Amor Mútuo
Em uma estória, conta-se que Deus convidou um homem para conhecer o Céu e o Inferno, e, não há dúvida alguma que se tivéssemos o mesmo convite, aceitaríamos… Assim; aceitou o homem.
Todos nós temos sempre o costume de deixar tudo o que é melhor para o final, notamos isso até mesmo quando vamos comer… Deixamos normalmente a sobremesa para o final, nunca a comemos antes. Então primeiramente foram conhecer o Inferno.
E entrando no Inferno, passando por uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de substanciosa sopa que lhe dava até água na boca, e, à sua volta estavam sentadas muitas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher, contudo, de cabo muito comprido, que, de certa forma, lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca devido ao comprimento do cabo. O sofrimento era grande, o homem conseguia sentir isso.
Deus achando que homem já havia visto o suficiente, em seguida o levou para conhecer o Céu. Entraram no Céu, e ao atravessar uma porta deram em uma sala idêntica à primeira que o homem já havia visto naquele lugar horrível. Havia o mesmo caldeirão; muitas pessoas em volta, e, as mesmas colheres de cabo muito comprido. Mas o que o homem notava é que, não havia desespero algum nas pessoas; estavam todos saciados. Não havia fome, nem sofrimento algum… Era visível o contentamento. “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”. (Apocalipse 21:4).
O homem sem entender o que estava acontecendo, pergunta ao Senhor:
– Eu não compreendo, Senhor Deus! Por que aqui as pessoas estão felizes e saciadas enquanto lá no Inferno, na outra sala morrem de aflição de fome e desespero; se não há diferença, é tudo igual?
Deus sorriu e com grande amor respondeu:
– Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comidas uns aos outros.
Vamos tirar proveito desta pequena estória, analisar e refletir nas situações e as lições que aqui se encontram. Podemos aprender com isso também.
A primeira delas é que no Inferno havia um grande egoísmo; tal como quase sempre acontece conosco. Pode notar estamos sempre muito preocupados com nosso próprio “eu” e, dificilmente nos lembramos das outras pessoas. Já nos gostamos por natureza, então agora só precisamos amar ao próximo [“Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. (Gálatas 5:14)] É um dos mandamentos que Jesus deixou.
Não queremos nem saber o que se passa no vizinho. O que consegui com meu esforço é tudo meu; é minha vida. Olhar para os lados? De maneira alguma! Porque posso me deparar com uma situação que preciso ajudar alguém, então não quero nem pensar em virar o rosto para o lado. Estou muito preocupado com a minha própria fome e não quero analisar a situação para eu não me envolver com a fome e a dificuldade alheias. “E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio”. (Lucas 16:23).
As dificuldades em nossas vidas nos fazem procurar alternativas e sermos criativos! Na situação das pessoas no Inferno estavam preocupados consigo mesmo e sequer pensaram na união, eles estavam querendo se safar da situação triste e desesperadora em que se encontravam, não tiveram a iniciativa de buscar alternativas que pudessem resolver o problema de uma forma geral. “E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”. (Mateus 24:51). Faltou uma ajuda, faltou a solidariedade, faltou o amor mútuo, aquele amor de Jesus nos ofereceu… um amor sem medidas, um amor incondicional.
Ainda que procuremos transpor as barreiras que aparecem em nosso caminho, melhor é quando fazemos isso com a ajuda de outras pessoas. No Céu acontecia assim, as pessoas se ajudavam mutuamente, pelo amor que receberam de Cristo e, só desta maneira eram compensados tendo sua fome saciada. “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça”. (II Pedro 3:13). É muito difícil fazermos algo sozinhos, embora não seja impossível. Portanto quando for fazer algo e encontrar dificuldades ou quando tiver problemas, tente se lembrar de pedir ajuda, deixe de lado o orgulho [“Eis que a sua alma está orgulhosa…”. (Habacuque 2:4)] e conte sua dificuldade para outros para que conheçam seu problema e assim te possam estender a mão.