
A recente queda na aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que atualmente ocupa seu terceiro mandato, tem sido destaque nas pesquisas de opinião pública realizadas em janeiro e fevereiro de 2025. A reversão nas tendências de popularidade do presidente é um reflexo da crescente desaprovação de sua gestão, que, até então, apresentava índices mais positivos nos primeiros meses de seu governo.
Em janeiro de 2025, pesquisas realizadas por institutos como Quaest e PoderData revelaram um aumento significativo na desaprovação. A pesquisa do Quaest, realizada entre os dias 23 e 26 de janeiro, indicou que, pela primeira vez desde o início do terceiro mandato, a desaprovação superou a aprovação, com 49% dos entrevistados desaprovando o governo e 47% aprovando-o. Essa mudança, que representa uma queda expressiva em relação aos índices positivos dos anos anteriores, é vista como um sinal claro de que o governo de Lula enfrentava uma perda substancial de apoio popular.
Da mesma forma, o levantamento realizado pelo PoderData, entre 25 e 27 de janeiro de 2025, apontou que 40% dos entrevistados tinham uma avaliação negativa do governo, o maior índice desde o início do mandato, evidenciando um desgaste que antes não era perceptível. O começo do mandato de Lula, em 2023, foi marcado por uma certa expectativa positiva, principalmente com sua experiência política e promessas de reformas estruturais, mas os resultados dessas promessas ainda não pareceram surtar o efeito desejado na população.
Outro dado preocupante foi apresentado pela pesquisa de fevereiro de 2025 realizada pelo Paraná Pesquisas. De acordo com o levantamento, 55% dos entrevistados desaprovam a gestão de Lula, enquanto apenas 42% a aprovam. Esse declínio é uma queda considerável em comparação com os números registrados em 2023, quando a aprovação estava em 54,3%, e a desaprovação era de apenas 40,1%. A diferença de números mostra um aumento na insatisfação popular com a condução do governo ao longo do último ano.
Em resposta a esses números negativos, Lula afirmou que nunca levou “definitivamente a sério” as pesquisas de opinião, sinalizando que ele considera essas métricas mais como uma fotografia momentânea da situação política do que um indicador determinante para suas ações. O presidente tem enfatizado sua experiência de longa data e resistência a pressões externas, como se as pesquisas de popularidade não fossem o principal norte para suas decisões.
Entretanto, essa queda na aprovação tem gerado uma reconfiguração do cenário político. A oposição tem se aproveitado desse desgaste para fortalecer suas candidaturas nas eleições de 2026, vendo uma oportunidade para ampliar sua base eleitoral e aumentar a pressão sobre o governo. Os críticos de Lula, especialmente do campo conservador e liberal, veem essa fase de baixa popularidade como uma chance para apresentar alternativas à gestão petista, enquanto setores mais à esquerda começam a questionar a eficácia das políticas implementadas, especialmente em áreas como educação, saúde e economia.
O governo também enfrenta desafios internos, com siglas políticas que anteriormente estavam dispostas a apoiar a candidatura de Lula em 2026 agora hesitando. Esses partidos, que já demonstravam resistência a compromissos definitivos, temem que a baixa popularidade do presidente prejudique suas próprias perspectivas eleitorais e suas alianças políticas. O cenário se complica ainda mais pela dificuldade em consolidar apoios dentro da base governista, o que pode afetar a governabilidade do presidente nos próximos meses.
Esses dados de pesquisa refletem uma tendência de declínio na popularidade de Lula, que, em agosto de 2023, ainda contava com um índice de aprovação elevado. Desde então, o desgaste das expectativas iniciais, aliado a uma série de desafios econômicos e sociais, contribuiu para a diminuição do apoio popular. A crescente desaprovação também aponta para uma frustração crescente com as promessas não cumpridas e a percepção de que o governo enfrenta dificuldades para implementar reformas significativas.
Com a proximidade das eleições de 2026, o governo Lula terá de enfrentar um cenário político mais competitivo, com a oposição se fortalecendo e uma base governista mais dividida. A disputa presidencial será marcada pela necessidade de articulações políticas mais complexas, com o presidente precisando não apenas restaurar sua imagem, mas também garantir apoios estratégicos para enfrentar um campo opositor mais robusto e determinado.

Saiba tudo sobre as discussões sobre Aumento do Bolsa Família
O Bolsa Família é um dos principais programas sociais do Brasil, criado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. O objetivo inicial era combater a pobreza e a desigualdade social, oferecendo transferências de renda para famílias em situação de vulnerabilidade social. Desde sua criação, o programa passou por diversas reformas, incluindo mudanças na forma de distribuição dos recursos e no critério de elegibilidade das famílias.
Reformulação do Bolsa Família em 2023
Em 2023, o programa foi reestruturado pelo governo atual, que substituiu o antigo Auxílio Brasil pelo Bolsa Família. A principal alteração foi no valor do benefício. Em vez de ser um auxílio fixo, o valor do benefício passou a ser progressivo, variando conforme a composição da família e as condições de vulnerabilidade social. Além disso, o governo também implementou mudanças para aumentar o alcance do programa e melhorar a gestão das transferências. O valor médio do benefício em 2023 foi de aproximadamente R$ 705,40 por família, um dos maiores valores da história do programa.
Discussões sobre Aumento do Bolsa Família
Recentemente, o presidente Lula e o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, discutiram a possibilidade de aumentar o valor do benefício do Bolsa Família. O objetivo seria adequar o programa à realidade econômica atual, especialmente considerando o aumento nos preços dos alimentos e os desafios econômicos enfrentados pelas famílias em situação de pobreza.
No entanto, essa proposta gerou divergências internas no governo. A Casa Civil da Presidência da República, por meio de uma nota oficial, desautorizou a discussão sobre o aumento do benefício, afirmando que não há estudos em andamento para ajustar o valor do Bolsa Família. A Casa Civil também deixou claro que o tema não está na pauta do governo no momento e que não há planos para discutir o aumento do benefício.
Aspectos Econômicos e Políticos do Aumento
A divergência entre o presidente, o ministro Wellington Dias e a Casa Civil gerou debates sobre a viabilidade e os impactos de um reajuste no valor do benefício. Especialistas apontam que, embora a proposta tenha um forte apelo social, especialmente em tempos de inflação e altas no custo de vida, um aumento no valor do Bolsa Família poderia ter efeitos colaterais negativos.
Uma das principais preocupações é o impacto inflacionário. Aumentos em programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, podem gerar uma demanda adicional na economia, especialmente em um cenário de escassez de oferta. Isso poderia pressionar os preços e alimentar a inflação. Além disso, o governo enfrenta desafios fiscais, como a necessidade de controlar o gasto público e manter o equilíbrio das contas públicas. Um aumento substancial no valor do benefício poderia agravar a situação fiscal do Brasil, que já enfrenta uma dívida pública elevada.
Outra questão importante é a sustentabilidade do programa. O Bolsa Família, embora tenha um impacto positivo na redução da pobreza, é um programa caro, e seu financiamento depende de uma combinação de recursos federais e da capacidade do governo de gerar receita. A questão do espaço orçamentário é central nesse debate, e o governo pode precisar priorizar outras áreas de gasto, como saúde, educação e infraestrutura, para garantir a continuidade do programa sem comprometer o equilíbrio fiscal.
Impacto Social e Popularidade
Embora o governo tenha sinalizado que não há planos de aumentar o valor do Bolsa Família por agora, o programa continua a ser um pilar importante da rede de proteção social no Brasil. Muitos brasileiros dependem do benefício para garantir sua segurança alimentar e atender a necessidades básicas. A população de baixa renda, em especial, vê o Bolsa Família como uma ferramenta crucial para sua sobrevivência e bem-estar.
Em termos de popularidade, o Bolsa Família tem grande aceitação, especialmente nas regiões mais empobrecidas do Brasil. O apoio ao programa é uma das principais bases eleitorais do presidente Lula, e qualquer mudança no valor do benefício pode ter repercussões políticas importantes. Por outro lado, um aumento nas transferências pode ser visto como uma forma de aliviar a pressão sobre as famílias em um momento econômico desafiador, mas também pode ser usado para atacar o governo por supostos excessos fiscais.
Perspectivas Futuras
O futuro do Bolsa Família e de programas semelhantes de transferência de renda no Brasil ainda depende de várias questões, incluindo a evolução da economia e a capacidade do governo de gerir o equilíbrio fiscal. A pressão social por mais apoio financeiro para as famílias em situação de vulnerabilidade tende a continuar, especialmente em um cenário de inflação persistente e aumento dos preços básicos.
No entanto, o governo também precisa considerar o impacto de suas políticas econômicas e fiscais, evitando uma escalada da inflação e mantendo a confiança no mercado. Em qualquer cenário, a relação entre os diferentes atores políticos, como o presidente, ministros e a Casa Civil, será fundamental para definir as políticas públicas e as estratégias de enfrentamento da pobreza no Brasil.
Conclusão
Embora a proposta de aumento do Bolsa Família tenha gerado debates, o governo de Lula parece determinado a manter o programa como uma das principais ferramentas de combate à pobreza no Brasil, ao mesmo tempo em que precisa equilibrar os desafios fiscais e a sustentabilidade econômica do país. Com a inflação e os altos preços dos alimentos afetando principalmente as famílias mais pobres, a pressão por mais apoio continua forte, e qualquer mudança no Bolsa Família será acompanhada de perto pela população e por analistas econômicos.

