ter em conta.
A ressurreição de Cristo, cuja pregação havia provocado o encarceramento de Paulo, 7-9.
O sofrer pela igreja e o morrer com Cristo conduz à vida eterna e à honra espiritual, 9-12.
Conselhos acerca de como enfrentar a heresia e a controvérsia religiosa.
Por meio de admoestações sérias aos contenciosos, v.14.
Buscar ser hábil expositor da verdade, 15.
Evitar palavras profanas e doutrinas estranhas que carcomem a vida espiritual e destroem a fé, 16-18.
Recordar a fortaleza do fundamento divino e que os cristãos se devem separar do mal, 19.
Lembrar que a igreja, como uma casa grande, tem alguns objetos de honra e outros de desonra, e que o propósito de cada crente deve ser o de tornar-se “idôneo para o uso do Senhor”, 20-21.
Conselhos acerca de desejos pessoais e de como tratar com as contendas.
A importância da pureza pessoal e dos bens espirituais, 22.
A necessidade de evitar perguntas tolas e contendas mediante uma atitude paciente diante dos oponentes, esperando que se arrependam, 23-26.
Parte III.
Predições de apostasia e corrupção social, junto com uma exortação à firmeza. Capítulo 3.
As diferentes características de maldade dos homens nos últimos dias, os quais, sob o pretexto de religião, praticam a sensualidade, 1-6. A estupidez e insensatez deles um dia será manifesta a todos algum dia, 7-9.
Parêntese: referências à perseguição, 11-12.
Predição acerca da crescente onda de pecado, 13.
O apóstolo chama Timóteo à firmeza, em vista de suas oportunidades espirituais e de sua instrução nas Escrituras desde a infância, 14-15.
O poder da inspirada Palavra de Deus para equipar e aperfeiçoar o obreiro cristão em sua tarefa, 16-17.
Parte IV.
Um dever solene, um final vitorioso, um abandono triste, uma súplica comovedora e uma confiança perfeita. Capítulo 4.
O dever solene:
Fidelidade na entrega da mensagem, 1-2.
Predições acerca de uma época em que os homens desprezarão a verdade e buscarão mestres conforme suas próprias concupiscências, 1-2.
Exortação a um ministério sincero e fiel, 5.
O fim da carreira de Paulo:
Termina com uma atitude vitoriosa, 6-8.
Com uma confiança perfeita no Senhor, 17-18.
A necessidade de companheirismo, e algumas coisas para aliviar a vida na prisão:
A solidão causada pela partida de amigos e a deserção de companheiros não confiáveis, 10-12, também 16.
A necessidade de algum consolo que alegre a vida na prisão, 13.
Exorta a Timóteo a que venha logo, 9,21.
Saudações e bênção final, 19-22.
Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos.